Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon
Na madrugada de domingo, Dulce se encontrava sentada em sua cama no quarto de hóspedes usando um baby doll rosa claro e seus óculos de leitura, concentrada em sua mais nova aquisição de leitura, Razão e Sensibilidade de Jane Austen, ou pelo menos tentava manter-se concentrada no livro, as lembranças do dia anterior insistiam em voltar a todo instante. O Sr. Portilla a cumprimentando, Taylor sendo uma das pessoas mais gentis e engraçadas que ela conhecera; Anahí cantando somente para ela... Anahí com medo. Nestes momentos, quando era notável o medo presente em sua menina, Dulce sentia vontade de envolvê-la em seus braços e afastar qualquer mal que a deixasse temerosa.
Falou com seus pais mais cedo também, Blanca disse que Fernando ainda não tinha voltado do trabalho, o que era muito estranho, pois o homem nunca se atrasava; de alguma forma a mais nova sabia que estavam escondendo algo dela para não preocupá-la. Felizmente aquele seria seu último dia em Miami e logo poderia voltar para casa e verificar com os próprios olhos o que estava acontecendo. Não que fosse ruim estar ali, na verdade estava sendo melhor que o esperado, mas ficar longe de seus pais era ainda pior.
Ouviu o som de leves batidas na porta do quarto, em seguida a mesma se abriu revelando a cabeleira de Anahí que tinha um sorriso tímido e o rosto amassado de sono.
- Posso entrar? - perguntou hesitante.
Dulce sorriu batendo no espaço vazio ao lado da cama.
Anahí entrou na ponta dos pés fechando a porta em seguida com cuidado para não fazer barulho, aproximou-se da cama e puxou o edredom deitando ao lado de Dulce que abandonou o livro e os óculos de leitura no criado mudo para se deitar também em frente a ela. E assim ficaram por um tempo, se admirando no quarto iluminado pelo abajur do lado da cama de Dulce, trocando sentimentos por olhares, expondo a própria alma para que apenas elas pudessem ver.
- Não está com sono, bebê? - murmurou a mais nova espalmando a mão carinhosamente no rosto de anahi que fechou os olhos brevemente com o contato.
- É estranho estar na mesma casa que você, mas não na mesma cama. - deu de ombros e fez um bico infantil. - Prefiro estar aqui, é mais quente.
- Sabe que não pode dormir aqui, amor. Se os seus pais nos pegarem saindo do mesmo quarto amanhã...
- Eu sei, eu sei. - suspirou derrotada. - Só senti sua falta.
Dulce arrastou os dedos pelo rosto de Anahí aproximando-se em seguida para puxar o lábio inferior da loira entre os dentes e soltá-lo logo em seguida. Então Anahí puxou sua nuca a trazendo mais perto para iniciar um beijo cheio de saudade. Dulce invadiu sua boca ferozmente iniciando o contato com a língua da namorada que a puxou para cima de seu corpo sentindo seus seios roçarem assim como seus sexos por baixo do tecido fino do baby doll de Dulce e da camisola azul bebê de Anahí. Um gemido rouco escapou da boca das duas assim que suas bocas se saparam em busca de ar, mas Anahí mal teve tempo para se recuperar quando Dulce tomou-lhe os lábios novamente, a língua da mais nova explorava faminta toda a extensão de sua boca e envolvendo a de Anahí logo em seguida. Era um beijo estalado, sensual, que fazia uma onda de prazer percorrer o corpo das duas garotas fazendo-as mergulhar no desconhecido. Anahí afastou a mão esquerda da nuca de Dulce e desceu até o seio direito da mais nova o apertando levemente para então o massagear intensamente sem quebrar o contato com as línguas. Os seios de Dulce cabiam perfeitamente em suas mãos, como se tivessem sido moldados justamente para ela.
Era perfeito.
O beijo foi quebrado quando Anahí sugou o lábio inferior de Dulce, arrastou as unhas para cima e para baixo pelas costas da mais nova provocando vários arrepios na garota. Dulce arrastou os lábios pelo pescoço de Anahí com a ponta da língua mordendo e sugando o ponto sensível. Anahí gemeu ao sentir a mais nova morder sua clavícula. A loira desceu a mão do seio de Dulce até sua cintura apertando-a mais contra si, como se quisesse fundi-las naquela cama.
Dulce ansiava por um contato mais íntimo e Anahí estava apenas retardando-a, então decidiu adiantar o caminho e desceu os beijos até os seios de Anahi por cima da camisola que engasgou e a empurrou levemente para que ela parasse os movimentos.
- O que foi? - perguntou notando os tons escuros nas íris azuladas, isso só piorou a pulsação entre suas pernas. - Eu sinto que vou explodir se esperarmos mais, Anahí.
- Eu quero que nossa primeira vez seja especial, pequena. - explicou empurrando Dulce levemente até a mais nova deitar ao seu lado. - Não quero que seja dentro de um carro, comigo bêbada ou na casa dos meus pais, até porque acordaríamos a casa inteira. - Dulce riu maliciosa e prendeu o lábio inferior dentre os dentes, simplesmente adorável. - Quero algo especial e, acredite, esse momento está mais perto do que imagina.
Dulce ergueu uma sobrancelha desconfiada e cerrou os olhos.
- O que está tramando, Anahí?
- Uh...nossa reprodução?
- Tecnicamente nós não reproduzimos.
- Ah, é...verdade, amor. - riu, seu peito ainda ofegante.
