Fanfic: Menina Má - Vondy | Tema: rebelde

Era a última noite dos dois no Havaí, a segunda lua de mel em comemoração a um ano de casados havia sido curta pois Santiago tinha negócios pendentes em Nova Yorque.

- Me desculpe por ontem, meu bem - ele rastejou beijando os pequenos pés da amada sobre a cama. Dulce o olhou por cima do livro que lia. Estava de joelhos no final da grande cama do hotel, beijando seus pés como se ela fosse a própria Cleópatra.

Ela sorriu orgulhosa. Adorava tê-lo assim, louco de paixão por ela, satisfazendo todas as suas vontades. Aliás, não só ele, como todos os homens de sua vida.

- Fico feliz que tenha me dado ouvidos, querido. Só quero o seu bem. - sorriu e Santiago contemplou seus lábios marcados e sensuais. Ela estava tão linda que seria capaz de vender sua alma ao diabo para beija-lá.

- Amanhã voltaremos casa e eu a levarei para jantar aonde quiser assim que sair da empresa. - prometeu, sentando-se ao lado dela e beijando suas mãos.

- Prefiro eu mesma te encontrar na empresa. Estarei lá assim que der sua hora. Quanto mais cedo sairmos de lá, melhor - disse com sua vozinha mandona.

- Como quiser, querida - beijou seus lábios e então soltou uma risada despreocupada. - Sabe, em você gosto de tudo. Mas o melhor é o seu jeito de falar.

Era engraçada e original, seu inglês misturava-se com o sotaque espanhol que se recusava a deixar sua língua. Dulce riu de sua idiotice fingindo uma falsa vergonha, ele a beijou encantando demais para falar.

-------

Já em Nova Yorque ela respirou aliviada por finalmente estar em sua casa, lá seria mais rápido e fácil executar o seu plano. Seu telefone vibrou dentro da bolsa, bufou ao ver que era sua irmã Vera.

- Olá, hermanita

- Ainda se lembra que somos irmãs? São cinco meses, Dulce! - ela revirou os olhos com o drama da irmã.

- Tá bem, eu andei ocupada, sabe como é vida de recém casada, tive que cuidar do meu marido. Mas estou bem, hermanita, obrigada por perguntar. 

- Nem sabíamos se estava viva. Liguei várias vezes e você nunca atendeu. Você sabia que a mãe adoeceu? Claro que não, deve estar bastante ocupada desfrutando de um dinheiro que não é seu!

- O que houve com a mamãe? -  Vera suspirou.

- Caiu e fraturou a coluna no trabalho. A cirurgia é muito cara, não temos condições. Odeio ter que recorrer a você mas é a única que pode, você seria uma puta suja se não ajudasse! Ela é sua mãe!

- Eu já disse pra ela parar com essa coisa de lavadeira. E também cansei de mandar cheques gordissimos para ajudar vocês e eles sempre serem enviados de volta!

- Ela ainda tem muita mágoa pelo o que aconteceu, Dulce. Você foi embora sem nem olhar para trás, se casou com um homem que vc nem conhecia.

- Mando um cheque até o final do dia. - ignorou seu comentário.

- Ótimo. - bufou do outro lado da linha. - Sentimos sua falta, apesar de tudo. Dulce sorriu, não sentia falta alguma da vida que levava. Talvez um pouco de seus familiares, mas nesse um ano havia conhecido tantos lugares e tantas pessoas que agora os achava mais repugnantes do que nunca. 

- Ricardo ainda é apaixonado por mim? - riu alto.

- Até parece que não. Vive perguntando de você e jura de pé junto que se o Garcia não tivesse aparecido ele te conquistaria e vocês ficariam juntos pra sempre.

- Que idiota! - gargalhou. - Realmente ele não me conhece. Eu só ficaria pra sempre com um homem que fosse muito, mas muito rico e poderoso. E ele certamente nunca será.

- E se o dinheiro não trouxer a felicidade, hermanita?

- Felicidade eu não sei e nem me interessa saber o que é. Mas tenho certeza que não é essa coisa brega e romântica que você e Ricardo imaginam. O dinheiro dá segurança, luxos, permite aproveitar a vida sem preocupações. É a única felicidade para mim.

Um choro de bebê invadiu a ligação e Vera se despediu para cuidar da filha. Dulce suspirou satisfeita, finalmente estava vivendo a vida que lhe era de direito, seu único empecilho para aproveitar ainda mais era o traste doente de seu marido. Mas logo se livraria dele e então cairia no mundo com seus milhões.