Fanfics Brasil - Capítulo 25 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 25

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22 de Janeiro de 2018. – Primeiro ano da faculdade.



O pequeno boneco Olaf permanecia imóvel acima da lareira acesa que servia de aconchego ao frio cortante da chuva forte lá fora. Fernando, Blanca e Cláudia saíram cedo para o mercado deixando a casa num silêncio confortável. Dulce tinha pegado no sono logo que chegou da faculdade, o dia tinha sido exaustivo devido às apresentações em grupo de sua turma e as reclamações do professor Will sobre seu desempenho ter decaído nos últimos dias. E de frente para a lareira, sentada com as costas contra o sofá, camisa social com os primeiros botões abertos, o cabelo jogado de lado, lápis grafite entre os dentes e em mãos alguns processos que precisava resolver até terça feira para o Sr. Smith, se encontrava uma Anahí concentrada.



Ou era o que ela tentava fazer.



Apesar de esforçar-se para manter a mente ocupada com os processos, o cansaço emocional e os vários pensamentos sobre seu pai ainda rondavam sua mente. De certa forma, odiava-se por se permitir ser tão sensível aos comentários alheios, principalmente os de Enrique. Ele a sufocava com as inúmeras ligações, planos de trabalho e convites para o final de semana em Miami; convites estes que Anahi recusava com desculpas sobre trabalhos, mas a verdade é que precisava dar atenção à Dulce, que por mais que negasse, sofria em silêncio pela sua repentina mania em descontar a raiva na bebida.



Todos os pensamentos negativos que a rodeavam desapareceram quando braços finos envolveram seu pescoço e uma respiração quente encontrou sua pele entre o ombro e o pescoço.



Sabe todos aqueles arrepios que percorre todo o seu corpo?



- Bom dia, meu amor. – Dulce ronronou em seu ouvido.



Anahí agradeceu mentalmente por estar sentada.



- Quase boa noite, princesa. – ela riu e virou o rosto dando de cara com a perfeição. Que se dane a Disney, não existe nada mais fofo que sua namorada. – Dormiu bem?



Dulce fez uma careta engraçada empurrando os papéis longe da namorada para em seguida aconchegar-se em seu colo como um bebê. Não havia nada no mundo inteiro que Anahi gostasse mais do que ter sua amada desse jeitinho, encolhida em seus braços como um pacotinho valioso, protegida do frio naquele moletom maior que ela e os olhos brilhantes que escondiam uma garota sonhadora, mas forte.



- O som daquele despertador atormentou meu sono. – fez um bico que Anahí não resistiu em beijar delicadamente. A pequena deu um sorrisinho meigo entre o beijo e deleitou-se ao chupar o lábio inferior da namorada. – Hmm, alguém está carente de atenção.



- Eu estou carente da minha Dulce, é diferente.



- Como se nós não nos víssemos todos os dias.



- Eu não me importo, me dê mais um beijo. – resmungou inclinando a cabeça em direção à namorada, mas Dulce foi mais esperta e desviou o rosto. – Ah, não!



- Vai ter que pedir educadamente. – provocou com um sorriso cínico.



Anahí revirou os olhos e a puxou mais contra si, se é que isso era fisicamente possível.



- Eu quero meu beijo e não preciso pedir permissão porque sou sua namorada.



- Não, vai ter que ser uma menina educada.



- Dulce, eu vou te jogar naquela lareira.



A mais nova soltou uma gargalhada gostosa que ecoou por toda a sala. Anahí se manteve com a cara emburrada tentando a todo custo ganhar seu beijo, mas Dulce estava com a vantagem por agora estar sentada em seu colo.



- Dulccceeeee.



- Não.



- Me. Beija. Agora.



- Não.



- Rumpf!



Dulce arqueou as sobrancelhas ironicamente e apertou o bico emburrado que Anahi fez.



- O que é isso? Anahí Portilla toda emburrada, temos algo épico aqui e... AAAAH!



Anahí não deu tempo para que a namorada terminasse sua fala robótica quando jogou o peso do corpo contra o dela, as duas caíram deitadas com Anahi por cima e um sorriso vitorioso estampado no rosto. As duas riram ainda mais quando Anahí enfiou a cabeça no pescoço da pequena o enchendo de beijos enquanto a mais nova gritava pedindo que ela parasse.