Dulce não pode deixar de notar esse detalhe.
Anahí ainda estava excitada...
E ela também.
Observar aquelas íris escurecidas só a deixava mais louca por aquela garota, pensando melhor, é até estranho se ver assim, tão desinibida imaginando sua namorada nua... Ah, os gemidos de Anahí a enlouqueceriam, com toda certeza.
O rosto perfeito se contraindo em prazer...
- Anahí? - chamou sentindo que seu ventre explodiria se não fizesse alguma coisa.
- Sim?
- Posso te pedir uma coisa? - sua voz saiu fraca, consumida pelo silêncio do quarto e o momento de tensão entre seu pedido e a reação da namorada que a fitou por um momento, e então concordou com a cabeça. - Se toque para mim.
Ao contrário do que esperava como resposta, Anahí não pulou na cama ou surtou totalmente desconcertada com o momento, elas sabiam que precisavam fazer algo para aliviar a excitação que vinha se acumulando durante dias, então porque não em uma brincadeira?
- Okay... - concordou Anahí deitando com as costas contra o colchão, escorregou o edredom e depois levantou a camisola até a altura dos seios. Dulce fechou os olhos e respirou fundo se concentrando em não atacar a namorada. - Você precisa me ajudar.
Dulce pensou em uma maneira de ajudá-la, então uma ideia estourou atrás de sua cabeça e ela sorriu desleixada. Anahí não entendeu o que estava acontecendo até ter Dulce montada em suas coxas com um olhar quase diabólico.
- Eu vou dizer tudo o que imagino fazer com você enquanto estiver se tocando... - murmurou com uma voz sexy que fez o corpo de Anahí tremer.
A mais nova segurou as costas da mão direita de Anahí e...
Não!
Ela não poderia...
Jesus!
Dulce tinha o olhar em chamas quando deslizou sua mão por cima da mão de Anahí para dentro da calcinha da namorada que ofegou e soltou um gemido leve em seguida. Ela mesma prendeu um gemido enquanto apertava suas pernas no quadril na namorada tentando conter a pulsação em seu próprio sexo.
- Quero que se masturbe pensando que estou completamente nua em cima de você.
- Uhum... - Anahí suspirou com os olhos fechados de prazer, dois dedos deslizavam facilmente sendo guiados pela mão de Dulce entre os lábios já lubrificados dentro da calcinha de Anahí. - Deus, eu amo quando você fala assim comigo.
De repente, todo o fogo de poucos minutos atrás estava consumindo o corpo de Dulce outra vez, ela só queria poder ouvir sua menina gemer o seu nome com aquela voz rouca que a deixava à beira do precipício.
- Imagine que estamos as duas molhadas de chuva...
- Mas onde nós tomamos chuva?
- Sério, Anahí? - Dulce obrigou a mão de Anahí a parar os movimentos.
Anahi abriu os olhos escurecidos encontrando uma Dulce irritada.
- Ok, esquece.
Dulce revirou os olhos e continuou a movimentar suas mãos juntas, friccionou o dedo indicador da namorada contra o clitóris inchado dela, o que a fez abrir a boca e fechar os olhos com força.
- Estamos no meu quarto e eu te beijo assim - inclinou o corpo capturando os lábios de Anahí sem um pingo de gentileza, sua língua comandava agora envolvendo a de Anahí vorazmente. Anahí aumentou o ritmo de suas mãos e gemeu um pouco mais alto. - eu vou descer meus lábios em seu pescoço e marca-los enquanto minhas mãos vão estar ocupadas massageando seus seios...
- Pequena... - Anahí suspirou, sua expressão era de alguém que estava sofrendo de prazer.
- Sim, amor? - murmurou manhosamente no ouvido da loira antes de chupar com vontade o lóbulo da orelha dela.
- Eu nunca senti isso antes...
Dulce trouxe seu quadril o posicionando em cima de sua própria mão que continuava trabalhando em Anahí. Ela podia sentir os dedos subindo e descendo contra os quadris dela própria enquanto massageava o clitóris de Anahí; a sensação causou muito mais tesão do que ela imaginou que sentiria.
- Eu cravo minhas unhas na sua bu/nda e você começa a murmurar meu nome, assim como você fazendo agora, bem gostoso no meu ouvido... - as duas estavam suadas e a cama começou a ranger baixinho quando o ritmo aumentou ainda mais, Anahí precisa morder os lábios para não gemer alto. - Então eu levo você para a cama e monto suas coxas...
- Por que você...por que você tem que ficar por cima? - a pergunta quase não saiu tamanha a intensidade do prazer que estava sentindo.
- Você está sendo passiva agora, então cale a boca e me deixe continuar!
- D-Desculpe.
- Continuando...nós tiramos a roupa e eu começo a chu/par seus seios enquanto suas mãos agarram meus cabelos... - ronronou, beijou o pescoço de Anahí e iniciou uma leve massagem no seio esquerdo da namorada. - Então eu deslizo minha língua por toda a extensão da sua barriga...
- Diga-me o...o que fez com ela depois.
- Na verdade, você a chupou quando me puxou de volta para um beijo.
Anahí soltou um gemido contra a boca de Dulce, seu corpo todo entrando em frenesi com uma sensação desconhecida se formando um pouco abaixo do estômago. Era também a primeira vez para Dulce, aquelas sensações, os tremores em seu ventre, um prazer insuportavelmente bom, somente o atrito entre seu centro e seus dedos por cima do baby doll a estava tirando o resto de sanidade que mantinha.
