Fanfic: O Fotógrafo (Adaptada - VONDY) | Tema: VONDY

Essa noite, dormi como pedra, nem me dei conta de quando o Chrsitopher veio se deitar, só sei que acordei com ele me chamando para tomar café. Algo está me incomodando nas atitudes do Chrsitopher , não que eu não goste de ser bem tratada, mas tenho a impressão de que estou vivendo um sonho e logo a realidade vai voltar

à tona e ele vai voltar a me fazer mal.

Levanto e vou até o banheiro escovar os dentes. Chrsitopher faz uma gracinha quanto a eu querer escovar os dentes antes de tomar café, me dizendo que logo vou sujá-lo de novo. Ele me lembra muito a Pâmela nesses aspectos, ela sempre fala algo parecido com isso, tipo: Para que arrumar a cama, se logo vamos dormir de novo e vai bagunçar? Já estou com saudades da minha mãe. Espero que esteja tudo bem por lá e torço muito para que ela tenha ido ver o vermelhinho, sim, esse é o nome que darei ao nosso carro novo, caso ela o compre.

Me junto ao Chrsitopher e tomo meu café que esfriou. Deveria ter vindo tomar o café primeiro como o Chrsitopher havia me sugerido.

Apolo não me ligou nenhuma vez. Será que aconteceu algo com ele? Acho que ele deve estar muito atarefado com seus processos. De alguma forma, sinto falta dele.

Tomamos o nosso café, cada qual com seus pensamentos. Por algumas vezes, pego o Chrsitopher me olhando. Seus olhos, de um azul profundo, me passam tranquilidade, mas meu sexto sentido me alerta quanto a esses olhos serem somente uma armadilha.

Decidimos começar a arrumar as nossas malas para já ficarmos com elas prontas. Nosso avião partirá somente às três da tarde, mas teríamos que chegar ao aeroporto uma hora antes para poder fazer o check-in, e não podemos esquecer que estamos na cidade do caos.

— Você acha que conseguiremos editar a matéria para ela sair no jornal de sábado? Já no sábado? Minha estreia será já nessa semana? Fico nervosa, mas não deixo transparecer.

— Acho que sim, Chrsitopher . Estou mega ansiosa para a minha estreia. Só espero que as pessoas gostem da forma com que eu escrevo.

— Vão gostar. O tema é algo novo, seremos um dos pioneiros a escrever sobre ele.

Chrsitopher está sendo gentil demais. Isso não seria um problema se não fosse pelo fato de eu ter certeza que ele só está agindo assim devido ao que contei ontem. Por mais que meu coração doa, sinto a necessidade de contar a ele o resto da minha trágica história. Conto a ele cena a cena do acontecido, recebendo a todo instante um olhar de indignação. Assim

que termino meu monólogo, Chrsitopher me surpreende. Diz que quer me ajudar a encontrar quem fez isso com meu pai. Pergunto o porquê do seu interesse em me ajudar e a resposta que tenho não me é tão convincente. Mas não posso recusar qualquer tipo de ajuda. Digo a ele o nome da boate e a data que eu fui violentada.Chrsitopher toma uma postura mais rígida e

logo inventa uma desculpa para sair. São apenas dez horas e ele diz que vai ir comprar nosso almoço. Antes de sair, me dá um beijo na testa. Olho para ele, que não diz nada e sai. A porta se fecha e eu corro para a cama. Chorar tem sido meu esporte favorito nas últimas semanas. Choro com todas as minhas forças, agarrada ao meu edredom. Ligo para a Pâmela que, como sempre, demora a atender.

— Alô, Dulc.

— Oi Pâm. — Não consigo disfarçar a voz embargada pelo choro. — Tá podendo falar?

— Dul, o que aconteceu? Você está chorando?

— Pâm, eu contei minha história para o Chrsitopher .

— Por que você fez isso, Dul? Ele te fez algo? Me conta, nega, estou preocupada.

— Ele não me fez nada. Ontem a gente foi a um barzinho e acho que bebi demais. Acabei contando o que aconteceu naquele dia. Hoje, já mais calma, terminei de contar. Falei para ele sobre meu pai e isso está doendo tanto.

— Ai, amiga, queria muito te abraçar nesse momento. Você nunca mais bebeu depois daquela noite. O que deu em você para ir a um barzinho?

— Pâm, eu não queria, mas acho que estou ficando apaixonada pelo Chrsitopher . Eu o convidei para sairmos.

