Fanfics Brasil - O olhar familiar O Assassino da Esquina

Fanfic: O Assassino da Esquina | Tema: Assassinatos misteriosos


Capítulo: O olhar familiar

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O choque e a incredulidade tomam conta de Éder e seus amigos enquanto observam a maca que carrega o corpo de Rômulo em direção à ambulância. Zina, soluçando, reconhece o amigo em meio àquele cenário caótico, e a realidade sombria da situação se impõe sobre eles como um golpe brutal. A visão é assustadora e aterrorizante. O corpo de Rômulo está pálido e imóvel, manchado de sangue que se mistura com a palidez de sua pele. O rosto imóvel, quase irreconhecível sob as manchas vermelhas que se espalham por ele. Seus olhos, antes cheios de vida e vivacidade, agora estão fechados, como se tentassem escapar da carnificina que testemunharam.


Éder se aproxima, um sentimento de desespero e incredulidade tomando conta de seu ser. Ele quer gritar, chorar, fazer algo para mudar aquela terrível realidade, mas se vê incapaz diante da cena diante de si. Seu corpo está paralisado, suas pernas pesadas como chumbo, seu coração apertado em seu peito. Éder sente um nó se formar em sua garganta, uma sensação de desespero e impotência o envolvendo enquanto ele luta para processar o que acabou de presenciar. Seu coração martela em seu peito, seu estômago revira-se em agonia diante da terrível visão diante de seus olhos.


Os paramédicos trabalham freneticamente ao redor de Rômulo, tentando estabilizá-lo, mas é evidente para todos ali que a situação é grave demais. O ar está carregado com o cheiro de sangue e desinfetante, uma mistura nauseante que enche os pulmões de Éder e o deixa tonto. Rômulo é levado às pressas a ambulância.


Zina e Mateus estão em estado de choque. Lágrimas escorrem por seus rostos enquanto eles observam o amigo em uma maca sendo levado pela ambulância, tão vulnerável e frágil. Túlio, o amigo de Zina, está ao seu lado, tentando confortá-la da melhor forma que pode, mas suas palavras parecem vazias diante do que acabaram de ver.


O ambiente ao redor está caótico, com as pessoas correndo de um lado para o outro, gritos ecoando pelos corredores do cinema. A sensação de terror é palpável, como se o próprio ar estivesse impregnado com a escuridão que se instalou naquele lugar.


Éder olha para o corpo de Rômulo uma última vez, o coração apertado de tristeza e desespero. Ele sabe que nada será o mesmo depois desta noite, que o terror que assola sua comunidade deixou marcas profundas em todos os presentes. E enquanto as sirenes da ambulância uivam ao longe, anunciando a partida de Rômulo para o hospital, Éder se pergunta se algum dia encontrarão paz em meio ao caos que se desenrolou diante de seus olhos.


Mateus segura o telefone com mãos trêmulas enquanto disca o número da família de Rômulo, seu coração apertado por uma angústia palpável. Ele sabe que esta ligação irá trazer uma torrente de emoções indesejadas, mas é necessário. Após alguns longos segundos de espera, a ligação é atendida e ele rapidamente compartilha a terrível notícia com a família de Rômulo, explicando o que aconteceu no cinema e informando que estão todos a caminho do hospital.


***


Na sala de espera do hospital, Laura, mãe de Rômulo, está sentada com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Seu rosto é uma máscara de angústia e desespero, suas mãos tremendo enquanto ela aguarda ansiosamente por notícias do filho. O som monótono do relógio ecoa no ambiente, preenchendo o silêncio opressivo que paira sobre a sala de espera, como um lembrete constante do tempo que passa implacavelmente.


Os amigos de Rômulo estão ao redor de Laura, suas expressões sombrias e tensas enquanto aguardam nervosamente por qualquer sinal de esperança. Zina segura a mão de Laura com carinho, suas próprias lágrimas fluindo livremente enquanto ela tenta oferecer algum conforto à mãe angustiada. Túlio está ao lado de Zina.


Éder está parado em um canto da sala de espera, um peso de culpa pesa em seus ombros como uma âncora. Ele se culpa por não ter ido atrás de Rômulo quando sentiu sua ausência no cinema, por não ter percebido os sinais de perigo iminente. Uma sensação de impotência o consome, fazendo ele se sentir pequeno e insignificante diante da magnitude da tragédia que se desenrolou.


