Fanfics Brasil - O rapaz do terceiro assento O Assassino da Esquina

Fanfic: O Assassino da Esquina | Tema: Assassinatos misteriosos


Capítulo: O rapaz do terceiro assento

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Éder sentia como se estivesse em um pesadelo, incapaz de reconciliar a imagem da mãe amorosa e protetora com a figura encharcada de sangue que agora há pouco se encontrava diante dele. Sua mente estava em um turbilhão de pensamentos conflitantes, debatendo entre a certeza de que sua mãe era inocente e o medo crescente de que ela pudesse estar envolvida nos horrores que assolavam sua comunidade. Já não existia mais a imagem da boa mãe. Para Éder, ela se tornou uma verdadeira ameaça.


Éder lutava para compreender o terrível acontecimento que se desenrolava diante dele, mas as respostas escapavam como fumaça entre seus dedos. Ele se via preso em um labirinto de incertezas, sem saber em quem confiar, sem ter para onde fugir. E assim, o que restava era apenas o eco angustiante de sua própria perplexidade, enquanto a sombra do desconhecido se projetava sobre sua mente, o lançando em um abismo de desespero e temor.


Edmundo, após um longo tempo pensando sobre o que acabou de vivenciar, enquanto o som da água do chuveiro ecoava pelo banheiro, juntamente com a canção serena cantarolada pela mãe do lado de dentro, decide agarrar um esfregão e um balde de água, se preparando para confrontar aquele líquido vermelho no piso.


O som do esfregão deslizando sobre o piso manchado de sangue fazia Edmundo sentir cada movimento como se fosse uma punhalada em seu próprio coração. Seu estômago se revirava com repugnância a cada cuidadoso trajeto sobre aquela substância viscosa. As caretas contorciam o rosto do garoto, enquanto ele lutava para conter o ímpeto de vomitar.


A mãe emergiu do banho, vestida com roupas limpas e cheirosas, sua aparência serena contrastando de maneira perturbadora com a tensão palpável que preenchia a sala. Seus filhos a encaravam com olhares cheios de medo, como se vissem nela uma sombra do que costumava ser. Com uma tentativa vacilante de normalidade, a mãe quebrou o silêncio tenso.


– Vamos assistir TV? – ela sugeriu, buscando dissipar a atmosfera opressiva que pairava sobre eles. – Tem um filme muito legal passando essa noite.


– Não vamos jantar? – A voz de Edmundo tremia enquanto o esfregão passava rapidamente pelo sangue, como se estivesse desesperado para escapar daquele momento.


– Vamos sim, eu posso fazer uma pipoca para vermos o filme – Sua voz soava frágil, quase suplicante, tentando manter uma fachada de normalidade


– A gente vai jantar pipoca? – Edmundo questiona com a voz cheia de frustração.


A mãe percebeu que sua tentativa de acalmar os filhos havia sido em vão. Éder permanecia no canto da sala, imóvel como uma estátua, sua expressão como um enigma indecifrável que ela não conseguia decifrar. Com um suspiro resignado, ela decidiu tentar dissipar a tensão que pairava sobre eles.


Começou a detalhar cada passo de seu trajeto ao supermercado, como se cada explicação pudesse oferecer uma luz sobre o enigma que os envolvia naquela noite. Os filhos, ainda que relutantes, cedem à aparente normalidade da mãe e se sentam próximos a ela.


Enquanto ela preparava a pipoca e eles se acomodavam para assistir ao filme, uma sensação de desconforto continuava a pairar sobre a sala, como uma nuvem escura prestes a despejar sua tempestade sobre eles. O aroma do milho estourando preenchia o ar, mas não conseguia dissipar a tensão palpável que os envolvia.


Assim, enquanto o filme se desenrolava na tela, os três acabaram adormecendo no sofá, rendidos ao cansaço e ao peso dos acontecimentos daquela noite. Eles não tinham ideia de que, do lado de fora, alguém os observava pela janela.


***


A manhã se anunciava com a suavidade da luz solar invadindo a sala, dissipando lentamente a escuridão que havia envolvido a noite anterior. Enquanto a luz preenchia o ambiente, a família se reunia na cozinha, pronta para começar mais um dia em meio ao turbilhão de acontecimentos que ocorrera recentemente.


Com as aulas suspensas, Éder e Edmundo passam a manhã inteira em casa, buscando desesperadamente por algum vislumbre de normalidade em sua rotina. A mãe, com a ajuda de Edmundo, se esforçava para preparar um café da manhã reconfortante, mas mesmo o aroma acolhedor do café fresco e dos pães recém-assados não conseguia dissolver completamente a atmosfera carregada que pairava sobre a casa.


Enquanto Edmundo já se mostrava mais receptivo à presença da mãe, Éder mantinha-se distante, envolto em seus próprios pensamentos. Éder troca mensagens com os amigos através de um aplicativo de comunicação. Entre as conversas, surgiu a ideia de irem ao cinema assistir ao novo filme da franquia "Zumbis e Massacres", do qual eram ávidos fãs. Apesar dos eventos recentes, a programação no cinema seguia normalmente, como se nada tivesse acontecido. Contudo, havia uma ausência notável: Rômulo não respondia a nenhuma das mensagens enviadas pelos amigos.


Mateus, Zina e Éder decidem ir ao cinema para assistir ao filme. Zina, por sua vez, traz consigo um amigo chamado Túlio, do qual demonstra ter um interesse amoroso, algo que não passa despercebido por Mateus, gerando um clima de desconforto entre os dois.


