Fanfics Brasil - Capítulo 29 Amnésia (ayd adaptada) finalizada

Fanfic: Amnésia (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 29

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Por Anahí





Vazia!!!!

Se eu puder me definir nesse momento, a única palavra que se encaixa é essa. Porque é assim que tenho me sentido. Vazia, completamente. É como se algo dentro de mim tivesse morrido com o bebê que estava em minha barriga, bem, de fato algo morreu. Uma parte de mim, outra vez. Mas dessa vez eu queria mais do que antes, era a chance perfeita que eu precisava para ter a minha Dulce de volta outra vez, por completo.   



Infelizmente eu não poderei fazer isso.



Não com um filho.



Eu não consigo dar um filho a ela. O quão merda isso é? É meu sonho, embora ela não se lembre, é o sonho dela também. Nós planejávamos isso desde antes de nos casarmos. Era o sonho dela me ver grávida. 



— Você vai ficar tão linda com um barrigão. – Ela dizia e alisava minha barriga sem nenhuma protuberância. — Eu vou te mimar tanto. Será a grávida mais linda do mundo. 



Sinto vontade de chorar ao lembrar desse dia. Era de uns oito anos atrás, na semana em que decidimos ter um filho. Eu deveria dar à luz ao nosso pequeno, fora minha decisão, tanto porque eu queria ser mãe e ela queria me ver grávida, quanto pela carreira que Dulce estava seguindo. Ela estava começando a ganhar uma fama, eu não queria atrapalhar ela com uma gravidez. Eu não poderia ser egoísta com ela, afinal, ela me deu tanto apoio para seguir meu sonho.



E eu queria dar um filho a ela. Céus! Como eu queria. Os olhos dela sempre brilhavam tanto quando ela falava em me ver grávida de um filho nosso. Dulce estava empolgada, muito empolgada. Só que infelizmente não deu certo, eu perdi nosso filho três semanas depois de saber que estava grávida. Foi um dos piores dias da minha vida. 



Lembro que Dulce chorava tanto ao ponto de perder o ar e engasgar com seus soluços quando chegamos em casa. Eu apenas não tive reação nos primeiros dias. Depois entrei em algum tipo de depressão profunda e passei a chorar todos os dias. O pior de tudo, além da minha dor, era ver as pessoas ao meu redor sofrendo por minha causa. Todos me olhavam com dor nos olhos ao me verem afundar cada vez mais. Principalmente ela. Dulce ficou acabada, mas não saiu do meu lado em momento algum. Esteve sempre ali, me dando colo todas as noites e enxugando minhas lágrimas. 



Ela é, e sempre será meu refúgio. Minha sanidade é ela quem mantém. 



Meses depois que me recuperei, resolvemos tentar outra vez, infelizmente a inseminação não deu certo. Então, um mês depois, Dulce decidiu desistir de sua carreira para me dar um filho. Eu juro que tentei impedir, de todas as formas. Disse que poderíamos adotar uma criança, mesmo que demorasse. Mas ela estava decidida. Queria ter um filho, queria me dar um filho. 





Foi a maior prova de amor que ela me deu. Afinal, ela abriu mão do sonho dela para realizar um dos meus. O quão maravilhoso isso é? 



Mimei Dulce de todas formas possíveis, ela merecia o melhor, merece e sempre vai merecer, independente de tudo. Não sei explicar a imensidão do amor que sinto por ela, é algo bem maior do que eu, maior do que tudo. E vê-la grávida de um filho nosso, foi a maior felicidade da minha vida.  Eu realizava todos os desejos dela com um sorriso no rosto, até mesmo quando ela me acordava de madrugada querendo  arroz com chocolate a comer giz de cera com espinafre e sorvete. Ela ficou ainda mais linda com o barrigão de grávida. Eu lembro que acordava de manhã e ficava olhando para ela, a barriga redondinha, onde nossa pequena Duda estava. Ficava horas a admirando, eu fui uma boba, mas gostava daquilo. 



Mimar ela é quase um hobby. O meu hobby.



Dulce... Como explicar o que ela significa para mim? E posso dizer que depois que ela me deu a Eduarda, eu passei a ama-la ainda mais. O que sinto por ela pode ser considerado dependência para alguns, obsessão para outros e doença para aqueles que não sabem o que é amar alguém tanto ao ponto de ser capaz de perder sua vida pela pessoa. Eu arranco o coração do meu peito com as mãos se ela me pedir. 