O tempo parece se arrastar interminavelmente, cada segundo que passa é uma tortura agonizante para todos os presentes na sala de espera. Eles estão presos em um limbo de incerteza e desespero, aguardando ansiosamente por qualquer notícia que possa trazer um raio de esperança.


Após muita espera angustiante, finalmente, o médico emergiu da sala de emergência, seu rosto sério e grave ecoando a gravidade da situação. Éder prendeu a respiração, seu coração batendo freneticamente em seu peito enquanto ele aguardava informações sobre seu amigo com uma mistura de esperança e temor.


– O Rômulo não está bem, infelizmente ele entrou em coma – O médico informa, sua voz ecoa como um eco distante na mente de Éder. – Conseguimos estancar a hemorragia, mas ele perdeu muito sangue. Vamos mantê-lo sob observação intensiva.


O mundo parecia desmoronar ao redor de Éder, uma sensação de desespero e desolação se instalando em seu peito enquanto ele processava a terrível notícia. Seus amigos estavam tão devastados quanto ele, e o hospital solicitava que apenas os pais de Rômulo permanecessem para receberem mais informações. A despedida foi dolorosa, cada um carregando consigo o peso da preocupação e da incerteza em relação ao amigo que agora lutava pela vida.


Ao retornar para casa, Éder foi recebido pelo abraço acolhedor de sua mãe e Edmundo, que já aguardavam sua chegada, cientes do que acontecera devido à mensagem que Éder enviara do hospital. Assim que sentiu os braços da mãe envolvê-lo, Éder desabou em lágrimas, um dilúvio de emoções transbordando de seu ser. Ele repetia incessantemente que poderia ter evitado o que aconteceu, lamentando amargamente a trágica situação de seu amigo. Sua mãe, com palavras gentis e gestos de carinho, tentava confortá-lo, mas a dor era profunda e penetrante.


Após horas de choro e angústia, Éder finalmente sucumbiu ao cansaço e se deitou em sua cama, seu corpo exausto e sua mente tumultuada. Sua mãe permaneceu ao seu lado, acariciando suavemente seus cabelos enquanto ele mergulhava em um sono agitado, assombrado por pesadelos sombrios e perturbadores. Edmundo também adormeceu em seu quarto, a tensão e o cansaço daquele dia avassalador pesando em seus ombros.


Já é tarde da noite. A mãe adormeceu ao lado do filho mais velho. Chove do lado de fora. A chuva caía com uma intensidade avassaladora lá fora, como se o céu também compartilhasse da dor e tristeza que assombravam o coração de Éder. Trovões reverberavam pelo céu, preenchendo o ambiente com sua retumbante voz, como se fossem o lamento da própria natureza. A casa estava mergulhada em uma escuridão opressiva, iluminada apenas pelos lampejos dos relâmpagos que rasgavam o céu. O som dos trovões ecoava pela casa, preenchendo o ambiente com uma aura de inquietação.


Em meio aos sons da tempestade, uma figura sinistra adentra a casa da família de Éder, deslizando silenciosamente pela casa como uma sombra faminta. Seu rosto e fisionomia são ocultados pelas sombras. Seus passos eram leves e sutis, seus movimentos tão ágeis e precisos quanto os de uma pantera à espreita. O desconhecido alcançou a cozinha e, com um movimento rápido e furtivo, retirou uma faca afiada da gaveta, a lâmina reluz sinistramente à luz dos relâmpagos.


O desconhecido, movendo-se como uma sombra na escuridão, avançou silenciosamente pelas escadas, seus passos cautelosos mal faziam um som. Sua respiração era controlada, treinada para não emitir nenhum ruído que pudesse alertar suas presas. Ao chegar ao topo das escadas, se depara com a porta entreaberta do quarto de Edmundo. Com um movimento suave, ele a abriu, um leve rangido ecoando pelo corredor, mas não o suficiente para acordar o menino que dormia tranquilamente.


A figura desconhecida observou Edmundo dormindo serenamente, sua expressão calma contrastando com a tensão que emanava do invasor. Num instante, ele se aproximou do garoto e, com um gesto rápido, cobriu sua boca, sufocando qualquer grito que pudesse escapar. Edmundo acordou em pânico, seus olhos se arregalaram de terror ao se deparar com o rosto sombrio da pessoa que o segurava, a lâmina reluzente brilhando ameaçadoramente na penumbra.


