Fanfic: Menina Má - Vondy | Tema: rebelde

- Declaro aberta a audiência de guarda unilateral movida pelo autor Arthur Martim em face do reu Christopher Von Uckermann - o juiz Cortez abriu a sessão, sentando-se à frente dos quatro homens.

Robert Cortez era um homem de meia idade e juiz há muitos anos, estava cuidando do caso de Dulce e, consequentemente, de tudo que a envolvesse.

Arthur e Christopher se encaravam com olhares mortais, um de frente para o outro, ao lado de seus advogados que se preparavam para discutir a questão.

- Excelência, o meu cliente passou anos sem saber da existência do menor e agora, como pai biológico, ele deseja reivindica-lo. Entendemos os direitos do senhor Martim por ter assumido o papel de pai, mas a guarda unilateral deve ser do senhor Uckermann. Podemos oferecer visitas semanais. - o advogado de Christopher começou.

- O autor concorda com a proposta aberta? - o juiz perguntou à Arthur e seu advogado.

- Não concordamos, Meretíssimo, pois o meu cliente sempre esteve ao lado do menor até mesmo antes de nascer. E visando o melhor para a criança, para que não se crie uma confusão mental nela, a guarda deve permanecer com o doutor Martim - o advogado de Arthur retrucou.

- Doutor Martim, poderia, por favor, explicar brevemente o porque de estar entrando com a ação?

- Excelência, entrei com a ação pois minha esposa, Dulce, fugiu com o meu filho e o deixou com o senhor Uckermann, que desde então não me deixa mais ter contato com ele.

- Porque não conta ao juiz como quis leva-lo a força!? Leonardo me contou que há algum tempo você já não era tão presente e que vivia bêbado! Porque estão quer a guarda do meu filho? Para larga-lo em alguma creche de tempo integral?

- Bebia para esquecer o caso que você tinha com a minha mulher, seu desgraçado!

- Ordem! - o juiz disse com firmeza, batendo seu martelo.

- Excelência, peço desculpas pela alteração do meu cliente - o advogado de Arthur disse olhando-o com reprovação - Ele já está há muitos dias sem ver o menor e isso o aborrece, já que tem o amor de pai pela criança. Não é justo que agora um estranho fique com a guarda.

- Protesto, excelência! - o advogado de Christopher interviu - Meu cliente passou cinco anos longe do menor justamente por não saber da paternidade, ou seja, por negligência da mãe. O que não é justo é ele continuar sem o seu próprio filho.

- Senhor Uckermann, o senhor tinha uma relação extraconjulgal  com a acusada em questão?

- Não, Meretíssimo. Isso é uma paranóia do doutor, por ciúmes. Eu e Dulce fomos noivos há muitos anos, ela engravidou e eu nunca soube.

- Paranóia!? Eu vi vocês dois aos beijos na cafeteria! Como tem coragem de dizer que estou inventando? - levantou-se.

- Ordem! Não vou repetir outra vez, doutor Martim!

- Excelência, privar o menor de conviver com o verdadeiro pai para deixa-lo sob os cuidados de um desequilibrado seria muito prejudicial à criança nessa fase de formação em que o mesmo se encontra.

- Protesto, Meretíssimo! O meu colega está ofendendo o meu cliente com suas acusações infundáveis.

O juiz Robert suspirou, aqueles eram casos muito difíceis de se resolver pois se ele tomasse a decisão errada a vida inteira de uma criança seria prejudicada.

- Porque quer a guarda unilateral do menor, doutor Martim?

- Porque, apesar de ter sido enganado, eu o amo como meu filho, eu o conheço como a palma da minha não. O que o senhor Uckermann sabe sobre ele? Exatamente, nada. Eu não o considero uma boa escolha, Excelência.

Christopher cerrou o maxilar, respirando fundo quando o juiz lhe fez a mesma pergunta.

 - O senhor tem filhos, Excelência? Acredito que sim. Imagine se, num dia qualquer, um amor do passado resurge e vira o seu mundo de cabeça para baixo dizendo que você é pai há cinco anos. Até agora eu estou meio em choque, confesso. Posso não ter presenciado quando ele disse a sua primeira palavra, quando deu seu primeiro passo ou até mesmo não tê-lo acompanhado em seu primeiro dia na creche. Mas o amor que eu sinto é tão grande que essas coisas se tornam minúsculas quando estou com ele e vejo como ele aprende mais a cada dia, e eu não estou disposto a perder mais nada. Se você ganhar a tutela dele, Arthur, eu marcarei outra audiência e outra, e outra, até que Leonardo volte para casa comigo, onde é e sempre será o lugar dele.

O advogado de Christopher agarrou seu ombro em forma de apoio ao vê-lo tão emocionado.

O juiz Robert pediu dez minutos de pausa para decidir a questão e se pôs a pensar.

Arthur não lhe pareceu convincente em suas palavras, agiu o tempo todo como se a criança fosse o troféu que ele ganharia naquele dia, mas ele não poderia estar mais errado.

- Depois dessa longa audiência, pude ver os dois lados e, confesso, é a primeira vez que vejo dois pais brigarem por uma criança. E, contudo, minha decisão é óbvia. A guarda unilateral do menor Leonardo Alexander Martim Savinon é de Christopher Von Uckermann perante a lei de hoje em diante.

- Mas isso é um absurdo! Você não pode fazer isso! - Arthur exasperou levantando-se.

- Eu sou o juiz aqui e comporte-se se não quiser ir preso por desacato, doutor.

Furioso, o homem saiu da sala sendo seguido por seu advogado.

- Antes de encerrar o caso, gostaria de saber se o senhor quer ter a guarda compartilhada com Dulce, a mãe do menor.

Christopher, que até então comemorava com seu advogado, ficou sério.

- Na verdade, tem algo que eu quero pedir, se o senhor puder fazer, excelência. É sobre Dulce.