Assustador? Não, isso é amor. 



Quando eu pensei em desistir dela, foi como se uma parte de mim morresse aos poucos, eu me sentia morrer a cada segundo depois da minha decisão em pedir o divórcio. Eu praticamente vivia em função dela, mas estava difícil ver ela sendo infeliz comigo.



Eu não queria ser a esposa estúpida que faz mal a outra. Eu queria ser o motivo de alegria dela, a razão dela acordar sorrindo todos os dias... Eu queria ser o orgulho dela, não a decepção. E por isso eu desisti de nós. 



Mas quando ela implorou para eu ficar, chorando nos meus braços dizendo que não queria ficar sem mim, que não saberia viver sem mim, que iria mudar... Eu acreditei, eu cedi. E por que? Eu preciso dela, mesmo que não seja por completo. Mesmo se ela não melhorasse 100%. Eu só preciso da minha Dulce. E eu tive naquela semana, ela tinha voltado a ser atenciosa, carinhosa, até fizemos amor outra vez. Nossa, como eu sentia falta de tocar ela da forma que eu gosto, não do jeito rápido e estranho que estava sendo ultimamente. Naquela semana ela se entregou para mim, de corpo e alma outra vez. 



Como na nossa primeira noite juntas. 



E então... Em um dia qualquer ela simplesmente acorda sem memória. Po*rra!



No início eu jurei que era algum tipo de brincadeira dela, quando ela começou a agir como idiota e falar aquelas coisas ruins, eu pensei que ela estava voltando a ser aquela Dulce que eu não queria que ela fosse. A Dulce que eu abri mão. Mas então eu notei algo errado, e depois descobri a razão: Ela tinha perdido a memória.



E como eu me senti?



Naquele momento eu desejei ter a Dulce rude de novo do que a Dulce que não lembrava de me amar. A Dulce que era minha apesar de tudo, não a Dulce que me odiava. Eu fiquei apavorada, com muito medo mesmo. Ela não se lembrava de mim, da nossa vida, da nossa filha... De nada. 



Sabe o que é, você passar anos da sua vida se dedicando a alguém depois de ter lutado por ela até o limite e de repente perder essa pessoa sem nem notar? E o pior, a culpa nem era minha. Nem dela na verdade. Acho que a culpa não foi de ninguém, talvez isso tivesse que acontecer. 



Assim como nosso encontro. 





(...)



Sinto algo molhado tocar minha bochecha, porém mantenho meus olhos fechados. Não quero acordar, prefiro dormir e sonhar que tudo aquilo que aconteceu foi mentira. Que eu ainda estou esperando meu bebê e logo ele irá nascer para a minha felicidade e a de Dulce. Quando decidi fazer uma inseminação escondida de Dulce eu fiz questão de escolher um homem latino, somente para ter a sorte da criança nascer com os traços e os olhos de Dulce. Ficava imaginando um mini Dulce, lindo correndo pela casa, junto com a nossa filha.



Mas isso foi tirado de mim tão repentinamente... Eu nunca teria meu mini Dulce, correndo pela casa, junto com a Duda. Eu nunca serei capaz de dar essa felicidade a ela. 



— Mamã... – Ouço um sussurro em meu ouvido, sinto-me voltar a realidade aos poucos. — Mamã, acorda.



E outra vez algo molhado e macio toca minha bochecha, lentamente abro os olhos, para então me deparar com aqueles olhos cinzas tão perto do meu rosto. Eduarda sorri ao me ver acordada e sua mãozinha toca meu rosto. Suspiro, piscando algumas vezes. Ver minha filha sempre me fez bem, e agora não é diferente. Sorrio para ela e me viro na cama. 



— Oi, princesa.



Minha voz está bem rouca, por conta da sonolência. Puxo Eduarda para meus braços e a abraço. Ela envolve seus bracinhos em volta de meu pescoço e me abraça com força. Deus! Como eu amo esse abraço. 



— Eu estava com saudade. 



Sinto vontade de chorar ao ouvir a voz dela soar tão chorosa. Me praguejo por ter sido estúpida ao ponto de não dar a devida a atenção a ela nesses dias que passaram, idiota por ter me afundado no meu próprio buraco e não cuidar da minha filha. Ela não tem culpa de nada, eu não poderia tê-la abandonado.



Eu sou uma idiota mesmo. 



