Fanfics Brasil - Capítulo 28 Amnésia (ayd adaptada) finalizada

Fanfic: Amnésia (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 28

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Por Dulce





Estou de volta ao quarto onde Anahí está dormindo, ainda. Eu acabei de assinar a alta dela e assim que ela acordar já poderemos ir para casa. Aliso seus cabelos, os detalhes de seu rosto. Com o polegar contorno suas sobrancelhas, desço pelo lado esquerdo de seu rosto até chegar em sua boca. 



Linda.... E tão frágil nesse momento. 



- Dulce? - Ouço a voz de Dr. Charlie, engulo a vontade de chorar e me viro para olha-lo. Seu semblante é tranquilo, ele sorri para mim quase como um pai sorri para um filho. Me sinto um pouco melhor com a expressão tranquila dele. - Não está cansada? 



- Um pouco. Mas só vou conseguir descansar quando estiver em casa com ela.



Suspiro e olho para Anahí, ela continua ali parada, ressonando tranquila. Como pode ser possível eu me sentir dessa forma em 1 mês por uma pessoa que eu odiei durante anos? 



É como se agora tudo de mim fosse dela... Todos os meus sentidos estão alertas apenas para ela. Tudo em mim quer cuidar dela. 



- Quando ela acordar, vocês já poderão ir para casa. - Ele vai até o outro lado da cama e verifica a temperatura de Anahí. - Você não deve lembrar, mas com certeza sabe que mulheres que sofrem um aborto espontâneo, geralmente precisam de cuidados. Certo? 



- Certo.



- Ela poderá sentir cólicas abdominais, e geralmente essas cólicas vêm acompanhadas de sangramento. Pode ser que ela sinta muita dor, ou pouco dor, de qualquer forma será incômoda e eu irei receitar alguns analgésicos. - Ouço-o atentamente, preciso gravar tudo que ele fizer para não fazer nada errado. - A dor deve diminuir naturalmente com o passar dos dias, mas se por algum acaso a dor aumentar ao invés de diminuir, eu aconselho que me procurem imediatamente, ok? 



- Pode deixar.



- Anahí sabe disso, mas vou pedir a você que nos primeiros cinco dias fique verificando a temperatura dela, ou veja se ela verificou. Qualquer temperatura acima de trinta e sete e meio, vocês me comuniquem imediatamente. Temperatura alta não é um bom sinal, porque pode significar que ela está com uma infecção no útero ou em outro lugar. Faça com que ela tome banho pelo menos uma vez ou duas ao dia, mesmo que ela não esteja muito bem, peça para ela fazer um esforço. Isso evitará que ela desenvolva algum tipo de infecção. E não deixe, em hipótese alguma ela usar produtores íntimos muito fortes, isso pode irritar a área vaginal e acabar lhe causando uma infecção. 



Nossa... Quanta coisa, e quantos cuidados vamos ter que tomar agora.



- Se ela reclamar de muitas dores de cabeça e cólica, você pode utilizar algumas compressas quentes e, também as frias para aliviar a dor. Alterneentre a compressa fria e quente é uma boa ideia, pois o calor ajuda a relaxar os músculos e o frio ajuda a atenuar qualquer dor. - Vou apenas o ouvindo e concordando com a cabeça. - Ela precisará seguir uma dieta saudável, é essencial, pois esses alimentos irão ajudá-la a se recuperar e permitirá que o corpo dela funcione corretamente. Eu passarei uma dieta saudável para ela, vou entregar a você depois que ela acordar. 



- Tudo bem.



Ele anota algo em um bloco em sua mão e rasga o papel, sai do lado de Anahí e vem em minha direção.



- Aqui tem o nome dos melhores analgésicos para dores abdominais. - Pego o papel que ele me estendeu. - E Dulce, evitem ter relações sexuais nos próximos dois meses, no mínimo um mês, pois a vagina dela precisa se recuperar do aborto. 



Sorri uma última vez antes de passar por mim e sair do quarto. Tenho certeza que meu rosto está mais vermelho do que um tomate. Ele tinha mesmo que falar isso? 



O mais importante agora é cuidar dela, quero vê-la bem, sorrindo e brincando outra vez. Eu só quero a minha Anahí de volta. 



