Fanfic: Amnésia (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon
Por Dulce
Terça feira
Estou no consultório da Dra. Alba, assim como está combinado ser durante meu processo de recuperação. Anahí não pôde me trazer hoje, ela tinha alguma coisa para fazer no estúdio dela Eduarda foi passar o dia na casa de Maitê, Diego queria passar o dia com ele segundo minha melhor amiga. Por falar no estúdio de Anahí, tenho que lembrar de pedi-la para me levar até lá, estou muito curiosa em conhecer o ambiente de trabalho dela. Mas voltando para a consulta, eu vim sozinha, sim, é um progresso. Não totalmente já que vim de táxi, e bem, Anahí me deixou o endereço. Porém já é alguma coisa, certo?
— E então, dulc que, como andam as coisas?
Dra. Alba pergunta ao sentar na cadeira ao lado do divã onde estou sentada, ela está com aquele sorriso enorme, sentada de pernas cruzadas com sua prancheta em seu colo. Uma coisa que eu já estou me acostumando é com esse sorriso, Anahí não veio aqui hoje e mesmo assim ela não para de sorrir. Talvez ela goste de desfilar esses dentes brancos por aí, ou vai ver ela só é feliz demais. Ou talvez seja triste demais, quem sabe.
— No sentido geral? — Ela assente, colocando seu óculos de grau. Respiro fundo, as imagens do final de semana começam a vir em minha mente e um enorme sorriso surge em meus lábios. Isso não passa despercebido pela Dra. — Estão cada vez melhores.
— E esse sorriso enorme?
Ela abaixa a cabeça e me olha por cima das lentes do óculos, meu rosto começa a esquentar e Dra. Alba solta uma risadinha.
— É que... Tudo parece estar melhorando.
— Eu percebo. — Comenta, sorridente. Sorrio de volta. — E as coisas com Anahí? Também estão melhores?
Como se ainda fosse possível, meu sorriso se alargou mais ainda. Como lembrar dela sem sorrir? Eu estou impressionada em me sentir tão bem assim em relação a Anahí com tão pouco tempo de convivência, civilizadamente falando. É só que... A convivência com ela é tão fácil.
— Ela é a razão desse sorriso.
O rosto da Dra. Alba torna-se surpreso ao me ouvir dizer aquilo, da última vez que nos vimos eu ainda não gostava muito da presença de Anahí. Engraçado como as coisas podem mudar em uma noite, ou algumas noites, não é mesmo?
— Então vocês estão se dando bem agora? — Afirmo freneticamente com a cabeça. — Isso é ótimo, muito bem.
— Nós fomos passar o fim de semana com os pais dela.
— E como foi?
— Incrível. — Começo a lembrar dos nossos momentos juntas na nossa casa da árvore. Sim, nossa. Mesmo que eu não lembre daquele lugar, aquela casinha já ganhou um espaço enorme na minha vida. — Ela me levou no sítio que ela tem, lá é tão lindo, Dra... — Suspiro de forma boba, um pequeno sorriso em meus lábios. — Nós nos beijamos.
— E como foi?
— Eu não poderia ter tido um primeiro beijo melhor do que aquele.
E realmente não podia.
(...)
Após a consulta com a Dra. Alba, despedi-me dela e liguei para o mesmo taxista que Anahí me deu o número, ela disse que ele é de extrema confiança e que sempre liga para ele quando necessário. O nome dele é Ronald, é um senhor, não tanto, bem simpático. E por falar em Anahí...
— Alô?
— Amor? Ei... Já terminou a consulta?
— Sim, acabei de sair do consultório dela. — Saio do elevador e caminho pelo hall do prédio. — Estou saindo do prédio agora.
— Foi tudo bem? Conseguiu chegar no horário?
— Sim, foi tudo ótimo. E consegui sim, até que não foi difícil.
Ouço ela suspirar do outro lado. Gosto dessa preocupação que ela tem comigo, sei que grande parte é por conta da minha perda de memória. Mas Anahí parece gostar de cuidar das pessoas ao redor dela e zelar pelo bem delas.
— Ainda bem... Quer que eu vá te buscar?
— Não precisa, o Ronald disse que estará aqui em alguns minutos.
— Tem certeza?
— Sim, Anie. Não precisa se preocupar. — Escuto algumas vozes do outro lado da linha. — Já comeu alguma coisa? Está quase na hora do almoço.