- Eu volto a beijar sua barriga e abro suas pernas...você gostaria de ter minha língua deslizando por suas coxas, amor?
- Dulce...merda! - Anahí mal podia falar sem ofegar em desejo.
A massagem entre as pernas de Anahí era intensa agora, até mesmo a mão da mais nova, que estava por cima da mão de Anahí, estava molhada com o fluído da namorada; ela estava perdendo as palavras, os tremores aumentavam cada vez mais.
O que estava acontecendo?
- E eu... - tentou dizer, mas sua voz falhou, mexia seu quadril incansavelmente contra sua mão, era praticamente uma masturbação dupla. - Oh, Anahí... - Dulce choramingou e circulou mais forte.
Anahí se juntou a ela, dedos batendo e quadris se movimentando juntos. Ela colocou beijos molhados ao longo do pescoço de Dulce e deixou o som da mais nova gemendo inundá-la.
- Você esta sentindo...? - Dulce ofegou, o ardor e dor concentrando-se entre suas pernas e a euforia causando um estrago na boca do estômago.
- Sim...
- Isso é...
- Eu amo você. - choramingou contra os lábios da namorada. Dulce estava suando, tremendo, ofegando. - Droga, Anahí...eu amo tanto você!
- Eu nunca senti isso antes... - ofegou Anahí, colocando mais pressão em seus dedos, lançando ondas por todo seu corpo enquanto empurrava seus quadris com força.
Suas bocas se encontraram novamente e o calor da língua de Anahí foi o que bastou, uma sensação, uma coisa desconhecida explodiu entre suas pernas deixando-a fora do ar. Ela manteve seus lábios presos nos de Anahí para abafar o grito contido quando arqueou o corpo e caiu mole por cima dela, mas sem nunca parar os movimentos.
Ver Dulce perder-se em prazer causou uma vibração gostosa no clítoris de Anahí, empurrando-a para o ápice do seu desejo, enquanto seu quadril se arqueava contra o de Dulce e sua mente se tornava turva. Seu corpo suado abraçou o de Dulce, ambas tremiam ofegantes, perdidas no que acabara de acontecer. O silêncio se fez presente, sendo acompanhado apenas pelos suspiros exaustos de duas garotas que haviam descoberto o amor. O verdadeiro amor. Elas nunca teriam se entregado assim a alguém.
Não havia palavras naquele momento, elas não se fizeram necessárias.
*******
******
*****
Batidas insistentes na porta despertaram Dulce de seu sono. Todo o seu corpo parecia diferente de uma forma boa, como se... Como se tivesse excedido seu tempo na academia e aquela dor muscular a atingisse no outro dia. Sentia-se exausta. Isso. Seus pensamentos voaram direto à noite passada quando esteve por cima de Anahí dando-lhe prazer e, inevitavelmente, a si mesma. Ok, elas não fizeram amor e muito menos chegaram a ter contato direto naquele lugar, mas a experiência que compartilharam noite passada valia por todos os outros momentos que se resumiam em amassos no banco do carro e carícias.
- Dulce , você morreu? - a voz sarcástica de Taylor do outro lado da porta a fez sair de seu mundinho de experiências sexuais. - Eu posso pedir para a Anahí se vestir de médica e checar se está tudo bem ai.
Ouviu risos e teve certeza que Chris também estava do outro lado da porta se divertindo às suas custas. Então Dulce corou fortemente quando imaginou Anahí vestida de enfermeira segurando uma...
- Dulce!
Deu um tapa na própria testa procurando espantar os pensamentos vergonhosos. Afobada, correu até a porta e a abriu puxando somente Taylor pelo braço que soltou um gritinho assustado e deixando Chris com cara de bobo para trás.
- Acabei dormindo demais, como você está? - perguntou deixando um beijo nos cabelos úmidos da Portilla mais nova.
- Argh! Meus nervos estão dançando Macarena dentro de mim. Não sei o que dizer na hora ou como reagir ao que papai vai dizer... - a garota levou as mãos à cabeça. Sentou na cama observando Dulce entrar no banheiro com e ouviu o barulho do chuveiro devido à porta aberta. - Dave parece confiante, ele nunca se deixou intimidar por ninguém, disse que eu não preciso ter medo de ser expulsa porque sempre terei um lar com ele.
- Em parte isso é verdade - disse Dulce com a voz ecoando pelo banheiro. - eu mesma levaria você para minha casa se você fosse expulsa.
Taylor suspirou.
- Anahí e Chris disseram o mesmo. O problema é que apesar de tudo, ele continua sendo meu pai, entende? E sei que eu fui errada por ser tão descuidada. Só estou muito assustada.
- Bem, se isso te conforta, Anahí e eu estamos no mesmo barco. - ouviu Dulce dizer. - Eu ainda vou ser julgada como a influência lésbica de sua irmã, sei disso.
- Então você e Dave serão bons amigos. - Taylor forçou-se a sorrir. – E meu pai vai amar o genro e a nora que arrumou.
Depois de mais alguns minutos, Dulce saiu do banho e Taylor a ajudou a escolher um vestido casual que acabou sendo um branco de manga curta e de comprimento até os joelhos, simples e confortável; nos pés sapatilhas bege e o cabelo solto com um laço rosa bebê.
