Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon
3 de Dezembro de 2014. - Primeiro ano da faculdade.
Um mês se passou desde o primeiro encontro não formal entre Dulce e Anahí As duas garotas combinaram em manter a relação em segredo enquanto construíam algo sólido somente delas, o que não foi uma tarefa difícil, qualquer estranho poderia notar o grude que tinham se tornado desde que se conheceram. Maitê e Zoe sabiam que havia algo por trás dos abraços demorados, enormes sorrisos e olhares brilhantes, sério, ninguém pega a mania de buscar a amiga na faculdade todos os dias se essa amizade não for no mínimo colorida, mas como boas amigas que eram, e a mando de Zoe, Maitê se manteve calada sobre o assunto e esperou que as amigas decidissem contar a verdadeira situação quando estivessem preparadas.
Naquele dia em especifico, era uma sexta-feira ensolarada com o céu limpo e ar fresco. Anahí e Dulce tinham ido ao Central Park depois de Juilliard para fazer o que mais gostavam: Nada. Anahí estava sentada com as costas apoiada numa árvore com as pernas esticadas enquanto lia o segundo volume do livro sobre Direito Tributário para o trabalho que o Mrs. Forbes tinha passado para a semana após o natal; sua mão direita sustentava uma caneta marca texto amarela e a esquerda repousava carinhosamente no peito de Dulce que estava esparramada no gramado verde com a cabeça apoiada em suas coxas. A pequena mantinha toda a sua concentração no livro Morro dos Ventos Uivantes e, ao lado do seu corpo, descansavam dois copos vazios de cappuccino de chocolate, as chaves do carro e a mochila amarelo extravagante de Dulce.
Anahí deixou sua cabeça pender um pouco de lado quando a leitura se tornou enjoativa para observar a garota deitada em seu colo; ela era perfeita, não era? Não se lembrava de sentir-se tão inteiramente feliz antes de conhecê-la e agora elas estavam apenas ali, contemplando a companhia uma da outra enquanto desfrutavam de um delicioso fim de tarde sem precisarem necessariamente de palavras.
- Amor? – a mais nova chamou sem tirar os olhos do livro.
Anahí foi desperta de seu transe com a voz sonolenta de Dulce.
- O que?
- Você está tirando minha concentração me encarando dessa forma.
Anahí arqueou uma sobrancelha curiosa e ao mesmo tempo divertida, então fechou o livro com o marca páginas e o abandonou ao lado da mochila desistindo por completo dos estudos naquele momento.
- Como sabe que a estou encarando?
- Eu sempre sei. – concluiu Dulce satisfeita virando uma página do livro. Os dedos da mão direita da pequena traçaram movimentos negligentes sobre a mão esquerda de Anahí em seu peito. Cada cócega enviou arrepios pelo braço de Anahí e para sua clavícula, e isso a fez sorrir idiotamente com cada pequeno toque, porque eles eram tão importantes quanto declarações de amor. – Está fazendo de novo.
- Desculpe, boo. – Anahí ajustou o laço rosa nos cabelos castanhos com carinho e trilhou com o dedo indicador até a clavícula exposta pela camisa da pequena. – Que perfume está usando?
- Um que meu primo Augusto me deu no meu aniversário, por quê? – perguntou curiosa também deixando o livro de lado ao levantar o olhar para Anahí que suspirou perguntando-se quando tinha se tornado tão sortuda.
- Tem cheiro de marshmallow. – concluiu brincando agora com a mão de Dulce que repousara os olhos no céu como se houvesse algo realmente importante lá.
Anahí tinha em mente que precisava controlar seu coração, ele continuava acelerado mesmo depois de um mês.
Ele sempre acelerava. E sempre aceleraria assim como no primeiro beijo que se tornou o segundo, e depois terceiro e quando deu por si tinha parado de contar porque era praticamente impossível raciocinar com a língua de Dulce traçando linhas inimagináveis em sua boca.
- Eu gosto de marshmallow - comentou a pequena com a expressão concentrada como se lembrasse de algo importante. – quando eu era pequena dizia a mim mesma que um dia me tornaria um marshmallow.
Anahí a olhou com desdém, agora mais do que nunca tinha certeza que havia se apaixonado por uma pessoa totalmente estranha.
- Amor, eu não quero estragar sua infância, mas não tem como se tornar um marshmallow. – segurou o riso vendo a mais nova cerrar os olhos encarando-a novamente. – A menos que você se fantasie de um.