— Eu também, meu amor, eu também. – A aperto em meus braços, mas sem tanta força para não machuca-la. — Mamã promete te dar atenção agora, tudo bem?



— Vamos poder fazer anjinhos na neve? Está nevando?



— Sério?



— Sim! – Ela grita animada e se solta de mim, minha pequena fica de pé na cama e começa a pular. — Vamos, mamã, vamos brincar na neve. É nossa tradição, lembra? Fazemos todos os anos. 



— Nossa, que animação é essa aqui? — Olho para a porta e meu sorriso aumenta ao ver Dulce adentrar o quarto, ela está vestida com um pijama todo rosa. Isso me faz lembrar quando erámos adolescentes, ela tinha um desse e vivia com ele. Eu costumava chama-la de princesa rosa naquela época por causa desse pijama. Ela está com uma bandeja em sua mão, me sento na cama e fico a olhando. — Bom dia. 



Deseja e coloca a bandeja em cima do criado mudo, depois Dulce apoia as mãos na cama e se inclina para selar nosso lábios. É como sentir o corpo flutuar, não existe sensação melhor que receber um beijo dela. Duda agarra nossos pescoços e nos faz quebrar o contato de nossas bocas, acabo rindo da animação da minha filha e Dulce faz o mesmo. 



— Vamos fazer anjos na neve!



— Oh, é mesmo, está nevando. Mas primeiro, mocinha, vamos tomar café porque sua tia me disse que você não quis comer nada quando acordou. 



— Ela está aí?



— Não. – Dulce pega a bandeja e a coloca sobre minhas pernas esticadas. — Foi comprar as coisas que faltam para a ceia de natal. Por falar nisso, daqui a pouco as meninas chegam para prepararmos tudo. Eu te disse que a ceia será aqui, não disse? 



— Disse sim. – Pego um pedaço de pão e mastigo, Eduarda pega uma maçã e senta na cama. — Nossos pais vão vir?



— Vão. – Ela descasca uma banana. — Os seus devem chegar na hora do almoço, os meus só vão vir mais tarde. 



— Hm... Conseguiu falar com a Angélique?



— Sim. Ela voltou ontem, ela e o Theo viram também. – Bebe um gole do suco de laranja e depois me estende o copo, dou um longe gole. — Casa cheia, para animar você. 



Mesmo que não me sinta totalmente bem, eu abro um enorme sorriso ao ouvir isso. Acho que será bom ter todos eles aqui em casa, preciso distrair a mente um pouco e voltar a ser sociável.



¨ 



Após o café da manhã, diga-se de passagem, super animado. Dulce saiu do quarto e disse que iria arrumar a cozinha, mas antes praticamente ordenou que eu me levantasse e fosse tomar banho logo. Ou ela mesmo o faria. 



Mandona? Imagina.



Depois que tomo banho, visto-me com roupas quentes. Dulce fez questão de vir no quarto mandar eu me agasalhar bem, pois segundo ela está muito frio do lado de fora. Pessoas casadas a muito tempo costumam se irritar com esse tipo de coisa, uma esposa querendo mandar em você e te tratar como filha. Mas eu gosto, é bem ver ela cuidando de mim e voltando a se importar. 



Estou tendo minha Dulce de volta aos poucos.



— Vamos? — Dulce pergunta da porta do quarto, termino de ajeitar minha touca e aceno com a cabeça. Ela nega com a cabeça e vem em minha direção. — Sempre tem alguma coisa torta na sua roupa. – Diz rindo ao ajeitar meu cachecol da forma certo, sorrio sem jeito. — Pronto. 



— Obrigada. – Dulce fica parada me olhando fixamente, franzo o cenho. — O que foi?



— Nada. – Ela balança a cabeça e dá um passo para trás, sorri sem jeito. — É só que... Seus olhos estão bonitos essa manhã, acho que nossa filha te trouxe um pouco de alegria de novo. 



— Não foi só ela. – Confesso, porque ela também é a causa da minha alegria repentina. — Você também me trouxe, e sempre traz... E quer sabe de uma coisa?



— O que?



— É maravilhoso te ouvir dizer nossa filha. 



— É mesmo? – Ela me puxa pela gola do casaco, colidindo nossos quadris. — Então vamos logo. – Sela nossos lábios. — Antes que a nossa filha venha até aqui nos buscar. 