Taylor e Dulce desceram de braços entrelaçados como se fossem melhores amigas há anos, os empregados iam e vinham na cozinha preparando o almoço e as duas garotas se encontraram com Anahí , Chris e um rapaz de estatura média, cabelos loiros e corpo digno de um jogador de futebol americano que Dulce deduziu ser Dave. Mas seus olhos foram tomados apenas pela bela loira de olhos azulados que usava um vestido preto de renda com o mesmo comprimento que o seu, os cabelos presos em um coque e maquiagem leve.
- Ouch! As mulheres desta casa são maravilhosas. - o comentário veio de Chris que usava roupa social.
- Calado, Chris. - Dave e Anahí disseram em uníssono fazendo Dulce e Taylor trocarem sorrisinhos cúmplices.
Anahí desceu do balcão ignorando as piadas de Chris, aproximou-se de Dulce com um sorriso cheio de significados deixando um beijo preguiçoso no canto dos lábios da pequena.
- Seus pais podem ver. - a menor suspirou, próxima o suficiente da namorada para que apenas ela ouvisse.
A transformação na áurea ao seu redor quando Anahí estava por perto seria algo que Dulce teria que se forçar a controlar. Era como se todos os outros desaparecessem, seja numa manhã qualquer, de tarde na faculdade ou à noite em algum encontro. A presença de Anahí deixava Dulce totalmente abalada, tendo sua atenção voltada somente às esferas azuis que eram como imãs aos seus castanhos. E seu sorriso... Bem, ele sempre seria pela loira, sejam eles involuntários ou não.
- Eles estão ocupados no jardim. – Anahí respondeu unindo suas testas e narizes, inspirando o cheiro suave de marshmallow.
Dulce sorriu com a língua entre os dentes da forma que a deixava totalmente fofa e inocente. Nem em mil anos pareceria àquela garota desinibida da noite passada que estava por cima comandando toda a situação.
- Hey, você. - disse anahi apertando o nariz de Dulce em brincadeira.
- Hey, você. - sorriu em resposta.
E assim, ficaram presas em seu próprio mundinho, desejando a todo custo se agarrarem na frente de todos os presentes. Quem se importa? Elas estavam ali depois de terem dado prazer uma à outra, depois de Anahí ter escorregado no final da madrugada para a cama de sua amada; ninguém mais fazia ideia do quanto aquelas garotas se amaram àquela noite, ninguém nunca saberia, ninguém nunca entenderia.
- Muito bem! Eu não quero interromper o momento de vocês, mas eu preciso da atenção de todos. - disse Taylor se deixando ser abraçada de lado por Dave. - Dulce, esse é Dave, meu namorado... E Dave, essa é Dulce, minha cunhada.
Dulce sorriu tímida ao garoto quando Anahí a deixou livre de seu abraço.
- Muito prazer, Dulce. Vejo que somos as ovelhas negras prestes a entrar na família. - ele tentou brincar, mas o comentário causou arrepios na mais nova.
- Dave! - Taylor o repreendeu notando a mudança de cor no rosto de Dulce.
- Desculpe, eu só estou tentando manter o clima.
Anahí apertou a cintura da namorada em sinal de conforto.
- Eu mentiria se não dissesse que estou nervosa com hoje - a menina começou lançando um olhar preocupado à porta dos fundos. - mas Dave e eu conversamos e decidimos que independente do que aconteça hoje, não vamos... Eu não vou deixar que nos afete pelo bebê. - sorriu e seus olhos agora estavam cheios de lágrimas. - Queremos também pedir a vocês, Chris a Anahí , que sejam os padrinhos.
Os olhos de Anahí brilharam intensamente e ela sorriu de uma forma tão singela e feliz que fez o coração de Dulce doer em felicidade. Anahí a olhou como se quisesse compartilhar sua felicidade, como se manter para si mesma não fosse o suficiente.
Chris ergueu o copo vazio que tinha em mãos com alegria estampada na face.
- Eu vou ser o melhor padrinho de todos, vou ensinar ele a escalar montanhas assim como o tio! - riu fazendo uma pose convencida que fez os outros presentes também rirem.
- Você nem sabe o sexo do bebê ainda, seu babaca. - brincou Anahí enquanto puxava a irmã mais nova para um abraço apertado. - É claro que eu aceito, vai ser um enorme prazer.
Taylor enxugou as lágrimas que banhavam seu rosto. Dave a abraçou por trás deixando um pequeno beijo no ombro da namorada, como se dissesse que ele sempre estaria ali por ela, em sua retaguarda cuidando de sua amada.
- Obrigada por estarem aqui. Vocês são as pessoas mais importantes da minha vida. - seus olhos caíram em Dulce. - Até mesmo você, Dul. Nos conhecemos há um dia e sinto que somos amigas por muito tempo, Anahí tem muita sorte em ter você.
- Obrigada. Você é muito mais do que eu poderia imaginar. - disse uma Dulce timidamente. - Estou muito orgulhosa por você hoje, tudo vai dar certo.
A caçula segurou a mão de Dulce em sinal de agradecimento e respirou fundo antes de levantar os olhos para os irmãos.
- Seja o Deus quiser.
Chris, Taylor e Dave movimentaram-se em direção à varanda deixando Dulce e Anahí para trás. Anahí virou-se para Dulce e tirou uma mecha de cabelo do rosto da menor prendendo-a atrás da orelha.
- Eu amo você intensamente, como nunca amei ninguém. Não esquece, tá? - suspirou roubando um rápido selinho da menor.
- Eu também amo você. - ganhou um lindo sorriso em resposta.