• • 



Na volta para casa, Anahí se manteve calada o tempo inteiro. Não olhou para ninguém, nem ao menos se moveu. Manteve-se parada olhando para seu colo fixamente. Voltamos no carro dela, Ucher dirigiu e Maitê estava ao seu lado, eu fui atrás com Anahí, nossa filha está passando o dia com Cláudia. 



- Consegue andar sozinha? Não está sentindo alguma dor? 



Ucher pergunta assim que estacionados na garagem de minha casa. Anahí apenas concorda com a cabeça e abre a porta do carro, eu suspiro e me recosto no banco. Meus olhos cruzam com os de Maitê, ela sorri triste e também abre sua porta. Faço o mesmo e saio, a tempo de ver Anahí entrar em casa quase em disparada. Mesmo que ela não esteja andando muito bem.



- Ela ainda está abalada com a notícia, daqui a pouco ela volta ao normal.



- Eu espero que sim. - Maitê me abraça de lado e vamos andando em direção a porta de entrada. - Será que ela vai ficar me ignorando? 



- Ela não vai, pode ser que ela não fale diretamente para você, mas acredite, Anahí vai querer sua companhia. - Antes de entrarmos, ela para e me segura pelos ombros. - Não saia do lado dela, em hipótese alguma. Da primeira vez que ela perdeu o bebê, foram os piores três meses da vida de todo mundo. Eu nunca tinha visto ela tão no fundo do poço quanto naqueles meses. 



Engulo seco, sentindo algo em peito começar a apertar, ao ponto de sufocar. Pensar que Anahí deve ter ficado tão mal ao ponto de preocupar a todo mundo, me deixa apavorada. Maitê acaricia meu rosto e logo em seguida entramos em minha casa. Ucher surge na sala, voltando da cozinha, deve ter ido guardar as coisas que compramos para a dieta da Anahí que o Dr. Charlie passou. 



- Eu vou lá em cima conversar com ela, ok? Daqui a pouco eu volto.



Maitê avisa e eu apenas concordo. O que eu poderia fazer mesmo? Nada. Sinto alguém passar um braço por meus ombros e sorrio de lado quando Ucher me abraça.



- Daqui a pouco tudo melhora, Dul. Apenas cuide dela, tudo bem? E qualquer coisa, a qualquer hora você pode me ligar. Eu venho correndo. 



- Obrigada por tudo, Cristopher.



- Não precisa agradecer, você é minha cunhada e ela é minha irmã. Eu sempre estarei aqui por vocês duas. 



Por sorte tenho todos meus amigos ao meu lado, não sei como seria passar por tudo que irei passar, e estou passando, sem eles comigo. E sinceramente? Eu não faço a mínima questão de saber como seria. 





• 



Ucher e eu estamos assistindo desenhos, eu até fiz um pouco de pipoca para nós dois já que tem um tempo considerável que Maitê subiu para conversar com Anahí. Sinto-me curiosa para saber o que tanto as duas conversam, mas não sou capaz de me atrever a ir lá. Só espero que ela consiga pelo menos fazer Anahí descer para comer alguma coisa, já está passando da hora dela se alimentar. 



- Nossa que demora essas duas.



Ucher comenta ao meu lado e eu concordo com a cabeça, pego mais um pouco de pipoca e as enfio em minha boca. Fixo o olhar na televisão, mas os passos na escada me fazem desviar a atenção. É Maitê, finalmente. Ela está chorando ou é impressão minha? 



- Eu consegui dar banho nela, Anahí voltou a dormir. - Sua voz está mais grave, os olhos e a ponta de seu nariz estão vermelhos, o que confirma que sim, ela estava chorando. - Dul, dê alguma coisa para ela comer quando ela acordar mais tarde. 



- Você estava chorando? 



Maitê suspira e passa as mãos no rosto, dou espaço para ela sentar entre Ucher e eu no sofá. Ele desliga a televisão. 



- Eu estava, é muito difícil ver ela daquele jeito, sabe? - Abaixa a cabeça e suspira, Ucher a abraça de lado, confortando-a. - Anahí sempre foi muito sentimental, e ela realmente queria essa criança. É a terceira vez que ela tenta e não consegue, como mulher ela está se sentindo uma inútil. 