Sorrio e seguro seu rosto, beijando-a de verdade. Dulce suspira em minha boca e envolve meu pescoço com seus braços. Coloco minhas mãos em sua cintura e a puxo um pouco mais para perto, deixando-nos completamente grudadas. Sugo seu lábio inferior com delicadeza, puxo a cabeça um pouco para trás, trazendo seu lábio entre meus dentes. Ela sorri e estica o pescoço, capturando meus lábios outra vez. Iniciamos outro beijo, mais lento. Ela timidamente insere sua língua em minha boca, a sugo forte. Dulce aperta os braços em volta de meu pescoço e arfa. 



— Mamães! Vamos logo! 



A voz da nossa filha vem lá de baixo, rindo desgrudamos nossa boca. Dulce limpa o canto de meus lábios e faço o mesmo nos dela, que ficaram borrados com seu batom. Sorrimos uma para a outra e então nos afastamos.



— Não esquece da luva. 2l



Ela diz e aponta para a cama, onde tem um par de luvas pretas. Bato continência e Dulce revira os olhos, sorrindo. Se vira e saí do quarto, fico alguns segundos encarando a porta aberta e suspiro.



É bom ter isso de volta. 



Por mais que algumas pessoas pensem, Dulce e eu nunca tivemos um relacionamento perfeito, mas não era imperfeito. Temos nossas diferenças, embora sejamos bastante parecidas. Por exemplo, ela prefere comidas salgadas, eu já prefiro as doces. Ela nunca foi fã de esportes, eu sou apaixonada. Dulce é fã de bandas pop, daqueles bem adolescente mesmo? Eu já prefiro um bom rock alternativo, ou bandas indie. Por sorte temos o Blues em comum, ela também ama Jazz. No nosso namoro não erámos aquele tipo de casal perfeito que vai ao cinema de mãos dadas, brigávamos feito crianças por algum desenho, ou brinquedo, passávamos o dia inteiro sem nos falarmos por causa disso. Mas no final da noite sempre estávamos bem outra vez. Não concordamos em muitas coisas, nosso gosto musical não é idêntico, na maioria das vezes não gostamos das mesmas comidas e por conta disso, vivíamos nos provocando. Mas nós nascemos para pertencermos uma a outra, mesmo que nos desentendêssemos as vezes, nascemos para ficarmos juntas. 





Nos transbordamos... E isso é uma coisa que não mudará, nem depois de mil vidas.



A brincadeira na neve está animada, Duda e eu já fizemos dois anjos na neve. Dulce por outro lado, continua péssima nisso. Ela sempre disse que não tem coordenação e força o suficiente para moldar a neve. Pura desculpa, mas ela admite? Nunca. Estou observando ass duas, Dulce e Eduarda estão fazendo uma bola de neve gigante, que segundo elas será a base do boneco de neve. Um sorriso enorme está em meu rosto, impossível não sentir orgulho da família que tenho. Eu não poderia pedir por melhores pessoas.



— Hey, Barbie , pensa rápido. – Ouço uma voz bem conhecida por mim e viro o rosto para procura-la. Péssima escolha. Sinto algo gelado e pesado bater contra meu rosto, logo ouço a risada alta de Maitê. Maldita. — Eu disse para pensar rápido. Perdedora. 



— Sua filha da mãe. – Digo entredentes, tirando a neve que ficou em meu rosto. Olho para Maitê, que está parada a poucos metros de distância de mim. Os braços cruzados e o sorriso de deboche no rosto. — Você não deveria ter feito isso. 



— Se eu fosse você não revidaria, ou eu farei pior. – Sinto-me estremecer com o tom de ameaça dela e o olhar intimidador. Se tem uma coisa que aprendi nessa vida; é nunca provocar ou revidar alguma brincadeira dela. Isso claro se você tem amor a sua vida, e seu cabelo. — Nem acredito que você finalmente saiu da toca. – Vem em minha direção de braços abertos, logo estou envolvida em seu braço. Fazer o que? Não consigo resistir aos carinhos dela. — É bom te ver sorrindo outra vez, sabia disso? 



— Eu sei. – Suspiro e aperto meus braços em sua cintura. Maitê beija minha testa e acaricia minha bochecha. — Desculpa por ter ignorado você todas as vezes em que tentou falar comigo.



— Não precisa se desculpar, eu te entendo. Sei que precisava do seu tempo.



— Muito obrigada por ter cuidado de Dulce durante esses dias que eu fiquei, você sabe... – Nos afastamos. — Obrigada mesmo.



