Fanfics Brasil - Capítulo 21 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 21

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09 de Janeiro de 2018. - Primeiro ano da faculdade





POV Dulce





Eu me encontrava sentada no sofá da sala assistindo Claudia brincar com a bicicleta rosa que ganhara no natal do Papai Noel. Já não nevava mais, então as roupas de frio foram finalmente substituídas por shorts e camisetas; eu me sentia livre longe de todo aquele peso extra, mas ainda sim triste pela despedida dos flocos de neve. Meus pais estavam agindo estranho durante todo o dia desde que cheguei da faculdade e eu não entendia bem o porquê. Assim que cheguei, notei que a casa não estava arrumada para receber visitas e minha mãe não tinha feito nada para a janta. Estranho. Será que pediriam a comida? Ou sairíamos todos para jantar como um presente? Bom, a pergunta rondou minha cabeça durante todo o tempo em que os assisti conversarem aos murmúrios pelos cantos da casa. No final do dia, minha mãe sentou toda sorridente ao meu lado no sofá e me estendeu um embrulho amarelo. Era um Ipad. É claro que a abracei e disse que não precisava, eu sabia que não tínhamos condições de gastar com marcas como Apple, mas é claro que me mostrei totalmente feliz com o presente, e eu realmente estava.



Algumas horas depois, a campainha tocou e minha mãe foi atender. Não precisei levantar para saber que eram Maitê, Zoe e Emma com todo o alvoroço de fizeram com apitos e chapéus de aniversário nas festas infantis. O que eu tinha feito para merecer as três melhores amigas do mundo? Com certeza eu tiraria uma foto e mandaria para Anahi, ela gostaria de dar boas risadas com as amigas que tínhamos.



Aproveitando que as meninas foram para a cozinha com minha mãe, papai se aproximou de mim com aquele mesmo olhar de orgulho que me fazia sentir especial.



- Como se sente com dezenove anos? – ele perguntou enquanto passava o braço sobre meu ombro, me aconchegando mais a ele no sofá.



- Eu deveria me sentir especial quando fizesse dezoito, agora apenas sinto que estou caminhando direto à terceira idade. – brinquei e ele riu divertido.



- A maioria das garotas da sua idade estaria em uma balada, você sabe.



- Que bom que não sou igual a elas, então.



E ele me abraçou mais forte como se dissesse que se orgulhava de mim por ser diferente.



- Aqui, eu queria lhe entregar isso. – tirou algo do bolso, estava enrolada em um pano fino de seda na cor roxa. Quando ele tentou me entregar, de alguma forma, o objeto caiu em seu colo e eu notei que ele tinha perdido a coordenação naquele momento. Fiquei tensa sentindo meu coração bater forte no peito, isso não poderia estar acontecendo. Mas como se nada tivesse acontecido, ele pegou o objeto outra vez e me entregou forçando um sorriso. – Era de sua tataravó.



Ignorei o sentimento ruim de ver o que, aos poucos, estava acontecendo com meu pai, e desenrolei o pano até encontrar um colar de madeira envernizada com o formato de plaquinha; nele havia uma inscrição que eu já tinha lido em algum livro que não me recordava no momento.



- Eu tenho muito orgulho de você, Dulce. Quando eu abandonei a música, sabia que seria por um motivo muito maior que eu. Você sempre vai valer a pena. – ele explicou passando o dedo pelo colar. – É uma tradição passar esse colar ao filho mais velho, e eu acho que você já está madura o suficiente para recebê-lo.



- Pai! Isso é incrível, obrigada... – meus olhos realmente encheram de lágrimas com aquele presente. Essa era a prova de que não precisamos de presentes caros ou exagerados para estar feliz. – Está escrito Maktube. O que isso significa?



- Essa é a magia do colar, meu amor. – ele disse de uma maneira tranquila, e de certa forma, aquelas palavras me acalmaram. – Você descobre na hora certa.



Papai e eu caminhos abraçados até a cozinha onde Maitê, Zoe e Emma estavam reunidas em volta da mesa discutindo algo que parecia importante com minha mãe enquanto Claudia comia macarrão no colo de Maitê. Quando chegamos, papai pigarreou para que elas se calassem e eu fiquei brava por não poder ouvir a conversa, todo aquele mistério estava me dando nos nervos. Talvez elas estivessem organizando uma festa surpresa, em breve vários colegas de Juilliard entrariam em casa comemorando meu aniversário...



- Então, Dulce, me diga uma coisa - disse uma Zoe sorridente. – se você pudesse fazer um pedido hoje, qual seria?



Revirei os olhos com o obvio e dei de ombros.



- Que Anahí estivesse aqui.



Emma e Maitê riram trocando olhares divertidos e me fazendo sentir uma idiota. Eu sabia que Anahí não tinha retornado, eu mesma tinha dado uma olhada pela janela na esperança de ver o Dodge estacionado lá fora.



- Espere aqui, ok? Vamos buscar seu presente. – disse Maitê saltando da mesa em pulinhos com Zoe e Emma em seu encalce.



Olhei para os meus pais com uma cara desconfiada e minha mãe deu de ombros enquanto meu pai ignorou meu olhar mortal.



- Sei que estão envolvidos nisso também. – acusei cruzando os braços, então mudei a pose quando um pensamento me invadiu. – Elas foram buscar Anahí? Ela está escondida no armário?



- Literalmente. – meu pai riu e eu também não me contive com seu comentário irônico. – Ela não está aqui, querida, sinto muito.



Meus ombros caíram. É sempre bom ter esperanças, não é?



- Você vai gostar da surpresa. Elas são suas melhores amigas, não errariam. – o comentário veio de minha mãe, eu podia jurar que vi um olhar cheio de significados que não pude decifrar.



Abri a boca para responder, mas fui interrompida quando Emma adentrou a cozinha eufórica agarrando meu pulso.



- Desculpe atrapalhar, mas sua carruagem logo estará aqui. Temos pouco tempo.



Carruagem? Oi?



Fui praticamente arrastada escada acima até meu quarto. Quando entramos, meu queixo caiu e minha boca fez um O perfeito. Maitê segurava um vestido de alça azul escuro, um dos mais lindos que eu já tinha visto. O decote era em V e longo com uma fenda até a coxa. Zoe tinha em mãos uma enorme caixa de maquiagem e na outra um par de saltos prata.



- Feliz aniversário. – as três disseram em uníssono como se eu entendesse o que estava acontecendo.



Dei um passo para trás e abri a boca diversas vezes em confusão. Emma​ revirou os olhos e me puxou até a cadeira da minha escrivaninha que tinham colocado no meio do quarto.



- O que vocês estão fazendo? Por que tudo isso? Vamos a uma festa? – perguntei tudo de uma vez as fazendo rir.



- Mais ou menos. Tem esse baile Sadie Hawkins no colégio U.N.H.S. e como você nunca foi... – Maitê nem mesmo teve tempo de terminar sua fala, eu soltei um grito e tapei a boca com as mãos.



- Vocês vão me levar em um baile? De verdade? Me Deus! Eu preciso contar isso para Anahi... – estava eufórica correndo pelo quarto a procura do meu celular quando levei um tapa de leve no cocuruto da cabeça. – Ai, Emma!



- Desculpe, mas você não parava de rodar igual uma cadela atrás do rabo.



Fechei a cara sendo obrigada a sentar na cadeira antes que recuperasse meu celular. Eu só queria compartilhar com minha namorada o que nossas amigas estavam fazendo por mim, tinha certeza de que ela ficaria muito feliz e diria que gostaria de estar aqui para me acompanhar. Ir a um baile tinha sido um dos meus sonhos de adolescente que não pude realizar quando meu pai ficou doente. De qualquer forma, eu não era assumida na época do colégio e não me sentiria bem se aparecesse com um garoto como meu par, seria como ser algo que eu não era e isso seria uma afronta contra todos os meus princípios.



- Você pode falar com ela depois, temos que arrumar você antes.



Levou cerca de três horas para estarmos todas arrumadas. Zoe conectou o pendrive no som, claro que a playlist inteira era da Beyoncé então meu quarto se transformou em uma baderna. Minha mãe também subiu para ajudar a nos arrumar e até mesmo Claudia entrou na festinha particular. Eu me diverti como nunca com aquelas garotas, seria meu primeiro aniversário com elas, geralmente minhas festinhas de aniversário era com meus primos, eu não gostava de chamar os colegas na época do colégio. Não imaginei que Emma seria uma dessas pessoas na minha vida, ela com todo esse jeito marrento, mas que me defendeu daquela menina em Columbia.



Quando o som foi finalmente desligado, corri para o espelho e não pude conter um suspiro surpreso com o resultado. Eu estava linda. Me senti como se realmente estivesse indo ao meu baile de formatura. Segurei o choro porque ali não era o momento para lágrimas, eu estava feliz e era isso que importava.



Desci as escadas me equilibrando nos saltos, eu nunca me acostumaria a aquilo, sério. Vi meu pai com a Polaroid na mão tirando diversas fotos de mim.



- Deixe de ser sentimental, Fernando. – minha mãe brincou o abraçando de lado. Cláudia que dormia no sofá. – Dessa forma eu duvido que você se aguente no casamento dela.



Papai levou à mão ao coração fingindo ter um ataque cardíaco e eu ri.



- Não tive a oportunidade de ver minha menina ir ao... Ao... – ele uniu as sobrancelhas em confusão e meu corpo enrijeceu. De novo não. Todas nós olhamos em expectativa para ele, esperando que a palavra viesse.



Ela não veio.



- Ao baile. – finalizei com os dentes trincados.



A sensação de estar perdendo meu pai de novo para a doença fez toda a felicidade que até então tinha me consumido se esvair. Primeiro as dores, depois a falta de coordenação e agora o esquecimento de palavras. Todos os malditos sintomas. Maitê segurou meu braço em sinal de conforto quando eu abaixei a cabeça apertando os punhos com força.



- Bem, eu acho melhor vocês irem. – minha mãe quebrou o silêncio aproximando-se de mim e me dando um beijo no rosto. – Feliz aniversário, mi hija.



Concordei com a cabeça ainda tentando assimilar o que aconteceu e a abracei com força. Em seguida foi a vez de meu pai e tudo o que eu pude fazer foi abraçá-lo ainda mais forte desejando curá-lo de alguma forma mágica. Eu o amava tanto que poderia morrer em seu lugar caso algo acontecesse a ele, não me importaria. Não queria perdê-lo, o homem que me ensinou tudo o que sei hoje, que me deu toda a dignidade e coragem do mundo.



Eu gostaria que Deus pudesse ouvir minhas preces agora.



- Eu tenho orgulho de você, filha. Eu te amo.



Fechei os olhos me forçando a não chorar. Droga, pai. Por que as coisas não poderiam ser mais fáceis? Por que aquela maldita doença tinha que começar a se manifestar outra vez como um demônio atormentando sua vítima?



- Eu também te amo, pai.



Não pude dizer mais. Não conseguiria ou desmancharia em lágrimas na frente de todos. Então a campainha tocou outra vez nos tirando daquela dor invisível e Zoe me deu um pequeno empurrão em direção à porta.



- Você pode atender, Dul? Eu preciso falar com seus pais sem você ouvir sobre o presente que vou comprar o ano que vem.



Cerrei os olhos para as meninas que me deram olhares de anjos inocentes. Elas achavam que poderiam me enganar, mas eu sabia que tinha algo de muito errado acontecendo, com certeza teriam convidado meus primos para uma festa surpresa e me arrumado para que eu me sentisse especial. Então dei as costas a elas e caminhei preguiçosamente até a porta esperando a campainha soar novamente, assim que ela o fez, eu girei a maçaneta e tive arritmia cardíaca.



Tudo porque a imagem que tive me fez dar dois passos para trás e levar uma mão ao coração. Meus olhos estavam tentando saltar para fora, assim como meu coração que batia forte no peito. Lá estava Anahí Portilla parada à minha porta com um sorrisinho convencido nos lábios usando um terninho feminino preto, os cabelos caramelos caindo em cascata em suas costas e uma maquiagem destacando o azul de seus olhos.



E ela segurava um corsage nas mãos.



De lírios.



Minha flor preferida.



- O quão errado seria uma princesa não ir ao baile de formatura? – ela disse com aquele sorrisinho ainda estampado no rosto.



Tentei dizer alguma coisa, mas o meu coração estava dizendo por si mesmo batendo tão rápido que poderia ser ouvido da casa dos McCoy. Anahí estava ali na minha porta, a minha Anahí. Minha namorada. Eu poderia desmaiar com aquela surpresa, minhas pernas estavam fracas o suficiente para isso.



- Dulce Savinon - ela continuou quando viu que eu não diria nada. – você aceita ir ao baile comigo?