- Nós vamos ajudar ela a passar por isso de novo.



- Com certeza nós iremos. - Concordo com Ucher de imediato. Eu vou fazer de tudo para ajudá-la. - Ela vai sair dessa em alguns dias, vocês vão ver.



- Assim que se fala, Dul. - Maitê coloca uma mão em minha perna e sorri para mim. - De todos nós, você é a pessoa que ela mais vai precisar. Não sei se você sabe o quão dependente de você Anahí é, você é o porto seguro dela. É a única que consegue colocar ela no chão e deixar ela segura apenas estando ao dela. 



Quanta responsabilidade, céus! 



- Eu vou ajudar ela, prometo.



- Eu sei que sim.



Ela me puxa para um abraço e ficamos os três ali. Eles me encorajando a cuidar dela e eu pensando no que faria para tirar Anahí do fundo do poço em que ela estava começando a se afundar. E mal passou um dia. Como serão os dias seguintes? 



Não faço ideia, a um mês atrás eu acordei pensando ser uma adolescente de dezesseis anos que ainda estava no colegial, que odiava uma garota que perturbava a minha vida. Hoje minha realidade é: sou uma mulher de 29 anos, casada com a garota que eu odiava na adolescência, com uma filha e uma casa para cuidar. E agora, uma esposa quase depressiva também em minga responsabilidade.



Parece que está na hora de ser a mulher madura que eu sou e tomar conta de tudo. Está na hora de ser a Dulce María Savinon-Portilla, mãe e esposa, com grandes responsabilidades.



Eu não tenho mais dezesseis anos, está na hora de crescer e agir como uma mulher de 29 anos que tem uma filha, casa e uma esposa para cuidar. 



• • 



Anahí está dormindo a algumas horas. Conversei com Cláudia e ela sugeriu que a Duda ficasse pelo menos uma semana longe de casa, para que eu pudesse ter mais tempo para Anahí. Acho que será melhor assim, pelo menos por essa semana. Não sei quanto tempo Anahí irá ficar reclusa de tudo e todos, e nossa filha gosta de atenção. Não quero que ela fique mal porque a mãe dela não sai do quarto. 



Para o jantar de Anahí, eu optei por uma sopa leve. Não sei se ela está com tanta fome, mas tem que comer pelo menos alguma coisa. Termino de servir a sopa em um prato fundo e coloco dentro da bandeja, onde um suco de laranja e um pouco de doce conleche está. Sim, eu fiz a sobremesa favorita dela. 



Quem sabe assim ela se anima um pouco?



O quarto está todo escuro, o único som ali dentro é do ar condicionado. Está um pouco frio, pela luz que entra pela fresta da janela, vejo Anahí toda enrolada nas cobertas. Coloco a bandeja com o jantar dela em cima do criado mudo, acendo a luz do abajur, me sento na beirada da cama e puxo o cobertor para baixo lentamente, descobrindo Anahí aos poucos. Ela está encolhida, suas mãos juntas debaixo de seu rosto, que repousa sobre as mesmas. Ela sempre dorme desse jeito. 



Sorrio para o jeito fofo que ela fica quando dorme. Rosto sereno, os lábios um pouco abertos, sendo possível ouvir sua respiração baixinha. Levo minha mão até o rosto dela, retiro uma mecha que caia por seu rosto. Aliso sua bochecha, descendo até o queixo e subo para seus lábios. Ao tocar sua boca, Anahí se remexe e põe a língua para fora, umedecendo os lábios por reflexo. 



- Anahí... - Aliso seu rosto delicadamente, ela franze o cenho e balança a cabeça, franzindo o nariz. - Narry... Acorda. 



Em poucos segundos ela vai abrindo os olhos, primeiro seu olhar busca quem estava a acordando. Sorrio para ela e paro de acariciar seu rosto, seus olhos continuam fixos em mim. Anahí pressiona os lábios e nega com a cabeça, em silêncio ela se senta. Já sabe o que vim fazer aqui.



- Eu não sei se você está com muita fome, então eu preparei essa sopa para você. - Pego a bandeja ao lado da cama e puxo os pés da mesma para apoiar no colchão. Anahí não esboça reação alguma, mas vejo um pouco de brilho em seus olhos. - E eu preparei um pouco de arroz conleche, eu sei que você gosta.



