Fanfic: Menina Má - Vondy | Tema: rebelde

Algumas semanas depois, Dulce anunciou sua gravidez em um jantar que dera em sua casa. Todos celebraram a vinda do bebê, inclusive Arthur que fez o pedido de casamento ali mesmo. Queria fazer tudo nos conformes para que o filho nascesse já em uma família completa.

A partir dali, Dulce era paparicada por todos os lados. Até seus sapatos ela não calçava mais, segundo sua mãe os primeiros meses eram os mais perigosos e todo cuidado era pouco, as empregadas que faziam tudo.

O casamento foi simples, apenas o juiz e as testemunhas de ambos. Arthur prometeu dar-lhe um casamento digno assim que o bebê nascesse, ela concordou sem muito entusiasmo. Semanas após o casamento, tiveram de se mudar para Chicago pois Arthur recebera uma proposta de trabalho imperdível de uma clínica muito importante da cidade. Dulce bateu o pé, não queria deixar Nova Yorque. Já era difícil o bastante ser mãe de primeira viagem, imagine sozinha em um lugar desconhecido. Mas Arthur estava irredutível e disse que não seria uma morada permanente, apenas alguns meses até se estabilizarem, e ela acabou cedendo.

A gravidez de Dulce fora tranquila, estava sempre pendurada ao telefone com Anahí, sua mãe e Vera perguntando se isso ou aquilo era normal numa gestação. Quase sempre se pegava conversando com sua barriga, amava tanto aquele bebê, apesar de nem conhecê-lo tinha certeza que era o ser a quem mais amava no mundo.

Sempre se lembrava de Christopher e pensava em como seria bom viver aquilo com ele. Não haviam conversado muito sobre filhos, mas o suficiente para ele lhe revelar o trauma que seu pai havia lhe causado e de que, se algum dia fosse um, daria o melhor de si.

Os dias se passaram e os meses que Arthur prometera viraram cinco anos.

- Leonardo Alexander Martim Saviñon! - chamou-o num tom de advertência - Que bagunça é essa? - apontou para uma parte da parede do seu quarto repleta de tinta.

Léo abaixou a cabeça, fazendo um biquinho de choro.

- Não briga comigo, mamãe. A tia Nany disse que eu podia brincar com as tintas - Dulce riu pegando o filho cheio de tinta no colo. Anahí e seus presentes, pensou.

Uma vez, no natal, havia dado uma espécie de chocalho ao garoto. Ela tivera que sumir com o brinquedo, se nao ficaria louca. Anahí, sua mãe e Vera sempre iam visita-los em datas comemorativas.

- Eu e Anahí vamos ter uma conversinha depois. E você sapequinha, precisa de um banho - fez cócegas em sua barriga, sentando-o na pia.

Enquanto enchia a banheira, olhou para o filho que balançava as perninhas na pia. Era incrível sua semelhança com Christopher. Por mais que ela odiasse admitir, era a cópia perfeita. Leonardo tinha os cabelos cacheados e os olhos brilhantes perfeitos iguais aos do pai. Fora os trejeitos e a mania de franzir o nariz sempre quando ficava nervoso. A única coisa que o filho herdara dela foi uma pinta redonda no antebraço esquerdo, fora isso, era um verdadeiro Uckerzinho, como Anahí dizia.

- Papai! - gritou pulando nos braços de Arthur que entrou no banheiro. O coração de Dulce apertou ao ouvi-lo dizer aquela palavra. Aliás, desde que Léo havia aprendido a chamar Arthur de pai ela não tinha mais sossego. Um sentimento horroroso de culpa dominava seu corpo.

- Oi, filhão. Vejo que se divertiram hoje, em - riu ao notar seu jaleco branco sujo de tinta.

- Anahí acha que nosso filho tem vocação para artista - zombou pegando o menino de volta e tirando suas roupas.

- Ah, já sei, outro daqueles presentes - riu ao ver a cara chorosa da mulher ao asentir - Tenho uma novidade!

- O que? - colocou Leonardo dentro da banheira.

- Semana que vem voltaremos para Nova Yorque! Tivemos uma reunião hoje e decidimos transferir a clínica, não é otimo? - Dulce deu um sorriso forçado, acenado com a cabeça. Não que não quisesse voltar, queria e muito. Mas a ideia de Leonardo na mesma cidade que o verdadeiro pai a perturbava.

- É...ótimo. Obrigada, Arthur - ele acariciou sua bochecha, sorrindo.

Com os anos o ortopedista Arthur Martim se tornou muito influente em Chicago e em outros pequenos municípios. Apesar de adorar morar ali, sabia que Dulce estava infeliz longe da família e ele queria fazer de tudo para que ela e o filho fossem o mais felizes possível.

- Tudo pela mulher que eu mais amo no mundo. - deu-lhe um selinho.

- Eca! - Leonardo reclamou e os dois riram.