Fanfics Brasil - Capítulo 27 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 27

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27 de Janeiro de 2018. Primeiro ano da faculdade.



Pov Dulce



Quando minha professora de literatura da oitava série indicou a tragédia Romeu e Julieta como seminário, eu me tranquei no quarto por semanas quebrando a cabeça para encontrar uma forma coerente e simples de especificar uma obra clássica tão conhecida e complexa. Todos esperavam que eu chegasse e dissesse algo como: "As famílias Capuleto e Montequio viviam em conflito e nesse meio nasceu o amor de Romeu e Julieta...". Não, seria fácil demais contar pela perspectiva popular do romance, então decidi revirar o livro e quebrar ainda mais a cabeça procurando pela peça chave do meu seminário.



No dia da apresentação, eu iniciei meu seminário com a seguinte citação: "Essas alegrias violentas, têm fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora que num beijo se consomem." Lembro-me exatamente da reação dos meus colegas de classe e da minha professora diante estas palavras; a maioria dos alunos me olhou surpresos, provavelmente se perguntando se essa citação fazia parte do romance, sei disso porque os ouvi comentando certo dia que não precisavam ler o livro para contar a história.



Já a minha professora sorriu de lado, e eu soube que estava dando a ela o que ela queria.



Então eu expliquei o que Shakespeare quis dizer com tal citação. É quase como a lei de Newton, se há uma alegria violenta e exagerada; seu fim não será outro senão o fim violento e exagerado. O fogo percorre a pólvora rapidamente com pressa e desespero, mas quando acontece o contato, ocorre a explosão. Foi o que aconteceu com Romeu e Julieta quando julgaram viver perfeitamente em sua própria bolha antes de tudo desmoronar, e, agora, sentada contra o tronco de uma árvore observando o lago calmo, me dou conta de que não muito diferente da ficção, minha vida estava trilhando o mesmo caminho de um romance trágico escrito por Shakespeare.



Eu deveria ter desconfiado quando meu pai ganhou aumento no trabalho, quando meu nome começou a ser reconhecido em Juilliard, e quando Anahí apareceu em minha vida. Quem imaginaria? Eu estava vivendo o romance dos meus sonhos, com a pessoa mais linda que julguei um dia não existir; tudo era perfeito com Anahí, ela sempre fez questão de cuidar para que tudo fosse perfeito, para que meu corpo vibrasse em felicidade plena pelo meu primeiro e, desejo desesperadamente que seja assim, meu único amor. Eu estava plenamente feliz até a doença do meu pai se manifestar outra vez e eu ter que assistir tudo o que construí durante os anos, ser jogado no lixo. Meus dias em Juilliard estavam contados, uma decisão que meus pais ainda não tinham conhecimento, mas que ajudaria no sustento de nossa família até segunda mão. Meu pai recebera alta do hospital ontem à tarde, ele parece bem, não é como se um tumor sugasse sua vida dia após dia como um demônio sugador de alma. Hoje de manhã, no café, minha mãe contou que papai vai pedir empréstimo ao dono da empresa e explicar nossa situação; não é algo certo ainda, mas ele tem muito dinheiro e sempre ajudou os funcionários que precisaram.



Então eu me permiti ter um fio de esperança. Aceitar um empréstimo de uma pessoa desconhecida me faria sentir menos mal, eu não suportaria a humilhação de receber dinheiro de Anahí ou Zoe, mesmo sabendo que suas intenções são totalmente bondosas. Sei que elas não aceitariam o dinheiro de volta quando eu o tivesse, e esse era um dos motivos que me fazia recusar a ajuda oferecida por elas.



Fechei os olhos encostando a cabeça na árvore, respirei o ar puro daquele lugar me deixando envolver pelo vento fresco que abraçava as folhagens das árvores liberando um cheiro agradável de natureza. O rancho abandonado havia se tornado meu refúgio preferido por tanto motivos que só me faziam sentir em casa cada vez mais que o visitava. O lago abrigava alguns peixes que nadavam livremente em cardumes pelas águas cristalinas, eu adorava assisti-los o dia todo se me fosse permitido.



Eu incrivelmente me sentia melhor agora que meu pai estava em casa, poder tê-lo por perto tomando as decisões coerentes fazia meus pensamentos mais fáceis de controlar e a pressão em minha cabeça diminuir, aliviando um pouco mais o meu estresse.



- Eu pensei que te encontraria aqui. – ouvi uma voz rouca tão perto que chegou a arrepiar meu corpo. Levantei meus olhos sorrindo somente para encontrar uma Anahí que me encarava com as mãos para trás e um pequeno sorriso no rosto. Mas havia algo nela que me deixou intrigada; seus olhos... Eles não tinham brilho. Os azuis estavam apagadas e aquelas enormes olheiras não estavam ali antes da viagem, assim como o machucado em seu lábio inferior. Eu me perguntei se ela ainda não tinha conhecimento de que eu era capaz de ler cada expressão corporal sua. – Boa tarde.



Me afastei do tronco da árvore dando espaço à ela para que sentasse atrás de mim, me reconfortei em seu corpo respirando o inconfundível cheiro amadeirado que ela exalava quando seus braços me embalaram num aconchego que me fez fechar os olhos confortavelmente. Apesar das dúvidas rondarem minha mente sobre seu estado, eu me permiti sentir feliz por aquele momento. Pequenos momentos. Era assim que Anahi e eu vivíamos, apreciando cada pequeno momento que uma poderia proporcionar a outra.



- Pensei que fosse me ligar quando estivesse em New York. – comentei alisando seu braço num carinho preguiçoso.



Anahí ronronou em meu ouvido deslizando os lábios pela extensão do meu ombro, ela sabia que estava me torturando.



- Eu quis fazer uma surpresa. Quando soube que você não estaria em casa, pensei que havia apenas dois lugares onde Dulce Savinon poderia estar: The Village ou o rancho. – ela encostou o queixo no meu ombro e beijou minha mandíbula. Aqueles famosos arrepios percorreram meu corpo com a sensação de ser dela. – Como você está?



- Um pouco melhor agora que meu pai voltou para casa. – confessei apreciando cada toque causar um efeito diferente em meu corpo. – Ele vai conversar com o chefe sobre um possível empréstimo para os tratamentos.



Anahí se moveu atrás de mim e eu virei meu rosto encontrando o seu com um pequeno sorriso torto.



- Sério, pequena? Eu fico feliz por isso. Assim você não precisa deixar Juilliard, e seu pai poderá receber os devidos cuidados.



Ouvindo suas palavras tão positivas, foi possível sentir uma onda de esperança crescer dentro de mim, algo que só ela conseguia despertar dentro do meu peito.



- Eu espero que sim. Vamos pagar como pudermos o empréstimo, mas ao menos vou ter meu pai comigo, isso é tudo o que importa.



