Fanfics Brasil - Capítulo Único - Um Dia Infernal Um Dia de Guerra - A História de Um Guerreiro

Fanfic: Um Dia de Guerra - A História de Um Guerreiro | Tema: Guerra


Capítulo: Capítulo Único - Um Dia Infernal

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O dia estava ensolarado sobre uma marcha de, com certeza, mais de cinco mil soldados. Cada um deles estavam suando dentro de suas armaduras quentes e pesadas. Estavam nervosos, apreensivos e, é claro, com medo. É impossível não senti-lo quando uma guerra pode começar a qualquer instante. A única coisa que se escutava era o soar metálico das botas de ferro a cada passo dos cinco mil soldados, nada além. Nenhuma voz ecoando entre os soldados, nem mesmo os pássaros cantarolavam, provavelmente estão longe o suficiente do campo onde marchavam. Porém, rompendo todo aquele “silêncio”, veio o som das trombetas.



A guerra finalmente havia começado.



Um guerreiro, mas não só ele, escutou o zunir de flechas. Ele olhou para cima e viu o céu azul ser coberto de flechas. Sem pensar duas vezes, postou seu escudo acima da cabeça, um escudo não muito pesado, mas também não era nada leve. Ele escutou os gritos moribundos dos soldados que foram atingidos por estas flechas, assim como alguns dos cavalos, que não saiam impunes de uma guerra. O guerreiro sentiu o pesar de uma flecha brandir contra seu escudo, perfurando o mesmo e parando com a ponta bem próxima de seus olhos. Por um instante, ele observou o sangue jorrando de seus irmãos de juramento, caídos no chão e com alguns morrendo esmagados por seus próprios cavalos. O medo tomou ainda mais conta daquele guerreiro. Ele queria correr, fugir para longe dali com toda sua força, mas está nunca fora uma opção, apenas o medo consumindo-o.



Apenas algumas horas antes, nosso guerreiro havia partindo do Castelo de Cristal, um grande reino que fora chamado com este nome por causa do grande castelo feito por pedras que brilhavam como cristais. Ele havia deixado para trás sua esposa e uma filha de nove anos, pois a guerra contra o reino Floris estava eminente. Deixou-as para trás com a promessa de que ele retornaria.



Portanto, não... não havia opção a não ser ficar e lutar.



O guerreiro apertou o punho de sua espada com força, percebeu que a saraivada de flechas havia cessado, abaixou seu escudo e avançou. Um soldado inimigo vinha montado em um cavalo atropelando vários de seus irmãos de juramento e indo direto em sua direção. Nosso guerreiro manteve a destreza. Com sua espada longa, desferiu um golpe nas pernas dianteiras do cavalo, cortando-a em apenas em único e certeiro golpe. O cavalo desmoronou no chão e o soldado inimigo caiu com o rosto em cima de uma lâmina qualquer. Mas o nosso guerreiro não parou por ai, acertou com seu escudo em um inimigo próximo abrindo sua defesa e cravou a lâmina de sua espada na garganta do soldado inimigo, que provavelmente morreu sufocado pelo próprio sangue, ou até mesmo pisoteado, o que é muito comum em uma guerra.



Gigantes tambores aliados começaram a serem tocados. Tambores em uma guerra é algo mágico, os soldados sentem uma pressão dentro de si, colocando-os em um absoluto frenesi.



Com nosso guerreiro não fora diferente. Em estado de frenesi, ele urrou e avançou mais adentro da batalha sangrenta a sua frente.



– Matar ou morrer. Matar ou morrer – era única coisa que o guerreiro conseguia pensar enquanto matava seus inimigos, sentindo os pesados golpes bloqueados em seu escudo e a sensação prazerosa de ter sua lâmina perfurando a carne de seus adversários, dilacerando-os impetuosamente.



Mas demora questão de segundos para tudo finalmente perder seu rumo.



Nosso guerreiro escutou um “clac”, sua visão começou a ficar turva, sentiu seu sangue quente escorrer pela sua cabeça, recaindo sobre seus olhos, cobrindo-os. O “clac” foi o barulho de seu elmo sendo atingido por uma lança e voando de sua cabeça em seguida. Por um instante, ele sentiu um silêncio no campo de batalha, entretanto, ínfimos instantes depois, fora atropelado por um cavalo.



Agora, nosso guerreiro era mais um moribundo no chão, sentindo os outros corpos mortos recaindo sobre ele. Mais um moribundo inútil para o rei, cujo o reino não conheceria seu nome, ninguém além de sua família choraria e se importaria com ele.



É assim que é a guerra. Desgraça para todos os lados. Uma luta que é comandada por homens que sentam suas bundas quentes em seus tronos desconfortáveis, alimentando seu ego e ganância.



Durante horas e horas a guerra continuou, até o reino Floris ganhar aquela batalha. Já era quase noite quando os guerreiros de Floris começaram a matar os sobreviventes caídos no chão, os soldados do Castelo de Cristal.



Mas ainda não era o fim.



Nosso guerreiro recobrou sua consciência. Ele sentia os corpos mortos acima dele se remexerem. Quando o último corpo fora retirado sobre ele, não pensou duas vezes. Agarrou qualquer coisa no chão ao seu lado e cravou no soldado inimigo. Uma espada quebrada direto na garganta. Seu inimigo engasgou com o sangue, morrendo sem fazer um único pio. Ele deixou o corpo do soldado cair no chão. Nenhum outro soldado fora alertado.