Eu estava tremendo, sim eu estava. Vê-la foi como um aviso de que eu tinha a pessoa mais linda, fiel e maravilhosa do mundo em minha vida. Se eu tinha orgulho dela? Tente ter sua namorada organizando uma surpresa como essa no dia do seu aniversário e tenha sua resposta.



- Eu... Anahí? Anahí... Eu vou matar você. – minhas palavras saíram com dificuldade, mas claras o suficiente para que ela jogasse a cabeça para trás dando aquela risada perfeita que me fazia querer rir junto.



- Essa não é bem a resposta que eu esperava. – ela disse arqueando uma sobrancelha e se aproximando mais. O cheiro amadeirado dela me fez suspirar e ver que ela realmente estava ali, não era um sonho. – E então minha Oompa Loompa, você aceita ir ao baile comigo?



Aquele apelidinho ridículo me fez voltar à realidade e dar um tapa estalado em seu braço.



- Chega desse apelido idiota, entendeu? – acusei apontando o dedo em seu rosto. – E eu aceito, mil vezes aceito!



Sem aguentar a espera, me joguei em seus braços tendo a sensação de estar flutuando. Não existia mais casa, meus pais ou minhas amigas logo atrás de mim, éramos apenas Anahí e eu nos braços uma da outra, onde deveria ser. Onde era o nosso lugar. E ela retribuiu esse abraço me apertando contra si possessivamente e enchendo meu rosto de beijos.



- Eu preciso registrar esse momento, venham até aqui. – ouvi meu pai da sala quando nos separamos.



Anahí segurou delicadamente meu rosto com uma mão e beijou meus lábios sutilmente. Ela sorriu maliciosa e pegou meu braço esquerdo para colocar o corsage que combinou perfeitamente com o vestido. Humpf! Eu estava irrevogavelmente apaixonada por Anahí. Não tinha mais volta, uma vez que ela te hipnotiza com os olhos e aquele jeito sedutor, a prisão é perpétua.



- Você vai me matar um dia, eu sei disso. – resmunguei entrelaçando nossos dedos e a puxando para dentro. – E vocês serão as testemunhas!



Anahí deu de ombros, Zoe apenas riu e Emma deu sua famosa gargalhada.



- Ali, perto da lareira. – meu pai apontou e nos posicionamos em frente à lareira.



Anahí passou o braço pela minha cintura e com a outra segurou minha mão. Meu pai tirou uma foto nossa sorrindo para a câmera e outra dando um selinho, o que me fez corar porque ainda não tinha me acostumado beijar Anahí na frente dos meus pais.



- Odeio interromper, mas como sou a única que tem a cara de pa/u, precisamos ir. – disse Emma já caminhando até a porta com as meninas.38



- Obrigada mais uma vez Fernando e Blanca, saibam que cuidarei muito bem dessa garota. – minha namorada piscou para eles.



Nós todos nos abraçamos mais uma vez e fomos para fora de casa onde se encontrava o Jeep amarelo de Zoe e o Dodge, que para a minha surpresa estava sem a capota, de Anahí



- Eu queria fazer algo especial, então tirei a capota para que você aproveitasse. – ela explicou abrindo a porta do passageiro de uma forma cavalheira que fez meu coração derreter.



Eu entrei e recebi uma piscadela em troca. Maldita galanteadora. Zoe, Maitê e Emma, foram no Jeep, Anahí explicou que elas queriam nos dar o nosso tempo como casal de baile.



Olhei para trás apenas para ver as meninas se divertindo no Jeep. Maitê e Emma estavam com os braços erguidos e os cabelos sendo bagunçados pelo vento, mas o sorriso no rosto delas era impagável, eu tinha certeza que estavam cantando algo e quando paramos o carro no sinal, Zoe parou o Jeep ao lado do Dodge e eu pude ouvir uma música eletrônica tocando no rádio. Anahí me olhou com todo o amor que ela tinha, eu podia ver o carinho escorrendo em seus olhos e a beijei rapidamente antes de também me levantar no assento e erguer os braços para o céu escuro.



Não importa quanto tempo passe, estar com Anahi sempre seria o certo. Eu fechei os olhos sentindo a sensação do vento bater contra o meu corpo quando o carro entrou em movimento e quase me desequilibrei, ouvi a risada alta e rouca soar no banco do motorista e sorri ainda mais.



Seguimos por uma rua sem muito movimento, caso contrario seriamos multadas por termos três loucas em pé nos carros. Arrisquei abrir os olhos e a sensação de liberdade invadiu meu corpo, eu poderia me acostumar a isso, me sentir livre de toda a responsabilidade do mundo, continuar sempre em frente voando contra o vento.



Zoe passou por nós buzinando com Emma e Maitê gritando como duas loucas. Eu arrisquei gritar de volta, aquela sensação era nova para mim. Costumava ser a garota acuada que vivia trancada na sala de música envolvida em meus instrumentos. E agora eu estava voando. Olhei para baixo apenas para encontrar o meu rosto favorito em todo o mundo.



Anahí não tinha mesmo noção de como era linda.



Estendi a mão direita a ela que segurou. Continuei a encarando enquanto dirigia, poderia dizer que naquela fração de segundo eu me senti ainda mais apaixonada, com uma corrente elétrica percorrendo desde os meus braços até meu estômago. E quando ela sorria... Eu tinha vontade de chorar.



Voltei a me sentar quando finalmente paramos o carro em frente ao tal colégio que estaria acontecendo o baile. A rua estava tomada por carros estacionados e pela primeira vez na noite eu me perguntei o que faríamos se fossemos pegas. Mas decidi ignorar as regras pelo menos uma vez e me deixar levar.



Zoe estacionou o carro logo na frente do nosso e todas descemos ainda eufóricas com a música. Nos juntamos na entrada no colégio onde havia muitos estudantes em suas roupas de gala conversando. Recebemos olhares curiosos, é claro, deviam estar se perguntando de onde surgiu um bando de garotas que nem ali estudavam. Por um momento me senti insegura, ao contrário das outras que estavam extasiadas enquanto entrávamos, então senti dedos quentes entrelaçarem com os meus e olhei perplexa para Anahi.



- Ninguém aqui nos conhece mesmo, então que se dane. – ela sorriu de uma forma graciosa e apertou sua mão na minha. – E a propósito, você está linda.



As meninas estavam um pouco mais a frente chutando alguns balões e rindo como se estivessem bêbadas. O tema do baile era o inverno, então a quadra toda foi tomada por isopor representando a neve e esculturas artificiais de gelo. Uma banda local tocava no palco e os estudantes dançavam animados com seus pares; vi alguns garotos tentando batizar o ponche e comecei a rir achando graça de tudo aquilo. Zoe puxou Maitê para o meio da pista de dança, e Maitê puxou Emma pelo pulso, as três deram as mãos e começaram a dançar em círculo como loucas. Já eu estava entorpecida demais para me movimentar, observando uma garota chorar na escada, provavelmente por causa de seu par, e algumas outras meninas tentando consolá-la; um grupinho de garotos conversando animadamente sobre algum assunto aleatório... Era tudo um sonho maravilhoso.



Os braços de Anahí me envolveram por trás e sua cabeça repousou em meu ombro, sorri com o contato e entrelacei nossos dedos em meu estômago.



- Você está muito sexy nesse terninho. – eu disse sincera com a voz um pouco alterada por causa da música. – Use-o sempre daqui para frente se quiser matar sua mulher do coração.



Recebi um beijo carinhoso na curva do pescoço e fechei os olhos com os arrepios que percorreram meu corpo.



- Eu poderia usar o que você quisesse pelo resto de nossas vidas. – sua voz rouca preencheu meus ouvidos como uma música melodiosa. Naquele momento senti um desejo incontrolável por aquela menina. – Me diga o que quer que eu seja, e eu serei.



Girei em seus braços ficando em frente a ela, nossos rostos praticamente colados e minhas mãos em seu ombro.



- Quero que você seja essa ogra convencida, gostosa e galanteadora que é.



-Gostosa, é? – ela deu um sorriso safado e eu senti necessidade de beijá-la loucamente.



Me contive.



Aproximei minha boca do seu ouvido e levei uma de minhas mãos até sua nuca arranhando levemente sua pele.



- Acredite quando digo que estou me segurando para não levá-la ao banheiro e tirar essa roupa do seu corpo.



Sorri vitoriosa quando senti os pelos da nuca dela se arrepiarem. Anahí me segurou pelo ombro e me afastou para olhar em meus olhos com uma expressão séria.



- Você está ferrada, Dulce. – seu tom saiu tão sério que minha sobrancelha arqueou automaticamente.



Zoe cortou o clima quando apareceu ao nosso lado com um copo de ponche e um sorriso idiota nos lábios.



- Parem de se excluir. – ela acusou agarrando meu cotovelo e me arrastando até o meio da pista de dança onde se encontrava uma Emma fazendo movimentos engraçados de balançar os braços em frente ao corpo enquanto rebolava até o chão e Maitê dançando com os braços para o alto.



Ri com a cena.



Quando Emma nos viu, soltou um grito animado e nos fez dar as mãos formando agora um circulo de cinco, aberto o suficiente para empurrar alguns estudantes que dançavam. A essa altura eu já tinha sido contagiada pela alegria de minhas amigas, então tudo o que fiz foi começar a girar com elas e a gritar rindo da cara de desespero de Anahí. Não me lembro de uma época em que me senti tão feliz como agora, com aquelas pessoas rodando no meio de uma quadra num baile que invadimos.



Coisas simples.



Esse é o significado da verdadeira felicidade.



Porém, como tudo que é bom dura pouco, uma mulher alta se aproximou de nós e tocou meu ombro com uma careta. Ao seu lado, um homem de porte alto, cabelos grisalhos e um bigode aka Charlie Chaplin nos analisava também com uma carranca enorme.



- Com licença, poderiam nos informar seus nomes para que possamos verificar na lista? – a mulher nos disse tirando um papel dobrado do bolso do vestido.2l



Nos entreolhamos segurando o riso, Anahí parecia ser a mais tensa ali e acho que se devia ao fato de ela sempre ter vivido muito dentro das regras, mas eu sabia que ela estava se divertindo tanto quanto eu.



Emma, como sempre sendo a sem vergonha, deu um passo à frente com um sorrisinho cínico nos lábios.



- Meu apelido é Fê. Pode procurar na lista. – ela disse lançando um olhar de soslaio para nós que já estávamos dando passos sutis para trás.



- Fê? – a mulher indagou olhando Emma como se ela tivesse brincando com sua cara por dizer o apelido.



No momento seguinte, eu soube que minha vida dependeria das minhas pernas.



- Sim - Emma deu um passo para trás e sorriu uma última vez para a mulher. – Fê de FERROU GALERA, VAMO DAR NO PÉ!



Não esperei que ela gritasse uma segunda vez. Segurei a mão de Anahí como se minha vida dependesse disso e nós corremos empurrando qualquer pessoa que estivesse no nosso caminho; é claro que meu coração estava saindo pela boca, mas aquilo era tão divertido que eu só sabia rir acompanhada das gargalhadas altas das meninas. Meus pais com certeza não sabiam dessa parte da noite ou então teriam proibido minha amizade com aquelas pessoas.



Anahí e eu pulamos no carro de porta fechada e tudo, eu juro que em um mundo paralelo eu teria tropeçado nos meus próprios pés e neste exato momento estaria em coma. Anahí deu um salto perfeito com apenas uma mão apoiada na porta, já eu me joguei de corpo e tudo caindo com as costas no banco e as pernas penduradas para fora. Anahí riu tanto que quase não conseguiu dar partida no carro, mas ela o fez quando a mulher e o homem saíram com dois seguranças atrás de nós.



Ouvi o Jeep de Zoe cantar pneu e Maitê gritar:



- Hasta mañana, niñas.



Anahí também cantou pneu quando arrancou com o Dodge, então com muito esforço, eu consegui me arrumar e sentar corretamente no banco. Respirei aliviada abanando a mim mesma, parecia mais que eu tinha corrido uma maratona.



- Essa foi a coisa mais louca que eu já fiz na minha vida. – Anahí gritou toda sorridente, ainda estava eufórica com o que acabara de acontecer e eu a entendia muito bem, pois meu corpo todo ainda reagia à adrenalina. – Nós precisamos fazer isso de novo qualquer dia desses.



- Podemos fazer todas as vezes que tiver um baile, o que acha? Podemos até ganhar a primeira página do jornal. Posso até ver a manchete: Universitárias invadem escolas e badernam bailes de formatura.



Anahí apertou minha mão e me olhou com aqueles olhos azuis cintilantes.



- Eu te amo.



- Eu sei. – sorri prendendo a língua entre os dentes.



E assim, nós aumentamos o som do carro e eu fechei os olhos deixando que Anahí me levasse ao nosso próximo destino. Eu não perguntaria, o lugar era o que menos importava no momento, pois eu sabia que se ela apenas estivesse ao meu lado, até mesmo o mais triste dos lugares se tornaria um dos meus preferidos.




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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