Fanfics Brasil - Capítulo 24 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 24

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11 de Janeiro de 2018. Primeiro ano da faculdade.



Dulce abriu os olhos sentindo-se incomodada com a falta de calor contra o seu corpo. A primeira coisa que viu assim que seus olhos se acostumaram com a claridade, foi a silhueta de sua namorada sentada no chão ao lado da cama abraçando as pernas flexionadas e o queixo apoiado no joelho. Os olhos azulados a observavam, como se estivesse velando por seu sono a um bom tempo. Dulce aconchegou-se um pouco mais na cama e as duas ficaram em silêncio se olhando com carinho; também havia culpa naqueles olhos sem brilho, Dulce sabia que Anahí queria lhe contar algo, mas pensar nas opções fazia seu estômago se contrair.



- Oi. - a pequena disse bem baixinho, como se houvessem várias pessoas em volta ela quisesse que apenas Anahí a ouvisse.



- Oi. – respondeu Anahí, sua voz rouca era triste.



- Há quanto tempo você está ai?



- Duas horas e meia. - sorriu fraco e levantou o queixo do joelho. - Eu acordei com dor de cabeça e sua mãe me ofereceu uma aspirina.



Dulce ficou surpresa por sua mãe saber que passaram a noite juntas em seu quarto. Anahí ainda usava o moletom de Columbia e a calcinha boxer que a deixava com um ar quase infantil apesar do rosto cansado e as visíveis olheiras.



- Eu vou ao banheiro escovar os dentes, tá bom?



Anahí concordou e a mais nova saltou da cama correndo até o banheiro com um pouco de dificuldade devido ao sono. Tinha passado quase toda a madrugada zelando o sono de sua amada, vindo a cair no sono pouco antes do amanhecer. Não levou nem meia hora e já tinha tomado um rápido banho e escovado os dentes. Anahí agora estava sentada na cama com as costas apoiadas na cabeceira vasculhando algo em seu celular, dulceb a imitou e em seguida puxou a namorada para um beijo terno, apenas para matar a saudade daqueles lábios deliciosos.



- Pequena? - Anahí a chamou quando encostou a cabeça na cabeceira para olhá-la preguiçosamente, o celular sendo esquecido no criado mudo. - Me desculpe por ontem, eu não deveria ter aparecido aqui bêbada...



- Amor... Hey! Está mesmo se desculpando por isso? Eu queria matar você, mas por ter dirigido bêbada. Sabe o quanto é perigoso, Anahí? Você é a minha namorada, minha função é cuidar de você. Que tipo de esposa vou ser daqui a dez anos se não cuidar da minha bolinha branca?



Os olhos azulados brilharam e foi o que bastou para Dulce sorrir timidamente.



- Você vai ser minha esposa? - a voz de Anahí quebrou o coração de Dulce, quase como se não pudesse acreditar em suas palavras. - Eu não mereço você, pequena...



Dulce sentou-se na cama de frente para a namorada e deixou suas mãos descansarem no estômago dela.



- Quer me contar o que houve ontem?



Anahí suspirou alto, seus olhos já estavam cheios de lágrimas antes mesmo de começar a contar.



O evento era, na verdade, na casa de um dos associados de Enrique Portilla. O lugar estava cheio de advogados com suas esposas e filhos, todos muito bem vestidos e de classe alta; é claro que Enrique sempre fazia questão de se relacionar com a alta sociedade. Anahí estava ao lado do pai contando os minutos para sair daquele lugar, o vestido em seu corpo era incômodo, as pessoas um pé no saco, como sempre foram desde que se conhece por gente e acompanhava o pai em eventos como esse.



A necessidade de pegar o celular e conversar com Dulce a estava consumindo.



Já estavam naquela casa há quase quatro horas e a única coisa útil a se fazer era comer e beber o máximo que podia enquanto seu pai ignorava sua existência e conversava com os amigos se gabando de todo o seu dinheiro. Ela se perguntou onde sua mãe estaria naquele momento, então se deu conta de que ela provavelmente havia dado uma desculpa esfarrapada e ido até Taylor cuidar da filha mais nova, era a única coisa que tinha coragem de fazer.



- Giovanna, venha até aqui. - Enrique a chamou até a rodinha de engravatados. Anahí segurou-se o máximo que pode para não revirar os olhos e seguiu até o pai. - Quero lhe apresentar Brandon, filho de Antônio Valdez, um grande amigo meu.



Brandon sorriu educadamente e a Anahí arqueou uma sobrancelha quando ele beijou as costas de sua mão. O garoto tinha os cabelos curtos e rebeldes, olhos muito azuis e um sorriso iluminado no rosto. Não era feio, longe disso, mas nada que chamasse a atenção de uma pessoa que desejava apenas os lábios carnudos de uma certa latina.



- Brandon é de NYU e cursa direito, assim como você. - sentiu o olhar cheio de significados do pai em si. - Tenho certeza de que vocês têm muito que conversar.



Só pelo olhar que recebeu de Enrique, ela soube que era uma ordem que se não fosse obedecida, haveria consequências mais tarde. Anahí tinha dezenove anos, mas ainda sim dependia do pai que sempre a controlou à base do medo usando surra de cinta como corretivo. Ela sabia que ele não hesitaria em machucá-la assim como machucou Taylor.



