Fanfic: Amnésia (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

Por Dulce

Subi para tomar um banho e depois vesti uma roupa qualquer, iria tirar um cochilo e ligaria para Maitê. Apesar de tudo eu queria saber se ela e Ucher tinha dado em alguma coisa. 

"Você ainda irá implorar por meus beijos Dulce..." a voz de Anahí ressoou em minha mente, eu soltei uma risada nasal. Me joguei em minha cama e agarrei Tom, meu ursão de pelúcia.

― Eu nunca vou  te beijar, Portilla.

Falei comigo mesma antes de fechar os olhos e esperar o sono vir. 

Prefiro morrer solteira do que encostar meus lábios com os de  Anahí Giovanna Puente Portilla

 (Dias atuais)

Grunhi antes de abrir os olhos, minhas costas ardiam e minha cabeça parecia pesar uma tonelada. Céus! Que soneca foi essa? Parecia que eu havia bebido todas na noite passada e hoje estava com uma ressaca fodi*da. Tentei me esticar, mas paralisei ao sentir um abraço segurando com firmeza minha cintura. Arregalei os olhos e olhei para baixo, me deparando com um braço branco como leite. 

Oh meu Deus! Alguém invadiu minha casa e abusou de mim durante minha soneca! 

Pensei apavorada e saltei da cama. Quase cai ao tropeçar em um chinelo que estava no chão, olhei para cama e pude então ver quem era o ladrão pedófilo, mas na verdade era mulher. Uma mulher! 

― Mãe! Pai! Ahhhhhhh socorro!

Comecei a gritar e correr pelo quarto, eu não conseguia encontrar a porta. Cadê a droga da porta do meu quarto?!

Estava olhando tudo em volta e paralisei. Eu não reconhecia coisa nenhuma ali. Meu Deus! Ela me sequestrou, ela vai me fazer de escrava sexual! Eu preciso ligar para a polícia, droga, droga,droga!

― Hmmmpf, amor? - Meu coração batia descompassado. Me*rda ela acordou. ― Por que você está gritando como uma louca? Eu estou morrendo de dor de cabeça, e minhas costas doem. - Eu me recusava a olhar para trás, mas sabia que a mulher me observava. Um vento frio bateu em meu corpo e só então me dei conta que... Pu*ta. Que. Par*iu. ― Bebê, volta aqui pra cama, vem. Você acabou comigo noite passada, mas eu quero mais.

Soltou uma risadinha meio sonolenta e ao mesmo tempo safada. Meu estômago embrulhou na hora. Bebê? Acabei com ela noite passada? Essa desgraçada me dopou e se aproveitou de mim. 

Virei-me com os olhos fervendo em fúria, estava prestes a gritar com aquela louca e exigir que ela me levasse para casa, que me devolvesse para a minha família, afinal eu era muito jovem e tinha muita coisa para fazer. Mas toda minha pose caiu ao me deparar com ninguém menos que: 

― Anahi?

Não acredito! A estúpida além de tudo, é uma psicopata que sequestra garotas inocentes e indefesas. Eu sabia que não deveria ter aceitado aquela carona. 

Aquilo só poderia ser algum tipo de brincadeira. O que essa imbecil acha que está fazendo?

― Dulce! Por que você está gritando como uma louca? E pare de ficar rodando igual um pião, já estou ficando tonta. 

Parei no lugar, minhas mãos em punho. Eu aqui buscando uma explicação para essa estúpida ter feito o que fez e eu sou a louca por estar gritando? Ela me sequestrou!!!

Virei-me para ela completamente revoltada, capaz de estar saindo fumaça da minha cabeça. Anahí me olhava fixamente, seus longos cabelos castanhos estavam um pouco bagunçados caindo como cascatas em seus ombros e tapando seus seios nus. Respirei fundo.

― Isso é algum tipo de piadinha imbecil? Está achando legal me drogar, abusar de mim e me trazer para essa casa que eu não faço ideia de onde é. - A cada palavra dita, ou melhor, cuspida, a confusão no rosto de Anahí aumentava. ― Qual a droga do seu problema, garota?!

Anahí arregalou os olhos após meu grito, ela parecia surpresa com minha explosão. Eu estou a ponto de arrancar meus cabelos e os dela também. Meu Deus! Meus pais devem estar loucos atrás de mim. Por que essa garota tinha que fazer essa estupidez justo comigo? Eu sempre soube que ela é meio retardada, mas não a esse ponto. 

Estava tão concentrada em surtar e traçar planos de assassinato, que só voltei a realidade quando Anahí parou em minha frente e segurou em meus ombros. Quando foi que ela ficou tão alta e quando o cabelo dela cresceu assim?

― Eu acho que você bebeu demais noite passada, eu avisei que não era para ter bebido tanto. - Soltou uma risadinha sem humor. Qual a graça, imbecil?! Tem ninguém rindo aqui. ― Você teve algum sonho noite passada? Por que eu te drogaria? 

Acariciou meu rosto com seus polegares e me olhou questionadora.

― Tire suas mãos imundas de mim, agora! - Sibilei entredentes, Anahí soltou-me, me olhando com mágoa? ― Eu quero ir embora, meus pais devem estar atrás de mim. 

Eu estava quase entrando em colapso de novo, a panaca continuava me olhando com aqueles olhos azuis sinistros. E se ela me matar? 

― Você ligou para os seus pais? Eu não acredito, Dulce. Você vai ir embora pra onde? Aqui é sua casa. 

Ela está louca, eu preciso sair daqui antes que vire sua prisioneira! 

― Não! Aqui não é a droga da minha casa e você sabe disso!