Nosso guerreiro estava coberto de sangue negro e seco. Olhou ao redor, incontáveis corpos mortos o cercavam junto com o cheiro fétido. Olhou ao redor novamente, e viu uma chance em um milhão: montando em um garanhão negro, estava o rei de Floris com sua armadura dourada e com sua coroa de ouro e, ao seu lado, estava o príncipe em sua armadura prateada bem polida. Soldados inimigos distantes. O rei e o príncipe discutiam algo ferozmente, o que poderia explicar os soldados estarem distantes e eles desatentos. Uma chance em um milhão.



– Matar ou morrer – pensou nosso guerreiro enquanto se erguia, pegando um machado de dois gumes e uma machadinha. Ele não sentia seu corpo, apenas o formigamento, então avançou.



O príncipe percebeu a movimentação, mas, ao começar a sacar sua espada, fora atingido no meio dos olhos pelo machado que o guerreiro arremessou. Matar ou morrer. O rei pensou em galopar para longe, porém nosso guerreiro conseguiu atingi-lo na nuca com sua machadinha. Uma, duas, três e quatro. Quatro golpes rápidos e diretos de machadinha até degolar o rei. Com a cabeça do rei, ele poderia dar o de melhor pela sua família em seu reino. Subiu no garanhão, era calmo, e começou a galopar em direção a floresta.



Quando os soldados de Floris perceberam o que havia acontecido, nosso guerreiro já havia sumido escuridão adentro na floresta.



O guerreiro galopou pela estrada em que sabia que não teria soldados do reino de Floris. Ele quase caiu do cavalo muitas vezes, sempre quase perdendo sua consciência, mas o desejo de rever sua família ainda queimava dentro dele, não iria cair. Ele prometeu. Voltaria a qualquer custo.



Ao finalmente ver o Castelo de Cristal, boa parte do reino ardia em chamas. A guerra já havia se alastrado até lá. A preocupação com sua família tomou conta de seu corpo. Desmontou rapidamente do cavalo e começou a retirar a armadura. Poderia se passar apenas por um morador qualquer. Pegou a cabeça do rei, colocou dentro de uma bolsa de couro que estava pendurada no garanhão e passou a alça pelo seu torso. Deu um tapa no cavalo, fazendo-o galopar floresta adentro e começou a descer a montanha.



Utilizando a escuridão e a confusão ao seu favor, esgueirou-se em cantos e becos escuros para não ser visto, o que funcionou. Ao virar na rua de sua casa, dois soldados inimigos estavam vindo em sua direção. Não o reconheceram como um soldado do Castelo de Cristal, mas nosso guerreiro estava apenas alguns metros de sua casa, de sua família, e não iria contar com a sorte.



– Matar ou morrer – pensou o guerreiro se atirando no soldado sem elmo da direita, cravando a machadinha na cabeça, matando-o instantaneamente. O golpe fora tão forte que não conseguiu desgravar a machadinha do crânio do homem. Aproveitando-se da oportunidade, o segundo soldado de Floris cravou a espada no ombro de nosso guerreiro. Ignorando a dor, o nosso guerreiro avançou esticando os braços, fazendo a espada se encrustar ainda mais em seu ombro, mas só parou quando agarrou a garganta do soldado. Os dois caíram no chão, o guerreiro apertando a garganta e o soldado movimentando a espada cravada no ombro. O soldado morreu asfixiado e o nosso guerreiro se recusou a perder a consciência novamente. Ele se postou de pé e retirou a lâmina cravada em seu ombro de uma só vez, cerrando seus dentes de dor para não gritar. Cambaleando, nosso guerreiro caminhou em direção a sua família.



A porta estava aberta. Seu coração acelerou.



O guerreiro adentrou em sua casa e viu sua mulher e filha mortas. As duas estavam despidas com as gargantas cortadas e o sangue escorrendo entre as penas de ambas. Estupradas e depois mortas por aqueles soldados que acabara de matar, provavelmente. O sangue ainda escorrendo provava que foram mortas a poucos minutos. Se ele tivesse chegado alguns minutos antes, poderia ter salvando-as.



Seu mundo desabou.



Nosso guerreiro pegou sua filhinha de nove anos, que tinha cabelos loiros e olhos azuis que nem a mãe, e não cabelo negro e olhos castanhos como ele. Eram lindas. Ele a colocou junto com sua mulher e as cobriu com o um lençol. Sentou-se na cadeira e bebeu a cerveja que estava em uma jarra na mesa em um só gole, sentindo suas lágrimas quentes lavarem seu rosto. Sua mulher adorava cerveja.



– Morrer – pensou. Ele pegou uma corda no baú, subiu na cadeira, amarrou a corda em uma ripa no teto, passou em seu pescoço e pulou da cadeira.



Um certo sábio uma vez disse que verdadeiros guerreiros não podem ter família, pois, um dia, ele terá que escolher entre a honra ou sua família. E, quando este dia chegar, perderemos mais um bom guerreiro.



A história sobre um guerreiro que sozinho matou o rei e o príncipe de Floris em apenas um dia circula por todos os reinos. Um guerreiro sem nome cujo ninguém nunca saberá, porque fora encontrado morto em sua casa, enforcado com uma mulher e criança mortas abraçadas e a cabeça do rei de Floris sob seus pés suspensos e bambos. Muitos não acreditam...



Fim <3 :(




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Autor(a): TioArcanjo

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • TioArcanjo Postado em 02/08/2017 - 20:40:55

    Eu também escrevo outras histórias... Arqueiro Negro, com apenas um capítulo assim como essa. Também escrevo Os Cinco Selos, sendo a minha principal com 109 capítulos e ainda em andamento! Quem tiver curiosidades, procura sobre elas ae Obg por terem lido! Fiquem com Buda e não usem drogas! ;)


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