O garoto que estava alheio à troca de olhares intensa entre pai e filha ofereceu o braço direito à Anahi que aceitou a contra gosto e deixou-se ser levada até a área da piscina, onde havia menos pessoas para o desespero de Anahí que começara a entender as pretensões de Brandon.



- Eu não me apresentei direito. Meu nome é Brandon Valdez, estou muito encantado em conhecê-la, Srta. Portilla.



- Anahi. Meu nome é Anahí Giovanna. - ofereceu um pouco menos tensa.



Brandon era um garoto muito educado para ser ignorado.



E assim a noite se arrastou lentamente, Brandon não parava de falar um segundo sequer e por mais que fosse um garoto muito educado, não despertou nenhuma curiosidade em Anahi. Tudo o que a loira fazia era beber cada vez mais numa tentativa de fazer a noite passar logo para ver Dulce de uma vez por todas. Em alguns momento precisava forçar um sorriso quando Enrique a olhava do outro lado da área de piscina, não queria uma discussão com o pai e o quanto mais rápido ele voltasse à Miami, melhor seria.



As pessoas que os olhavam, sorriam satisfeitas imaginando que formariam um casal socialmente perfeito, pois Brandon fazia questão de quebrar a distância descansando a mão em sua coluna vez ou outra, e isso irritou um pouco Anahi.



O verdadeiro problema veio quando em um ato repentino, Brandon a segurou firmemente pela cintura colando seus lábios num beijo forçado e desengonçado. Anahí o empurrou com violência para longe em choque e o garoto arregalou os olhos surpreso pela reação da mesma.



- Você está louco? Que po/rra...? - o palavrão saiu sem querer.



- Me desculpe... Eu... Seu pai... Ele disse...



- Meu pai? O que ele disse? - indagou sentindo a fúria preencher cada canto do seu corpo.



É claro que só poderia ser obra de Enrique . Brandon tentou falar mais uma vez, mas uma mão forte agarrou o braço de Anahi com uma força desnecessária e a arrastou para dentro da mansão entre os convidados que encaravam a situação com surpresa. Finalmente chegarem a uma sala vazia, e Enrique empurrou Anahi com força que acabou caindo sentada no sofá, seu rosto estava vermelho exatamente como da última vez em que discutiu com Taylor.



- O que você pensa que está fazendo, Giovanna? - ele gritou e agarrou a filha pelos ombros a colocando de pé novamente. - Você quer estragar a minha imagem, é isso? Está destruindo a imagem que estou criando para o seu futuro?



- Eu não acredito que o senhor me trouxe aqui para me arranjar um namorado, papai! - Anahi tentou soar séria, mas o medo que sentia do homem a estava dominando. - Pouco me importa a imagem, eu não queria estar aqui e muito menos ser beijada por aquele moleque!



Enrique semicerrou os olhos para a filha, os dois estavam tão próximos agora, e o aperto no ombro da filha se intensificou tanto que ela gemeu de dor.



- O que está acontecendo, Giovanna? - agora a voz de Enrique saiu baixa e carregada de ódio, ela sabia que estava pisando em uma linha de fogo. - Está saindo com aquela garota suja de Juilliard? É isso?



Anahí empurrou o pai sem pensar quando ele se referiu à Dulce como garota suja, a raiva a dominou por completo e os olhos de Enrique praticamente a assassinou assim que recuperou o equilíbrio.



- Não fale assim dela! - exclamou tremendo de raiva e medo. - Dulce é minha amiga e eu não admito que o senhor fale assim dela!



Enrique cruzou os braços arqueando uma sobrancelha e Anahi soube, naquele exato momento, que seu ato de descontrole tinha entregado tudo. O homem fechou os olhos por alguns segundos que pareceram eternos para Anahí e quando os abriu, havia um brilho diferente neles, quase doentio.



Quando ele falou, sua voz saiu calma e controlada:



- De agora em diante eu vou investigar cada passo seu, Giovanna. Eu acho melhor você tomar muito cuidado com o que vai fazer a partir do momento em que sair por aquela porta, porque eu vou estar na sua cola. - Anahí se arrepiou com o tom de voz do pai, seu coração batendo descompassado com as palavras firmes. - Agora vá embora.



E sem pensar duas vezes, Anahi deu às costas ao pai saindo em disparada da mansão.



O quarto ficou muito silencioso no momento em que as palavras de Anahí cessaram. Aquilo tinha sido um soco no estômago de Dulce, cada parte daquela história, ela nunca imaginou o que sua namorada poderia ter passado com aquele homem, e agora a vendo tão frágil sentada naquela cama, olhando-a como em uma súplica por perdão por algo que ela não teve culpa.



Dulce se arrastou até conseguir sentar no colo de Anahí e a abraçou o mais forte que pode acariciando o ombro da namorada onde um dia antes havia sido apertado com violência.



- Eu sinto muito, meu amor. Você não merece nada disso. - ela disse embrenhando suas mãos nos cabelos da namorada e arrastando os lábios pelo pescoço da mesma. - Eu te amo, obrigada por me defender.



- Você não está brava? - ela perguntou desviando o rosto para que Dulce ao olhasse nos olhos. - O garoto me beijou e agora meu pai está na nossa cola...



Dulce suspirou unindo suas testas, ela nunca se cansaria da beleza da namorada.