Enquanto o desespero se apoderava dele, Edmundo procurava desesperadamente por uma saída, uma esperança de salvação naquele cenário de pesadelo. Seus olhos se fixaram na lâmina afiada, sua mente em tumulto tentando entender o que estava acontecendo. Os olhos do intruso eram familiares, mas naquele momento de terror, Edmundo não conseguia identificar quem era o responsável por aquela invasão assustadora. Com lágrimas escorrendo por suas bochechas, ele lutava para gritar, mas sua voz era abafada pelo pânico que o envolvia.


Num momento de desespero supremo, Edmundo conseguiu morder a mão do invasor e soltar um grito estridente que rasgou o silêncio da noite.


– MÃÃÃÃÃE!!! – Edmundo sentiu a voz rasgar em sua garganta.


O som reverberou pela casa. O grito de socorro do garoto cortou o ar, alertando sua mãe e Éder, que acordaram sobressaltados e correram para o quarto de Edmundo.


No entanto, quando chegaram, encontraram apenas o garoto sozinho e aos prantos, abraçando seu travesseiro como se fosse sua única âncora de segurança naquele momento de horror. Ele tentou explicar o que tinha acontecido entre soluços de medo, enquanto a mãe o envolvia em um abraço reconfortante, tentando acalmar seus tremores.


Éder sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao notar as pegadas molhadas e o rastro de água que se estendia pelo corredor, como marcas sinistras deixadas por uma criatura sobrenatural. Seu coração batia descompassado, o medo pulsando em suas veias enquanto seguia o rastro em direção às escadas, cada passo um desafio contra a escuridão que o cercava.


O corredor estava imerso em uma penumbra opressiva, os relâmpagos iluminando intermitentemente o caminho de Éder, revelando vislumbres fugazes do terror que havia invadido sua casa. Ao alcançar as escadas, ele engoliu em seco, forçando-se a continuar, apesar do medo que o dominava. As pegadas molhadas o guiaram até a porta dos fundos da casa, que estava entreaberta. Com um gesto rápido, Éder a fechou e trancou.


Com o coração ainda pulsando com adrenalina, ele voltou apressadamente para o quarto de seu irmão, onde encontrou sua mãe já discando freneticamente para a polícia, seu rosto pálido e tenso refletindo a urgência da situação.


***


Com a chegada da polícia e a busca meticulosa em toda a casa, nenhuma pista concreta foi encontrada. Apesar da ausência do intruso, a sensação de segurança foi comprometida, deixando a família de Éder em um estado de alerta constante. A promessa da polícia de fazer rondas noturnas e revisar as imagens das câmeras da rua trouxe algum conforto, mas a tensão permanecia palpável no ar.


Edmundo, ainda abalado pelo terror que viveu, se agarrou à mãe em busca de conforto e segurança. Ele se recusava a retornar ao seu próprio quarto, preferindo a proximidade da mãe para acalmar seus temores.


Éder passou o restante da noite em um estado de alerta tenso, os minutos parecendo se arrastar enquanto ele se perdia em um mar de pensamentos sombrios. Quando finalmente a luz do amanhecer invadiu seu quarto, um raio de sol penetrando através da cortina entreaberta, Éder se viu obrigado a enfrentar a dura realidade do novo dia que nascia. Com um suspiro pesado, ele se ergueu da cama, seus olhos ainda carregados de preocupação e ansiedade.


À medida que o dia amanhecia lá fora, o sol começando a dissipar as sombras da noite anterior, Éder permanecia mergulhado em pensamentos turbulentos. Os recentes acontecimentos envolvendo Rômulo e Edmundo pesavam em sua mente. Cada detalhe daquele fatídico dia se repetia incessantemente em sua mente, como se sua mente estivesse presa em um ciclo interminável de recapitulações angustiantes.


Éder passa pelo corredor e ouve a mãe e Edmundo conversando na cozinha. Ele desce as escadas e os encontram. A família conversa sobre o ocorrido. Edmundo, ainda atormentado pelos vislumbres da noite anterior, deixou escapar um suspiro pesado, suas palavras carregadas de uma angústia profunda enquanto ele tentava articular os fragmentos de uma memória perturbadora.


O irmão mais novo se lembra vagamente dos olhos. Os olhos que o encaravam com tanto ódio. Por um momento, uma clareza tomou conta de sua mente, Edmundo conhecia aquele olhar. Ele não tinha certeza absoluta, mas por um instante, ele juraria que estava certo.


– Aqueles olhos... – sua voz tremula, carregada de angústia – Aqueles olhos eram do pai do Rômulo. Eu me lembro deles quando, sem querer, eu pisei no seu pé enquanto corria no casamento dos pais da Zina.



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Autor(a): danclaudino

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