Sorrio de lado e encolho os ombros, Anahí para de analisar as coisas na bandeja e olha para mim. Vejo os olhos dela úmidos, mas ela tento ao máximo não demonstrar nada e camufla seu olhar. Mas eu posso ver, eu sei que ela está querendo dizer alguma coisa. Anahí respira fundo, pega a colher. 



Ela come em silêncio, eu continuo sentada a observando mastigar devagar. Após a sopa, ela pega o pote com a sobremesa e come também, lentamente. Por último bebe o suco, quando termina, seca a boca com o guardanapo que coloquei na bandeja. Ela se recosta melhor na cama e olha para mim. 



- Obrigada por isso...



- Não precisa agradecer. - Pego a bandeja e com jeito fecho os pés dela, coloco ela de volta no criado mudo e volto a minha posição anterior. - Eu te prometi que iria cuidar de você, e eu irei cumprir. Por favor, tente não se deixar abater, eu sei que deve ser horrível, mas... Eu estou aqui, eu estou aqui por você. Pode contar comigo para tudo, afinal, eu sou sua esposa, certo? 



Ela apenas concorda com a cabeça, uma lágrima escorre por sua bochecha esquerda. Me inclino sobre ela e beijo no local onde a lágrima escorreu, ouço ela suspirar. Puxo a cabeça um pouco para trás, seguro-a pelo maxilar com as duas mãos, olho em seus olhos durante alguns segundos e depois a beijo.



- Me deixe cuidar de você. 



(...)



Terça-feira 



- Qualquer coisa, você me liga.



-Pode deixar, está tudo bem por aqui. Eu te amo, Dul.



- Também te amo, Clau... Dá um beijo na Duda por mim.



Me despeço de minha irmã e desligo a chamada, estou com saudade do ma minha pequena, mas não acho que seja bom para ela ficar em casa por esses dias. Acordei na sexta pensando que as coisas iriam mudar um pouco, mas Anahí continuava deitada na cama, quase não me dizia alguma palavra, ela toma seu café da manhã calada quase todos os dias. Ela não quis receber a visita de ninguém...Está sendo meio difícil toda essa situação. Cancelei minha consulta com a Dra. Alba hoje apenas para ficar em casa cuidando de Anahí. Eu só quero vê-la bem outra vez. 



Estou na cozinha agora preparando o almoço e ela lá no quarto. É horrível essa situação, eu queria ela aqui, mesmo que fosse para ficar me passando a mão, com toques nada discretos ou me abraçando e dando beijinhos em minha nuca, do jeito que ela estava fazendo ultimamente. Eu só queria a minha Anahí de volta logo.Eu preciso dela. 



Estou tão distraída que nem noto o pote com molho de tomate, o som dele caindo no chão e os respingos em minha perna que me fazem perceber.



- Droga! Droga!



Praguejo ao olhar para o chão e ver tudo sujo com molho de tomate. Muito bem, Dulce, você é uma ótima cozinheira e nada bagunceira. 



Debocho de mim mesma, olho em volta em busca de algum pano ou rodo. Alguma coisa que eu possa limpar essa sujeira toda. Será que temos uma dispensa aqui? Provavelmente. Olho em direção a porta detrás que dá no quintal e vejo um porta ao lado, na parede. Como eu não notei isso antes? 



Quando abro a porta, a primeira coisa que vejo são várias prateleiras, no mínimo umas dez. Vejo alguns mantimentos nas prateleiras de cima, produtos de limpeza nas de baixo. No chão vários panos de limpeza, todos coloridos, três vassouras e dois rodos e...O que é aquilo? 



Me ajoelho no chão e me estico para pegar aquela caixa rosa, puxo-a para mim e a pego. É leve, será que tem alguma coisa aqui dentro? 



Vasculho a caixa, tem um enorme laço também rosa no topo, o checo com cuidado e vejo um pequeno bilhete grudado na base do laço. Sei que não devo, mas sou muito curiosa. "Uma nova estrela para o nosso sistema solar" 



O quê?



Acho que não terá problema se eu abrir, certo? 