— Nem precisa agradecer, Barbie. Eu sempre vou cuidar dela, e de você também. Somos uma família, e nós duas somos como irmãs, lembra?



— Claro que lembro, irmãs de alma. 58



Sorrimos uma para e outra e ficamos em silêncio durante alguns segundos. Ao ouvirmos as risadas pelo quintal, nos viramos para ver Dulce, Diego e Eduarda brincando de guerra de neve.



— Quer se juntar a eles, irmãzinha? 



— Claro que quero.



..



Depois da brincadeira, exaustiva diga-se de passagem, na neve. Todos entramos para nos limparmos. Logo Cláudia e Troy chegaram com Serena e Will, todas as crianças subiram para o quarto da Duda e nós adultos ficamos encarregados de cuidar do almoço e também da ceia. Claro que Dulce e Cláudia ficaram com a maior parte, afinal, elas que sabem cozinhar melhor. Sinu, Alejandro e Roberta, que veio passar o natal em casa conosco, chegaram pouco depois que o almoço ficou pronto. De tarde quem chegou com meus pais foi Ucher, e em seguida Angelique e o noivo dela, Theo. 



Agora estou sentada na sala, rindo de algumas coisas que meus amigos estão falando. Aquela coisa de sempre, histórias de antigamente e histórias novas. Meus olhos não saem de Dulce, ela está linda, como sempre. Em sua mão tem uma taça de vinho, ela conversa com Maitê e Angelique, sorri o tempo inteiro. Já disse o quão apaixonada sou pelo sorriso dela? Pois então, eu sou estupidamente apaixonada pelo sorriso dela. É maravilhoso. 



— Eu não sei como minha irmã ainda não sumiu. – Cláudia diz rindo e senta ao meu lado, desvio o olhar de Dulce e olho para ela. — Por isso que ela não engorda nunca. 





— Eu não tenho culpa, ok? Gosto de admirar ela. 



— Eu sei, você é uma tola apaixonada por Dulce. Todo mundo sabe. 



— Me deixa. 



— Claro que deixo. – Reviro os olhos ao ouvi-la rir. — Mas olha... Tenta secar aí – toca o canto do meu lábio esquerdo. — Está escorrendo. 



E saí antes que eu possa revidar. Mereço mesmo essa minha cunhada implicante.



Já está de noite, o pessoal está animado. Ninguém para de falar ou rir um segundo. Me sinto bem melhor no meio deles, é bom estar cercada de pessoas que eu amo e me fazem bem. Porém quem eu realmente quero ver, faz mais de cinco minutos que não a vejo. Onde ela foi? 



— Ei, Angel.



— Eu ouvi você chamando a rainha linda e maravilhosa? 



— Por favor, não me sufoque com seu ego antes da ceia de natal. – Revido e Angelique ri. — Você viu a Candy? Não consigo acha-la. 



— A mulher é sua e eu que tenho que saber dela? – Fuzilo-a com o olhar e ela faz sinal de rendição. — Acho que foi lá em cima com a senhora sua mãe, ela queria conversar sobre alguma coisa com ela. 



Arregalo os olhos ao ouvir aquilo, me despeço de Angelique e corro em direção a escada. Só o que me faltava, tomara que dona Maritchelo não cisme outra vez de tentar convencer Dulce a me fazer terminar a faculdade de direito. 



Quando chego no segundo andar, logo ouço risadas vindo do meu quarto. Reconheço de longe a risada de Dulce, sinto-me aliviada. Elas estavam rindo, isso era bom sinal, certo?



— Anahí era muito levada quando criança, vivia aprontando. – Por sorte a porta não está totalmente fechada, e pela fresta posso ver as duas sentadas na ponta da cama. Dulce tem um álbum em suas mãos e sorri para algo nele. — Lembro de uma vez chegar do serviço tarde da noite, de repente ela apareceu toda enfaixada. Dizia ela que não queria ser uma humana mais e estava virando uma múmia. 



Meu Deus, mãe. Por que a senhora tinha que lembrar disso? 



— Isso é a cara dela.



Dulce diz e gargalha, mamãe também ri e concorda. Como é que é? 



— Aqui, essa é a foto que te falei. Anahí raspou metade da sobrancelha, disse que queria ficar igual a mim. 



Oh Jesus! Será que eu não posso voltar no tempo e desfazer essas coisas? 