- Isso é trapaça, sua ogra!



- A inconveniente aqui está sendo você, baby. – Anahí reclamou finalmente tomando os lábios macios de Dulce para si em um beijo mais profundo, um entrelaçar de línguas que as fazia perder o foco, e mesmo assim esquecer que precisavam de ar para se manterem vivas.



Uma onda de eletricidade percorreu o corpo de Anahí fazendo-a estremecer e agarrar-se mais à namorada. Dulce descansou as duas mãos cobertas pela manga do moletom em cada lado do pescoço de Anahí enquanto a mão esquerda da loira trilhava um caminho preguiçoso pela extensão de seu estômago em baixa da blusa. Elas separaram o beijo com vários selinhos e Dulce começou a traçar uma linha de beijos e mordidas seguindo do queixo da loira até a clavícula.



Anahí fechou os olhos deixando a maravilhosa sensação de ser mimada por Dulce preencher seu corpo de paz. Algo em seu peito inflou com o pensamento de perdê-la, isso não poderia acontecer. Não uma pessoa como Dulce, alguém que a apoiava até mesmo em seus piores momentos sem julgamentos ou pressão, como por exemplo, o ocorrido na festa da fraternidade. Quando ela acordou no hospital e sentiu um pequeno corpo aconchegado ao seu, foi como se todo o seu mundo despencasse diante dos seus olhos. Anahí havia feito uma grande merda ao expor as duas naquela festa, e inconsequentemente, saindo sem avisar aonde ia e bebendo até desmaiar; qualquer pessoa na posição de Dulce teria surtado e discutido com ela por ser tão irresponsável.



Dulce não.



"Você está parecendo um leão com os cabelos desarrumados." ela disse quando acordou naquela cama de hospital ao lado de Anahí.



Não houve surto. Não houve julgamentos. Nada.



E naquele dia, Anahi soube que Dulce estava dando o tempo que ela precisava e isso a fez abrir os olhos para muitas coisas. Coisas que não poderia ter certeza se estivesse apenas vendo. Porque Dulce a fez olhar. E como o seu professor de sociologia sempre dizia: Olhar é diferente de ver.



- Sobre o que a minha ogra está pensando? – a voz de Dulce cortou seus pensamentos filosóficos trazendo-a de volta à realidade.



A doçura que escorria dos olhos cor de chocolate daquela princesa fazia com que seu coração dançasse uma valsa todas as vezes que tiravam um pequeno tempo apenas para apreciar uma à outra. Dulce era linda, ela conseguia ser sexy e adorável, duas personalidades que sempre traziam sentimentos inexplorados à Anahi.



- Johnny Cash pediu June Carter em casamento várias vezes, e em todas ela negou. – disse fechando os olhos novamente ao receber carinho no bochecha. – Ele tentou, tentou, e quando a encurralou em um show que faziam juntos, ela finalmente aceitou.



Dulce franziu o cenho.



- Por que está me contando isso?



- Porque assim como Johnny, eu me apaixonei por você à primeira vista. E assim como June, você se fez de difícil no começo.



Anahí empurrou a namorada delicadamente para que ela sentasse ao seu lado e tirou o celular do bolso procurando por alguma coisa enquanto Dulce apenas a olhava com curiosidade.



- Quer dizer que vai me pedir em casamento na frente de milhares de pessoas?



Anahí riu e deu um beijo estalado na têmpora de Dulce antes de puxá-la para mais perto indicando algo em seu celular.



- Essa é uma carta de amor que ele escreveu para June no dia de seu aniversário de 65 anos.



Dulce pegou o aparelho em suas mãos e começou a ler o que dizia a carta.



- Feliz aniversário, princesa. Nós envelhecemos e ficamos acostumados um com o outro. Nós pensamos da mesma forma. Lemos a mente um do outro. Nós sabemos o que o outro quer sem pedir. Às vezes nós irritamos um pouco um ao outro. Talvez até pegue o outro como culpado. Mas de vez em quando, como hoje, eu medito sobre isso tudo e percebo o quão sortudo eu sou de compartilhar a minha vida com a melhor mulher que eu já conheci. Você ainda me fascina e me inspira. Você me influência para ser melhor. Você é o objeto do meu desejo, a razão número um na terra para a minha existência. Eu te amo muito. Feliz aniversário, princesa. John. – Dulce terminou de ler impressionada com as palavras que Johnny usara para descrever a esposa mesmo depois de tanto tempo casados.



Quando levantou os olhos para Anahi, pode ver algo implícito naquele mar azul,que era seus olhos.



- Johnny sempre foi um cara problemático. – Anahi explicou. – Quando não eram as drogas, eram as mulheres, e June se tornou seu ponto de equilíbrio. Ela foi paciente e benigna com ele, e em troca, recebeu todo o amor que poderia ter pelo resto de sua vida. – tirou uma mecha de cabelo do rosto de Dulce e o colocou atrás de sua orelha, analisando cada pequeno traço da garota que amava. – Entende o que eu quero dizer? Você é o meu ponto de paz. É você que afasta os meus demônios e nunca tenta me mudar, apenas me faz querer ser melhor por você.



O silêncio só se fez presente porque Dulce ocupou sua boca com os lábios de Anahí em um beijo cheio de declarações de amor. Dulce sempre fora a garota das palavras naquela relação, sempre a que gosta de filosofar sobre mente humana, o desconhecido, o poder da música, mas naquele momento Anahí tinha roubado todas as suas palavras. Não havia resposta para aquele sentimento se ambas sentiam a mesma coisa.



Em meio ao último selinho, Dulce sorriu e levantou-se correndo até a vitrola do pai. Anahí continuou sentada no chão se perguntando o que a namorada aprontaria dessa vez, e não levou muito tempo até a voz de Etta James preencher a sala tomada por um sorriso de orelha a orelha da mais nova ao ouvindo a música I Got You Babe.



- Me concede esta dança, senhorita? – perguntou Dulce entendendo a mão em direção à amada.



Anahí começou a rir pela formalidade da namorada, a situação só era engraçada por ela estar com os cabelos bagunçados, o rosto amassado de sono, moletom maior que seu corpo e um pequeno short rasgado, e usando meias.



- Seria um prazer. – respondeu aceitando a ajuda para se levantar.



Assim, as duas começaram a dançar entre os sofás e até mesmo nele, como quando Dulce subiu na poltrona e se jogou nas costas de Anahí que reclamou sobre seu peso. Anahi a deixou no chão novamente e ambas deram-se as mãos agora fingindo uma valsa mal executada.



Anahí pisou no pé de Dulce e recebeu um tapa no braço em resposta, seguido de várias risadas contagiantes trocadas entre as duas. Anahí girou a namorada e a soltou deixando que Dulce caísse estatelada no sofá de três lugares.



Se aquilo era amor verdadeiro? Diga-me sobre quando você está observando o pôr do sol no horizonte de uma praia, você sente a paz preencher todo o seu ser e então respira fundo absorvendo o odor úmido e salgado do mar. Ou, se você é uma criança, quando ganha o presente que esperou o ano todo do Papai Noel. E se você é um idoso, quando olha para trás e se da conta de que tem orgulho de todos os seus feitos do passado, seus filhos, netos, esposa ou marido... É assim que Anahi e Dulce são. Elas são o pôr do sol na praia, o presente mais esperado do ano e o feito de uma vida digna de orgulho.



Como se entrasse em transe, Anahi parou de dançar deixando que seu sorriso morresse aos poucos. De repente, observar Dulce María dançar de moletom e short era tudo o que ela queria poder ver quando olhasse para trás e procurasse por algo digno em sua vida. Não se tratava de dinheiro, um nome ou a sociedade. Era Dulce. Sempre seria. O motivo de tudo, o motivo das borboletas estarem ainda dançando no ritmo da música de Etta James em meio à sala dos Savinon.



Que efeito as palavras das pessoas indignas de amor tinham contra um sorriso de Dulce? Quem escolheria o dinheiro ao invés dos braços mais seguros do mundo? Que se dane Enrique Portilla, ele não poderia controlar sua vida, não quando se tratava de Dulce. Se ele quisesse expulsá-la de casa, que o fizesse. Encontraria um emprego em New York e daria conta de suas próprias despesas. Taylor é mais nova e o fez, por que ela não poderia?



Até quando o medo a dominaria? Não, não mais.



- Dulce? – chamou um pouco alto por conta da música.



Dulce parou de dançar quando pensou ter ouvido seu nome e abriu os olhos surpresa em ver a namorada a observando sem expressão. Por sorte, a música já estava terminando e a melodia foi diminuindo aos poucos, assim ela pode aproximar-se cuidadosamente de Anahí.



- O que aconteceu?



- Eu te amo.



A resposta foi direta e firme. Dulce franziu o cenho, ela sabia que Anahí a amava e não entendeu o motivo daquilo tudo de repente, mas não deixou de sorrir como uma boba apaixonada por sua namorada estranha.



- Eu também amo você, meu amor.



Quando juntaram os lábios para mais um beijo apaixonado, a porta da sala foi aberta e as duas pularam com o susto. Cláudia passou correndo pela sala como um furacão e pulou no colo de Anahí enquanto Blanca, Fernando e... Maitê? Entravam logo atrás com várias sacolas.



- Não posso deixá-las sozinhas por algumas horas que minha sala vira um motel. – disse Fernando recebendo um cutucão na costela da esposa. – Ora essa! Você viu Anahi enfiando a língua na boca da nossa menina.



- Fora o que eu presencio na faculdade, não é mesmo? – provocou Maitê com uma piscadela. – E podem ficar tranquilas que não estou perseguindo ninguém, seus pais me encontraram no caminho e me ofereceram uma carona.



- Eeew! Você estava com a língua na boca da Dul? – Cláudia perguntou com espanto para uma Anahí que mais parecia um pimentão.



Dulce começou a gargalhar como uma louca enquanto recolhia os papeis da namorada que tinham ficado no chão.



- Sim, ela estava. E você só vai fazer isso depois dos sessenta, Claudia Espinosa Savinon. – confirmou Blanca lá da cozinha, o que fez as meninas rirem e Fernando balançar a cabeça em concordância. – Vocês querem comer algo? Eu comprei cookies de chocolate para o lanche da tarde.



Anahí deu um beijo em Claudia a colocando no chão para guardar os processos na bolsa e seguir a namorada até a cozinha onde Fernando guardava os produtos da sacola no armário e Blanca montava a mesa com um prato cheio de cookies, o café e uma caixa de achocolatado.



Maitê foi a primeira a sentar atacando tudo ao que tinha direito com Claudia em seu colo.



- Como você está passando, querida? Quase não nos falamos essa semana. – perguntou Blanca sentando-se com o cenho franzido em preocupação.



- Eu estou melhor, graças à Dulce. — Anahi sorriu e apertou a mão da namorada em cima da mesa. – Meu pai e eu ainda temos um longo caminho até resolvermos nossas indiferenças, mas eu já abri meus olhos para muitas coisas.



- Acho que no fundo não podemos culpar seu pai - disse Fernando com uma caixa de cereal em mãos. – essa é a forma que ele foi criado, não é fácil quando somos obrigamos a sair da nossa zona de conforto.



Dulce concordou com a cabeça, mas seus olhos estavam presos no pai que parecia mais pálido que o normal e até mesmo desatento com o que estava fazendo; ele nunca fora uma pessoa desastrada, mas já tinha perdido a conta de quantas vezes Fernando tinha derrubado as cenouras.



- O pai dela é um babaca mesmo. - a voz de Maitê saiu engraçada devido à boca cheia de cookie. Ela engoliu e continuou. - Uma vez ele implicou com a gente só porque chegamos dez minutos depois do prazo estipulado. Esse cara é doente.



- Maitê! – Blanca a repreendeu batendo o pano de prato em sua mão. – Algumas pessoas são criadas dentro dos conformes, talvez ele não tenha noção do faz. Da mesma forma que somos considerados pais liberais, segundo Dulce.



Fernando estalou a língua e disse:



- Estou repensando essa coisa de liberais a partir do momento em que Anahí está tirando a pureza da minha filha.



Todos começaram a rir e Maite foi a mais exagerada como se quisesse que todos soubessem que Dulce não tinha nada de pureza quando se tratava de Anahí.



- Você é tão estranha. – comentou Dulce chutando a amiga por baixo da mesa.



Blanca virou o corpo para Maitê  interessada no assunto.



- Conte-me mais sobre o que você vê essa mocinha e minha filha fazendo.



Dulce escondeu a cabeça na curva do pescoço de Anahí que virou um pimentão outra vez, já Maitê estava adorando toda a situação.



- Eu poderia até contar, tia Blanca mas claudia teria que tampar os ouvidos.



- Maitê – Anahí grunhiu espantada. – Controle sua b-



O grito esganiçado de Dulce rompeu a cozinha quando o corpo desacordado de Fernando caiu no chão com um estrondo.



- Papai! – exclamou Claudia deixando o prato cair no chão se partindo em pedaços. Blanca, Maitê e Dulce rodearam Fernando que convulsionava compulsivamente no chão; se debatendo em transe e revirando os olhos de uma forma que apavorou ainda mais Dulce. Maitê conseguiu segurar a cabeça do homem e Blanca o virou de lado para que ele não engasgasse com o próprio vômito. – Papai, papai...



Anahí ficou horrorizada ainda em seu lugar, ela nunca havia presenciado tal crise antes e ver o homem que tanto se espelhava no chão se debatendo fora de controle travou seu corpo antes que pudesse reagir. Mas os gritos esganiçados de Cláudia a tirou de sua bolha protetora como se levasse um soco direto no estômago. Todos os sinais da doença de Fernando se manifestando outra vez assombraram Dulce por todo esse tempo enquanto ela se manteve ocupada culpando a si mesma por seu pai medíocre e jogando todo o seu drama em cima de Dulce como se ela já não estivesse cheia deles.



E agora, o homem que tanto admirava se contorcia nos braços da esposa enquanto suas duas filhas assistiam em total horror.



Quando rolou os olhos pela cozinha desejando saber o que fazer, ficou em dúvida entre ajudar sua namorada que chorava descontroladamente ou tirar Claudia daquele lugar, então ela decidiu que seria melhor poupar a pequena Savinon de ver seu pai naquele estado.



- Maitê! Maitê! – gritou para a amiga que mantinha a cabeça de Fernando entre suas pernas tentando imobilizá-lo antes que se machucasse. – Leve-o ao hospital, agora! - jogou as chaves do Dodge em suas mãos antes que a loira respondesse. De repente o corpo de Fernando relaxou entrando em estado total de inconsciência. Blanca rapidamente agarrou as pernas do marido e Dulce os braços, como se fossem treinadas para isso, ou até mesmo acostumadas, e conseguiram segurá-lo com a ajuda extra de Maitê no tronco do homem. – Eu fico com Claudia! - Dulce e Anahí não trocaram olhares nesse meio tempo, não houve chances, a latina sequer pensava em outra coisa que não fosse à saúde de seu pai no momento.



Anahí ouviu a porta da frente abrir e fechar enquanto encarava o portal da cozinha onde as mulheres tinham desaparecido com Fernando à poucos segundos, e então o ronco do motor rugiu do lado de fora até recair no silêncio angustiante de uma casa que abrangia felicidade mútua.



Anahí abaixou-se na altura de uma Claudia cabisbaixa, a garota abraçava o próprio corpo em silêncio agora, seus olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas.



– Quer assistir algum filme? – Anahi tentou, mas sua voz saiu trêmula denunciando deu desespero interno.



A menina negou com a cabeça e estendeu os bracinhos suplicando para que a morena a pegasse em seu colo. Anahí abraçou Cláudia sentindo a tristeza e a preocupação abalar seu estado de espírito. Estava preocupada com Fernando, estava preocupada com Dulce, estava preocupada com o que acontecia enquanto ela abraçava a pequena garota em seus braços.



- O que aconteceu com o papai? Por que ele caiu daquele jeito no chão?



Algo no peito de Anahí se apertou. Por mais que ela amasse lidar crianças, não havia uma maneira correta de dizer a verdade sem assustá-la ainda mais. Cláudia era uma criança de apenas cinco anos, ela não merecia passar por isso mais uma vez, mesmo que não tenha noção do que aconteceu com o pai quando era apenas um bebê.



- Seu pai ficou doente, acho que ele não dormiu direito essa noite. – explicou enquanto subia as escadas com a menina abraçada ao seu pescoço. Amaldiçoou-se por não saber inventar algo melhor, sua mente mal processava o que estava acontecendo. – Isso acontece quando as pessoas não dormem, sabe? Por isso sua mãe briga quando vai pra cama tarde.



O rostinho de Claudia se transformou em surpresa.



- Isso quer dizer que papai ficou brincando de guerra de travesseiro a noite toda?



Ah, a inocência de uma criança. Anahí abriu a porta do quarto da caçula que era todo rosa claro, com uma casinha enorme de bonecas no canto direito, uma mesa de estudos em baixo da janela e várias pelúcias espalhados ao lado de um puf rosa. Anahí curvou o corpo deixando Claudia na pequena cama de solteiro e deitando-se ao seu lado.



- Mais ou menos isso. – pegou o controle da TV no criado mudo deixando que a pequena escolhesse o filme.



- Ele vai ficar bem? – sua expressão esperançosa partiu o coração de Anahí.



Ela esperava do fundo do coração que sim, que o homem da casa ficaria bem logo e traria a felicidade que todos sempre compartilharam. Anahí se agarrou às esperanças de Cláudia de que as coisas não piorariam para aquela família, que o destino ao menos uma vez deixaria a família Savinon viver em paz.



- É claro que ele vai. Agora os médicos vão cuidar do seu pai, ok?



- Tá bom, eu acredito em você. – Claudia sorriu um pouco mais aliviada e deitou a cabeça no estômago de Anahi quando o filme na pequena TV começou. – Eu gosto desse filme, a Bela e a Fera ficam brigando o tempo todo, e tem aquela xícara engraçada...



Anahí continuou acariciando os cabelos lisos de Cláudia enquanto a pequena tagarelava sobre o filme, mas rezava internamente para que Fernando estivesse bem, ele era um bom homem e como um pai não só para Dulce e Claudia, mas para ela também. O pai que Enrique nunca seria. Tudo o que sua namorada não merecia no momento era sofrer outra vez por isso, ela tinha todo um futuro pela frente como a grande musicista que era desde que nascera; desistir de tudo outra vez não era uma opção.



******

*****

****



A aflição percorria o corpo de Dulce há mais de duas horas. Duas malditas horas sentadas naquela sala de espera sem nenhuma noticia do estado de seu pai. Sua mente estava alheia ao vai e vem das pessoas naquele corredor branco típico de hospitais, ou ao choro aflito de uma mulher dois bancos à sua direita; ou até mesmo a criança resmungando no colo da mãe à sua frente. As lágrimas que banhavam seu rosto não cessavam de forma alguma enquanto aquele familiar aperto esmagava seu peito em agonia. Ela se lembrava de exatamente como todo aquele inferno começou, aos seus dezessete anos enquanto ensaiava sua peça de natal para a escola na sala de casa. Fernando ajudava Blanca a montar a árvore de natal, foi rápido como tudo aconteceu, em um momento ele comentava sobre o aumento no fluxo de pessoas na loja de conveniência aquele ano, e no outro estava caído no chão convulsionando. Foi, talvez, o pior dia de sua vida. Ela não sabia o que estava acontecendo com seu pai, mas também não sabia que a partir daquele dia, sua vida mudaria drasticamente.



Agora, quase dois anos depois, Maitê segurava sua mão naquela cadeira desconfortável da sala de espera do tão família hospital . Blanca encarava a parede oposta com os braços cruzados, mas seus olhos estavam fora de foco, sua mente perdida no desconhecido esperando o pior.



- Sra. Savinon? – uma voz grossa e profissional soou no corredor.



Blanca e Dulce rapidamente se colocaram de pé num sobressalto em frente ao doutor, um homem com aparência de 32 anos, cabelo castanho claro e corte no estilo militar. Um homem jovem, mas que felizmente, ou infelizmente, conhecia muito bem Fernando.



- Doutor Ben. – a mulher cumprimentou. Ben fora o neurocirurgião responsável por Fernando na primeira vez, mas Dulce não demonstrou nenhuma reação ao homem, seu torpor a impedir de esboçar qualquer reação. Maitê estava logo atrás, pronta para qualquer notícia como um leão defende seus filhotes. – Como está meu marido?



O homem abaixou os olhos, o que Dulce entendeu como mau sinal. Ele pigarreou e olhou diretamente nos olhos das três mulheres à sua frente antes de continuar.



- Nós fizemos uma tomografia computadorizada e ressonância magnética para confirmar o que infelizmente esperávamos. O tumor voltou, e está matando Fernando aos poucos. – deu uma pausa para que mãe e filha digerissem o que estava dizendo. - Dulce deixou sua cabeça cair em lágrimas no peito de Maitê enquanto Blanca parecia não acreditar no que estava ouvindo. Ben se aproximou um pouco mais da mulher e quando falou, foi como um amigo: – Blanca, nós precisamos conversar sobre os tratamentos o quanto antes.



******

*****

****



- Então você namora minha irmã? – perguntou Claudia enquanto suas mãozinhas brincavam com o cabelo de Anahí.



A TV ligada agora reproduzia os créditos do filme no mudo enquanto Anahí e Claudia estavam aconchegadas tranquilamente na cama infantil. Já era noite e o quarto era iluminado apenas pelo abajur da Miney, o celular de Anahí anunciava uma caixa de mensagens lotada por Emma, mas não havia o que ser dito. Cláudia passou o resto da tarde acomodada ao corpo de Anahí como um pequeno embrulho, as duas conversaram sobre a escola da menina e fizeram comentários bobos sobre o filme. Maitê ligou uma hora antes avisando que Fernando acordaria em breve e que logo deixaria Dulce em casa por ordens de Blanca. Nada mais foi dito e Anahí estranhou a voz controlada da amiga, mas preferiu conversar com a namorada pessoalmente.



- Sim, eu sou a namorada de Dulce. – suspirou desejando não ser rejeitada pela menina.



- E você a protege como os príncipes protegem as princesas?



Anahí segurou o riso, precisava admitir que a menina era a cópia de Dulce não só fisicamente, mas também no quesito fofura extrema.



- Dulce e eu somos duas meninas, então é certo que somos duas princesas. – Claudia, que ouvia atentamente, não esboçou nenhuma careta para a surpresa de Anahí. – Mas respondendo a sua pergunta: Eu faria qualquer coisa para vê-la feliz e para protegê-la de todo o mal. Assim como os príncipes fazem com as princesas nos desenhos.



As sobrancelhas pequenas se uniram e um sorriso lindo nasceu em seus lábios.



- Você também vai me proteger? Papai disse que eu sou uma princesa.



O sorriso de Anahí vacilou ao ouvir sobre Fernando, por um momento ela tinha esquecido a atual situação em que se encontravam.



- Vou proteger você também, princesa Claudia. – apertou o nariz da garota fazendo-a sorrir. - E agora vossa majestade precisa dormir porque está caindo de sono.



- Eu ainda não tomei banho, Anahi.



- Tudo bem, Clau. Você pode descansar e quando sua irmã chegar nós te acordamos, ok?



A menina concordou com a cabeça e em poucos segundos adormeceu com o corpinho virado contra a parede. Anahí continuou velando seu sono por um tempo, sentindo aquele enorme desejo de se tornar mãe e ter uma coisinha preciosa como aquela por perto todos os dias. Ela tinha certeza de que Dulce seria a mãe perfeita de seus filhos, ambas seriam equilibradas como mães. Dulce sendo a mãe bobona e Anahi a mãe rígida. Não como seu pai era com ela, apenas para impor limites antes que suas duas preciosidades queimassem a casa.



Uma melodia desconhecida soou em meio ao silêncio despertando sua mente. Anahí franziu o cenho passando os olhos pelo quarto, mas não havia nenhum aparelho ligado daquele cômodo. Ela estranhou aquele som melancólico, levantou-se da cama tomando cuidado para não acordar Claudia que dormia profundamente; a melodia ficou mais próxima quando abriu a porta do quarto e o som do piano se fez mais presente no andar de baixo.



Dulce.



Anahí desceu as escadas em silêncio sentindo seu corpo todo arrepiar apenas com a melodia melodramática que preenchia a sala deserta da casa, certa angústia tomou todo o seu corpo porque ela sabia que Dulce estava tocando sua própria dor. Nenhuma palavra precisava ser proferida para que ela soubesse o que estava acontecendo, Dulce tocava lhe contando secretamente que estava devastada.



Anahí parou no pé da escada e deixou seus olhos serem tomados pela imagem de uma Dulce encolhida no piano, tocando com os olhos fechados e uma expressão de dor estampada em seu rosto tomado por lágrimas. As sobrancelhas unidas, os lábios entreabertos para as respirações em pausa, uma figura tão pequena, tão contida em sofrimento.



Odiava com todas as suas forças ver Dulce desmoronar e não poder fazer absolutamente nada para ajudar. Queria ser capaz de tirar toda a dor acumulada no peito frágil de sua Dulce e o lançar para bem longe de seu amor, mas ela não tinha poderes mágicos, ela não tinha nada.



Anahí caminhou lentamente até a namorada, sentia-se tremer em antecipação pela proximidade com Dulce. Anahí sentou-se na banqueta de frente para a pequena com as pernas de cada lado de seu corpo frágil, não desviou seus olhos em nenhum momento do rosto da namorada, sempre a mantendo em vista para não se esquecer de cada detalhe de sua amada em ruínas, Anahi descobrira naquele instante que era nos momentos mais difíceis que se conhecia verdadeiramente as pessoas mais belas.



Dulce continuou a tocar de olhos fechados, transmitindo toda a sua angustia para aquela música melancólica, o lábio inferior começara a tremer as lágrimas novamente a cair sem pedir permissão. Nem mesmo Yiruma pudera transformar aquela música em sentimentos como Dulce o fez. A pequena sentiu quando um braço firme rodeou sua cintura e o calor de uma mão próxima ao seu rosto quando limpou suas lagrimas. Dulce sabia quem era, reconheceria aquele perfume em qualquer lugar mesmo que a trancassem em uma perfumaria por dias.



Então finalizou sua música e soltou um soluço alto, sem vergonha de demonstrar sua fraqueza à pessoa que tantas vezes a tinha reerguido.



- O tumor dele voltou. – sua voz embargada cortou o ar tirando o fôlego de seus pulmões. Aos poucos abriu os olhos encarando o piano, cada movimento parecia como brasa em seu corpo. – Na época... Na época nós pagamos a cirurgia com a poupança que tínhamos no banco, mas... Agora não nos resta mais nada. – arriscou olhar para as esferas azuladas que também transbordavam silenciosamente. – Nós não temos dinheiro para a quimioterapia que ele precisa fazer, nós... – disse com mágoa na voz, mágoa de si mesma e do mundo que machucara seu pai. – Nem que eu largue a faculdade e encontre um emprego, o salário não cobriria nem a primeira parcela. O meu pai vai morrer!



Anahí puxou a namorada pela nuca e a abraçou o mais forte que seu corpo permitia quando a menina explodiu em lágrimas. Um choro desesperado, angustiado, envolto de soluços e palavras sem sentido de uma forma que Anahi nunca vira antes. Em poucos segundos sua camisa estava encharcada pelas lágrimas e seu coração batia tão rápido que poderia lhe escapar pela boca a qualquer momento por ter Dulce caindo em seus braços.



Sua namorada estava ruindo bem debaixo de seus olhos, e Anahi sentia como se suas mãos estivessem atadas.



 




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23 de Janeiro de 2018. – Primeiro ano da faculdade. Era de manhã quando Anahí sentiu um leve desconforto no corpo e abriu os olhos sentindo-se completamente sonolenta. Passou os olhos pelo cômodo em que se encontrava constatando que nunca saiu da sala de estar da casa dos Savinon, e que a sensação de um sonho ruim era, na verdade, a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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