- Eu poderia fazer isso. – rebateu espreguiçando-se gostosamente enquanto sentava na grama somente para arrancar mais um suspiro de Anahí com seus cabelos desarrumados e o moletom cinza do Ed Sheeran amarrotado. – Assim como minha carta de Hogwarts que deve ter se perdido em algum lugar. - a expressão preocupada de Dulce fez Anahí soltar um longo riso e cobrir o rosto para que não acertasse grama em seus olhos quando foi atacada pela pequena. - Não seja estúpida, Anahí. Você é uma trouxa e trouxas não recebem cartas de Hogwarts. Fim.
Anahí não se aguentou com a fofura daquela cena e puxou o tronco de Dulce de forma que ela deitasse em seu colo como se ninasse um bebê preguiçoso. Anahí flexionou os joelhos apoiando o corpo da mais nova, e ambas ficaram com os rostos praticamente colados.
- Você é muito chata, sabia? – implicou dando um beijo casto nos lábios de Dulce . Mais um salto em seu coração. – Eu amo tanto você.
Com os olhos brilhantes, Dulce segurou o rosto de Anahí com as duas mãos que estavam cobertas pela manga do moletom e traçou pequenos movimentos na pele que era facilmente marcada.
- Eu também amo você,Anie . – disse com doçura fechando os olhos enquanto se aconchegava mais ao peito de Anahí. – Vou sentir sua falta esse final de semana.
- Eu também vou. – respirou levando sua mão direita até o cabelo de Dulce para um leve carinho. – Mas minha mãe está enlouquecendo com minha ausência nos finais de semana em Miami, e ainda tenho Taylor que parece não melhorar...
- Você disse que ela conseguiu engordar. – estranhou a mais nova abrindo os olhos para encontrar os azuis um pouco mais escuros que o normal. – Aconteceu algo?
Anahí pensou por um momento repassando a conversa que tivera com Taylor pelo Skype na noite anterior.
- Acho que ela está com depressão. Ela precisa de alguém que a entenda e eu quero estar lá, sabe? Meu pai não é e nunca foi uma pessoa fácil de lidar, ele sabe exatamente como estragar o psicológico de uma pessoa.
- É claro que eu sei. – Dulce puxou a mão de Anahí que estava em seu cabelo e entrelaçou com a dela. – Eu gostaria de conhecê-la, acho que teria muito que conversar com Taylor.
- Sim, duas depressivas reclamando sobre a vida. – riu quando recebeu um beliscão no braço. – Nossa relação está se tornando uma versão mais real de Fifty Shades of Grey, eu tenho infinitas marcas pelo corpo e você é a autora de todas elas, Dulce.
- Falando assim parece que fazemos sexo selvagem toda noite. – a pequena provocou mordiscando o queixo de Anahí e deixando um beijo no pescoço perfumado. Anahí fechou os olhos amaldiçoando Dulce por ser tão provocativa quando queria. – E eu não tenho culpa se você é branquinha feito a branca de neve.
Dulce soltou um suspiro contente, deixou seus olhos fecharem e pressionou os lábios contra os de Anahí. O vento girava em torno delas, árvores balançavam, pássaros cantavam, e os cães latiam alegremente à beira do lago do outro lado do campo. Quando se separaram, Anahí passou a olhá-la com total admiração como fazia sempre que tinha seus olhos nela, mas também havia uma ruga de preocupação escorrendo em seus olhos. Estava preocupada porque escondiam o que tinham há um mês, nem mesmo suas melhores amigas sabiam e esse sentimento parecia tão certo para ser escondido daquela forma, que era como se pudesse explodir a qualquer momento. Ela queria fazer aquilo, Dulce também queria que ela o fizesse por mais que nunca o tivesse dito em voz alta... Precisava tornar as coisas entre elas oficiais. O que lhe faltava era coragem. E como sempre acontecia, Dulce a leu, como se Anahí fosse seu livro favorito de todos os tempos, e se inclinou pressionando um beijo assegurador em seus lábios.
Era exatamente o que Anahí precisava: uma razão para não falar.
- Meus pais querem que você passe o natal lá em casa. – Dulce murmurou de olhos fechados enquanto deixava pequenos beijos na bochecha de Anahí . – Sei que provavelmente vai voltar à Miami, apenas saiba que o convite está feito.