Com cuidado eu desfaço o laço, abro a tampa e franzo ao cenho ao ver lá dentro uma blusa? Não, sei é o que parece. Pego a blusa na mão e quando a desdobro, posso então confirmar o que é; um macacão de bebê. Prendo a respiração ao ver a estampa de um sol e uma lua fundidos.



Oh não...



Anahí tinha acabado de chegar do serviço, eu estou ansiosa para contar a ela a novidade. Não consegui ficar quieta o dia inteiro, ela subiu para tomar banho e eu estou aqui embaixo a esperando. É agora...



- Dul, amanhã o chaveiro vai vir aqui para consertar a fechadura do banheiro que a senhorita quebrou. - Anahí fala rindo assim que chega a sala. Seu cheiro invade o ambiente, seus cabelos ainda estão úmidos e ela traja apenas um short minúsculo e uma regata do Real Madrid. - Dulce? Ouviu o que eu disse?



- Sim, sim. - Respondo rápido e ela me olha curiosa. - Senta ali, preciso te contar uma coisa. - Vai, amor, por favor.



- Você quebrou alguma outra coisa praticando ioga? 



Reviro os olhos e bufo, seguro nos ombros dela e obrigo-a se sentar no sofá. Anahí cruza os braços e me olha curiosa, opto por ficar em pé mesmo.



- Amor... Você lembra o que nós duas somos?



- Hm... esposas? Amantes? O amor da vida uma da outra? 



- Não, Anahí - Solto uma risadinha. - Quer dizer, nós somos essas três coisas sim. Mas eu estou falando de outra coisa.



- Que coisa?



Pergunta confusa e eu reviro os olhos.



- Eu sou a sua lua, certo? - ela acena que sim com a cabeça. - E você é o meu sol... E nós somos... 



- Um pequeno sistema solar? - Concordo com a cabeça, um enorme sorriso em meu rosto. - Dulce eu não entendi. 



- Amor, minha sorte, linda da minha vida, razão da minha existência. - me aproximo mais de Anahí. - Nosso pequeno sistema solar irá ganhar uma nova estrela. 



O rosto de Anahí passou de curioso para confuso, continuo a olhando esperando que ela entenda o que quero dizer. 



- Eu não... - Balança a cabeça algumas vezes, olho para ela como quem pergunta se ela está falando sério ou apenas se fingindo de lerda. - Espera aí... É o-o que eu estou pensando? 



- Sim, amor. - Meus olhos começam a lacrimejar, o queixo dela caí. - O resultado deu positivo, nós vamos ser mamães. 



- Oh meu Deus, Candy...



Sinto como se tivesse voltado a vida, ou acordado de um pesadelo. Estou um pouco ofegante e sinto meu rosto molhado. Estou chorando. Eu tive uma lembrança. Uma puta lembrança. 



- Dulce? - Ouço a voz de Anahí e solto a caixa guarda o pequeno macacão de volta dentro dela, seco meu rosto da forma que dá e tento fazer o laço outra vez. - Candy onde você... O que está fazendo?



Paraliso ao ouvir a voz dela atrás de mim, lentamente eu me viro para olha-la. Anahí está com a aparência de quem acabou de acordar, bocejando, os olhos inchados e os cabelos cheios, como se ela tivesse acabado de transar. 



-Eu.. Nada, nada. 



Empurro a caixa mais para dentro da dispensa, porém, acabo derrubando uma vassoura. Anahí franze o cenho e chega mais perto.



- Vai se machucar aí, Candy... Dulce.- Fecho os olhos e lentamente solto a caixa. - Você achou. 



Sua voz muda o tom, antes era um rouco de sono, agora era mais algo como uma dor de quem levou um soco na barriga. Respiro fundo e volto a abrir os olhos. Anahí dá dois passos para trás, seus olhos começam a brilhar pelas lágrimas, me levanto de supetão na hora que ela vira para sair dali. 



- Anahí, não. - Com a outra mão seguro em sua cintura, e puxo-a para mim. Ela sufoca um soluça, leva suas mãos até o rosto e abaixa a cabeça. - Não chora, por favor, você não sabe como eu fico mal em te ver assim.



Com jeito, consigo fazer ela virar de frente para mim e me abraçar. Anahí agarra meu pescoço, seu choro baixinho ressoa em meu ouvido. 



- Dói tanto... 



- Eu estou aqui, eu estou aqui. - Aperto meus braços em sua cintura para lhe passar algum tipo de segurança. - Vai ficar tudo bem, meu amor, iremos passar por isso. 



You look so fragile, I could break 



But I try to hold myself together for the both of us, but in truth I'm just as scared. 



Com bastante esforço consegui subir e trazer Anahí comigo, fiz questão de dar banho nela e ficar o tempo todo ao lado dela. Ela está tão frágil e eu estou quebrada, me esforçando ao máximo para vê-la melhor, mas nada parece adiantar. E eu confesso, estou com medo. Medo de não ser o suficiente para fazê-la ficar bem, talvez precisemos de ajuda. Mas eu quero ser o suficiente para ela, da mesma forma que ela é o suficiente para mim. 



-Você não precisava estar fazendo essas coisas por mim. - Escuto ela dizer ao sentar na cama. - Quero dizer, você parece ter parado um pouco sua vida e a sua própria recuperação para ficar cuidando de mim. - Olho incrédula para ela. - Dulce, não é sua obrigação ficar aqui ao meu dispor, você tem uma vida e nem lembra dela, eu estou te atrapalhando. 



- Que merda você está falando? Qual é o seu problema, Anahí? - Minha voz saí mais alta e rude do que eu pretendia, mas no momento não me importo realmente. - Eu estou aqui, po*rra, eu me importo com você, estou fazendo de tudo para te ver bem. Eu disse que ficaria aqui e eu estou aqui. 



- Eu não quero que você fique comigo por obrigação, Dulce! - Ela rebate com o mesmo tom de voz que o meu. - E eu também não quero ser uma po*rra de obrigação. Não quero que pare tudo da sua vida e fique comigo porque alguma coisa te prende a mim. 



- É você, sua idiota! - Grito, meus olhos cheios de lagrimas. - Você que me prende, será que não percebe? É você que me faz querer ficar. Que droga, Anahí, eu só quero que tudo fique bem para que nós duas possamos recomeçar juntas. - Caminho até a cama e subo de joelhos na mesma, vou até perto dela e seguro seu rosto em minhas mãos. Ela também está chorando, em silêncio. - Eu quero ficar, não é por obrigação, é por sua causa, é porque eu quero te ver. Porque eu quero você. 



-Vo-você o que? 



- Eu quero você. - Seco as lágrimas dela com meus polegares. - Eu aprendi a gostar da sua companhia e eu me sinto bem com ela, você me deixa segura e não faz ideia do quão feliz eu fico quando você chega em casa depois de ter passado o dia todo fora. Eu quero você, porque aprendi a gostar de você, Anahí... E a cada dia eu pareço gostar mais. 



- Dulce...



-Shhh, não fala nada, só fica aqui comigo. - Me ajeito em seu colo e sento com as pernas em volta da cintura dela, pego os braços de Anahí e faço ela me abraçar, puxo sua cabeça para o meu colo. - Me deixe segurar você até que tudo isso passe, eu não vou te deixar sozinha. 



Please let me hold you til I know we're both through this... I couldn't lead another day without you here in my arms. 



(Por favor, deixe eu te abraçar até que eu sabia que nós dois passamos por isso... Eu não conseguiria levar outro dia sem você aqui nos meus braços)




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 112



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  • aline_andreza Postado em 31/01/2023 - 01:59:34

    Eitaa

  • tryciarg89 Postado em 20/09/2022 - 17:43:42

    Simplesmente perfeita essa fic,ameiiii

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 21:48:50

    Tenho uma grande paixão por essa fic. Foi simplesmente perfeita. Já li e reli tantas vezes que perdi as contas kkkk

  • Kakimoto Postado em 28/08/2017 - 21:28:13

    AAAAAAAA, Vou sentir sddss, amo tanto essa ficc <3 <3 <3. Ai, elas são mt fofas veii, amo mt mt

  • siempreportinon Postado em 25/08/2017 - 18:47:39

    Amei do início ao fim, viciante! Espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei todas kkkk Parabéns e continue a nos presentear com histórias maravilhosas!!!