— Minha amiga apaixonada? Isso é sério?

— Vamos parar com a zoação? — Já consigo esboçar um sorriso.

— Ai, Dul, que lindo, minha Fiona apaixonada. Vocês já ficaram?

— Pâm!

— Dulce, só perguntei se vocês se beijaram. Te conhecendo, como conheço, não me atreveria em perguntar se vocês já transaram.

— A gente se beijou sim. Duas vezes e só. Mas foi o suficiente para descongelar meu coração.

— Dul, fico tão feliz. Mas por que você está chorando?

— Após eu contar tudo, ele saiu com uma desculpa de comprar o almoço. Sou uma carga muito pesada para alguém querer carregar.

— Não fala isso, amiga. Você é um tesouro, a pessoa que merecer você, tem que estar disposta a carregar o baú. Mas e o Apolo? Vocês não estavam saindo? Você estava tão animada.

— O Apolo é somente meu amigo, saímos algumas vezes, mas o sentimento que tenho por ele não pode ser comparado ao que tenho pelo Chrsitopher . Estou tão confusa, mas de uma coisa tenho certeza, faria de tudo para ficar com Chrsitopher . —

Nesse momento, a porta se abre e ele entra. Pelo seu olhar, ele ouviu justamente a última frase da minha conversa com a Pâmela.— Amiga, te ligo mais tarde quando estiver no aeroporto. Beijos.

Desligo rapidamente o telefone. Falamos tanto, que nem me dei conta das horas passando.

— Trouxe o almoço, Dulce. Espero que goste de fast-food, pois é isso que teremos.

— Eu gosto sim...

— Dulce, espero que o Christopher o qual você estava falando não seja eu. Você já sabe o que penso ao seu respeito. Não pense que a sua triste história vai fazer com que eu tenha algum sentimento por você.

Quebrado. É assim que sinto meu coração. Percebo pelo seu hálito que ele bebeu, mas isso não lhe dá o direito de falar comigo dessa forma.

— Não era. Eu também sou seletiva. Não costumo sair com pessoas sem cérebro.

Ele ri e vai até a sua garrafa de whisky e se serve de uma dose. Ele toma todo o conteúdo do copo de uma vez e se aproxima de mim.

— Ah, é? Quem sairia com você? Apesar de que agora você está virgem de novo, né?

— Christopher, para com isso. Chega desse jogo de insultos. Isso cansa, machuca. Já entendi que você me odeia e que, no seu ponto de vista, não sou mulher para você. Está feliz? Agora só me deixa em paz. Sinto-o pegar meu braço e me puxar em sua direção. Seu olhar demonstra que ele está confuso tanto quanto eu.

— Dulce, me desculpa, eu não sei o que está acontecendo comigo. Você é muito intrigante e realmente não faz meu tipo, mas desde que te vi, pela primeira vez, não consigo parar de pensar em você e isso está me irritando.

Isso foi uma declaração? Não, definitivamente não. Isso só foi a forma que ele encontrou de me dizer para sair da sua vida. Sei que queria demais esse emprego, mas do jeito que ele começou, não dá para continuar.

— Me solta, Christopher. Acho melhor pararmos com esse jogo de gato e rato por aqui. É vida que segue. Vamos comer antes que esfrie.

— Dulce, não me leve a mal, mas a única coisa a qual eu queria comer nesse momento é você.

Não acredito que ouvi isso. Abusado! Mesmo odiando a forma com que ele falou comigo, meu corpo começa a esquentar e dar sinais que a proposta é tentadora.

— Para com isso, Christopher. Respeite-me. E, por favor, me solta.

— Dulce, vai me dizer que você não tem vontades sexuais. Deixa eu me redimir, prometo ser carinhoso.

Ele fala colado ao meu pescoço, o que me causa arrepios e deixa a minha perna mole. Sinto-me entregue. Preciso agir rápido, antes que eu acabe cedendo.

— Para, Christopher.

— Dulce, somos adultos. Eu te quero e você me quer. Não tem nada de mais em fazermos sexo.

— Christopher, quando eu estiver pronta, não quero fazer sexo. Quero fazer amor.

Ele me solta e sai sentido à mesa com a comida. Fico decepcionada com a sua atitude. Ando lendo romances demais, os quais o mocinho, nesse momento, diz que ama a mocinha e acabam felizes para sempre.

— Dulce, saiba que no momento que voltarmos para Campinas, nada do que se passou aqui voltará a se repetir.

— Eu já planejava isso, Christopher.