Anahí abriu e fechou a boca sentindo-se profundamente tentada a aceitar o convite. Passar o natal ao lado de Dulce seria como assistir a uma comédia romântica estrelada por Ryan Gosling e Rachel Mcadams.
- Eu não vou prometer, mas posso tentar, ok?
Dulce sorriu satisfeita e voltou a fechar os olhos no aconchego dos braços de Anahí que apenas a observou pegar no sono para um breve cochilo, afinal, elas tinham todo o tempo do mundo agora que a faculdade dispensara os alunos para o natal. Anahí recostou-se ainda mais na árvore e deixou que seus olhos percorressem cada traço desenhado perfeitamente do rosto de Dulce. Aqui estava ela, capaz de amar alguém que ela nunca pensou poder amar, uma garota. Capaz de gritar em plenos pulmões para quem quisesse ouvir que tinha encontrado sim, a sua outra metade da laranja, que contos de fadas existiam sim, que finais felizes era questão de perspectiva. Ela estava feliz. Como quando ganhou a boneca que batia palminhas e cantava o abecedário no natal quando tinha sete anos, ou quando patinou pela primeira vez no lago congelado em Ohio com dez anos; lembra-se de fechar os olhos enquanto seus pés deslizavam com maestria no gelo como se fizesse isso desde sempre, como se tivesse nascido para aquilo, como se não houvesse pessoas à sua volta assistindo seu desempenho com uma interrogação no rosto devido ao seu sorriso incontido e os olhos fechados. Porque ela estava feliz.
E era o mesmo sorriso que lhe escapava dos lábios agora observando atentamente o peito de Dulce subir e descer lentamente, a pequena linha desenhada e localizada no entre o meios de suas sombrancelhas, os lábios carnudos, convidativos. Os olhos fechados com a leveza de quem está espiritualmente em paz.
É como quando você assiste uma hora perfeita do seu seriado preferido e não quer ter que desligar a TV.
Anahí amava o fato de conhecer Dulce todos os dias como uma pessoa nova, de conhecer cada pequeno detalhe que a tornava ainda mais bela aos seus olhos como, por exemplo, sua antipatia por rock pesado, a alergia ao pelo de gato, que sua cor preferida era vermelho, que música alta lhe causava dor de cabeça; que ler livros a transportava a outros mundos, que entre pudim e sorvete ela preferia a morte, que o café sempre seria forte; que dias chuvosos sempre seriam melhor que dias ensolarados e que Rachel do seriado Friends era sua personagem favorita.
A noite logo chegou acompanhada da brisa gelada de dezembro e pequenos pontos brilhantes enfeitando o céu. Dulce se mexeu despertando aos poucos com uma careta de quem não está pronta para despertar, a pequena abriu os olhos apenas para encontrar os lindos olhos azuis e cintilantes jorrando amor por ela. Anahí a puxou mais contra seu corpo para aquecê-la e a mais nova respirou em seu pescoço perguntando-se internamente se poderia nunca mais sair do seu mais novo cantinho favorito.
- Hora de ir para casa, dorminhoca. – brincou Anahí apertando seu nariz em brincadeira.
Dulce bateu na mão de Anahí quando a mais velha a estendeu para ajuda-la a levantar.
- Não deveria ter me deixado dormir. – resmungou guardando os livros dentro de sua mochila e recolhendo os copos do chão. – Agora vou perder o sono e vou te encher o saco de madrugada, não duvide disso.
Anahí esticou o braço pegando a mochila de Dulce e a jogando no ombro direito enquanto sua mão esquerda entrelaçava com a da mais nova depois de verificar se o perímetro do parque estava vazio.
- Eu não vou me importar com isso. Mas não posso dizer o mesmo de Emma, você sabe, ela é louca.
Dulce riu lembrando-se de que Emma era a única pessoa que sabia sobre elas uma vez que as flagrou num amasso na cama de Anahí quando, supostamente, deveria estar na casa do namorado. Elas nunca mais esqueceriam a cara de quem viu o demônio de Emma ao passar pela porta do quarto e do escândalo sobre sexo no dormitório que também era dela. Mas depois de vários berros, que provavelmente todo o campus ouviu, ela deu sua benção e prometeu sigilo sobre o que tinha presenciado.