Anahí suspirou e me apertou ainda mais em seus braços. Eu sabia que havia algo de errado com ela desde que chegara, nem mesmo sua falsa alegria me convencia, mas eu sabia que ela gostava do meu pai como o seu próprio pai. Os dois sempre se deram bem, conversavam sobre carros antigos e Softball, isso quando não paravam para assistir filmes de terror na sala e deixavam minha mãe, Cláudia e eu morrendo de medo. Ele é como o pai que ela nunca teve, e eu amo essa conexão dos dois, afinal, não é todo pai que gosta do primeiro namorado ou namorada da filha, certo?



Me virei entre suas pernas ficando de lado e descansando meu rosto na curva do pescoço de Anahí, um dos lugares mais seguros e aconchegantes do mundo.



- Pequena? – ela murmurou. A mão direita acariciando meu rosto me dando aquela famosa sensação de paz. Respondi com um som nasal e ela continuou. – Eu viajei à Miami na intenção de verificar minha situação com o banco. Infelizmente não foi o suficiente, eu sinto muito. – eu não sei se o sentimento estranho em meu peito foi por aquele ar sombrio que ela mantinha ser apenas pelo fato de não ter conseguido o dinheiro, ou por ter mentido para mim. – Eu sei que não devia ter mentido, mas não queria te encher de esperanças por algo incerto.



Como eu poderia me chatear com um anjo como aquele? Anahí me surpreendia todos os dias desde que a conheci, acho até mesmo que ela é a razão por eu ter me mantido forte até o momento sem perder a cabeça comigo mesma.



- Ok. Vamos esquecer isso antes que eu mude de ideia e decida espancar você. – resmunguei me levantando e puxando-a pela mão. – Você viu seu pai?



- Não. – foi a resposta dela, mas por algum motivo eu não acreditei.



- Sentiu minha falta? – apontei o dedo em seu peito.



- Sim.



Selei nossos lábios e, para a minha surpresa, Anahí foi logo invadindo minha boca com sua língua sem pedir permissão. Eu me senti perdida, despreparada para tal coisa. Anahí não costumava ser tão desesperada ou dominadora em nossos beijos, mas agora era como se a sua vida dependesse disso. Nos beijamos calorosamente, explorando e chupando os lábios uma da outra sem pudor algum. Éramos apenas nós e a saudade. Anahi​ arrastou as mãos pelo meu abdômen provocando faíscas em todo o meu corpo, mas suas mãos não paravam, ela apertou minha bunda com força, quase cravando as unhas, e me impulsionou contra a árvore fazendo com que minhas pernas se entrelaçassem em sua cintura. Soltei um gemido sôfrego e ao mesmo tempo surpreso. Estávamos sendo levadas pela luxúria e eu nem mesmo me senti culpada por isso, não com Anahi empurrando seu quadril contra o meu e chupando minha língua de uma forma lenta que me tirou da órbita por belos segundos. Eu estava simplesmente pegando fogo com aquela nova Anahi. Ela me beijava com tanta paixão, tanto amor, como se...



Como se fosse nosso último beijo.



Soltei outro gemido baixinho quando sugou meu lábio inferior e partiu o beijo me colocando novamente no chão com as pernas bambas.



- Caramba, Isso foi... Incrível. – constatei completamente ofegante. Anahí juntou nossas testas e não parava de me olhar como se desejasse, mais do que qualquer coisa, gravar minha imagem em sua mente. O problema era a falta de brilho em seus olhos que estava me incomodando. – Você está bem?



Anahí puxou o ar como se tivesse dificuldade em respirar e me deu um selinho demorado, seu braço direito me abraçando possessivamente enquanto as minhas pousavam em seu ombro com tranquilidade.



- Eu só senti sua falta. – ela disse, e eu detectei mais uma mentira aquela tarde.



Levei em consideração sua frustração em não conseguir o dinheiro para o tratamento do meu pai, então resolvi dar o espaço que ela precisava sem empurrar perguntas demais. Eu conhecia Anahi o suficiente para saber que no momento certo ela se abriria de livre e espontânea vontade, bastava esperar.



- Sabe em que árvore nós estamos agora? – perguntei procurando quebrar o clima de velório que se instalara entre nós enquanto ela ainda me olhava com uma intensidade que deixava meu coração desenfreado. – Harry contou em uma das cartas que nunca se esqueceria das tardes que passou com Sarah debaixo da árvore em frente ao lago. E essa é a árvore mais velha e próxima ao lago, então...



Anahí tinha uma expressão confusa no rosto enquanto pensava. Confesso que simplesmente amava seu nariz franzido quando ela precisava se concentrar demais, mas sempre seria suspeita ao falar de Anahi quando tudo nela se tornava apaixonante para mim.



- Oh! – ela exclamou arregalando os olhos ao observar a árvore mais atentamente atrás de mim. – Será que eles faziam o mesmo que estamos fazendo agora?



Sorri com seu comentário inocente e deixei minha cabeça tombar encostando minha testa em seu ombro.



- Se Harry prensava Sarah contra a árvore para alguns amassos? Eu não faço ideia. – brinquei. Senti quando ela apertou o moletom de Columbia que eu usava com força, mas ainda sim, não sorriu.



- Dulce? – levantei o rosto para encará-la quando me chamou. Havia carinho e amor estampados na forma como me olhava, mas seu cenho continuava franzido como se sentisse dor. – Se hoje fosse o nosso último dia na terra... Como você desejaria que fosse?



Minhas mãos automaticamente afastaram seu corpo de mim empurrando-a levemente pelo ombro, meu coração começou a bater rápido e a descrença estava plantada em meu rosto. Eu mal poderia descrever as sensações devastadoras que me preencheram com aquelas palavras, mas então ela sorriu. Ela sorriu de uma forma genuína e meu corpo relaxou, porque ela sempre sorria quando me assegurava de que tudo estava bem, e eu confiava nela.



- Pode ser em uma casa abandonada com velas ao redor e sexo gostoso com minha namorada? – provoquei descendo o zíper da jaqueta de couro que ela usava. Deslizei as duas mãos por baixo da camisa branca fazendo Demi fechar os olhos apreciando o carinho.



- Pequena... - ela choramingou com um sorrisinho preguiçoso. – Eu estou falando sério.



Tirei minhas mãos de dentro de sua blusa fazendo um bico frustrado e entrelacei nossas mãos ouvindo um resmungo manhoso dela pela falta de contato. Nós sorrimos uma para a outra, e começamos a caminhar abraçadas pelo terreno do rancho. Anahí mantinha o olhar baixo enquanto eu a analisava.



- Eu não sei. – respondi dando de ombros. – Acho que ia amar voltar naquele terraço onde tivemos nossa primeira conversa civilizada. Você lembra? – ela concordou com a cabeça ainda sem me olhar. – Seria ótimo observamos as estrelas e New York, só você e eu...