A trupe de amigos se mostra inquieta com a ausência de Rômulo no grupo de mensagens, e a preocupação os impelia a agir. Antes de se deslocarem ao cinema, decidiram fazer uma visita à casa de Rômulo para convidá-lo pessoalmente. Ao baterem à porta, foram recebidos por Ronaldo, o pai de Rômulo, cujo semblante carregava uma mistura enigmática de mistério e raiva contida. Seus olhos pareciam carregar o peso de segredos sombrios, enquanto sua voz ecoava com uma gravidade sinistra. Ele informou aos jovens que Rômulo não sairia naquela noite, os instruindo a voltarem para casa imediatamente, pois as ruas estavam tomadas pelo perigo iminente. Com relutância, eles se afastaram da casa de Rômulo.


Éder e seus amigos adentram o cinema, o ambiente escurecido e os corredores vazios trazem uma atmosfera pesada. Mesmo com o aviso do pai de Rômulo, a curiosidade e o desejo de assistir ao filme que esperavam por tanto tempo pairava sobre eles.


A sessão começou normalmente, com o som estrondoso e as imagens vibrantes preenchendo a imensidão da tela. Zina e Túlio são envolvidos por um caloroso beijo, desencadeando uma onda de emoções conturbadas entre os amigos. Mateus, encolhido pela raiva, mal conseguia conter sua irritação diante da cena.


Éder, por sua vez, permanecia absorto na tela, buscando refúgio nas imagens que brilhavam diante de seus olhos. No entanto, a paz momentânea é quebrada quando um homem misterioso se senta no terceiro assento ao seu lado. O garoto sente um calafrio enquanto nota ser observado. O homem estava envolto em mistério, seus olhos ocultos por óculos escuros que escondiam qualquer emoção que pudesse estar por trás deles. Um chapéu de aba larga sombreava parcialmente seu rosto, adicionando uma aura sinistra aos seus traços indistintos. Suas roupas são escuras e compridas.


O suspense do filme se desvanecia diante da presença sinistra do homem, e Éder mal conseguia se concentrar na trama que tentara assistir. Seu coração batia descompassado em seu peito, enquanto uma sensação de angústia crescente o consumia por dentro, como se estivesse preso em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Enquanto isso, Mateus, inquieto, tentava chamar a atenção de Zina, cujo interesse parecia totalmente absorvido por Túlio.


E então, em um instante, o homem misterioso se sentou ao lado de Éder, envolvendo-o em uma aura de medo e apreensão. O garoto sentiu seu corpo paralisar e suas mãos começarem a suar frio enquanto o desconforto tomava conta de seu ser, como se estivesse diante de uma presença sobrenatural que desafiava toda explicação racional.


Tudo que parecia tão rígido se desfez em um instante quando o homem misterioso finalmente retirou os óculos escuros e revelou sua verdadeira identidade. Éder mal pôde acreditar no que via diante de si.


– Tá gostando do filme? – a voz familiar de Rômulo quebrou o silêncio tenso, trazendo um alívio inesperado ao coração de Éder.


– RÔMULO? – a surpresa de Éder transpareceu em sua voz, misturada com uma mistura de alegria e incredulidade.


Era realmente Rômulo. Éder respirou aliviado e deu um soco leve no braço do amigo, expressando o alívio de vê-lo são e salvo, mesmo que disfarçado. Rômulo explicou rapidamente que estava se disfarçando para passar despercebido pelo assassino que rondava o bairro, uma revelação que fez Éder arquear uma sobrancelha com surpresa.


– Mas, cara, você chamou ainda mais atenção assim! – Éder não pôde conter uma risada nervosa. – Na verdade, você pode até levantar suspeitas!


Rômulo expressou sua vontade de tomar refrigerante e decidiu ir até a doçaria para pegar. Ele se levantou da cadeira, prometendo retornar em breve, e desapareceu pelos corredores do cinema em direção à lanchonete. À medida que o filme continuava, com zumbis e ataques preenchendo a tela, Éder se via momentaneamente libertado de toda a tensão que permeava sua comunidade. Ele mergulhou na trama do filme que tanto desejou assistir, permitindo-se ser transportado para um mundo de escapismo e adrenalina.


Os minutos se arrastaram enquanto o filme prosseguia. No entanto, à medida que o clímax se aproximava e o filme entrava em seus momentos finais, a ausência de Rômulo começou a pesar sobre a mente de Éder. O amigo ainda não havia retornado para a sessão, e essa preocupação começou a crescer em seu peito.


De repente, gritos ecoaram pela sala escura do cinema, dilacerando a tranquilidade momentânea e inundando o ambiente com um terror indescritível. A sessão foi interrompida abruptamente, e o pânico se manifestou em uma enxurrada de corpos em fuga, todos correndo desesperadamente em direção à saída, impulsionados pelo instinto primal de sobrevivência. Éder se viu envolvido nesse frenesi de terror, seu coração batendo descompassadamente em seu peito enquanto ele se juntava à multidão em sua busca frenética por segurança.


Ao sair da sala, Éder e seus amigos foram recebidos por uma cena terrível que os deixou petrificados de horror: um ataque terrível havia ocorrido no banheiro masculino do cinema. A visão macabra de sangue fez Éder sentir-se como se tivesse sido atingido por um raio, incapaz de processar a magnitude do horror diante de seus olhos.


Enquanto a ambulância chegava apressadamente, uma figura familiar era trazida para fora em uma maca, cercada por paramédicos que lutavam para estabilizá-la. Sangue manchava suas roupas e aparelhos de respiração eram conectados a seu rosto pálido e contorcido pela dor. Éder mal conseguia acreditar no que via, mas quando Zina irrompeu em lágrimas, sua voz estrangulada pelas emoções, a verdade terrível o atingiu como um golpe devastador.


– É o Rômulo! – o grito de Zina ecoou pelo ar, carregado de angústia e desespero.



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Autor(a): danclaudino

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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