- Mal posso esperar para contar à Maitê e Zoe. – disse Dulce e esperou até que Anahí destravasse a porta para entrar. – O que acha que elas vão dizer?
- Bom, considerando o nível de perceptividade de Maitê... Arrisco dizer que ela já sabe. – comentou entregando a mochila a mais nova com cuidado antes de girar a chave na ignição e sair com o carro do acostamento. – Vejo a forma como ela nos olha quando estou lá, é quase felino, como se ela dissesse eu sei o que vocês fizeram no verão passado.
Dulce ligou o som despreocupadamente procurando por alguma estação realmente interessante, não que fosse fácil considerando que as músicas de hoje em dia serviam apenas para falar de bunda, peito e sexo.
- Ela não assistiu a esse filme. Podemos assistir na próxima festa do pijama, não é?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu não quero, oras. Vamos assistir The vow.
O silencio recaiu sobre elas onde Anahí sabia que estava sendo fuzilada pelos olhos castanhos, mas tudo o que ela mais queria era segurar o riso antes que pagasse por isso.
- Quando você se tornou tão irritante? – perguntou Dulce se fazendo de cínica e encontrando uma estação onde tocava músicas menos recentes. – Oh, eu conheço essa música.
É claro que ela conhecia. If I ain't got you era uma das músicas mais conhecidas de Alicia Keys e com certeza Anahí não ficou nem um pouco confortável naquele carro com Dulce imitando, ou tentando, imitar um rebolado no banco do passageiro. Anahí estacionou o carro em frente à casa dos Savinon onde apenas a luz da sala e varanda estavam acesas na espera de Dulce. Anahí tentou abrir a porta do carro sentindo mais calor que o necessário naquela noite fria, mas sentiu as mãos macias de Dulce a puxarem de volta.
- O que...? – tentou argumentar, mas foi surpreendida pelo peso do corpo da mais nova em seu colo. Seus olhos rapidamente correram para a varanda e sua respiração alterou rapidamente ao sentir aquele contato mais íntimo. – Pequena, o que está fazendo?
- O que acha que estou fazendo? – choramingou forçando seu quadril para baixo com um pouco de força extra, fazendo a Anahí arfar.
Anahí tinha as mãos travadas no volante como se dependesse daquilo para viver, a adrenalina em seu corpo fundida entre o medo dos pais de Dulce a poucos metros e a excitação que crescia entre elas à medida que Dulce continuava rebolando em seu colo. Vinha sendo assim desde o maldito vinte oito de novembro, quando ela, sem querer, deixou-se levar pelo momento no quarto da mais nova quando Fernando, Blanca e Cláudia não estavam em casa. Elas estavam na cama se beijando por um tempo quando decidiram que precisavam de um contato a mais, e sem perceber, a perna de Anahí roçou entre as pernas de Dulce fazendo-a gemer pela primeira vez contra os lábios da namorada. Foi uma surpresa para ambas que ficaram se encarando por um longo tempo sem saber o que dizer e com os rostos corados.
Era a primeira vez para as duas e nenhuma delas sabia como tocar o próprio corpo, quanto mais o de outra pessoa.
O que não podiam negar, no entanto, era a onda avassaladora que as dominava a cada nova descoberta sobre seus corpos em momentos íntimos.
- Alguém pode ver... Amor... – tentou sem sucesso e grunhiu quando seu lábio inferior foi sugado sem piedade por Dulce. – Deus...
Dulce quebrou o contato se afastamento vagamente, mas Anahí a alcançou mandando o autocontrole ao inferno. Ela foi para frente pressionando ainda mais seu corpo ao borbulhante de Dulce que soltou uma risadinha amável envolvendo os braços ao redor do pescoço que ela aprendera a amar. Anahí tinha a respiração descompassada, o pulso batendo como uma marreta e o coração acelerado quando deixou que suas mãos envolvessem a cintura de sua amada com força.
E ela a beijou de novo e de novo. Ela não podia parar. Ela explodiria se parasse e Dulce estava muito satisfeita em continuar. Suas bocas abriram mais uma vez e suas línguas deslizaram uma contra a outra se amando naquela dança lenta. Anahí acariciou a língua maravilhosa de sua garota, quase a adorando, a venerando como sua submissa. Anahí não poderia prová-la o suficiente e eventualmente isso deixou Dulce desesperada por ar e se afastou da loira.
- Baby... - Dulce respirou pela primeira vez.
Ela era o pecado disfarçado de anjo.
Seus olhos se encontraram. Peitos ofegantes e lábios inchados. Dulce olhou nos olhos agora quase negros de Anahí sentindo-os ancorá-la mais do que a regular cor de cristais azuis. Suas mãos encontraram o rosto de Anahí, polegares traçando suas bochechas, sua linha da mandíbula e os seus lábios. Ela nunca disse baby antes, parecia algo mais íntimo. Ela não sabia se poderia continuar com isso. Não sabia o que isso significava. Não sabia se foi isso o que fez esses lindos olhos escurecerem. Deus, ela não sabia de mais nada. Então Dulce inclinou-se, o enorme sorriso intacto, e capturou Anahí em outro beijo. Controlado desta vez. Ela tomou a boca de Anahí e seus quadris deslizaram deliciosamente juntos, seus peitos pressionados firmemente e os braços da menor emaranhados nos cabelos caramelos de Anahí.
Anahí desviou os olhos para a varanda certificando-se de que não havia ninguém, então trancou seu olhar de volta na garota em cima dela e não pode conter seu próprio sorriso.
- Seu pai pode aparecer a qualquer momento.
- Eu não ligo. - Dulce ronronou mordendo o queixo de Anahí. – Nós poderíamos subir ao meu quarto agora, o que acha?
A ideia fez uma corrente elétrica percorrer o corpo de Anahí que respirou algumas vezes imaginando uma Dulce com cara de marshmallow para espantar os pensamentos.
De nada adiantou, no entanto.
- Sim, eu adoraria que seu pai usasse aquela espingarda que ele tem pendurada na sala acima da lareira.
Dulce riu tranquilamente parecendo não se importar com a ideia de estar a poucos metros da varanda de sua casa onde a qualquer minuto alguém poderia sair e vê-las em uma situação não muito agradável.
- Você também quer me tocar. Tanto que está tremendo em baixo de mim nesse exato momento.
Anahí engoliu em seco e olhou novamente para a varanda. Francamente, onde estava a garota doce e inocente que se importava apenas com a música e os clichês da vida?
- Estou confiando que você não vai fazer nada que me faça perder o controle. – disse com a voz rouca que deixou Dulce ainda mais acesa.
- Você não vai querer confiar em mim, não nessa parte, Anahí. - ela riu e se inclinou para pressionar os lábios no ouvido de Anahí. - Você desperta um lado meu que nem mesmo eu conhecia...
Anahí sentia-se tão inocente por pensar que estivera em problemas antes. Dulce foi audaciosa o bastante para chupar o lóbulo de sua orelha, depois morder sua mandíbula e atrás da orelha, onde sua língua entrou em ação. Isso causou arrepios diretamente entre as pernas de Anahí.
- Oh, Deus! - ela gemeu e empurrou a mais nova para o banco do passageiro com a respiração descontrolada.
- Sério, Anahí? – Dulce perguntou decepcionada e observou a loira encostar a testa no volante enquanto recuperava o controle.
- Olha, me desculpe, ok? Eu prometi a mim mesma que não chegaríamos a esse ponto enquanto não pedisse sua mão ao seu pai.
Ela simplesmente jogou para fora o que tinha a dizer e não quis olhar a expressão de Dulce suavizar-se e um brilho terno nascer ali, as intenções sexuais de segundos atrás sendo totalmente esquecidas.
- Você vai pedir minha mão?
Anahí levantou a cabeça a olhando com tanto amor que Dulce duvidou que elas estivessem realmente juntas, como um casal; que a sorte a tivesse escolhido para que Anahí fosse dela e ela fosse de Anahí.
Isso era tão perfeito.
- Eu pretendia assim que voltasse de viagem. Acho que já adiamos demais e eu não consigo perder mais tempo não sendo sua namorada.
Elas sorriram uma para a outra mostrando o amor pleno que havia em seus olhos, somente entre elas. Estavam tão apaixonadas que começavam a conhecer até mesmo as feições do rosto que diferenciava as mudanças de humor uma da outra.
Anahí recebeu um beijo na bochecha ao mesmo tempo em que esticou o corpo no banco de trás pegando uma caixa média em forma de coração.
- Comprou um presente para mim? – a mais nova perguntou enquanto desciam do carro e caminhavam até a varanda.
- Não. Dessa vez comprei um presente para a sua irmã. – fez um bico engraçado, mas Dulce apenas sorriu alegre. Elas foram até a porta da frente e ficaram se encarando por longos momentos, gostavam disso mais do que admitiam. Ela abaixou a cabeça e Anahí segurou seu rosto com a mão esquerda. – Amor? – sussurrou. – O que houve? Está chorando.
Dulce balançou a cabeça limpando ás lágrimas com a manga do moletom e sorriu timidamente, dessa vez, envergonhada.
- É só que eu estou realmente feliz.
Anahí puxou a pequena para os seus braços e a aconchegou com todo o amor que tinha a oferecer. Elas ficaram assim por mais alguns minutos, Anahí acariciando suas costas com as mãos enquanto o rosto de Dulce repousava delicadamente na curva do pescoço de Anahí aspirando o perfume cítrico da mesma.
- Eu também estou feliz. – disse em seu ouvido antes se separarem ao ouvirem as conversas dentro de casa. Dulce aproveitou para roubar um rápido beijo de Anahí que por pouco não teve uma síncope. Não estava acostumada com esse tipo de adrenalina. – Você vai acabar me matando.
Em resposta recebeu uma piscadela maliciosa. Dulce abriu a porta de casa depois de enxugar os olhos na manga do moletom e entrou com Anahí logo atrás; o clima lá dentro era mais quente com uma música leve que Anahí descobriu ser blues, Claudia e Blanca estavam sentadas no carpete em frente à lareira desenhando alguma coisa enquanto Fernando lia algo no sofá.
Tal pai, tal filha.
- Chegamos. – anunciou Dulce deixando sua mochila no sofá e atraindo todos os olhares da sala.
- Dul! – Claudia exclamou levantando-se rapidamente e pulando nos braços da irmã. – Oi, Anahí. – disse tímida, aproximando-se com cautela e recebendo um longo abraço apertado da loira que tinha o presente escondido atrás das costas.
- Olá, Claudia. – disse dando um beijo na bochecha da garotinha. – Eu estava passeando pela cidade hoje quando me dei conta de uma coisa.
- O que? – ela perguntou inocentemente.
Todos tinham parado para observar a interação das duas.
- Logo vai começar a nevar e eu acho que todos devem ter um amiguinho para brincar na neve. – Claudia continuava sem entender, então ela tirou o embrulho de trás das costas e o revelou para a garota que arregalou os olhos soltando um gritinho de exclamação. – Opa! – riu quando recebeu um super abraço em troca.
- Não acredito que Anahí está mimando essa garota, já não basta Dulce. – comentou Blanca aproximando-se de Anahí e lhe dando um abraço. – Obrigada pelo presente, realmente não precisava.
Cláudia correu até o meio da sala já rasgando a embalagem, mas ela parecia ter um pouco de dificuldade no processo então Dulce foi ajudá-la.
- Eu diria que Anahí mima nossos dois bebês, Blanca. – comentou Fernando chegando logo atrás com os olhos cerrados para Anahí que engoliu em seco. – Não que isso seja algo ruim, é claro.
O casal começou a rir, era quase como se eles combinassem esse tipo de tortura com Anahí.
- Ai meu Deus! - exclamou Claudia e todos os olhos correram para a figura de uma garotinha agarrada ao personagem Olaf em forma de pelúcia. – Olaf, eu amo o Olaf! Obrigada, Anahí!
Dulce deixou um beijo no topo da cabeça da irmã e voltou-se para uma Anahí sorridente.
- Você acaba de conquistar mais uma Savinon.
Fernando abraçou a filha mais velha e os dois entraram numa conversa sobre o natal enquanto Blanca levou Anahí para a cozinha insistindo que ela passasse o natal em sua casa caso não voltasse à Miami. O tempo passou rápido na casa dos Savinon, logo anahi estava indo embora com apenas um abraço apertado e muito bem disfarçado de Anahí prometendo que voltaria assim que chegasse de viagem.
Dulce e Anahí trocaram olhares nesse momento porque sabiam qual seria o real motivo da próxima visita.
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O relógio provavelmente marcava duas e alguma coisa da madrugada, Anahí estava em seu décimo quinto sono sonhando com dragões e unicórnios no dormitório de Columbia com os braços agarrados ao travesseiro. Emma roncava audivelmente na beliche de cima como sempre e o clima estava muito mais gelado que o normal. Anahí sentiu seu celular vibrar em baixo do travesseiro assustando-a e amaldiçoou quem quer que fosse que a estava acordando àquela hora.
Mordeu a língua quando viu o nome de Dulce no visor e a mensagem.
Dulce: Skype. Agora. Não demore.
A mensagem era bem clara e Anahí afundou a cabeça no travesseiro se perguntando o que tinha feito para ser obrigada a sair de seu lindo sono em plena madrugada. Fazendo o máximo de silêncio possível, se levantou da cama e pegou seu notebook no chão tomando cuidado para não tropeçar em nada devido ao sono que ainda a dominava. O frio que estava fazendo aquela noite era descomunal e enquanto o aparelho ligava, ela procurou por algumas luvas e meias na gaveta rezando para que Emma não acordasse.
- Hey, você. – a voz de Dulce saiu num sussurro do outro lado da tela. Ela estava enrolada no edredom até a cabeça e tinha um sorriso lindo estampado na face. Anahí ajustou os fones de ouvido no notebook e praticamente se fundiu à parede oposta do beliche para falar.
- Hey, você. - sua voz saiu arrastada e seus olhos quase se fechavam. - Aconteceu algo?
- Como assim, aconteceu algo? Estou sem sono por sua culpa... E outra coisa.
Dulce levantou-se da cama com o aparelho em mãos. Anahí observou a cena confusa e viu quando a mais nova abriu a cortina do quarto revelando o que havia por trás do vidro da janela.
Estava nevando.
Anahí abriu a boca chocada e correu até sua própria janela para certificar-se de que estava mesmo nevando, ficou maravilhada quando viu os flocos de neve flutuarem do lado de fora da sua janela formando uma fina camada branca no pátio do Campus.
- Isso é maravilhoso. – sussurrou sem conter o sorriso.
Dulce sorriu ainda mais do outro lado da tela e voltou para a cama.
- É nosso primeiro natal, amor. Nossos primeiros flocos de neve. – falou com a voz tão fofa que Anahí desejou estar lá para beijá-la. – Desculpe acordá-la essa hora, eu só queria que soubesse que sou perdidamente apaixonada por você e que vou sentir sua falta.
Anahí sentiu seu coração afundar com aquela confissão. Onde estavam suas chaves do carro? Se Taylor não precisasse tanto dela, com certeza teria optado em ficar ao lado de Dulce.
- São apenas dois dias. – choramingou tocando a tela onde estava o rosto de sua amada. – E eu vou pensar em você o tempo todo. Ah, e eu decidi contar sobre nós à Taylor.
- O que? – a mais nova perguntou surpresa.
- Sim, ela merece saber. É como se fosse um segredo por um segredo, sabe? Eu sei que ela vai me entender e eu preciso que pelo menos agora um membro da minha família saiba.
Emma remexeu-se no beliche e Anahí olhou preocupada, sabia que a estava acordando. Dulce notou o movimento.
- Eu quero saber detalhes, ok? E também não quero que você faça nada que não esteja confortável. – disse mandando um beijo para a tela e Anahí fingiu que pegou com a mão. – Boa viagem, eu amo você.
- Hey! – Anahí chamou quando a mais nova fez menção de desligar. Dulce a olhou curiosa. – Você ainda vai me amar amanhã de manhã?
Foi uma pergunta boba e inocente, mas Anahí não pôde se conter em sentir-se apenas uma adolescente vivendo o que o amor tinha a oferecer. Com Dulce, ela tinha todas as inseguranças, incertezas e medos que esse sentimento proporcionava ao mesmo tempo em que também tinha amor, proteção e felicidade.
E então ela não precisava de mais nada.
- Até depois disso. – foi sua resposta.
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Uma visão do futuro
Aquele seria o primeiro e último natal de Dulce e Anahí.
Autor(a):
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4 de Dezembro de 2017. – Primeiro ano da faculdade. Anahí sentiu-se mal por abandonar o clima gélido e os flocos de neve de New York pela manhã. Depois de conversar com Dulce em plena madrugada seu sono decidiu abandoná-la de vez e provavelmente tinha sido transferido para Emma que passou a viagem toda dormindo no assento ao lado enrolada ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 74
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00
Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK
Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54
Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41
EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3
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lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24
parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas
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Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23
MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO
Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46
Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.
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ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27
Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc
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siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42
Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06
PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19
Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.
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Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12
Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu
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laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10
Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo