Fanfic: Menina Má - Vondy | Tema: rebelde

Santiago estacionou o carro de qualquer jeito e saiu em passos rápidos até sua casa, parecia que todo o seu corpo estava em chamas, tamanha era a sua raiva.

- O que você tem, primo? - perguntou Malvina, se levantando, ao ouvir a porta abrir bruscamente.

- Onde está Dulce!? - Gritou derrubando dois vasos com lírios no chão.

- Er...ela está lá no quarto. Mas o que houv...- não conseguiu completar pois ele subiu as escadas como um raio - Santiago!

Dulce se preparava para dormir. No último mês a sorte havia andado lado a lado com ela, o que era ótimo. Pablo fora condenado, Santiago morreria logo e ela ficaria rica e livre para ficar com quem realmente a interessava, Christopher. Eles haviam se aproximado bastante, sempre se encontravam quando ela ia visitar o marido. Claro, ainda não havia acontecido nada entre eles, mas isso não significava que ela não passava todo o tempo seduzindo-o. E Dulce tinha quase certeza que controle dele estava chegando ao fim.

Ela não poderia negar mais, estava apaixonada. Nunca havia se sentindo tão ligada a alguém sem ter envolvimento algum. Tudo nele a agradava: a voz, seu cheiro de homem forte e viril, o modo como a olhava, não via a hora de poder se entregar aquele sentimento por completo.

- Meu amor, chegou cedo - sorriu ao ver o marido entrar no quarto, indo abraça-lo. Estranhou quando os braços dele não a envolveram de volta. - Que cara é essa?

- Como é possível fingir tão bem? - murmurou fitando a janela aberta. Dulce franziu a testa, jogando as mãos para cima da cabeça.

- Que nova calúnia Malvina inventou sobre mim agora? - Ela esgasgou quando ele segurou seus braços com violência.

- Deixe minha prima fora disso. Quem mais sabe do seu envolvimento com Pablo? - Dulce arregalou os olhos, empurrando-o para longe.

- Você está louco? Pablo me violentou! Como tem coragem de me acusar dessa maneira? O que pensa que eu sou!? - gritou.

- Uma vagabunda! - sua mão a acertou em uma bofetada. Dulce caiu no chão, a mão indo direto para o lado direto do rosto que começava a formigar. - Eu já sei do seu caso com Pablo e que inventou toda aquela história de estupro para que ele não me contasse nada! - Santiago montou em cima dela, suas mãos se fecharam em seu pescoço, apertando. - Como você teve coragem? Eu te dei meu nome sua imoral! - Dulce não podia respirar, tentava lutar contra ele mais era inútil.

- Me solta! - gritou quando finalmente se livrou de suas mãos, rastejando até se chocar contra a parede. - Como pode pensar isso de mim? Você sabe que eu seria incapaz, meu amor. Essa pessoa que inventou isso quer acabar com a nossa felicidade, além disso não existem provas! Você não pode acreditar!

- Você quer provas!? - enfiou uma das mãos no bolso da calça social tirando a pequena presilha entregada por Pablo. - Pois aqui está! - jogou-a nela, que continuava no chão. - Vai negar agora, Dulce!? Vai negar que se deitou com o meu funcionário bem nas minhas costas!?

Dulce trincou os dentes, olhando para o objeto dourado com ódio. Aquilo só poderia ser obra de Pablo. Mas como?

- Isso não é meu, Santiago! Por favor meu amor, eu amo só você, nunca estive com ninguém depois que nos casamos!

- Cala a boca, Dulce! Nunca mais vou acreditar em você. Confesse que foi pra cama com aquele miserável por vontade própria! - Dulce quase rosnou de ódio, se pudesse mata-lo apenas com o olhar, o faria ali mesmo.

- Você quer ouvir a verdade? Pois bem - se levantou, massageando o pescoço dolorido e apontando o dedo para ele. - Sim, Santiago, sim eu me envolvi com Pablo! Dormi com ele em todos os lugares daquela joalheria. E não só com ele, mas com qualquer funcionário que me interessasse. E quando me cansava deles inventava um motivo qualquer para que fossem demetidos. - riu - E sabe porque? Porque nunca estive apaixonada por você, se me casei foi por interesse! Você nunca soube me satisfazer como mulher e não tinha remorço algum quando procurava em outros o que você nunca soube me dar! 

- Como pude ser tão cego? Malvina sempre me alertou sobre você e eu nunca lhe dei ouvidos.

- Pois é. No fim, sua priminha sempre teve razão. Por que não vai agradecer a ela?

- E tudo isso porque, Dulce? Me diz! Por dinheiro? Eu te amei!

- So que eu não! E agora você sabe. Vai fazer o que? Me expulsar desta casa? Fique a vontade, eu já tenho outro lugar pra ir! - gritou indo em direção ao closet, mas antes que passase por ele Santiago a agarrou pelos cabelos, colocando-a de joelhos.

- Vai pra casa de um de seus amantes? Só por cima de mim. Será possível que não sente vergonha de se comportar como uma prostituta!?

- Me solta! Eu te odeio, não entendeu? Sinto nojo de você e agora que já sabe não tenho mais que ficar te suportando. Além do mais, estou apaixonada por outro e vou procura-lo! - o aperto firme de Santiago se intensificou fazendo Dulce gritar.

- Descarada! - levantou a mão livre para acerta-lá, mas sentiu uma forte dor no peito que o fez cair no chão se contorcendo. Era agoniante, não conseguia mais respirar e sua visão se perdeu em borões.

Dulce ao se dar conta do que estava acontecendo, correu para alcançar um dos travesseiros. Santiago agonizava e ela se ajoelhou ao lado de seu corpo.

- Vá para o inferno - presionou o travesseiro no rosto do mesmo, para que sufocasse mais rápido. Quando o corpo dele parou de lutar, ela se levantou colocando o travesseiro no mesmo lugar e saindo no corredor gritando por socorro.

Uma das empregadas ouviu os gritos e correu para atender a patroa. Malvina vinha logo atrás.

- O que houve, senhora?

- Corre, Elisa, vai chamar uma ambulância! Santiago está no chão desmaiado!

- Ai meu santíssimo! Sim, senhora.

Dulce sorriu ao ver Malvina correr para o corpo do primo jogado no chão.