- Eu não estou brava, não há motivos para isso. Ele te beijou e você estava distraída. Quanto ao seu pai... Nós vamos dar um jeito nisso.



- Você realmente acredita que vamos ficar juntas?



- Nós vamos lutar por isso. Eu não vou te deixar tão fácil, e sei que você também não vai fazer isso, certo?



- Certo. - elas sorriram levemente e Dulce puxou o lábio inferior de Anahí entre os dentes e o soltou em seguida. - Eu estava com saudades.



Sem conseguir se conter por mais tempo, Anahí subiu a mão até a nuca de Dulce a trazendo para mais perto para dar inicio ao beijo. Dulce  invadiu sua boca ferozmente iniciando o contato com a língua que fez ambas gemeram com antecipação. Anahí agarrou ainda mais a nuca de Dulce e friccionou seus corpos, sentindo seus seios roçarem assim como seus sexos. Um outro gemido rouco escapou das duas quando se separaram em busca de ar.



Anahí puxou a camisola de Dulce revelando seus seios médios, ela sentiu tanta falta deles e não fazia nem um dia que os tinha amado...



- Amor... - Dulce suspirou em seus lábios sentindo Anahí apertá-la firmemente contra seu corpo. - Meus pais podem entrar a qualquer momento...





- Eles não estão em casa, princesa. - sorriu ofegante, sentia-se melhor agora que Dulce a tinha acalmado.



Em poucos segundos as duas garotas estavam nuas e Dulce prendeu a respiração ao ver as manchas escuras se formando no ombro da namorada, mas ela não teve tempo para protestar, a língua da Anahí começou a explorar famintamente toda a extensão de sua boca em um beijo ardente, carregado de significados. Anahí desceu a mão da nuca da garota até seus seios, ela os apertou e massageou com força sem quebrar o contato entre suas línguas. O beijo cessou quando as mãos de Dulce começaram a subir e descer pelas costas de Anahí provocando vários arranhões com as unhas. Anahí desceu os lábios pelo pescoço de Dulce com a ponta da língua mordendo, sugando e a mais nova gemeu ao sentir a namorada morder sua clavícula.



Anahí estava faminta hoje, com saudade, queria apagar o evento de qualquer forma de sua cabeça e Dulce era a sua saída, sempre fora e sempre seria. Estar com ela significava esquecer o mundo lá fora, as sensações vividas juntas tanto carnais quanto emocionais era algo para ser sentido eternamente.



Dulce ansiava pelo contato mais íntimo e Anahí estava apenas retardando-o. A mais nova resolveu adiantar o caminho e desceu os lábios até os seios da garota os contornando com a língua e mordendo a pele mais sensível. Anahí soltou um gemido alto de prazer e dor agradecendo por não ter ninguém em casa naquele momento.



Cuidadosamente, Anahí deitou Dulce na cama e se posicionou entre as pernas dela com um sorriso tímido nos lábios.



- Eu amo o seu corpo, pequena. - comentou arrastando a língua no pescoço de Dulce que inclinou a cabeça para lhe dar mais liberdade de explorar aquela área. - Amo o seu cheiro também.



Sua mão automaticamente desceu até o sexo da mais nova acariciando o clitóris já rígido fazendo Dulce morder novamente seu seio esquerdo; ela precisou conter outro gemido alto fincando os dentes na clavícula da namorada enquanto sentia a mão de Dulce vacilar em suas costas. Elas estavam extremamente excitadas, Anahi seria capaz de ter um orgasmo apenas com os sons e caricias de Dulce.



- Isso está mais intenso que ontem... - Dulce não podia formular uma frase.



Anahí a invadiu com dois dedos de surpresa fazendo Dulce arquear o corpo e gemer novamente, dessa vez sem a dor vívida, talvez apenas o desconforto. Anahí se acostumou aproveitando a sensação de estar dentro da namorada, sentindo na ponta dos dedos, literalmente, tudo o que estava acontecendo com Dulce. A mais nova subiu a mão à nuca de Anahí a puxando para iniciar um novo beijo com mais desejo e mais urgência, e Anahí aproveitou para iniciar os movimentos dentro da namorada, começando lentamente e aumentando a velocidade conforme Dulce intensificava o beijo.



Anahí a sentiu apertar-se contra seus dedos e quebrar o beijo, sendo incapaz de acompanhar a velocidade de Anahí e respirar ao mesmo tempo. Ambas estavam com os olhos fechados, os lábios inchados e vermelhos entreabertos, respirando e gemendo uma contra a face da outra.



Anahí soube que Dulce estava próxima ao clímax quando deixou de sentir as unhas apertarem sua costela e o corpo enfraquecer em baixo do seu. Anahí resolveu ajudar a namorada adicionando mais um dedo e estimulando o clitóris com o polegar, Dulce não poupava gemidos altos de prazer e a sensação do terceiro dedo abrindo ainda mais suas paredes internas, deixando-a totalmente pronta para Anahi.



Como havia pressentido, o corpo de Dulce começou a vibrar e suas mãos afrouxaram-se. Anahí tomou-lhe os lábios mais uma vez apressando o momento. Anahí ouviu seu próprio nome soar alto, quase um grito, dos lábios da mais nova quando a sentiu explodir em seus dedos.