Continuo ali, ouvindo as duas conversando e rindo como grandes amigas. Para falar a verdade, mamãe sempre se deu bem com a Dulce. Quando fui apresenta-la como minha namorada, eu tive medo que minha mãe a tratasse mal, mas elas ficaram o dia todo conversando. 



— Anahí com certeza já deve ter lhe contado, porém sei que você não se lembra. – Vejo Dulce fechar o álbum e olhar para minha mãe. — Quando ela me contou que era lésbica... Céus, eu entrei em desespero.



— Vocês brigaram?



— Não. Quando ela me contou, eu meio que fiquei sem reação, entende? – Dulce acena que sim com a cabeça. — Veja bem, eu não sou preconceituosa nem nada. Mas foi um choque sim ouvir da minha filha no meio de um jantar que ela era lésbica e estava apaixonada por uma garota. E sabe, eu não a julguei, continuava tratando ela normalmente. Mas sempre tive curiosidade de saber quem era a tal garota que ela estava apaixonada. Achei que era uma daquelas garotas esquisitas que usam moicano e usam roupas masculinas, morria de medo dela levar uma dessas lá em casa. – Minha mãe suspira, faço o mesmo. Eu me lembro disso. — Mas em um uma sexta-feira, eu me lembro bem até hoje. Ela chegou em casa toda sorridente, nunca tinha visto Anahí tão feliz em toda minha vida, te juro. 





Oh, eu também lembro o motivo dessa felicidade.



— Nem mesmo quando ela ganhou o primeiro carro dela ela ficou tão feliz quanto estava. E eu claro fiquei curiosa e quis saber o porquê de toda aquela felicidade. Então ela me disse “Mamãe, irei trazer minha namorada aqui amanhã para conhecer a senhora e o papai”. Meu medo voltou com tudo, passei a noite toda pensando em todos os tipos de garotas possíveis. Mas então... Ela levou você lá em casa. Quando eu te vi, tão educada e bem vestida, me senti completamente tranquila. Eu sei que Anahí deve ter namorado outras garotas, mas você foi a única que ela levou lá em casa para conhecer Enrique e eu. Ela não parou de sorrir um segundo sequer, fazia questão de frisar que você era a garota dela. 



— Sério?



— Muito sério, eu jamais mentiria sobre isso. E sabe o que ela nos disse quando você foi para casa? Disse que iria se casar com você, que você era o amor da vida dela. – Eu ainda me sinto emocionada ao lembrar disso. — Foi a primeira vez que me senti totalmente segura em relação a ver minha filha se relacionando com uma mulher. Depois de conhecer você, e ver o quanto Anahí estava feliz, eu a aceitei de vez. 



É verdade. Depois disso minha mãe me tratava bem melhor, se tornou até mais carinhosa. E era completamente apaixonada por Dulce, incrível.



Essa minha gatinha conquista fácil todo mundo.



— Estou te dizendo isso porque... Mesmo que pareça que Anahi e eu não nos damos muito bem, eu quero o melhor para a minha filha, sempre. – Minha mãe segura no ombro de Dulce e olha bem nos olhos dela. — E eu sei que o melhor para ela é você. Não sei exatamente como a relação de vocês está agora, mas queria te pedir, se não for muito, que você cuide dela. Anahí é meio teimosa e difícil de lidar as vezes, mas é uma garota incrível.



— Eu estou notando o quão incrível ela é. Estamos nos dando muito bem agora. E eu cuidarei dela, com toda certeza, Ticha, pode ficar tranquila.



— Sabe de uma coisa? Minha filha não poderia escolher pessoa melhor para passar a vida ao lado. 



Eu realmente não poderia, mamãe. E mesmo se eu pudesse escolher outra pessoa, Dulce ainda seria minha escolhida.



Ela é minha outra metade, a que me transborda.




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 112



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  • aline_andreza Postado em 31/01/2023 - 01:59:34

    Eitaa

  • tryciarg89 Postado em 20/09/2022 - 17:43:42

    Simplesmente perfeita essa fic,ameiiii

  • aleayd Postado em 08/09/2021 - 21:48:50

    Tenho uma grande paixão por essa fic. Foi simplesmente perfeita. Já li e reli tantas vezes que perdi as contas kkkk

  • Kakimoto Postado em 28/08/2017 - 21:28:13

    AAAAAAAA, Vou sentir sddss, amo tanto essa ficc <3 <3 <3. Ai, elas são mt fofas veii, amo mt mt

  • siempreportinon Postado em 25/08/2017 - 18:47:39

    Amei do início ao fim, viciante! Espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei todas kkkk Parabéns e continue a nos presentear com histórias maravilhosas!!!