  • belvondy Postado em 25/08/2017 - 12:28:38

    Muito top a Web,você já postou outras website portinon?se sim quero saber quais!....postaais webs!

  • Postado em 24/08/2017 - 00:43:09

    Meu Deus olha a hora e aqui comentando rs,Deus do céu Emilly que história maravilhosa que linda, foi,foi,nossa nem consigo descrever oque eu tô sentindo sei que apenas uma história mas me envolvi tanto lendo acho que com todos que leram aconteceu o mesmo,eu chorei de emoção foi lindo de verdade, como muita coisa aconteceu eu não vou conseguir falar de tudo nesse comentário mas saiba que eu amei,muito obg por ter nos dado o privilegio de conhecer essa história, foi uma adaptação espetacular aiiiiii meu Deus eu amei demais,fiquei triste que acabou mas tudo que é bom dura pouco ne,amei elas duas com os filhos,Benjamim, Duda os netos ai foi tudo lindo ameiii, bjs querida! !!

    • Gabiih Postado em 24/08/2017 - 00:45:07

      Meu nome não apareceu trágico kkkk,amei linda bjs

  • ester_cardoso Postado em 23/08/2017 - 19:35:17

    Ahhhhh não acredito que acabou, uma das melhores fanfics que já li. Ameiiiii muito a história, foi perfeita. Amei o casamento delas, o nascimento do Benjamin, as lembranças, os filhos da Duda, o Ben namorando a Demi, e com certeza meu amor maior ver elas juntas e felizes com uma família linda e maravilhosa. E pra mim esse amor é eterno, mesmo que seja fictício, mesmo q não seja real, é muito bom ter uma historia com q se envolver e apaixonar. Obrigado gatinha por proporcionar essa história maravicherry para gente, vc é demais sério. Porque além de nos dar a oportunidade de ler fics perfeitas, vc se envolve com as leitoras de uma forma q ganha o nosso coração. Um enorme beijo pra ti e obrigado por tudo mesmo, Te amo bebê <3

    • Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:58:32

      Sim minha linda, acabou e você não sabe como eu estou triste por isso. Mas satisfeita por saber que a história agradou muito. Confesso que fiquei meia na dúvida em adaptar a história, Pois achei que não ia conseguir mas... O resultado foi bom, acho que mesmo Portinon só existindo em nosso mundo, creio que o amor e amizade que ambas sente uma pela outra, Mesmo que com menos intensidade que na época do RBD, o carinho continua o mesmo. Já vale a pena sonhar com esse trauma que além de tudo e vida e superação. Enfim muito obrigada mesmo... Eu adoro mesmo vocês. Fazer o que!!! vocês são simplesmente :MARAVILHOSAS. Amo todas e tenho um carinho.sem igual por cada uma que se prende os poucos minutos lendo as histórias que posto. Enfim gata. Te amo de coração...

  • laine Postado em 23/08/2017 - 14:53:22

    Muito bom, foi perfeito Que pena que acabou &#128550;

    • Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:42:29

      Sim a fic é maravilhosa, mesmo eu mudando algumas coisa. O foco foi o mesmo da história verdadeira. Que bom que te prendeu assim como me prendeu. E bem infelizmente tudo que é bom tem um fim. Né Mas beijos e até a próxima.

  • Gabiih Postado em 21/08/2017 - 20:29:55

    ai eu estou amandooooo,muito essa história o amor delas é tão lindo,tão magico,tao cativante tão forte,acho que deve ser coisas de vidas passadas eu acredito nessas coisas sabe rs,mas eu espero que esse procedimento novoi de certo,annie quer tanto um filho as duas querem na verdade,e ela merecem,adorei os momentos hoy delas,duas pervertidas kkk adoro posta mais linda,desculpe a comenta mas aqui estou e ansiosa para novos capítulos posta mais!&quot;!!

    • Emily Fernandes Postado em 21/08/2017 - 20:59:27

      Eu também creio em vidas passadas. Acho que o nosso mundo é além do que vemos. E estamos predestinados a o nosso amor. Eu sei, sou uma tola apaixonada. E sonho com isso. Sorte de quem encontra um amor assim....


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