Anahí abriu um sorriso apaixonado observando expressão de prazer estampada naquele rosto que a levaria a ruína.



O corpo suado  de Anahí caiu sobre o de Dulce, e as duas ficaram em silêncio por um longo tempo, deixando suas respirações se normalizarem e suas mentes processarem o que tinha acabado de acontecer.



Ainda era uma sensação nova para ambas, mas que fariam todos os dias se possível.



- Nós estamos melhorando nisso. - o primeiro comentário veio de uma Dulce totalmente mole. - Maite chegou a insinuar que você seria ruim de cama.



- Oh meu Deus! - exclamou Anahi envergonhada, o rosto enterrado no peito da pequena. - Você contou a elas?



- Não é como se elas não tivessem notado minha cara de enterro quando foram me buscar na república.



Anahí levantou o rosto no mesmo instante observando os olhos castanhos a fitarem com carinho.



- Eu não vou deixar meu pai nos afastar. - ela disse com uma convicção que Dulce queria muito acreditar. - Nós só precisamos tomar cuidado com os lugares públicos, sei que meu pai seria capaz de colocar um detetive atrás de mim.



Dulce concordou acariciando os cabelos macios da namorada. Parte dela queria muito acreditar que Anahi lutaria pelo que tinham. Ela jamais duvidaria do amor que nutriam uma pela outra, mas sim da coragem da namorada sobre o pai. Por mais que tentasse manter-se esperançosa, algo bem no fundo lhe dizia que aquele relacionamento estaria fadado ao fracasso se Anahí se entregasse às ameaças do pai.



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Uma semana se passou após o incidente com Enrique, e todos os dias o homem ligava para a filha perguntando sobre a faculdade e onde estava, assim como também ligou para Columbia procurando saber sobre seu desempenho. Graças a Deus Anahi era uma estudante dedicada e Enrique só recebeu elogios sobre a filha, assim como tem conversado muito com o Sr. Smith, chefe de Anahi no estágio. O relacionamento de Anahi e Dulce continuava caminhando muito bem; as duas saíam apenas ao The Village e poucas vezes ao apartamento de Maite, mas o lugar preferido das duas seria sempre a casa abandonada.



Aconchegante, segura e familiar.



Dulce tentava todos os dias animar a namorada que vinha se mostrando mais distante que o normal desde a discussão com o pai. Não distante emocionalmente, Anahí continuava carinhosa e atenciosa com ela, mas distante do mundo. Andava bebendo mais que o normal para uma garota que raramente o fazia, seu humor variava muito fácil, quase sempre descontando a raiva na bebida. Mesmo que todos em Juilliard soubessem sobre elas, Anahí começou a ser mais cuidadosa, nada de beijos ou mãos dadas dentro da instituição e isso a matava por dentro; tudo o que desejava era poder ser livre com Dulce, mas sabia que seu pai seria capaz de qualquer coisa e o que ela menos queria era envolver a namorada com aquele homem.



E então chegou o dia em que Anahí percebeu que estava certa desde que pisou em New York pela primeira vez: Os contos de fadas vivem apenas nos livros infantis.



Era um sábado à noite, Megan a encurralou no banheiro de Columbia questionando seu sumiço. Disse que Enrique a procurou e pediu que o mantivesse informado sobre o comportamento de Anahi, o sangue da loira gelou, ela tinha medo do que a garota poderia ter dito. Megan informou que foi vaga quanto ao sumiço de Anahí, mas a fez prometer que compareceria à festa da fraternidade Tau Beta, uma das mais movimentadas de Columbia.



E Anahí aceitou.



Claramente não pisaria naquele lugar sozinha de nenhuma forma, então insistiu que Emma convencesse Dulce, Zoe e Maite, seria menos incômodo do que ser jogada aos leões depois de tanto tempo longe. Dulce relutou, ela odiava festas e odiava ainda mais fraternidades onde se encontravam os adolescentes cheios de hormônios, música alta, pessoas bêbada...



Mas Dulce aceitou por Anahí.



As cinco garotas entraram pela porta principal sendo recepcionadas pela música alta que poderia deixar qualquer pessoa surda, e gritos animados dos adolescentes dançantes, a maioria já influenciados pelo álcool. Dulce se agarrou ao braço de Maite procurando proteção, o coração de Anahí se apertou por não poder ser ela a acalmar a namorada, não podia arriscar, não na frente daquelas pessoas. Emma tinha os braços cruzados e fuzilava qualquer um que tentasse puxar conversa, odiava as pessoas da sua faculdade, mais precisamente os súditos de Megan. Zoe parecia animada olhando os estudantes competindo sobre quem bebia mais cerveja, outro grupo jogando pôquer na mesa de centro da sala, sem contar os casais praticamente se reproduzindo nos corredores, sofás e até mesmo na mesa de sinuca.



- E eu reclamei da festa de Juilliard. - Dulce comentou alto o suficiente para que Anahi ouvisse. - Esse lugar é o caos.



- Pense pelo lado positivo, Dul... É, não tem lado positivo. - Maite se lamentou quando viu um garoto fazer movimentos de penetração em uma garota por cima da roupa.



Emma puxou Zoe pela mão, que puxou Dulce, que puxou Maite e que puxou Anahí; elas caminharam até a cozinha onde o balcão era revestido de bebidas de todas as cores, sabores e tamanhos. Emma pegou um Johnnie Walker e ofereceu às meninas, apenas Anahi e Zoe aceitaram apesar do olhar de repreensão de Dulce sobre a namorada.



Um garoto que usava a camisa com todos os botões abertos, bermuda de surfing e uma gravata amarrada na cabeça aproximou-se de Emma tentando abraçá-la, pelo jeito eles se conheciam, mas Emma não gostou do contato e o empurrou com força contra o balcão.



- Desencosta de mim, capeta! Tá repreendido. - reclamou abandonando a mão na frente do rosto pelo fedor de álcool. - Me digam por que estou enfiada no buraco das cobras em um sábado à noite quando deveria estar preparando um texto dramático de separação?



- Você vai deixar o Troy? - Zoe perguntou interessada se recostando ao balcão com Maite ao lado e Dulce de frente.



Anahi era a única desconfortável agora, olhava para os lados como um cachorrinho assustado, a probabilidade de sua presença naquela festa dar errado era enorme e saber que Dulce estava ali à contra gosto só piorava o embrulho em seu estômago.



- Zoe! Eu sou muito nova para me prender a alguém. Não sou diabética como Anahí e Dulce, gosto de viver minha vida e Troy quer algo sério, alianças e tudo. - contou Emma tranquilamente, não parecia nem um pouco abalada com o término do namoro. - Gosto de uma boa festa, não com retardados como essa, é claro, também gosto de sair beijando por ai. - deu uma risada irônica que fez as outras rirem. - Tudo tem um prazo de validade e o meu com Troy chegou ao fim.



Dulce não se conteve em olhar rapidamente para Anahi que estava cabisbaixa observando os cadarços do tênis. Algo em seu peito morreu aos poucos assistindo o semblante da namorada tão abalado, e anda sim, nada poderia ser feito para ajudar.



- Às vezes você me assusta muito, Emma. - disse Maite tirando o copo das mãos de Zoe e bebericando a bebida.



- Talvez eu vire lésbica - ela riu puxando Dulce para um abraço exagerado. - assim eu não fico de vela nessa parada GLBT que é o nosso grupo, não é?



- Emma! - Dulce a repreendeu, mas riu depois.



Megan apareceu logo em seguida com um copo vermelho em mãos e um sorriso enorme no rosto ao ver Anahí, mas o sorriso logo se desfez quando seus olhos pousaram em Dulce e Emma.



- Eu pensei que viesse sozinha, Anahi. - a garota olhou Maite e Zoe de baixo à cima. - Eu conheço vocês?



- Maitê e Zoe são minhas amigas. - Anahí disse rapidamente ao ver a cara assassina de Maitê para Megan. - Nós tínhamos um compromisso para hoje e eu as convenci a virem para a festa.



- Entendo. Sintam-se em casa, meninas. - ela sorriu cinicamente e olhou Emma - Menos você, Watson.



Emma cruzou os braços fingindo gargalhar.



- Não me sentiria em casa em um ninho de vad/ias, desculpe.



Megan trancou o maxilar e Zoe segurou a risada falhando miseravelmente. Megan mal olhou para Dulce, era como se a garota não existisse e a mais nova agradeceu por isso de certa forma.



- De qualquer maneira - a garota continuou virando as costas para Emma e pegando a mão de Anahí. - Oliver me pediu para levá-la até ele quando chegasse, venha comigo.





Anahí lançou um olhar desesperado para as meninas quando Megan a puxou pela mão por entre as pessoas e apenas Emma entendeu quem era Oliver. Um ex ficante. Emma correu atrás de Megan na tentativa de salvar Anahi caso Oliver tentasse algo.



O primeiro erro da noite.



Agora apenas Dulce, Maite e Zoe estavam na cozinha observando a movimentação do lugar.



- Anahí está estranha hoje ou eu estou bêbada com apenas um copo de uísque? - comentou Zoe olhando diretamente para Dulce.



A pequena abraçou o próprio corpo sentindo-se incomodada com a pergunta. As meninas sabiam sobre a pressão de Enrique sobre Anahi, mas talvez nenhuma delas realmente entendesse a gravidade de tudo; o quanto isso vinha mexendo com a cabeça de Anahí nos últimos dias e afetando até mesmo a relação quase inexistente delas em público.



- Ela está sofrendo muita pressão nos últimos dias - suspirou cansada. - estou tentando ser o apoio que ela precisa, mas também tem a doença do meu pai que parece estar voltando aos poucos... Não sei o que vai acontecer daqui para frente.



Sentiu uma imensa vontade de chorar, todo aquele barulho, aquela movimentação à sua volta, sentiu vontade de mandar todos ao inferno e correr para o silêncio de seu quarto, chorar tudo o que precisava para limpar o cansaço emocional que vinha sofrendo. É claro que Anahi nunca saberia disso, e por mais que confiasse em Emma, as duas eram muito amigas e talvez ela contasse para a Anahí, então restava Maite e Zoe que estavam ao seu lado desde o começo.



- Tudo estava bonito demais para ser verdade. - disse Maite apertando o ombro de Dulce. - Se isso vale de consolo, vocês são o casal mais apaixonado que eu já vi fora Romeu e Julieta, vão saber ajeitar as coisas no final.



Dulce olhou incrédula para a amiga.



- Sério mesmo que esta nos comparando com Romeu e Julieta?



- Sem a parte da morte, é claro. - completou Zoe rindo da cara de tacho da namorada.



As três continuaram conversando por mais um tempo com a presença das três sendo ignorada pelos estudantes até uma música eletrônica começar a tocar e Maite gritar exasperada que essa era sua música. Dulce disse que elas poderiam ir dançar, e observou Zoe e Maite seguirem até a sala onde os demais estudantes dançavam bêbados.



O segundo erro da noite.



O mesmo garoto que tinha tentado abraçar Emma mais cedo reapareceu na cozinha lançando um sorriso cafajeste para Dulce que se encolheu contra o balcão.



- Olá, gatinha. - ele disse com a voz arrastada e aproximou-se a pequena lentamente. - Sozinha em uma festa? Isso é um pecado.



- Eu estou esperando minhas amigas. - respondeu simplesmente sem olhar nos olhos do garoto.



- Tenho certeza que você também pode se divertir sem suas amigas, vamos lá para cima. - ele prensou Dulce com o corpo no balcão, a pequena tentou o afastar, mas o garoto era muito maior que ela e mais forte.



- Me deixe ir, por favor. Eu namoro e você não sabe o que está fazendo.



Os braços do garoto voaram até a cintura de Dulce a prensando contra o balcão, ela o sentiu pressionar a cintura contra a dela criando um atrito contra o membro ereto do rapaz que provocou náuseas na pequena; ela estava desesperada e ninguém em volta pareceu dar bola ou estar sóbrio o suficiente para perceber sua expressão de medo.



Esse é o momento em que Maitê e Zoe voltam logo, elas tinham que voltar...



- Por favor... - pediu quase num murmúrio fraco quando sentiu a língua do garoto percorrer seu pescoço, sentia-se uma inútil por não ter força para empurrá-lo.



As coisas então aconteceram muito rápido; em um momento ela estava sendo praticamente estuprada com a mão grossa do rapaz apertando sua bunda, e assim fechou os olhos, sentiu o corpo de o garoto desaparecer do contato com o seu.



Quando seus sentidos voltaram à tona, abriu os olhos e pode notar que tudo estava em silêncio.



Dulce congelou ao ver Anahí montada no garoto socando seu rosto em total descontrole.



Terceiro erro da noite.



Todos assistiam a cena em choque total, Emma foi única pessoa capaz de puxar Anahi para trás antes que ela o matasse. Amahi estava descontrolada, os olhos vermelhos e as lágrimas escorrendo, o punho cheio de sangue e a respiração descompassada.



Dulce não conhecia aquela Anahi.



O problema de não manter o controle é que às vezes você pode colocar tudo a perder. Como naquele momento, por exemplo, as pessoas a encavaram como se ela fosse uma fera pronta para atacar. O corpo de Josh continuava no chão desacordado e Emma a segurava pelos braços para que não o atacasse novamente. Todos os olhos estavam voltados para Anahi e depois de piscar algumas vezes, a realidade bateu à sua porta.



Anahi olhou assustada para o que tinha feito. Olhou para as mãos cheias de sangue e sentiu as lágrimas queimaram sua face novamente, ela tinha entregado tudo. Quando ergueu os olhos, encontrou um par de olhos castanhos a encarando como se não a reconhecesse mais. E talvez nem ela mesma se reconhecesse. Quando viu Josh em cima de Dulce, a raiva a cegou para consequências futuras, agora todos sabiam que ela tinha defendido Dulce por ciúmes e muito provavelmente viram a aliança em sua mão quando a olharam para o sangue.



A parte mais dolorosa foi o olhar que recebeu de Dulce. Ela não sabia o que a namorada estava pensando, mas também tinha medo de saber. Dulce estava  assustada com Anahi, com medo da própria namorada, as coisas não deveriam ser assim. Então, sem pensar duas vezes, Anahi deu à volta na cozinha saindo empurrando todo mundo no caminho e correndo até o carro onde se deixou chorar intensamente.



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Ela mal sabia como havia chego àquele lugar, mas agora se encontrava sentada na mesa de um pub. O lugar não estava cheio, mas Anahí escolheu a mesinha do fundo precisando se isolar do mundo real; pediu uma garrafa de Jackie Daniels e desligou o celular que insistia em tocar estridente em seu bolso. Ela não precisava de pessoas a repreendendo agora. Tirou a jaqueta de couro que usava e desabotoou os três primeiros botões da camisa social, estava sendo difícil até mesmo respirar.



Sabia que seus olhos estavam inchados e vermelhos, mas sorriu para o garçom quando este perguntou se estava tudo bem. Não, não estava. Mas ele não merecia se preocupar sua desgraça.



Ninguém merecia.



O que ela tinha feito? Passou meses pedindo à Dulce que fosse alguém que não era perto de seus amigos, e no final quem estragou tudo fora ela mesma. Que ironia. Talvez ela não fosse uma boa namorada, não depois de ver o medo estampado naqueles olhos castanhos que tanto amava. Medo da pessoa que deveria protegê-la do mundo, mas que estava fazendo o contrário disso.



Encheu novamente o copo e fixou os olhos no homem com o violão em cima do pequeno palco. E se ele soubesse sobre ela? Estava cantando aquela música diretamente para ela como num pedido mudo para que salvasse a própria alma? Ou quem sabe a alma de Dulce. Por mais que soubesse que as coisas não seriam fáceis em sua relação, nunca imaginou a tempestade que seu emocional se tornaria em um curto espaço de tempo. Sabia apenas que precisava de Dulce mais do que precisava respirar, precisava de seu pequeno amor lhe dizendo como a fazia feliz porque Dulce também a fazia sentir-se assim.



Ela só não se sentia mais digna desse amor. Não quando o medo das pessoas e o medo de seu pai a estava fazendo agir impulsivamente e beber na mesa de um pub observando um músico que usava suspensório por cima de uma camisa branca.



Anahí enterrou a cabeça nas mãos deixando-se chorar mais um pouco, precisava tomar um rumo em sua vida, precisava decidir que batalha lutar antes que todos saíssem perdendo por sua causa.



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O apartamento de Maite parecia mais frio e escuro do que de costume, ou era apenas a mente conturbada de Dulce que andava de um lado para o outro com o celular em mãos, lágrimas nos olhos e uma expressão cansada. Zoe, Maite e Emma estavam sentadas no sofá em silêncio, não havia o que ser dito naquele momento, Dulce não ouvia ninguém e estava a ponto de chamar a policia caso Anahi não retornasse suas ligações. Tinham saído da festa logo depois que Anahi saiu desamparada da fraternidade, alguns alunos levaram Josh até o hospital e Dulce foi arrastada para fora por Maite, caso contrário teria desmaiado no mesmo lugar devido à angústia.



Três horas. Já havia se passado três horas e nada de Anahi ligar o maldito celular ou dar algum sinal de vida. Dulce resolveu ligar para os pais e avisar que dormiria com Maite, avisou que algo tinha acontecido com Anahi, mas que explicaria no dia seguinte. Blanca não gostou muito da ideia, tinha Anahí como uma filha e queria poder ajudar, mas naquele momento ninguém seria útil quando não se sabia o paradeiro da loira.



Quando o celular finalmente tocou, Dulce caiu sentada no sofá e levou uma mão ao coração. A foto das duas abraçadas apareceu na tela e aquele nome que ela tanto esperou pelas intermináveis três horas.



- Anahi? Graças a Deus, meu amor! Onde você esteve? Como você está...?



- Oi... - a voz do outro lado soou rouca e fraca. - Me desculpe por hoje, por ter me descontrolado, por ter sumido...



Dulce franziu o cenho.



- Onde você está? - perguntou incisiva, conhecia a namorada o suficiente para saber que algo tinha acontecido. Depois de alguns segundos em silêncio do outro lado da linha, Dulce perdeu a paciência. - Anahí, onde você está?



Ouviu um suspiro.



- No hospital.



O coração de Dulce disparou ao mesmo tempo em que sentiu seu estômago embrulhar pela segunda vez na noite. Maite, Zoe e Emma se assustaram com a expressão horrorizada de Dulce, mas nada disseram.



- O que você fez? O que aconteceu, Anahi? - chorava imaginando coisas horríveis. - Me diga em que hospital você está e eu vou...



- Não. Pequena, eu não quero que você venha aqui. Ok? Me prometa que não vai aparecer aqui? Não quero que me veja assim.



Dulce abaixou a cabeça entre as mãos, o que estava acontecendo com sua namorada?



- Tudo bem, eu prometo. Apenas me diga o que houve e em que hospital está agora, eu preciso saber se estão cuidando direito de você...



Uma risada fraca soou do outro lado e o coração da mais nova se apertou.



- Estou no Langone Medical Center. Depois que sai da festa, dirigi até um pub... Eu acabei bebendo demais até... Desmaiar em coma alcóolico. - Dulce pegou a mochila em cima do sofá e a jogou no chão com violência, mas sem emitir nenhum som com a voz, não queria que Anahi soubesse que ela estava revoltada. - Aparentemente não estou acostumada a beber tanto...



- Quando você vai me deixar te ajudar, Anahi? – sussurrou. Deixou o cansaço tomar conta de sua voz. Ela se levantou, pegou o casaco pendurado e fez sinal para as meninas de que sairia pedindo que ninguém a seguisse. - Eu estou tentando pegar a sua mão e nunca mais soltar, mas você não deixa. Está se afundando na bebida e sozinha quando deveríamos enfrentar o mundo juntas. Não era esse o combinado?



Abriu a porta do apartamento e desceu pelo elevador.



- Podemos não falar disso agora, por favor?



- Você pula, eu pulo, lembra? - falou a citação de Anahí na primeira vez em que se encontraram.



- Como eu poderia esquecer? - disse Anahi com a voz triste. - Pequena? Você ainda está ai?



Dulce saiu do prédio e começou a caminhar pela calçada com uma mão dentro do casaco, as lágrimas descendo livremente em sua face quando não podia transmitir sua dor em palavras.



- Eu estou sim, meu amor. - respondeu fingindo estar bem. - Sobre o que você quer falar?



- Você poderia conversar comigo sobre coisas aleatórias, gosto de ouvir sua voz.



Um aperto horrível preencheu o corpo da pequena, ela estava sofrendo por Anahi, sofrendo por ela mesma, sofrendo pelo pai... As coisas não poderiam voltar a ser como antes? Queria ter o poder de tirar a dor de sua amada, abraçar Anahi e não deixar ninguém a ferir nunca mais.



Anahí notou novamente o silêncio da namorada e completou:



- Me conta uma história?



Dulce sorriu entre as lágrimas, olhou para os dois lados antes de atravessar a rua deserta. Anahí queria relembrar a época em que tudo estava bem, queria esquecer aquele caos por agora, quem seria ela para lhe negar um pedido?



- Uma história? Eu não sou boa com isso.



- Você vive me contando as historias daqueles livros chatos que lê quando me ignora.



As duas sorriram e então só a respiração pesada do outro lado podia ser ouvida.



- Tudo bem. – suspirou pensando rapidamente em algo para dizer. - Era uma vez, uma garotinha chamada...



- Com certeza o nome dela era Dulce.



Dulce abaixou a cabeça indignada em como sua namorada poderia ser inconveniente até mesmo em momentos como aquele.



- Sim, o nome dela era Dulce. - brincou fazendo o caminho que tanto conhecia. - Dulce era uma garotinha tímida, mas muito sonhadora. Ela gostava de música, laços e amores que duravam para sempre.



- Dulce era mesmo uma garota perfeita.



Dulce riu baixinho. As lágrimas estavam controladas, só não poderia deixar de sentir seu coração apertar cada vez que ouvia a voz falha de Anahí.



- Um dia, Dulce conheceu uma garota chamada Anahí, e essa garota amava rock, jaquetas de couro e romances de Hollywood. Eu não preciso dizer que elas se apaixonaram no mesmo instante, não é? Foi amor à primeira vista, elas sabiam disso. Dulce e Anahí viveram um romance lindo, daqueles de contos de fadas, mesmo que Anahí fosse uma garota rabugenta e reclamona. - ouviu uma risada gostosa do outro lado da linha. – Dulce  não entendia como poderia haver mil loucos por Anahí, e ela louca por Dulce. – respirou fundo quando a linha ficou muda. – E então era domingo de manhã, Dulce e Anahí  estavam deitadas na cama e Dulce havia acabado de acordar. Ela se deu conta de que Anahí estava ao seu lado acordada ao que lhe pareceu um bom tempo a observando... Anahí sorriu ao ver a careta de confusão da garota, e então sussurrou, involuntariamente, mas sussurrou: Eu amo você.



- E elas ficaram juntas para sempre? - a voz do outro lado era cheia de expectativas.



- Eu não sei, estou tentando descobrir isso ainda.



Ouviu o resmungar de Anahí.



- Se você queria me fazer sentir pior, conseguiu.



- Não! Elas se amavam muito, muito mesmo. Elas sabiam que não importava o que acontecesse daquele dia em diante, o amor delas sempre estaria guardado em seus corações.



- E se elas estivessem erradas?



- Como o amor é capaz de errar, Anahí?



- Existem muitos casais errados no mundo. - a voz de Anahi já estava sonolenta e Dulce achou fofa, como uma criancinha com sono.



- É por isso que existem pessoas que nunca encontram a metade de sua alma, porque elas estão ocupadas demais sendo a metade errada de outra pessoa.



- Você é a minha metade, eu sei disso.



Dulce sorriu involuntariamente. A noite estava fria, era preciso abraçar o próprio corpo em busca de calor.



- Pode dormir agora, meu amor. Eu sei que você está com sono. - abriu uma enorme porta dupla e adentrou o prédio sendo recepcionada pela moça gentil que a conhecia desde pequena. Apenas precisou ser dito um nome para que sua visita fosse liberada. - E quando você pegar no sono, eu prometo que desligo. Ok?



- Tudo bem... Amor? - Dulce fez um som nasal indicando que ela continuasse. - Obrigada por não me julgar. Você me acalma.



Dulce cumprimentou algumas mulheres que conhecia de longa data e continuou seu caminho pelos corredores familiares.



- Tenta dormir, tá bom? - pediu.



- Tá. Boa noite, pequena.



A pequena continuou com o celular no ouvido, ela sabia que Anahí tinha pegado no sono no instante em que se despediram na linha, sua respiração se normalizou e tudo ficou silencioso. Quando as portas do elevador se abriram, ela caminhou calmamente procurando pelo quarto que lhe indicaram na recepção. Não desligou o telefone nem quando abriu a porta e encontrou Anahí deitada na cama, coberta por uma manta branca, o rosto um pouco inchado e a costumeira expressão cansada que havia adquirido ao longo dos dias.



Dulce aproximou-se da cama e deitou calmamente ao lado da namorada a acomodando em seu peito, aquela manta não parecia o suficiente para proteger seu amor de todo o frio. O celular foi guardado no bolso da calça e a mão direita começou os leves carinhos no cabelo caramelos desgrenhado.



A pequena suspirou o cheiro amadeirado e fechou os olhos antes de responder:



- Boa noite, Anie.




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22 de Janeiro de 2018. – Primeiro ano da faculdade. O pequeno boneco Olaf permanecia imóvel acima da lareira acesa que servia de aconchego ao frio cortante da chuva forte lá fora. Fernando, Blanca e Cláudia saíram cedo para o mercado deixando a casa num silêncio confortável. Dulce tinha pegado no sono logo que chegou da facul ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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