— Comi uma maçã tem alguns minutinhos, daqui a pouco eu irei almoçar com Angel. — Ficamos em silêncio durante alguns segundos. — Queria poder almoçar com você, gosto mais da sua comida do que a do restaurante perto daqui.
— Mmm... À noite eu preparo alguma coisa especial para você, algum pedido?
Ao olhar para meu lado esquerdo vejo o táxi do Sr. Ronald estacionar aos poucos próximo a mim, aceno para ele e vou em sua direção.
— Qualquer coisa, amor. — E esse coração bobo que acelera toda vez que ela me chama assim? — Candy?
— Oi?
Adentro o táxi e cumprimento Sr. Ronald apenas com a cabeça, ele sorri para mim e espera eu fechar a porta para sair com o carro.
— Eu estou com saudade... Muita.
Sua voz soa um tanto manhosa, fazendo com que tudo dentro de mim derreta, hipoteticamente falando. É como se todos os meus órgãos entrassem em algum tipo de colapso, ou coisa parecida. Só é uma sensação nova, o único sentimento forte que já tive na vida antes de tudo isso acontecer, era a pequena paixão platônica que eu tinha pela Alexandra, mas por Anahí... As coisas são completamente diferentes.
É intenso... Real, real demais.
— Eu também estou com saudade, Anie...
E estou mesmo... Principalmente dos carinhos dela.
Ah... Anahí Portilla... Ou Anahí Savinon Portilla.
Sabe que Savinon-Portilla até que soa perfeitamente bem?
(...)
Estou terminando de preparar o jantar quando ouço a porta da frente ser aberta, logo as vozes animadas de Duda e Anahí tomam conta do ambiente silencioso. Tudo fica melhor com as duas estando em casa, sozinha aqui o dia inteiro eu me sinto deprimida. Continuo mexendo a carne na panela para que ela não queime. Durante a tarde fiquei pensando no que preparar para o jantar e resolvi fazer Chilli mexicano, claro que sem a pimenta por causa da Duda. Eu não acho que ela aguentaria uma pimenta mexicana.
— Mmm... Que cheiro maravilhoso. — Ouço a voz de Anahí na cozinha, continuo focada no que estou fazendo. Seus passos ficam mais próximos e então sinto sua presença atrás de mim. Como é possível sentir o calor que emana dela mesmo não estando colada nela? — Está fazendo Chilli? — Murmuro em concordância. — Oh meu Deus, você é a melhor.
Coloca suas mãos em minha cintura e cola o quadril em minha bun*da, antes que eu tenha qualquer tipo de reação eu sinto ela beijar minha nuca, que está exposta por conta do coque que fiz em meus cabelos. Uma corrente elétrica desce por minha espinha, arrepiando os cabelos dos meus braços. Sinto o ar quente da boca dela em minha pele. Por que tenho a impressão que ela está sorrindo?
— Va-vai lavar as mãos, ou tomar um banho. Não sei...
Anahí solta uma risadinha ao notar o quão nervosa aquele simples beijo me deixou. Reviro os olhos, tentando ficar concentrada no que estou fazendo. Ela finalmente me solta e eu quase comemoro e a agradeço. É meio difícil pensar corretamente com essa mulher tão próxima de mim.
— Já volto.
Ouço ela dizer e então ela saí da cozinha. Suspiro aliviada por finalmente estar livre daquela tentação em pessoa. Livre por enquanto... Mas pelo menos posso respirar agora.
Durante o jantar Eduarda me conta como foi passar a tarde com Diego, ela disse que passou o dia jogando videogame junto do Ucher. Passei praticamente o tempo todo sorrindo, é tão bom ver ela toda feliz. As vezes sinto apenas vontade de olha-la, ainda não me lembro da sensação de tê-la carregado dentro de mim, mas temos uma conexão forte. Eu só quero lembrar de tudo, entende? Saber como me senti quando a peguei no colo pela primeira vez, como foi que a Anahí reagiu quando a viu, como nos saímos no período em que ela era recém-nascida. Quero lembrar-me de tudo.