As garotas caminharam até o jardim dos fundos que acabou surpreendendo ainda mais Dulce. Havia um caminho de pedras brancas que levava até a parte coberta por uma tenda branca onde estava uma enorme mesa de madeira coberta por uma toalha branca. Do outro lado, no gramado perfeitamente aparado, uma piscina em formado de L com várias espreguiçadeiras em volta e coqueiros artificiais. A mesa de almoço estava farta, com vários tipos de comidas que Dulce não reconheceu. Enrique se encontrava sentado na ponta da mesa lendo um jornal enquanto Marichelo preparava um prato para si mesma sentada ao lado do marido; Dave e Taylor sentaram do lado direito da mesa enquanto Chris, Dulce e Anahí acomodaram-se no esquerdo ao lado de Maritchelo
Enrique entregou o jornal à empregada quando notou a mesa cheia, seu semblante sério não mudou em nenhum momento, o que fez Dulce se perguntar se ele não relaxa em nenhum momento.
- Chris, por que não faz o agradecimento? - disse em seu tom autoritário.
Todos pararam de conversar submissos ao homem da casa e deram-se as mãos no mesmo momento.
Chris pigarreou baixo fechando os olhos.
- Senhor, agradecemos pela mesa farta que temos todos os dias, por estar mais uma vez reunido com minha amada família e amigos, pois não há graça maior que essa. Quero pedir que abençoe todas as pessoas que necessitam de um prato de comida, as que carecem de amor e entendimento, e quero pedir também que proteja os que guardam medo e rancor em seus corações - Anahí, Dulce e Taylor abriram os olhos surpresas ao garoto, pois sabiam ao que ele se referia. - que o Senhor os ensine sobre o amor. Amém.
- Amém. - disseram todos os outros em coro.
Enrique abriu os olhos e fitou o filho por alguns segundos antes de começar a comer o que Maritchelo havia lhe entregado.
- Me fale sobre a faculdade, Chris. - disse Enrique sem levantar os olhos do prato.
A mesa era um total silêncio mórbido enquanto mantinham os olhos focados em seus pratos, como se abrir a boca fosse uma afronta. Mas de todos naquele lugar, Chris se mostrava o que menos sentia medo do pai e isso, de certa forma, aliviou um pouco Dulce por estar ao lado dele sentindo a segurança do Portilla do meio.
- Excelente! - ele riu depois de uma garfada. - Pensei que seria uma droga, mas engenharia é mesmo o meu negócio. Meu colega de quarto, o Mason, o pai dele me ofereceu um estágio na construtora dele e eu aceitei. - deu de ombros cortando o pedaço de carne. - Está sendo uma grande pressão os estudos, mas estou me adaptando.
- Eu sempre soube que esse seria seu ramo, seu tio Ed estava certo o tempo todo. - Maritchelo sorriu acompanhada de Anahí, Chris e Taylor com a lembrança do tio Ed dizendo a Chris sua verdadeira vocação enquanto lhe dava tapinhas nas costas. - Assim como Taylor e anahi darão ótimas advogadas.
Taylor empalideceu na mesa, mas somente quem sabia da verdadeira história notou. Ela não queria ser advogada, não queria seguir os passos da família e a faculdade parecia um sonho distante no momento.
- Diga-me Srta. Savinon, onde estuda? - a atenção de Enrique dirigiu-se à menina que logo se encolheu sentindo o coração falhar.
A mão quente de Anahí apertou seu joelho por debaixo da mesa passando-lhe confiança.
- Em Juilliard, senhor. – Enrique apertou os olhos e Maritchelo abaixou a cabeça sabendo o que estava por vir. - Faço música.
- A Srta. estuda música? - ele olhou em sinal de reprovação para Anahí. - Suponho que se conheceram durante o estágio de Anahí?
Dulce engoliu em seco, seu coração saltando no peito com medo da repentina mudança na voz do homem que se tornara contida, como se ele estivesse se controlando para não atacá-la agora mesmo.
- Sim, senhor.
Enrique balançou a cabeça em concordância como se pensasse consigo mesmo, a mais nova não ousava olhar para ninguém na mesa, sabia que todos os olhares estavam concentrados nela. Sua mão estava suada, e a de Anahí ainda apertava seu joelho por debaixo da mesa, mas isso não fazia diferença agora.
- E como pensa em se sustentar com a música? - o comentário foi tão frio que até mesmo Maritchelo o olhou com surpresa. - A cada dez musicistas, apenas dois são bem sucedidos. Isso quando não passam fome antes ou depois da carreira decolar.
Anahí trincou a mandíbula e apertou o garfo com força na mesa sentindo cada músculo do seu corpo tencionar. Dulce sentiu-se atingida com o comentário totalmente preconceituoso de um homem inteligente que não deveria carregar consigo tais pensamentos.
- Com todo respeito, senhor, mas os meus pais me ensinaram que a coisa mais importante do mundo é correr atrás dos n-
- Acredito que seus pais também sejam musicistas?
- Meu pai tinha uma banda quando jovem...
- Tinha? Não tem mais?
Anahí quase não respirava mais, sua mão não saiu da perna da namorada em momento algum e seus olhos estavam cravados em Taylor que compartilhava a mesma revolta encarando o pai com desprezo.
- Ele precisou largar a banda quando minha mãe engravidou. - a resposta saiu mais baixa que o normal, estava completamente envergonhada e atingida pelo olhar culposo que Enrique a lançou.