― Por que você está gritando e me dizendo essas coisas? Eu achei que estivesse tudo bem entre nós duas. Foi só uma briguinha idiota, amor. Você me disse que estava tudo bem ontem à noite, nós ficamos fazendo amor por horas e hoje você acorda querendo ir embora? - Ela falava sem parar, gesticulando freneticamente. Ela está alucinando, será que está drogada? ― Amor, você não pode falar essas coisas pra mim. Sabe que eu não saberia ficar sem você, Candy. Ontem você me disse que estava tudo bem, o que mudou? 

― Você é retardada, garota? Eu nem te vi ontem depois daquela carona estúpida. - Ela voltou a ficar confusa. Drogas causam retardo nas pessoas. ― Eu sabia que não devia ter aceitado aquela carona maldita, olha só onde eu me meti agora. 

Eu preciso sair daqui, agora!

― Amor? Tem certeza que você está bem?

Amor! Essa garota é doente mesmo. Por que diabos essa louca insiste em ficar me chamando de amor? Idiota!

― Amor? Está ficando doida, Anahí? A gente nem se suporta. Me leva embora daqui, eu quero minha casa, eu quero meus pais. E eu quero... - Bati a mão na testa. Que horas são? Meu teste de matemática, puta que pariu! ― Imbecil, estúpida! Eu perdi meu teste de matemática por sua causa. 

Anahí juntou as sobrancelhas e veio andando em minha direção. Por que a pele dela parece menos jovem? Será que aquela perfeição toda era só maquiagem? Sempre soube. Senti minhas costas colidirem com a parede e engoli seco, estava presa. Anahí encostou as costas da mão em minha testa e depois colocou no pescoço, como se estivesse medindo minha temperatura. Qual o seu problema, criatura? 

― Você está se sentindo bem? Que teste de matemática é esse? Está falando até como se ainda estivesse no colegial. 

Começou a gargalhar daquela mesma forma debochada de sempre que eu tanto odiei. Desgraçada! Agora está tentando me fazer parecer louca?! Quem ela pensa que é.

― Mas eu ainda estou no colegial, sua psicopata!

Anahí parou de rir na hora em que eu gritei, ela me olhou como se eu tivesse no mínimo umas 4 cabeças.

― Ainda está no colegial? Dulce, você terminou o colegial à quase doze anos atrás, amor. 

Arregalei meus olhos. Meu Deus, ela é mais louca do que eu pensei. Agora além de ter me sequestrado, abusado de mim e me drogado, ela também age e fala como se tivéssemos viajado no tempo. Eu preciso sair daqui urgentemente! 

― Você é completamente louca!

Esbravejei e empurrei-a para trás, nem me importei com minha nudez, apenas queria sair dali o mais rápido possível. Achei a maldita porta! Corri até ela e agradeci por não estar trancada, meu coração saltava no peito, a adrenalina estava presente em tudo. Ouvi Anahí me chamando, mas apenas ignorei. Dei de cara com um corredor, corri para um lado e não achei nada que não fosse portas e janelas. Corri para o outro lado e vi uma escada, estava quase ganhando o primeiro degrau quando uma vozinha me chamou a atenção.

― Mamãe.

Olhei para o meu lado esquerdo e me deparei com uma garotinha. Ela coçava um olho com sua pequena mãozinha, os cabelos negros estavam um pouco bagunçados, na outra mão ela tinha um coelho de pelúcia que estava arrastando no chão, a chupeta lilás com o desenhos  da Monica estava quase caindo de sua boca. Quem é essa coisa fofa? Ela parou de coçar o olho e me olhou, bocejando um pouco. 

Meu Deus! Que casa é essa? Será que Anahí me trouxe para algum lugar que ela invadiu? Porque pelo que eu me lembre ela não tem nenhum irmão além do Ucher.

― Dulce? Dulce?! - Ah não! Em segundos uma Anahí afobada surgiu atrás da garotinha. Ela ia falar alguma coisa, mas ao ver a pequena ali em pé se calou. Ela agora olhava para a menina, sorrindo. ― Oi, minha princesa. Já acordado a essa hora? Que milagre. 

Abaixou-se para pegar a pequena no colo, ela soltou uma gargalhada gostosa de se ouvir. O som lembrava a gargalhada da Anahí, mas não a gargalhada debochada. Deve ser parente dela. Confesso que a cena da menininha agarrada no pescoço dela rindo enquanto ela a enchia de beijos foi extremamente fofa. 

― Sua sobrinha? 

Perguntei curiosa, tudo bem que eu queria fugir dali mas, o que custa perguntar? Eu sou curiosa. É um defeito. 

― O que? Sobrinha? Candy, você não está bem mesmo. 

― A mamãe precisa de chocolate quente! 

A pequena exclamou e Anahí sorriu para ela, as duas fizeram um toque lá com os dedos e depois voltaram a olhar para mim. Mamãe, Quem é a mamãe?

― Quem é ela, Anahí? De quem é essa criança? 

Perguntei já nervosa, só faltava ela ter sequestrado a criança e agora estava fingindo ser uma família feliz comigo. Ela é louca mesmo. 

― Como de quem é ela, Dulce María? É nossa filha, nasceu de você. 

Ela falou como se fosse óbvio, seus olhos demonstravam preocupação, assim como os da pequenina. Depois de ouvir aquilo, tudo começou a embaralhar na minha frente. Eu tive que me segurar no corrimão da escada para não cair, eu tentava voltar a consciência mas, tudo estava escurecendo. Eu ouvia ao longe alguns gritos finos desesperados e os gritos de Anahí, uma mistura de "Amor? O que está acontecendo?" com a "mamãe" 

Minhas pernas fraquejaram e meus olhos reviraram, senti braços firmes me segurarem e então eu simplesmente... Apaguei!