  • belvondy Postado em 25/08/2017 - 12:28:38

    Muito top a Web,você já postou outras website portinon?se sim quero saber quais!....postaais webs!

  • Postado em 24/08/2017 - 00:43:09

    Meu Deus olha a hora e aqui comentando rs,Deus do céu Emilly que história maravilhosa que linda, foi,foi,nossa nem consigo descrever oque eu tô sentindo sei que apenas uma história mas me envolvi tanto lendo acho que com todos que leram aconteceu o mesmo,eu chorei de emoção foi lindo de verdade, como muita coisa aconteceu eu não vou conseguir falar de tudo nesse comentário mas saiba que eu amei,muito obg por ter nos dado o privilegio de conhecer essa história, foi uma adaptação espetacular aiiiiii meu Deus eu amei demais,fiquei triste que acabou mas tudo que é bom dura pouco ne,amei elas duas com os filhos,Benjamim, Duda os netos ai foi tudo lindo ameiii, bjs querida! !!

    • Gabiih Postado em 24/08/2017 - 00:45:07

      Meu nome não apareceu trágico kkkk,amei linda bjs

  • ester_cardoso Postado em 23/08/2017 - 19:35:17

    Ahhhhh não acredito que acabou, uma das melhores fanfics que já li. Ameiiiii muito a história, foi perfeita. Amei o casamento delas, o nascimento do Benjamin, as lembranças, os filhos da Duda, o Ben namorando a Demi, e com certeza meu amor maior ver elas juntas e felizes com uma família linda e maravilhosa. E pra mim esse amor é eterno, mesmo que seja fictício, mesmo q não seja real, é muito bom ter uma historia com q se envolver e apaixonar. Obrigado gatinha por proporcionar essa história maravicherry para gente, vc é demais sério. Porque além de nos dar a oportunidade de ler fics perfeitas, vc se envolve com as leitoras de uma forma q ganha o nosso coração. Um enorme beijo pra ti e obrigado por tudo mesmo, Te amo bebê <3

    • Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:58:32

      Sim minha linda, acabou e você não sabe como eu estou triste por isso. Mas satisfeita por saber que a história agradou muito. Confesso que fiquei meia na dúvida em adaptar a história, Pois achei que não ia conseguir mas... O resultado foi bom, acho que mesmo Portinon só existindo em nosso mundo, creio que o amor e amizade que ambas sente uma pela outra, Mesmo que com menos intensidade que na época do RBD, o carinho continua o mesmo. Já vale a pena sonhar com esse trauma que além de tudo e vida e superação. Enfim muito obrigada mesmo... Eu adoro mesmo vocês. Fazer o que!!! vocês são simplesmente :MARAVILHOSAS. Amo todas e tenho um carinho.sem igual por cada uma que se prende os poucos minutos lendo as histórias que posto. Enfim gata. Te amo de coração...

  • laine Postado em 23/08/2017 - 14:53:22

    Muito bom, foi perfeito Que pena que acabou &#128550;

    • Emily Fernandes Postado em 23/08/2017 - 19:42:29

      Sim a fic é maravilhosa, mesmo eu mudando algumas coisa. O foco foi o mesmo da história verdadeira. Que bom que te prendeu assim como me prendeu. E bem infelizmente tudo que é bom tem um fim. Né Mas beijos e até a próxima.

  • Gabiih Postado em 21/08/2017 - 20:29:55

    ai eu estou amandooooo,muito essa história o amor delas é tão lindo,tão magico,tao cativante tão forte,acho que deve ser coisas de vidas passadas eu acredito nessas coisas sabe rs,mas eu espero que esse procedimento novoi de certo,annie quer tanto um filho as duas querem na verdade,e ela merecem,adorei os momentos hoy delas,duas pervertidas kkk adoro posta mais linda,desculpe a comenta mas aqui estou e ansiosa para novos capítulos posta mais!&quot;!!

    • Emily Fernandes Postado em 21/08/2017 - 20:59:27

      Eu também creio em vidas passadas. Acho que o nosso mundo é além do que vemos. E estamos predestinados a o nosso amor. Eu sei, sou uma tola apaixonada. E sonho com isso. Sorte de quem encontra um amor assim....


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