Ele agora tinha os olhos cravados em Dulce como se enxergasse sua alma, o mesmo tipo de olhar que Anahí lançava as pessoas quando estava furiosa.
- Ou seja, ele precisou largar as brincadeiras para trás e tomar responsabilidades.
- Pai! - Anahí grunhiu entredentes fazendo tanta força no garfo que o talher chegou a entortar milímetros.
Dulce abaixou a cabeça controlando as lágrimas que já se formavam em seus olhos, não queria ser fraca na frente daquele homem que estava julgando o caráter de seu pai, sentiu uma raiva intensa naquele momento e sabia que se não fosse a mão confortável apertando seu joelho, teria cedido.
- Eu acho que esse não é o assunto adequado para um café da manhã. - Maritchelo interveio olhando o marido em reprovação, mas ele a ignorou.
- Eu só não concordo com o estilo de vida de pessoas que acreditam nessa história de ir atrás dos sonhos. - ele disse calmamente enquanto voltava a comer como se não tivesse ofendido uma adolescente. - Se eu fosse seguir meu sonho de jovem, hoje seria um dentista fracassado com meus filhos lutando por uma bolsa em faculdade...3l
- Já chega! - Anahí rosnou olhando diretamente o pai. Dulce e o restante da mesa olharam Anahí com os olhos arregalados. - Dulce é minha convidada, não pode tratá-la assim, pai.
Enrique pendeu a cabeça para o lado olhando Anahí com curiosidade, ela nunca tinha levantado a voz com ele antes e a tensão na mesa foi enorme. O peito da loira subia e descia em nervosismo, mas sentiu-se mais confiante em enfrentar o pai pela primeira vez por alguém que amava.
- Nunca mais altere a voz com seu pai, Anahí. - ele continuou usando seu tom calmo, mas sério o bastante para mostrar a gravidade do que estava falando. - Que essa sua rebeldia repentina não seja devido ao convívio com pessoas com pensamentos deslocados.
A raiva crescia gradativamente no peito de Anahí, ela viu uma lágrima escorrer pela face de Dulce e isso foi o que bastou para perfurar seu peito com cem estacas. Ela estava prestes a levantar com violência e puxar Dulce para dentro de casa quando Taylor pigarreou alto lançando um olhar fulminante ao pai.
Ela estava explodindo em raiva de Enrique, Anahí pôde ver isso em seu rosto agora coberto por uma coloração avermelhada.
- Não trate nossa convidada assim, pai. Dulce é uma ótima pessoa, o senhor não pode falar sobre quem não conhece.
Marichelo abriu a boca procurando palavras que não vinham e Enrique queimou a filha caçula com o olhar. Aquela era, talvez, a primeira frase completa que Taylor dizia depois de meses na presença dos pais.
- Tanto tempo se fazendo de muda e na primeira oportunidade ataca seu pai? - Enrique disse alterado, um sorriso furioso brincando em seus lábios. - Me fale sobre seu amigo, Taylor. - os olhos de todos correram a Dave que em nenhum momento se mostrou intimidado, pelo contrário, ele parecia se controlar para não perder a paciência com o pai da garota que amava. - O que o trás a minha casa?
Enrique estava desconfiado, Maritchelo tremia ao lado de Taylor assim como a menina caçula agora. Dulce abaixou a mão assim que perdeu a fome e entrelaçou com a de Anahí em baixo da mesa, elas sabiam que a bomba estava prestes a explodir.
Dave pigarreou e descansou o braço no encosto de cadeira de Taylor deixando que seus dedos acariciassem calmamente o braço da namorada.
- Meu nome é Dave Miller, senhor. Trabalho na farmácia do meu pai e estudo arquitetura na Barry University.
- Certo - Enrique afastou o prato e descansou os cotovelos em cima da mesa deixando sua atenção cair agora no rapaz. - e você e Taylor...?
A menina caçula estava pálida, Anahí ficou preocupada pela irmã e ainda mais pelo sobrinho, mas também sabia que se não contassem a verdade agora, talvez a coragem nunca mais aparecesse.
- Ele é meu namorado. - disse finalmente, cortando Dave que estava prestes a responder e deixando o silêncio dominar por completo o momento.
Agora todas as cabeças se voltaram para Enrique, menos Dulce que se sentia deslocada naquele meio com o coração partido em preocupação por Taylor. O homem não esboçou nenhuma reação a principio, manteve-se impassível.
- O que a faz pensar que vou permitir que namore com dezessete anos, Taylor? – sua voz subiu três oitavas quando olhou de Taylor para Dave e de Dave para Taylor novamente. - Você vai para a faculdade antes de qualquer coisa, continuar o legado da família, e apenas depois pensará em namoro.
- Você nunca vai permitir... - a menina resmungou cruzando os braços infantilmente.
- Isso é uma mentira. Chris nos apresentou uma namorada este ano e eu não vi problema algum. - argumentou supostamente ofendido. - Anahí com certeza vai conhecer um estudante de advocacia e nos apresentará em breve. Tudo no seu devido tempo.
Foi impossível conter os olhares entre Anahí e Dulce que, infelizmente, foi captado por Marichelo. A pequena não queria admitir, mas imaginar um futuro com Anahí se tornara ainda mais difícil depois de conhecer Enrique e a forma como ele domina os olhos, principalmente a mais velha. Por um momento chegou a ponderar a ideia de Anahí conhecer algum estudante em Columbia, e então se dar conta de que o relacionamento delas fora apenas uma experiência.
Às vezes pensar demais lhe dava dores de cabeça.