Anahí levantou os olhos do chão parando de andar quando já estávamos em frente ao Dodge estacionado na entrada. Lá estava aquele olhar penetrante, eu poderia jurar que ela estava lendo minha alma naquele momento.



- É isso que você quer? – ela perguntou séria. Eu percebi que estávamos mesmo falando sobre o encontro desta noite.



- Sim? – respondi incerta. – Anahi, tem algo errado?



- Não. – ela negou com a cabeça e desviou o olhar para longe. – Eu só quero ter esse momento com você. Pode me emprestar seu celular?



Mesmo estranhando seu comportamento, tirei o celular do bolso da calça e o entreguei a ela que me deu um selinho em agradecimento. Observei atentamente enquanto ela procurava alguma coisa no aparelho, meu coração estava apertando, me dizendo que havia algo muito errado com Anahí e que eu deveria me preocupar. Parte de mim me dizia que tinha a ver com a viagem à Miami, e ainda mais, que Enrique estava envolvido em seu comportamento estranho. Mas eu confiava minha vida à Anahí, e se ela estava me dizendo que não tinha ido até ele, eu precisava acreditar.



- Alô? Rachel? Aqui é Anahí Portilla. – dei dois passos para trás totalmente incrédula. – Será que eu posso ir com Dulce até o seu apartamento hoje? Na verdade, eu preciso usar o terraço. Não... Nós não vamos transar nele. – corei furiosamente e encarei o pássaro voando que parecia muito mais interessante agora. – Ok... Ok. Obrigada, até.



Anahí travou o celular e me entregou com um sorrisinho fofo nos lábios. E lá vai meu coração acelerar outra vez.



- Podemos ir? – ela perguntou, entrelaçando nossas mãos outra vez quando recomeçamos o caminho até o carro.



- Você vai mesmo me levar até lá? Tipo... Você está falando sério? – eu ainda não podia acreditar que ela estava mesmo fazendo isso por mim, a felicidade dançava em meu peito amando toda a estranheza repentina daquela garota.



Abri a porta do carro e me joguei no branco do passageiro sem cerimónias, estava com um sorriso enorme plantado no rosto. Anahí fez o mesmo e ligou o rádio por costume girando a chave na ignição com a mão trêmula, mas eu ainda a encarava sem acreditar no que aquela garota de olhos azuis estava fazendo, e, ainda sim, imaginando que seu nervosismo seria pela nossa noite especial.



- Eu acho que Rachel vai adorar nos receber. – ela sorriu manobrando o carro no terreno. – Nós vamos passar no meu dormitório antes e pegar o violão, ok?



O caminho todo até Columbia foi sobre mim. Eu tagarelei sobre meu pai, a decisão de ainda deixar Juilliard caso o chefe do meu pai não ajudasse; contei sobre Maitê ter ido até a minha casa pedindo desculpas pela forma como me tratou. Ela tem sido muito protetora comigo desde que nos conhecemos, ver sua melhor amiga jogar os sonhos pela janela não era algo totalmente fácil de aceitar, e eu a entendia completamente. Anahí apenas concordava e acenava com a cabeça, aquele jeito estranho desde que ela chegara não tinha desaparecido, muito pelo contrário, ela parecia mais aflita a cada tic tac do seu relógio de pulso.



Ela estacionou o carro do lado de fora do campus e nós descemos em silêncio. Eu não gostava de estar ali outra vez, mas não reclamei em nenhum momento e não pretendia fazer isso para não aborrecê-la. Como a garota cheia de surpresas que ela era, Anahí adentrou o prédio com uma expressão inabalável para os estudantes que estavam espalhados pelo gramado. Os óculos escuros de acordo com a jaqueta de couro preta, o batom vermelho em destaque e o coturno desgasto sempre chamava atenção, fosse na faculdade ou na rua. Estar ao lado dela me fez sentir pequena por um momento, mas Anahí pareceu notar isso e passou um braço pelo meu ombro deixando bem claro que estávamos juntas, e que ela era minha. Eu vi o queixo de muita gente cair assim como o meu, mas não ousei olhar para cima, algo estava muito errado com Anahí e eu descobriria ainda essa noite.



Eu esperava encontrar Emma no dormitório e matar a saudade que sentia da minha amiga, mas ele estava vazio e completamente desorganizado; Anahí fez uma careta quando viu uma calcinha em cima do ventilador, e eu sabia que não era dela pelo rosto do Capitão América estampado na calcinha.



Anahí odeia o Capitão América.



- Você não precisa segurar minha mão por necessidade. – eu expliquei quando Anahí começou a revirar o quarto atrás do violão. – Aquelas pessoas te olharam como se você tivesse enlouquecido.



Ela parou o que fazia repentinamente e me encarou. Me encolhi contra a porta sentindo seus olhos queimarem os meus com intensidade.



- Eu não poderia me importar menos com eles agora, Dulce. – ok, ela me chamou de Dulce.



Me calei diante essa resposta encostando na porta em silêncio e esperando que ela encontrasse o tal violão preto. Ás vezes Anahí fazia jus ao ídolo que carregava a fama entre os fãs como o homem de preto, por usar roupas e acessórios na cor preta. Querendo ou não, preto deixava Anahí extremamente atraente, e eu simplesmente amava isso nela.



Quase meia hora depois, nós saímos do dormitório juntas outra vez; Anahí com o violão nas costas e nossas mãos entrelaçadas. Nós compramos dois copinhos de Ben&Jerry e seguimos comendo no caminho até o edifício onde Rachel morava, agora com Anahí mais quieta que o normal para o meu desespero. Liguei para Rachel avisando que tínhamos chego assim que Anahi estacionou, e ela nos recebeu na portaria com um sorriso sincero que eu apreciava pelo fato de ela ter compreendido que Anahi e eu estávamos juntas.



- Eu pensei que vocês não fossem vir. – ela nos puxou para dentro do apartamento que me levou aos flashbacks da noite da festa com todas aquelas pessoas se pegando sem pudor e a música ensurdecedora. – Zoe me ligou pedindo que eu fosse à sua casa para conversar, até imagino que tenha discutido com Maitê pela quinquagésima vez.



Franzi o cenho com o comentário. Maitê não me contou nada sobre uma discussão com Zoe.



- Obrigada mais uma vez, Rachel. É muito legal da sua parte nos ceder seu apartamento. – eu disse timidamente.



A ruiva deu um largo sorriso e entregou uma pequena chave na mão de Anahí.



– Sem problemas, amigos servem pra essas coisas. – deu uma piscadela para nós duas e apontou para a chave. - Essa é a chave do apartamento, sintam-se em casa, só não... Vocês sabem.



Cobri o rosto com as mãos sentindo meu rosto esquentar com seu comentário sugestivo. Anahí acenou com a cabeça acompanhando Rachel até a porta e a trancando em seguida. Ela soltou um longo suspiro, como se estivesse prendendo o ar por tempo demais, e então me olhou.



- O lugar é bonito sem as luzes de efeito, copos jogados no chão e pessoas transando na sala. – Anahí comentou analisando tudo com cuidado, mas eu sabia que ela queria quebrar o gelo ou tentar manter-se calma. O que, na verdade, só me deixava nervosa, porque algo em meu peito se apertava cada vez que os olhos azulados desviavam dos meus. – O pai dela deve ser rico.



- Na verdade ele é médico, então... – dedilhei o piano preto da Yamaha que estava no canto da sala. – Rachel ama esse piano.



Anahí olhou o piano por um momento e então desviou os olhos para mim. Eu não sei dizer quanto tempo ficamos apenas nos olhando, mas sei que foi o suficiente para quebrá-la por dentro. Pela forma como ela torceu o rosto e afastou-se com os ombros caídos, eu sabia que estava prestes a chorar. Eu só esperava que Anahí não tivesse mentido sobre Miami, e que Enrique não a tivesse ameaçado outra vez como vinha fazendo nos últimos dias caso eles tenham se encontrado.



- Vamos subir. – sugeri apontando para a escada de incêndio.



Anahí assentiu me seguindo até a porta do terraço em silêncio. Girei a maçaneta e empurrei a porta com um pouco de força devido à ferrugem, e então o céu escuro do dia 27 de Janeiro de 2018 nos foi revelado outra vez. Lá estávamos nós, no mesmo terraço em que nos encontramos por obra do destino naquela noite que mudaria a minha vida.



Olhei para Anahí encontrando seu corpo parado ao lado do meu. Suspirei ao encarar seu perfil, os cabelos caramelos esvoaçando devido ao vento, os olhos concentrados em algo que eu não me importava agora. Anahí nunca teria noção do quanto era linda, e talvez nunca entendesse o tamanho do amor que eu sentia por ela. Como se lesse meus pensamentos, ela me olhou e sorriu de canto, não o sorriso que eu amava, mas um triste e amarelo. Agarrei seu braço direito e caminhamos em passos lentos até a beirada do terraço, onde poderíamos observar o trânsito caótico de New York, e, se forçasse um pouco os olhos, uma parte do Central Park ao longe.



Anahí me puxou até um banco de pedra na beirada do terraço deixando o violão no canto. Eu desdobrei as mangas do moletom até cobrir as minhas mãos devido ao frio que fazia lá em cima, e ela me abraçou por trás até que minha cabeça repousasse em seu peito. O silêncio era desconfortável para mim que desejava saber o que se passava na mente de Anahí. Repousei os olhos no céu que, infelizmente essa noite, estava sem estrelas.



- Eu acho que esse lugar é a nossa Jerusalém, ou algo assim. – ela disse em meu ouvido. – Foi o começo de tudo, e se nos perdemos no meio do caminho, talvez possamos nos reencontrar aqui, nesse mesmo lugar.



- Eu te encontraria em qualquer lugar, Anahi. – eu disse a apertando mais os seus braços contra mim.



Anahí começou a rodar a aliança no dedo em ansiedade e eu abaixei meus olhos para observar melhor os movimentos. Nós ficamos novamente em nosso desconfortável silêncio, seria um momento gostoso se ela não estivesse tão nervosa que não pudesse parar suas mãos no lugar.



- Por que eu sinto que você preparou isso tudo para me dizer alguma coisa? - eu finalmente criei coragem para perguntar.



Eu sempre tive medo de perguntar ou saber a resposta por temer estar certa. Eu senti que Anahí estava tentando me dizer algo desde o momento em que nos encontramos essa tarde, e eu deixei passar, tentei a todo custo imaginar que era algo passageiro, que logo seu bom humor estaria de volta.



Eu queria a minha namorada de volta.



Porque aquela garota envolvendo meu corpo num abraço era como uma estranha.



Anahí endireitou-se no branco me abraçando ainda mais forte, ela enterrou o rosto na curva do meu pescoço e inalou o meu cheiro sem responder de imediato a minha sugestão. Ela estava a ponto de desabar e eu não sabia o que fazer, eu não poderia ajudá-la sem saber o motivo, e algo me dizia que era relacionado ao pai dela, talvez ele fosse voltar ou quisesse que ela fosse morar em Miami, pensei em todas as possibilidades, mas nada fazia sentido no momento. Então eu retribui o abraço sendo o máximo que eu poderia fazer por ela naquele momento, acariciei seus braços em volta do meu tronco e esperei que ela tivesse o tempo dela para se recuperar, deixando que minha mente criasse um turbilhão de hipóteses, e nenhuma delas terminava aquela noite com um final feliz.



Depois do que pareceram horas, Anahí levantou o rosto do meu pescoço e me fitou desolada quando virei meu corpo para observá-la melhor; ela não chorava, mas também não fingia estar bem. Pela primeira vez no dia, Anahi deixou a dor ser estampada claramente em seu rosto e a forma como ela me olhava agora balançou todos os meus sentidos.



Então ela se aproximou e me beijou. Não um beijo desesperado e possessivo, dessa vez ela foi calma e paciente. Pediu passagem com a língua e eu cedi deixando que ela mantivesse o controle. Suas mãos pousando em cada lado do meu rosto, sua língua macia acariciando a minha com suavidade, calma, paixão...



Anahí partiu o beijo deslizando os lábios pelo meu rosto lentamente. Fechei os olhos sentindo cada toque com o coração acelerado, arfando com os beijos cuidadosos que ela tratou de deixar em cada pequena parte do meu rosto. Em cada sobrancelha, no meio delas, em cada olho, no meu nariz, mandíbula, bochechas, queixo e, por último, novamente os lábios.



Quando juntamos nossas testas, ela ainda segurava meu rosto com as duas mãos trêmulas.



- Lembra quando você disse que preferia usar a música quando as palavras não eram o suficiente? – ela perguntou com a voz rouca e baixa, quase como se ela se punisse por dizer cada palavra. Eu assenti me sentindo miserável sob aquele olhar desolado. – Eu preciso dizer uma coisa importante, e preciso que você preste atenção.



Permaneci em silêncio quando Anahí inclinou o corpo para trás na intenção de pegar o violão. Me virei no banco ficando de frente à ela e cruzei minhas pernas em estilo indiano. Anahí se endireitou agora com o violão preto nos braços, ela novamente evitava o contato entre nossos olhos.



Esperei pacientemente que ela tivesse seu tempo para iniciar a música. Suas mãos tremiam tanto que levou alguns bons segundos para encontrar o acorde certo, segundos estes que esmagavam o meu coração. Quando ela começou, notei que eu não conhecia a música, talvez fosse uma dessas populares, então me concentrei em prestar atenção na letra.



- Summer after high school when we first met, we'd make out in your Mustang to Radiohead, and on my eighteen birthday we got matching tattoos. - sorri com a letra, de uma forma incerta se tornava nosso jeito de lidar com nosso namoro. Anahí cantava com a voz rouca e suave enquanto encarava o chão, mas nada poderia ser mais lindo que sua voz ecoando naquele terraço. - Used to steal your parents' liquor andclimb to the roof, talk about our future like we hada clue. Never planned that one day I'd be losing you. - Meu sorriso vacilou por um momento, o mesmo momento em que Anahí finalmente ergueu os olhos para mim. - In another life, I would be your girl, we'd keep all our promises, be us against the world. In another life, I would make you stay. So I don't have to say you werethe one that got away... The one that got away.



Até mesmo Anahí vacilou na última parte do refrão. Eu já não sorria, o calafrio percorreu meu corpo com as novas possibilidades se formando em minha mente, possibilidades essas que não poderiam de nenhuma forma serem válidas. Engoli em seco e na estrofe seguinte, a voz de Anahí saiu falha, baixa e abalada.



- I was June and you were myJohnny Cash. Never one without the other, we made a pact. Sometimes when I miss you, I put those records on. It's time to face the music, I'm no longer your muse... - abracei meu próprio corpo evitando ser afetada por aquela letra. O que Anahí estava tentando me dizer? Ela não poderia... Ela não estava... Não! É claro que não... Anahí sabe que eu mal posso respirar sem ela, nós... Ela prometeu. É, ela prometeu que nunca me machucaria então aquela letra não fazia o menor sentido.



- In another life, I would be your girl. We'd keep all our promises, be us against the world. In another life, I would make you stay, so I don't have to say you werethe one that got away... The one that got away.58



Ela terminou a música com os olhos marejados, me olhava como se pedisse perdão por algo horrível que estava prestes a fazer e eu estava entrando em pânico. Engoli novamente em seco, o silêncio entre nós pela primeira vez não era desconfortável, mas sim aterrorizante, então eu tomei a frente decidida a não deixar que ela fizesse o que eu sabia que faria.



- Isso foi... Intenso. – comentei analisando o rosto pálido de Anahí. Então me levantei sentindo minha respiração falha e continuei abraçada ao meu corpo como forma de proteção da pessoa a quem eu deveria me sentir segura. – Está tarde... Será que... Será que podemos ir?



Dei alguns passos em direção à saída com o corpo todo tremendo, fosse de medo ou antecipação, naquele momento eu só queria sair daquele lugar e me afastar de Anahí até que ela voltasse a ser a pessoa que eu amava.



- Dulce. – ela me chamou logo atrás com a voz carregada, eu me virei ainda mais desesperada.



Não podia deixa-la chegar lá, ela não...



Não!



- Nós precisamos ir, minha mãe deve ter feito janta e...



- Dulce... – ela deu mais um passo em minha direção, mas eu recuei dois.



- Está frio, Anahi! – exclamei sentindo meu rosto ser banhado pelas lágrimas que eu já não me importava em segurar. Minha frase saiu com duplo sentido, mas eu sabia que ela tinha entendido quando pareceu afetada. – Eu estou com frio! Vamos para casa.



- Dulce, eu não vou para casa com você! – ela disse como se finalmente cuspisse as palavras que vinha segurando desde que voltara da maldita viagem.



E então ela me quebrou.



Eu me senti afetada. O mundo explodiu dentro de mim, o mundo que eu criara em torno de Anahí; foi como um soco certeiro, algo que fez meu estômago embrulhar, e eu precisei apertá-lo ignorando o incomodo. Eu vi veracidade em suas palavras quando Anahí trancou a mandíbula, quando os olhos azuis não refletiam nada além de dor e lágrimas de culpa. O pânico dominou meu corpo me deixando em estado catatônico por meros segundos que mais pareceram horas, dias, anos... Eu não conseguia mover um músculo sequer sem me sentir quebrada. Mantive meus olhos, inocentemente procurando sinais de mentira, nos de Anahí, e a observei cair em lágrimas diante de mim, desabando internamente como se tentasse me dizer mais do que realmente podia.



E ela realmente caiu como... Como uma criança.



- O que você está...? Anahí? – chamei sentindo a dor em meu peito se intensificar. – O que você está dizendo? - Anahí fechou os olhos com força e levou as mãos ao rosto, eu podia ouvir seus soluços dolorosos. – Eu fiz alguma coisa? Me perdoa, por favor... Eu sei que não tenho sido uma boa namorada, eu perdi o controle alguns dias atrás com você, mas eu... Eu vou dar um jeito nisso, nós vamos ficar bem...



Anahí negou com a cabeça deixando que suas mãos caíssem ao lado do corpo, ela respirou fundo e me olhou com um brilho novo que eu não conhecia, uma determinação que me deixou totalmente apavorada.



Meu mundo caiu.



- Eu não posso mais fazer isso, Dulce! Não é o problema de alguns dias atrás, não é!



- Então o que é? Me diz e eu posso dar um jeito, eu faço qualquer coisa. – me aproximei segurando seu rosto entre as minhas mãos. Eu sabia que ela estava tão quebrada quanto eu, seu corpo trêmulo e as lágrimas não negavam isso. – Você não pode me deixar, está me ouvindo? Você não pode! – engasguei com o choro desabando em seus braços ao sentir meus joelhos fraquejarem.



Nós desabamos juntas no cimento frio do terraço. Eu me agarrava a sua jaqueta como se minha vida dependesse daquele toque e eu sabia que, de certa forma, dependia. Anahí era o motivo de tudo, a razão de tudo e o meu tudo.



- Dulce. – ela me chamou com a voz fraca e eu a olhei ainda soluçando. Nós estávamos a centímetros uma da outra, mas internamente eu a sentia tão longe, tão inalcançável. – Quando eu entrei naquela faculdade pela primeira vez, eu não imaginava que encontraria a única pessoa capaz de fazer meu coração bater tão rápido em felicidade e minhas pupilas dilatarem como uma louca viciada. Mas eu encontrei você, Dulce. A minha garota do laço vermelho. Eu mal tinha visto o seu rosto, e de repente você já habitava os meus sonhos e pensamentos. Eu não me importei se você era uma garota ou não, tudo o que eu queria era tê-la só para mim da forma mais egoísta que uma pessoa pode querer a outra. Eu era sua antes mesmo de ter um nome para a sua forma. – meu choro estava alto, senti como se todo o líquido do meu corpo tivesse saindo pelos meus olhos conforme a dor em meu peito aumentava, mas eu não me importava. Anahí segurou meu rosto e, apesar das lágrimas desfocarem os meus olhos, eu pude ver o seu rosto se contorcer em dor. – Quando você aceitou ser minha também... Dulce, eu fiquei dias sem dormir pensando em como acabei me tornando a garota mais sortuda desse mundo. Eu sempre vivi dentro das regras do meu pai, pensei que logo encontraria um cara legal por quem eu fosse me interessar, e então nós nos casaríamos e seriamos a família perfeita. Agora, quando eu olho para o futuro, vejo apenas você e nossos dois filhos correndo pela casa, os dois com suas características; eu teria mais duas cópias de você para amar com tudo de mim.



- Então por que está me machucando assim, Anahí? Se você me ama... Por que está me deixando? – sussurrei incapaz de falar coerentemente.



O silêncio foi tomado pelos meus soluços e minha respiração alterada. Então, quando ela falou, eu desejei que ela nunca o tivesse feito.



- Porque eu sou covarde. – ela respirou recomeçando a chorar, sua voz saiu embargada. – Eu tenho medo das pessoas me julgando e não posso controlar isso. Eu menti duas vezes hoje, e me odeio por isso, mas quando voltei à Miami para verificar o dinheiro da minha conta, me encontrei com meu pai, e ele me bateu. – senti um nó se formar na minha garganta, eu já não sabia mais se sentia raiva, ódio, medo, dor... Talvez tudo ao mesmo tempo. – Ele descobriu tudo sobre nós e jogou coisas na minha cara que me fizeram repensar a minha vida toda. Dulce - ela respirou fundo, eu sabia que o que ela diria a seguir me machucaria intensamente. - Eu não posso formar uma família com você. – novamente a ânsia me atingiu, eu me curvei de lado para o vômito, mas nada veio. Me afastei de seus braços com violência a empurrando para longe de mim, aquela não era a Anahí que eu amava. Eu não conhecia aquela estranha que estava me machucando. – Eu gostaria de ser forte como você, gostaria de enfrentar os julgamentos que passaríamos juntas, mas tudo o que eu sou é covarde. Você viu isso muitas vezes, fui uma babaca em público com você não só uma vez, e eu não quero isso para nós. – ela também levantou e eu ergui uma mão a intimando para que ficasse longe de mim.



- Então por que me deu a mão na frente de todos hoje?



- Porque eu não me importo com eles, não mais. Columbia não existe mais para mim a partir de amanhã. – Anahí disse, os ombros caídos denunciavam uma garota exausta que sofria também em silêncio. – Dulce, eu vou embora para a França.



Precisei me agarrar ao pilar para não cair no chão quando meus joelhos enfraqueceram outra vez. Tudo começou a rodar, eu sabia que desmaiaria a qualquer momento, aquilo não podia estar acontecendo, não era real... Era apenas um sonho. Acorde, Dulce. Vamos, acorde, por favor, você precisa acordar...



Acorde.



Por favor.



- Você... Você... – não consegui formular uma frase coerente.



Anahí se aproximou, mas dessa vez eu não tive forças para impedi-la.



- Eu sei que você me odeia agora, mas saiba que ninguém nunca vai me odiar mais do que eu mesma. – ela disse em tom de súplica. – Eu amo você, Dulce. Nunca vou ser capaz de me apaixonar tão intensamente como eu sou apaixonada por você, esse lugar já é seu. Eu amo tudo sobre você, sua capacidade de perdão, sua compaixão, seu lindo coração que eu tive o prazer de ter como meu. Eu te amo tão dolorosamente que estou deixando meu coração com você. Eu te amo tão intensamente que parte de mim morreu no instante em que precisei tomar essa decisão. Você me fez mulher, me fez sua e isso ninguém pode mudar.



Balancei a cabeça em negação.



- Não me deixa, por favor... – implorei me perdendo nos olhos azulados que um dia me desnudaram em amor.



Anahí piscou algumas vezes deixando mais lágrimas caírem, e então sussurrou:



- Eu preciso ir.



Meu corpo se contraiu com essas palavras, a realidade batendo de frente quando assimilei que não poderia mais beijá-la, tocá-la ou ver o seu sorriso que enche o meu coração. Sem momentos em minha casa, sem discussões infantis, sem noites de amor explorando o corpo uma da outra como um mapa desconhecido. Sem ver as minhas esferas azuis todos os dias ao acordar, me fitando como se eu fosse a garota mais bonita do mundo.



- Então você está mesmo me deixando. – raciocinei comigo mesma. Eu não sabia o que estava acontecendo, não me sentia consciente de tudo ao meu redor. – Você está me proibindo de te amar... Anahí, você quebrou o meu coração! – respirei sentindo meu corpo escorregar pelo pilar.



Eu caí sentada e Anahí ajoelhou-se de frente para mim, eu não tinha condições de afastá-la ou segurá-la, meu corpo não obedecia nenhuma ordem que meu cérebro ditasse.



- Eu sei que parti seu coração, meu amor, por isso me odeio tanto. - senti quando ela encostou seus lábios nos meus sussurrando baixinho: - Beije-me uma vez mais, e não me deixe ver os seus olhos. Perdoo-lhe o que você fez. Amo a minha assassina... Mas não a sua. Como poderia? – uma pontada atravessou meu coração e as lágrimas me traíram pela vigésima vez. – Eu te amo, Dulce.



Não consegui ver o seu rosto quando ela partiu. Ela apenas o fez. Anahí partiu deixando um monte de memórias destruídas no chão daquele terraço. Minhas vistas embaçaram, precisei puxar o ar com força me sentindo incapaz de respirar sozinha, tudo estava girando, girando e girando ao mesmo tempo em que a dor se dissipava dando lugar ao vazio na minha mente. Comecei a perder a consciência aos poucos, tendo tempo apenas de sentir alguém envolver meu corpo com os braços até tudo se tornar um nada.



******

*****

****



POV Anahí



Eu dirigia tão rápido pelas ruas de New York que não me surpreenderia se terminasse com a cara enfiada em um poste qualquer. Que se dane. Que se danem também as multas que receberia pelos semáforos vermelhos que atravessara. Que se dane tudo! Eu estava acabada, não existia mais uma Anahi Portilla. Essa tinha ficado para trás junto de Dulce. Agora eu apenas existia como Anahí Giovanna, o projeto de Enrique Portilla, o homem do meu ódio que conseguiu destruir a minha vida.



Se meu pai era um monstro, eu com certeza tinha me tornado uma cópia perfeita. Destruí a única pessoa capaz de me fazer feliz, a única pessoa que me amou por quem eu sou e que me fez sentir capaz que remover o mundo só pela felicidade dela.



Eu amava Dulce.



Amava ao ponto de desistir de tudo por ela.



Adentrei a casa dos Savinon sendo recebida por uma Claudia saltitante. Sorri para a cena e a recebi em meus braços para um abraço apertado de urso, sabia que seria a última vez que veria a pequena, e a vontade de chorar foi inevitável. Eu me controlei ao máximo a deixando no chão, seus olhinhos castanhos, perfeitamente iguais aos de Dulce, brilharam ao ver a enorme caixa que eu tinha deixado na varanda.



- Esse presente é pra mim? – ela perguntou pulando em volta da caixa.



Eu sorri e logo Blanca apareceu confusa pelos gritos da caçula. Novamente meu coração apertou ao ver a mulher que tinha meu respeito.



- Mamãe, a Anahi trouxe um presente! – a menina exclamou extasiada com os olhos cintilantes. Blanca gargalhou me puxando para um abraço. Eu aproveitei para fechar os olhos procurando me recordar daquele momento. – Eu posso abrir?



- É claro que você pode abrir. – abracei Blanca pelo ombro e observei a menina desembrulhar o presente quase em desespero. Seus olhos quase saltaram da órbita quando viram a guitarra rosa claro dentro da caixa. Cláudia começou a gritar abraçando a caixa, e eu não poderia me sentir mais alegre por tê-la agradado. Blanca me lançou um olhar agradecido, eu precisava ser muito forte para não chorar. – Eu ouvi uma conversa de vocês outro dia claudia queria muito essa guitarra e eu sei que vocês não podem gastar dinheiro agora, então...



Blanca me abraçou outra vez com tanta força que eu pensei que fosse quebrar as minhas costelas.



- Obrigada, Anahi. Eu já não sei mais como agradecer o anjo que você tem sido conosco.



Meu sorriso morreu quando me lembrei do real motivo por estar lá.



Eu não era um anjo. Eu seria a devastação de Dulce.



- Fernando está?



Fui tirada de meus pensamentos quando uma buzina alta soou logo a minha direita e eu me dei conta de que tinha atravessado outro sinal vermelho sem olhar para os lados. Joguei o carro para a esquerda entrando desenfreado na contra mão que, por sorte, estava vazia, e acabei parando no canteiro de obras sob reclamações de alguns operários.



- Inferno! – gritei socando o volante quando voltei com o carro para a pista, eu estava sucumbindo às lágrimas.



Minha mente estava nebulosa, as lembranças de momentos únicos entre Dulce e eu me destruindo a cada segundo. A lembrança de sua gargalhada, dos seus beijos atrapalhados, da sua forma de me olhar com amor. Eu nunca mais poderia ter isso dela. Nunca mais.



- Devo acreditar que está em meu quarto, tremendo, sem Dulce, e com os olhos inchados apenas para checar se eu estou bem? – Fernando perguntou depois que entrei no quarto. Ele estava deitado na cama de casal com um edredom branco até o peito, em suas mãos repousava o controle da TV agora desligada, e seus olhos refletiam preocupação.



Fechei os olhos sentando na beirada da cama, próxima o suficiente para que Blanca não ouvisse do lado de fora caso resolvesse ouvir atrás da porta. Fernando estava sentado contra a cabeceira me analisando atento, talvez ele fosse a única pessoa capaz de entender minha situação no momento, e eu precisava desesperadamente da ajuda dele.



- Eu preciso que você não me odeie pelo que eu vou dizer agora.



Fernando apertou os olhos em minha direção.



- Você a traiu?



- O que? Não! Deus! Eu nunca faria isso, eu amo Dulce. – exclamei assustada.



- Então?



Respirei fundo não impedindo as lágrimas de descerem, não me importava se estava sendo fraca ou não.



- Eu fui até Miami pedir dinheiro para o seu tratamento ao meu pai. – Fernando arregalou os olhos, mas eu continuei antes que protestasse. – Eu sei, por isso menti para Dulce. O problema é que meu pai já sabia de tudo sobre nós duas e me agrediu por isso, eu realmente não me importei em apanhar dele, já não o considero meu pai e Dulce é a minha prioridade. Sempre vai ser. Eu o enfrentei dizendo que ficaria com ela porque estávamos namorando, então ele pirou e começou a jogar muitas coisas na minha cara, uma delas foi a sua doença e a falta de dinheiro para o tratamento... Eu sei, ele é um monstro. – intercalei quando vi Fernando ficar vermelho de raiva. – Então ele me propôs deixar Dulce em troca do dinheiro. Eu a deixaria, e ele bancaria tudo o que você precisasse, esse seria o trato. Eu relutei no começo, eu juro que tentei contestar... Até me lembrar de que Dulce está disposta a deixar Juilliard para assumir as responsabilidades de casa.



- O que? – Fernando exclamou apertando o controle com força. – Ela não pode fazer isso!



- Eu sei, por isso aceitei a proposta. – fui direta e vi o rosto de Fernando passar de vermelho para o pálido. – Eu vou sumir da vida de Dulce, e em troca você precisa me prometer que vai cuidar dela, Fernando. Dulce vai precisar de todo apoio possível, e eu não posso ficar entre o sonho dela e vocês. Se o meu desaparecimento ajudá-la a ser o que sempre sonhou e manter o herói dela vivo, eu estou disposta a despedaçar meu próprio coração. Dulce vai sofrer nos primeiros meses, eu sei que vai, mas então ela terá que se preocupar com a sua recuperação e o sonho em Juilliard; as responsabilidades vão começar a fazer parte da rotina dela, e então, quando menos esperar, ela me esquecerá.



- Anahí... – ele tentou dizer, mas eu neguei com a cabeça.



- Apenas aceite. É o meu presente. Mas eu preciso que seja nosso segredo, Dulce nunca aceitaria o dinheiro do meu pai... Diga que vai pedir empréstimo ao seu chefe, eu vou dar as coordenadas para você do meu novo celular. – enxuguei as lágrimas com as costas da mão. – Não conte nem mesmo para Blanca, sabemos como ela é por Dulce. Eu sei que estou pedindo demais, mas é o futuro de Dulce que está em risco aqui. E, assim como eu, sei que você também quer vê-la realizando um sonho. Quem sabe ela não encontre alguém que cure as feridas que eu deixar? O futuro é um mistério agora, mas eu estou cuidando disso para Dulce.



Fernando também chorava em silêncio agora. O homem me puxou para um abraço e afagou meus cabelos, ele sabia que eu precisava de conforto mais do que nunca.



- Você salvou minha família, Anahi.



Talvez eu tenha feito a coisa certa ao contar horas depois para Emma e Zoe. As duas piraram comigo, mas Emma foi a mais realista por conhecer meu pai; Zoe informou que Maitê me caçaria até no inferno quando descobrisse, e eu não duvidava disso, então pedi que ela contasse a verdade apenas quando eu tivesse partido para a França. Tudo estava planejado quando me encontrei com Dulce no rancho abandonado, assim que combinamos o lugar onde teríamos nosso último momento, enviei uma mensagem para Zoe pedindo para que ela chamasse Rachel até sua casa para conversar. Na segunda mensagem, eu pedi a Emma que fosse até o apartamento de Rachel, onde eu eventualmente deixei a porta destrancada, assim ela poderia acolher Dulce quando eu saísse.



Eu sabia o que aconteceria... Eu a conhecia melhor do que ninguém.



Estacionei o carro na entrada no The Village me sentindo exausta de dirigir pela cidade sem rumo. Não me lembro de ter acionado o alarme quando desci do carro, também não me lembro de muita coisa a partir dai. Não sabia como ainda tinha forças para andar pelo tanto que tinha chorado naquele dia, só me arrastei até uma mesa vazia e me sentei encarando o nada.



- Anahí? – ouvi uma voz conhecida. Ergui o olhar encontrando o velho garçom, Eli, que me analisava preocupado. – Deseja alguma coisa?



- O que você tem para um coração partido? – perguntei cedendo ao cansaço. Abaixei minha cabeça entre os soluços, a dor queimava tudo dentro de mim.



Senti uma mão afagar meu ombro gentilmente, eu sabia que era Eli.



- Eu não sei o que aconteceu, mas espero que a senhorita não esteja arrependida.



Levantei a cabeça, sentia-me um tanto zonza pela fraqueza.



- Eu não me arrependo de tê-la deixado livre. – expliquei, mas meus olhos estavam desfocados e eu dizia mais para mim mesma do que a ele. – Ela vai ser feliz sem mim, eu sei disso. Ela precisa! Dulce é a pessoa mais doce do mundo, ela é uma flor que precisa de carinho e cuidado.



- E você não é a pessoa certa para isso?



Encarei os olhos escuros do homem por um instante, a música no fundo bagunçando a minha mente turbulenta.



- Não, eu não sou. – respondi incerta. – Ela vai encontrar alguém que seja livre, sem um futuro já escrito pelos pais. Espero que esse alguém seja capaz de tratá-la como a princesa que é. Que não erre a comida vegetariana e... Espero que alguém note a forma como ela sorri com a língua entre os dentes e o jeito que seus olhos se fecham como se ela vivesse tudo intensamente. Apenas eu sei disso. - Eli me olhou curioso e eu balancei a cabeça. - Porque esse sorriso costumava ser reservado a mim.



Fechei os olhos pedindo minha primeira dose de uísque da noite.



******

*****

****



Narrador POV



Dois dias depois.



A família Savinon se encontrava reunida na igreja como de costume aos sábados. Cláudia conversava baixinho com uma garotinha que sempre acompanhava a mãe nas missas, Blanca segurava a mão de Dulce com força, desejando que Anahi pagasse pela dor que tinha causado à sua filha. Fernando encarava o altar desejando poder se confessar logo e tirar todo aquele peso dentro de si. O peso da verdade. Ele não conseguia lidar com o fato de Dulce acordar em meio à madrugada entre pesadelos, ou mentir para a sua família dizendo que seu chefe tinha aceitado fazer o empréstimo. Anahí era uma heroína, mas a dor de Dulce havia sido substituída pelo ódio; ele via isso nos olhos da filha quando o nome de Anahí era mencionado.



Dulce encarava o nada a sua frente, sua mente vagando pelo desconhecido a procura de algum sentido ao que estava acontecendo em sua vida. Mas, no final do dia, o lado esquerdo do seu peito permanecia oco, ciente de um órgão pulsante que agora só existia para essa função.



Seus se voltaram ao Padre quando o ouviu mencionar uma palavra conhecida, uma palavra que ela aprendera a odiar.



-... Porque o que Deus espera de nós nada mais é que o amor. Ele nos enviou seu filho para que morresse para nos salvar, e se isso não é amor, então eu não sei mais o que é. – ele deu uma pausa observando o silêncio dos fiéis. – Ouvimos todos os dias falar sobre o amor para com o nosso Deus, mas nos esquecemos de amarmos uns aos outros como Ele nos amou. E sim, eu acredito em amor eterno, acredito também que seja o motivo de tudo.



Fernando lançou um olhar cheio de significados à filha que continuava imersa em sua própria dor. Ele queria gritar e dizer que Anahí tinha sacrificado tudo por ela, você não pode odiar a pessoa que salva a sua vida, isso não é justo.



******

*****

****



A voz robótica informou o próximo voo para Paris, a capital da França. Os passageiros começaram a se locomover entre si deixando Anahí perdida em meio a tantas pessoas e suas dezenas de malas. Taylor, sua irmã, ajustou seu casaco e lhe deu um beijo suava na bochecha oferecendo em seguida um sorriso singelo. Taylor definitivamente se orgulhava da irmã que tinha, e cumpriria a promessa de cuidar de Dulce o máximo que pudesse.



"Como é dito em Coríntios: O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."



Emma entregou a mala preta para Anahi com um sorriso forçado. Ela não queria demonstrar, mas não queria ver sua melhor amiga partir. Emma amava Anahi como uma irmã de infância e apesar de ver Dulce em pedaços, tudo em si doía quando olhava para Anahi, porque sua amiga estava sacrificando a própria felicidade por amor.



Anahí abraçou Emma e as duas não se permitiram chorar naquele dia. Elas já o tinham feito o suficiente no dormitório um dia antes, então tudo o que restava era a certeza de um até logo.



Anahí deu um beijo na testa da amiga e acenou para Taylor antes de virar as costas com um suspiro pesado e desaparecer na multidão de pessoas.



*****

****

***



Observar as estrelas pelo buraco no teto da casa abandonada já não tinha mais tanto significado como antes. O engraçado é que eram as mesmas estrelas, mas não tinham a mesma intensidade, elas eram apenas pontos brilhantes no céu. Pontos que ela amou observar enquanto se encolhia no corpo nu de Anahí depois de se tornarem uma só alma.



"Então eu lhes pergunto: Por que é tão difícil amar? Porque esse sentimento nos machuca tanto quando deveria nos causar a felicidade plena? Eu gostaria de ter a resposta para todas as perguntas. O que eu posso dizer por agora, é que, no final de tudo, o amor é a única coisa que a vale a pena. Se sorrimos, é por amor. Se choramos, é por amor. Se sofremos, também é por amor. Porque Deus é amor e Ele está em tudo o que fazemos, sentimos e pensamos. Deus nos deu o livre arbítrio por nos amar, então talvez o significado desse sentimento seja deixar a outra pessoa livre para que ela possa trilhar o próprio caminho."



Seus olhos pesaram vencidos pelo cansaço e Dulce temeu fechá-los, era torturante sempre que se deixava cair no sono. A imagem dela sempre retornava para tirar-lhe o que restava de sanidade. Assim que se deixou ser embalada em um sono profundo, sorriu inconscientemente ao se deparar com duas esferas azuladas que eram os olhos de sua eterna assassina.




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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