Após o jantar, fomos para a sala – por insistência de Anahí que insistiu para que pudéssemos assistir um filme de animação. Meu Malvado Favorito, eu nunca assisti é óbvio, ou não lembro de ter assistido. Mas Anahí garantiu que é divertido. Estamos as três deitadas no sofá, que por alguma razão do destino eu não sabia que se abria e virava um sofá cama. Eduarda está entre nós duas, sua cabeça repousa na barriga de Anahi, que acaricia seus cabelos castanhos. Nem consigo prestar atenção no filme, prefiro me entreter assistindo o momento entre as duas. Gosto disso, gosto muito.
Eu sempre imaginei ter uma família quando crescesse, ter no mínimo um casal de filhos e uma esposa legal. Bem, eu ainda não tenho um casal de filhos, mas quem sabe daqui um tempo?
— Mãe, podemos assistir ao filme da Barbie depois?
— Claro que sim, princesa.
Um enorme sorriso surge em meus lábios. De repente sinto orgulho. Sim, orgulho. Orgulho da minha família, de ter conquistado tudo que conquistei. Uma esposa que eu descobri, e continuo descobrindo, ser incrível, uma filha que nem se eu tivesse desenhado poderia ter nascido melhor. Uma casa maravilhosa, uma vida estabilizada. Conquistei tudo isso, com Anahí obviamente. Só não lembro de ter vivido essas coisas, mas isso se torna um mero detalhe diante de todas as coisas boas. Se por algum motivo isso tudo é uma segunda chance de aproveitar melhor tudo que tenho, não irei desperdiçar.
Não mesmo.
Depois do tal filme de animação, o qual eu não prestei atenção alguma já que me contive em apenas observar a interação das duas ao meu lado, Anahí levantou para colocar o filme que Eduarda pediu. As duas pareciam animadas para assistir aquele filme. Vez ou outra penso que juntas, Anahí e Eduarda acabam se igualando na idade. Confesso que é adorável ver o quanto ela muda quando está com nossa filha. Nossa filha... Isso é tão incrível.
— Vai dormir agora?
Anahí pergunta ao ficar de pé, ela se curva para pegar Eduarda que está dormindo profundamente toda encolhida no sofá. É uma miniatura de Anahi mesmo.
— Ainda não estou com sono.
— Tudo bem. — Pega a pequena no colo e a gruda em seu corpo. — Posso descer para assistir televisão com você depois de colocar ela na cama?
Sorrio para ela, é fofo esse jeito meio tímido. Quer dizer, vez ou outra eu vejo reflexos da Anahi de antigamente. Principalmente agora que ela insiste em me lançar olhares furtivos, dar toques inesperados e um tanto ousados. E eu já a peguei me secando, diversas vezes... Principalmente minha bu*nda.
Fico surfando nos canais enquanto espero Anahi voltar. Alguns minutos depois ouço seus passos na escada, em segundos ela passa em minha frente e se joga ao meu lado no sofá. Olho para ela.
— O que vamos assistir?
Pergunto voltando a olhar para a televisão. Não tem nada interessante que me chame a atenção.
— Tanto faz, contanto que eu fique aqui do seu lado, por mim tanto faz.
Incrivelmente minhas bochechas começam a esquentar. Por que eu tenho que ser tão... Eu, nessas horas? Só queria poder não me sentir dessa forma perto dela. Tão... Idiota. Pareço uma adolescente apaixonada pela primeira vez.
— Então podemos só... Conversar?
— Pode ser. — Desligo a televisão e me ajeito melhor no sofá, viro de lado para olhar Anahi. Ela faz o mesmo, sua cabeça repousada em seu braço. — Me conta como foi a consulta hoje.
Pede e tomo fôlego antes de começar a contar sobre a consulta, não omito nenhum detalhe, nem mesmo o fato dela ter sido praticamente o assunto da consulta. Anahí pareceu gostar bastante de ouvir aquilo já que não parava de sorrir. Depois que termino de contar sobre meu emocionante dia, é a vez dela contar sobre o seu. Ouço-a atentamente, admito que me distraí diversas vezes por ficar observando o rosto dela, as expressões e principalmente o jeito fofo dela não conseguir falar sem gesticular. Sério, ela mexe as mãos o tempo inteiro. Mas isso é adorável, assim como ela.
Céus! Me tornei uma idiota sentimental.
— Lembra a vez que você derrubou refrigerante na camisa do diretor da nossa escola? Todo mundo ficou mudo esperando a reação dele. 1/
Anahí e eu estamos lembrando dos velhos tempos. Falamos de tudo e nada ao mesmo tempo, as vezes divagamos juntas. Mas estamos dando boas risadas. É bom falar de antigamente, mesmo que seja meio estranho para mim já que tecnicamente o passado é meu presente, na minha mente é claro.
Confuso, não é? Eu sei.
— Ah, Candy... Aqueles tempos eram muito divertidos.
— Sabia que eu odiava esse nome?
— Qual?
Ela para de rir e me olha questionadora.
— Candy... Quando você me chamava assim antigamente, nossa... — Dou uma risadinha. — Eu sentia vontade de me matar.
E era verdade, quando eu estava andando na escola que ouvia Anahí me chamar de Candy, já fechava os olhos pedindo para morrer.
— Sério?
— Sim, parecia sempre ser deboche. Mas eu confesso que agora eu gosto... É até fofo.
Seu rosto volta a se iluminar e um enorme sorriso surge em seus lábios.
— Eu gosto de te chamar assim, eu queria uma coisa exclusiva e naquela época foi a única que eu consegui pensar.
— Candy... — Digo com um sorriso nos lábios, Anahí também sorri. — Gosto de como soa vindo de você.
— Candy.
Sussurra com aquela maldita voz rouca que arrepia qualquer pessoa a metros de distância. Suspiro, encantada com o sorriso dela. Céus!
— Eu preciso de algo só meu também.
— Como assim?
— Um apelido exclusivo para você. — Ela levanta as sobrancelhas, curiosa. — Todo mundo chama você de Barbie ou Anie, eu quero algo só meu.
— Maitê me chama de Barbie.
Comenta e dá de ombros, acabo rindo da forma engraçada que ela falou.
— Ela adora zombar das pessoas. — Anahí concorda e nós duas rimos. — Anahí Portilla... Anahí, Anahí...
Repito seu nome enquanto tento pensar em algo legal para chama-la. Nada que lembre Anie ou Barbie... Uma coisa só minha. Isso de apelido é tão complicado. E se...
— Já sei.
— Me diz.
Pede animada, o sorriso quase infantil.
— Narry... Narry.
Revelo sorridente, mas ao vê-la contorcer o rosto, meu sorriso vai morrendo aos poucos. Sinto meu corpo encolher involuntariamente, eu sou uma droga mesmo com apelidos. Ela provavelmente deve ter odiado. Tenho que pensar em algo melhor. Abro a boca para falar, mas antes que eu possa, é ela quem fala.
— Narry... Gostei. — O sorriso volta a enfeitar seu rosto. — É único, exclusivo e soa fodidamente bem, vindo de você.
Talvez pela animação do momento, ou somente o fato de que o sorriso dela me encanta. Por alguma razão vou parar em seu colo, com os joelhos apoiados no sofá ao lado de suas coxas. Anahí segura em minha cintura e nos beijamos de forma delicada, ela acaricia meu quadril enquanto eu seguro em seus cabelos. Gosto disso, adoro puxar os cabelos dela e senti-la suspirar na minha boca, como se pedisse por mais. Ficamos nesse beijo durante um bom tempo, no final sorrimos em meio a ele, vez ou outra ela mordisca meu lábio inferior, sugando-o.
— Minha narry...
— Minha candy.
Ela sussurra meio ofegante antes de voltar a me beijar. Sinto o coração acelerado dentro do peito. Sou dela, completamente dela.
Ficamos nos olhando, acaricio sua nuca devagar. Anahí sobe as mãos um pouco mais para cima, puxando-me com ela e me deixando numa posição mais confortável em seu colo. Talvez eu pensasse que estamos indo rápido demais, isso óbvio se fôssemos duas adolescentes ainda. Mas tecnicamente somos adultas, e casadas. Então não há problemas, certo? Até porque Anahí parece gostar bastante desses nossos momentos, principalmente quando eu estou no colo dela.
— Anahí, onde estão nossas fotos de casamento?
Anahí demora alguns segundos para voltar a realidade, o cenho franzido vai relaxando aos poucos.
— Ali, no móvel da televisão. — Aponta para o lado, acompanho com o olhar. — Quer ver?
— Sim.
É possível notar a animação em minha voz, Anahí abre um enorme sorriso e sela nossos lábios. Delicadamente ela segura em minha cintura e me coloca no sofá, se arrasta para frente e levanta. Recosto-me no encosto do sofá e fico a observando. Anahí se ajoelha no chão e arrasta uma pequena porta no móvel, em segundos ela a fecha de novo e fica de pé. Quando vira de frente para mim, posso ver o álbum de capa marrom claro em suas mãos.
— Aqui, amor. — Me estende o álbum e se senta ao meu lado. — Sabia que nós tivemos uma pequena discussão na nossa festa de comemoração?
— Sério?
— Muito. — Logo que abro o álbum vejo nossos nomes bordados ali em letras bonitas. Passo o dedo por cima, sentindo a textura. — Eu queria tirar algumas fotos da festa e você não queria me soltar, disse que tínhamos que ficar juntas.
— Bem... E não era verdade?
Rebato brincalhona e Anahí solta uma risadinha sem jeito, olho de soslaio para ela, que dá de ombros. Nego com a cabeça, um sorriso em meus lábios. É bem a cara dela mesmo fazer aquele tipo de coisa. Uma coisa que sempre soube sobre ela era a paixão por fotografias. E admito, ela sempre foi ótima nesse quesito. As melhores fotos dos nossos bailes e festas comemorativas na escola, eram todas mérito dela. Pelo menos ela era boa em alguma coisa naquela época.
— Sim, era... Só que, eu fiquei com receio que o fotógrafo contrato não fizesse um bom trabalho.
— Deixa eu adivinhar, você ficou em cima dele dando dicas?
— Sou tão previsível assim?
Finge um tom de indignação e eu rio enquanto observo a primeira foto. Anahí e eu estamos lado a lado, com os rostos colados e sorrisos enormes em nossos lábios. Estamos as duas de vestido e véu.
Nossa felicidade está estampada no olhar, é óbvio que casei com ela por amor.
— Gostei dessa foto.
Aponto para a segunda. Nela, Anahi e eu estamos em pé, ela segura minha cintura e me olha sorrindo, enquanto eu tinha a cabeça jogada para trás e parecia gargalhar de algo que ela disse.
— Essa sempre foi sua favorita. — Ela comenta, chegando mais perto para ver a foto. — Porque ela foi espontânea, eu estava contando piadinhas na hora em que estavam nos fotografando.
Levanto as sobrancelhas, não tão surpresa assim. Olho para Anahí, que está com o rosto próximo ao meu. Sorrio antes de beijar sua bochecha.
— Eu sempre quis tirar uma foto assim, ficou linda.
Comento maravilhada ao ver a terceira foto. Nela Anahí está me segurando no ar pela cintura, eu seguro em seus ombros e olho em seus olhos. Parecemos perdidas uma no olhar da outra. Céus! Parecemos tão apaixonadas.
Continuamos a ver as outras fotos, não consigo parar de sorrir para nenhuma delas. Foi ótimo ver essas fotos, mesmo que não tenha lembrado de nenhuma imagem desse dia, consigo sentir o frio na barriga que devo ter sentido no dia em que disse sim a Anahí. Ela brinca o tempo todo e comenta sobre a nossa vida, principalmente sobre a lua de mel que passamos na Grécia. Anahí declarou esse momento como o mais prazeroso de toda nossa vida juntas, preferi não perguntar o motivo. Até porque era bem explicativo ao que ela estava se referindo. Anahí é uma pervertida.
— Eu sempre gostei da forma que você era decidida, firme. Sabe? Toda séria quando tinha que resolver alguma coisa.
— Muito séria?
— Muito, era algo como... — Ela respira fundo, se preparando para me imitar. Junta as sobrancelhas o máximo que pode e me olha. — Anahí Giovanna, quantas vezes eu tenho que mandar a senhorita tirar a toalha molhada de cima da cama? — Sua voz é grossa, acabo gargalhando da pose mandona dela. — Ou então, Anahí, nós não vamos de forma alguma sair nesse frio só para tirar fotos da lua.
— Eu parecia ser mandona.
— Demais. — Ela concorda prontamente, sorrindo. — Quando estavam o construindo nossa casa você fez questão de ver tudo de perto, ficava aqui o dia todo praticamente dando ordem aos rapazes encarregados de construir nosso lar. — Joga a cabeça para trás e ri. — Lembro que uma vez, eu vim te buscar e um dos construtores veio me implorar para não deixar você voltar ali enquanto tudo não estivesse pronto, porque você era mandona demais.
— Meu Deus.
— É, Srta. Savinon. Mas sabe de uma coisa? Sempre achei sexy esse jeito mandão, principalmente na cama.
Ela diz naturalmente e eu sinto minhas bochechas esquentarem, até meus ouvidos queimam. É impossível não ficar sem jeito, por mais que eu saiba que tínhamos uma vida sexual aparentemente ativa, eu não consigo lidar com isso, não consigo ainda aceitar que na realidade eu não sou nada inocente mais. Apesar de não lembrar a sensação de transar com alguém, eu sei o que é sentir tesão porque era impossível não ficar excitada vendo as cheerleaders. Além do mais eu não era uma santa durante a minha adolescência, apenas me preservava para alguém especial. Não queria ser atirada.
Mas imaginar Anahí e eu juntas em uma cama, completamente nuas...
— Jesus Cristo!
— Não, amor, é Anahi Giovanna mesmo.
— Você é uma idiota. — Empurro-a pelos ombros e Anahí caí para trás, mas faz questão de me carregar junto, então caio por cima dela. Ficamos nos olhando e sorrindo, Anahí rouba um beijo ou dois. — Anie... Narry. — Seu sorriso aumenta ao ouvir o apelido que inventei. — Você sente falta da antiga Dulce? Sabe... A Dulce apaixonada por você, que você morria de amores.
— Mas você é a Dulce que eu sempre morri de amores.
— Não, não. — De repente me sinto tímida, diria com medo. Medo de não estar o suficiente para ela, apenas suprindo a falta que ela deve sentir da Dulce que eu costumava ser. — Eu quero dizer... A Dulce sua esposa.
Anahí parece finalmente entender o que estou querendo dizer, ela solta um "Oh", baixinho e inclina a cabeça para trás. Sinto uma insegurança até então desconhecida por mim. Apesar de que tenho ela ao meu lado me ajudando, eu não sei se ela tem esperanças que eu volte a ser como antes. Porque eu sinceramente não sei se terá como eu ser como antes.
— Candy, eu vou ser bem sincera com você... — Minhas mãos começam a suar, passo elas na capa do sofá para seca-las. — No início, depois que você perdeu a memória e virou aquela Dulce rude, eu senti muita falta da minha Dulce. Entende? Era horrível te ver, não poder te tocar, e pior, não ouvir as coisas que você costumava me dizer. Eu estava com medo e você não me dava colo, eu sentia falta da minha Dulce porque ela me daria colo.
— Desculpa... Por tudo.
— Tudo bem. — Ela respira fundo. — Estamos começando a nos entender agora, até posso tocar em você outra vez. — Me olha e sorri. — No momento não sinto falta da antiga Dulce, amor, estou gostando de conhecer essa nova Dulce.
Ouvir aquilo é como retirar um peso de três toneladas dos ombros. Meu medo era que ela sentisse falta da antiga Dulce e tivesse esperanças de tê-la de volta. Não quero de forma alguma decepciona-la, principalmente porque sei que talvez, aquela antiga Dulce nunca volte.
E da mesma forma que ela está conhecendo uma nova Dulce, eu estou conhecendo uma Anahí completamente inédita para mim. E confesso... Estou adorando conhecê-la melhor.
É engraçado que mesmo sem saber e, em tão pouco tempo, eu já sabia que seríamos importantes uma para a outra, algo em mim sempre soube e sempre saberá... Ela é a minha pessoa.
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Por Dulce Eu preciso lembrar de deixar uma jarra com água perto da cama quando eu for me deitar. Só de estar descendo essas escadas uma hora dessa, me dá vontade de me bater por ter esquecido de pegar uma garrafa de água mais cedo. Assim que chego na sala, vejo que a luz da cozinha está acesa. Mas quem está acordado uma hora ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 112
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aline_andreza Postado em 31/01/2023 - 01:59:34
Eitaa
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tryciarg89 Postado em 20/09/2022 - 17:43:42
Simplesmente perfeita essa fic,ameiiii
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aleayd Postado em 08/09/2021 - 21:48:50
Tenho uma grande paixão por essa fic. Foi simplesmente perfeita. Já li e reli tantas vezes que perdi as contas kkkk
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Kakimoto Postado em 28/08/2017 - 21:28:13
AAAAAAAA, Vou sentir sddss, amo tanto essa ficc <3 <3 <3. Ai, elas são mt fofas veii, amo mt mt
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siempreportinon Postado em 25/08/2017 - 18:47:39
Amei do início ao fim, viciante! Espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei todas kkkk Parabéns e continue a nos presentear com histórias maravilhosas!!!
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belvondy Postado em 25/08/2017 - 12:28:38
Muito top a Web,você já postou outras website portinon?se sim quero saber quais!....postaais webs!
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Postado em 24/08/2017 - 00:43:09
Meu Deus olha a hora e aqui comentando rs,Deus do céu Emilly que história maravilhosa que linda, foi,foi,nossa nem consigo descrever oque eu tô sentindo sei que apenas uma história mas me envolvi tanto lendo acho que com todos que leram aconteceu o mesmo,eu chorei de emoção foi lindo de verdade, como muita coisa aconteceu eu não vou conseguir falar de tudo nesse comentário mas saiba que eu amei,muito obg por ter nos dado o privilegio de conhecer essa história, foi uma adaptação espetacular aiiiiii meu Deus eu amei demais,fiquei triste que acabou mas tudo que é bom dura pouco ne,amei elas duas com os filhos,Benjamim, Duda os netos ai foi tudo lindo ameiii, bjs querida! !!
Gabiih Postado em 24/08/2017 - 00:45:07
Meu nome não apareceu trágico kkkk,amei linda bjs
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ester_cardoso Postado em 23/08/2017 - 19:35:17
Ahhhhh não acredito que acabou, uma das melhores fanfics que já li. Ameiiiii muito a história, foi perfeita. Amei o casamento delas, o nascimento do Benjamin, as lembranças, os filhos da Duda, o Ben namorando a Demi, e com certeza meu amor maior ver elas juntas e felizes com uma família linda e maravilhosa. E pra mim esse amor é eterno, mesmo que seja fictício, mesmo q não seja real, é muito bom ter uma historia com q se envolver e apaixonar. Obrigado gatinha por proporcionar essa história maravicherry para gente, vc é demais sério. Porque além de nos dar a oportunidade de ler fics perfeitas, vc se envolve com as leitoras de uma forma q ganha o nosso coração. Um enorme beijo pra ti e obrigado por tudo mesmo, Te amo bebê <3
Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:58:32
Sim minha linda, acabou e você não sabe como eu estou triste por isso. Mas satisfeita por saber que a história agradou muito. Confesso que fiquei meia na dúvida em adaptar a história, Pois achei que não ia conseguir mas... O resultado foi bom, acho que mesmo Portinon só existindo em nosso mundo, creio que o amor e amizade que ambas sente uma pela outra, Mesmo que com menos intensidade que na época do RBD, o carinho continua o mesmo. Já vale a pena sonhar com esse trauma que além de tudo e vida e superação. Enfim muito obrigada mesmo... Eu adoro mesmo vocês. Fazer o que!!! vocês são simplesmente :MARAVILHOSAS. Amo todas e tenho um carinho.sem igual por cada uma que se prende os poucos minutos lendo as histórias que posto. Enfim gata. Te amo de coração...
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laine Postado em 23/08/2017 - 14:53:22
Muito bom, foi perfeito Que pena que acabou 😦
Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:42:29
Sim a fic é maravilhosa, mesmo eu mudando algumas coisa. O foco foi o mesmo da história verdadeira. Que bom que te prendeu assim como me prendeu. E bem infelizmente tudo que é bom tem um fim. Né Mas beijos e até a próxima.
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Gabiih Postado em 21/08/2017 - 20:29:55
ai eu estou amandooooo,muito essa história o amor delas é tão lindo,tão magico,tao cativante tão forte,acho que deve ser coisas de vidas passadas eu acredito nessas coisas sabe rs,mas eu espero que esse procedimento novoi de certo,annie quer tanto um filho as duas querem na verdade,e ela merecem,adorei os momentos hoy delas,duas pervertidas kkk adoro posta mais linda,desculpe a comenta mas aqui estou e ansiosa para novos capítulos posta mais!"!!
Emily Fernandes Postado em 21/08/2017 - 20:59:27
Eu também creio em vidas passadas. Acho que o nosso mundo é além do que vemos. E estamos predestinados a o nosso amor. Eu sei, sou uma tola apaixonada. E sonho com isso. Sorte de quem encontra um amor assim....