- Já chega! - Taylor gritou batendo o guardanapo na mesa fazendo todos, incluindo Enrique, sobressaltarem. Lágrimas escorriam por seus olhos, vários anos de pura mágoa sendo liberados naquele exato momento. Dave tentou conter a namorada pedindo calma, mas ela não o ouviu, estava furiosa demais. - Eu estou cansada de ser tratada como retardada quando tudo o que pedi a vocês foi um tempo. Cansada de ver você controlando a vida dos seus filhos como se fosse dono deles! Eu nem mesmo quero fazer direito! E você me perguntou isso? Não!
- Taylor! - pediu Marichelo levantando-se também e segurando a mão da filha. - Por favor, pare...
- Não, mamãe! Eu não aguento mais! Como a senhora pôde aguentar todos estes anos? Sempre abaixa a cabeça a ele como se fosse uma empregada.
- Cale a boca! - Enrique rosnou ficando em pé num movimento brusco. Agora os três Portilla se enfrentavam cara a cara. Anahí e Chris também levantaram caso as coisas saíssem do controle e Dulce se encolheu o máximo que pode na cadeira. - Qual o seu problema? Você não tem ideia do que sou capaz se me faltar mais uma vez ao respeito, menina!
- Vai fazer o que? Me bater? Pois bata, papai! – Taylor gritou gesticulando descontrolada, Dave não conseguiu contê-la quando a garota soltou-se de seus braços e se aproximou do pai sem barreira alguma os separando. - Quero ver o que seus amigos do escritório vão dizer quando souberem que Enrique Portilla bateu em sua filha caçula que está grávida!
A bomba explodiu abalando até mesmo os que sabiam de tudo. Não era para ser daquele jeito. O silêncio se abateu e os empregados que retiravam a mesa mantiveram distância com medo e assustados. Taylor tremia ao mesmo tempo em que soluçava alto, Marichelo cobriu a boca com as mãos assim que caiu sentada na cadeira, Chris se prontificou ao lado de Dave e Anahí ao lado do pai.
Todo o rosto de Enrique tinha tomado um tom avermelhado, a veia em sua têmpora pulsava freneticamente revelando o quão fora de controle ele estava agora. Dez segundos foi o tempo que o homem levou encarando a Taylor totalmente sem reação até o grito de dor ecoar quando a mão pesada do Portilla estapeou o rosto da filha caçula.
- Você nunca mais ouse tocá-la! - gritou Dave tirando Taylor de perto de Enrique que ameaçou avançar contra ela, mas foi contido por Anahí e Chris. - Nunca mais seu desgraçado! Ela está grávida, quer machucar seu neto?
- Sua vaga/bunda imunda! - Enrique disse finalmente, ele não gritou, sua voz tinha uma maldade impregnada que fez Dulce sentir ainda mais medo. - Eu criei você! Eu a eduquei e dei o melhor que pude... E é assim que me retribui? Eu quero você fora da minha casa sua vadia/zinha nojenta...
Marichelo tentou tocar em Taylor, mas a menina afastou-se a olhando com pura decepção nos olhos, a única pessoa que poderia ajudar no momento estava baixando à cabeça por um homem que a controlava. As marcas dos dedos de Enrique se faziam presente agora na pele da caçula marcando para sempre aquele momento.
- Pai, o senhor está alterado, vamos nos acalmar... Por favor. - dizia Chris ainda segurando o braço do pai.
Anahí lançou um olhar triste e preocupado à Dulce que a essa altura tinha levantado e assistia tudo de longe, ela também chorava em silêncio. Enrique soltou-se do aperto dos filhos e apontou o dedo para Taylor e Dave que estavam abraçados um pouco mais afastados.
- Eu quero vocês dois fora da minha casa. - não havia nenhuma emoção em sua voz, nenhuma lágrima, nenhuma dor, nada. - Não quero nunca mais vê-la de novo, Taylor. Eu estou deserdando você, esqueça até mesmo seu sobrenome.
- Enrique, por favor... - tentou Marichelo, seu desespero era evidente.
- Ela é só uma criança, pai. - foi a vez de Anahí se pronunciar. - Foi um erro e Taylor sabe disso, mas você não pode expulsá-la daqui como se não fosse sua filha. Podemos lidar com isso como uma família...
- Calada! - ele exclamou lançando um olhar frio à Anahí. Fechou os olhos controlando a respiração, do mesmo jeitinho que Anahí fazia quando estava nervosa, e voltou-se novamente à Taylor que parecia mais conformada, o rancor tinha tomado o lugar do medo. - Eu não vou criar um bastardo dentro dessa casa. Você me decepcionou como filha, me fez de moleque pelas costas enquanto era uma vaga/bunda po-
- Eu não permito que fale assim dela! - Dave estava vermelho de raiva. - Você é doente, já considerou a ideia de tratamento? Um doente compulsivo. Ah, mas pode ter certezas que as desgraças na sua vida não param por ai, seu louco...
Anahi tremeu com esse comentário, ela sabia muito bem o que ele quis dizer com isso, sentiu-se fraca, impotente e totalmente inútil com Dulce agora ao seu lado procurando por respostas em seus olhos.
- Marta! Chame a segurança para que tirem este rapaz e Taylor daqui. O jantar está encerrado.
Marta, a governanta, lançou um olhar chocado para a menina Taylor que criara desde pequena e depois ao homem que encarava Taylor com desgosto.
- Senhor?
- Você me ouviu. Essa garota não é mais minha filha.
Então Marichelo começou a chorar copiosamente tentando abraçar uma Taylor furiosa. A menina lançou um olhar triste à Anahí, Chris e Dulce e saiu andando em passos firmes de mãos dadas com Dave. Marichelo correu atrás da filha deixando apenas Enrique observando o nada, Chris com as mãos na cabeça, Anahí encarando Dulce.
- Venha, eu vou mandar você para casa. - Anahí disse gentilmente puxando a namorada pelo braço e lançando um olhar frio ao pai antes de desaparecer de vista com Dulce.
A mais nova não teve tempo de perguntar nada, apenas seguiu uma Anahí furiosa para dentro de casa e a observou arrumar as malas com rapidez, apenas as de Dulce, e depois puxá-la para fora de casa em total silêncio. O jardim da frente estava vazio, tudo o que restara fora o fantasma do choro de Taylor; Marichelo ainda chorava agora nos braços de Chris na entrada de casa olhando a rua onde provavelmente a filha havia desaparecido.
- Me empreste seu carro, Chris. - Anahí pediu friamente.
O garoto jogou as chaves para a irmã e gesticulou um pedido de desculpas à Dulce que apenas balançou timidamente com o rosto ainda inchado de tanto chorar. No caminho, a mais nova notou que a namorada dirigia em alta velocidade pelas ruas de Miami cortando os carros e passando faróis vermelhos, não tinham trocado sequer uma palavra desde que saíram do jardim e o voo delas seria apenas daqui a três horas. Mas, de qualquer forma, ela não quis interromper o momento que Anahí tinha para digerir o que estava acontecendo, ela parecia muito tensa e tinha uma expressão obscura, de quem estava prestes a explodir em raiva.
Anahi estacionou a BMW em frente a um prédio luxuoso próximo à South Pointe. Sem dizer nada, desceu do carro e correu até o interfone tocando; falou alguma coisa que Dulce não entendeu pela distância, então voltou ao carro onde Dulce agora descia e a prensou contra a porta a olhando com intensidade, aqueles olhos azuis estavam carregados de dor e tristeza.
Anahi levou a mão esquerda até o rosto de Dulce e o acariciou com ternura, pela primeira vez, liberando algumas lágrimas.
- Me perdoe pelo que você teve que passar. - murmurou, a voz carregada e o olhar suplicante. - Eu nunca vou me perdoar, por isso preciso que você o faça por mim.
- Anahí, tudo...
- Não, Dulce. Não diga que está tudo bem porque não está. O que aconteceu hoje... Deus! As coisas saíram de controle, foi horrível! - suspirou encostando suas testas. Não se importava se tinha ou não pessoas na rua, ela estava cansada demais para tal importância. - Volte à New York e seja uma boa garota, ok? Eu vou ficar mais alguns dias e tentar amenizar as coisas. - deu um beijo leve nos lábios macios de Dulce que abraçou seu pescoço. - Meu pai nunca mais vai afetar você, eu prometo. Nunca vou permitir que ele, ou qualquer outra pessoa falte ao respeito com minha mulher, entendeu? - a mais nova balançou a cabeça em concordância. - Bom... Eu amo você, te amei quando ainda não tinha lhe dado um rosto, amo ainda mais agora.
O portão do prédio foi aberto tirando a atenção das duas garotas. Anahí deu um último olhar à Dulce e um beijo breve antes de se virar para uma Maitê em pijamas de carneiro e cara amassada de sono.
- O que estão fazendo aqui? O voo é daqui...
- Eu não tenho tempo para explicar, mas a Dulce vai. - Anahí a cortou correndo até o porta malas do carro e tirando as malas de lá de dentro. - Eu preciso ir, volte com Dulce à New York e tome conta dela enquanto eu não estiver por perto, Maitê. - incitou entregando uma mochila à Dulce e as outras três para Maitê.
- Diga à Taylor que eu sinto muito. - pediu Dulce secando as lágrimas e abraçando Anahí com força. - Diga que ela pode contar comigo independente de qualquer coisa.
- Ela sabe que pode. - Anahí forçou um sorriso e beijou o topo da cabeça da namorada. - Até em breve. Eu amo você.
- Amo você também. - Dulce choramingou aproximando-se de Maitê que tinha a maior cara de bolacha sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. - Se cuide.
Anahí bateu continência e entrou no carro arrancando com ele em seguida, sumindo da vistas das garotas. Foi só então que Dulce deixou-se cair em lágrimas, as verdadeiras que vinha segurando, e foi amparada pelos braços de Maitê na calçada que mesmo sem entender, não a desampararia por nada.
As coisas não seriam fáceis, tinha plena certeza agora. Os problemas estavam apenas começando e Dulce sabia disso, mas sabia também que lutaria contra qualquer mal para ter Anahí ao seu lado.
A pergunta que não quer calar
E Anahi? Lutaria também?
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
07 de Janeiro de 2018– Primeiro ano da faculdade. Você criou o grupo "SOS" Zoe: Que isso, gente? Maitê <3: Quem é vivo sempre aparece! Anahí: Eu preciso da ajuda de vocês, espero não ter interrompido nada. Maitê <3: Só o nosso sexo de reconciliação ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 74
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00
Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK
Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54
Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs
-
Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41
EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3
-
lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24
parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas
-
Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23
MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO
Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46
Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.
-
ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27
Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc
-
siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42
Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!
-
Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06
PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs
-
Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19
Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.
-
Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12
Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu
-
laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10
Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo