Fanfics Brasil - Capítulo 29 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 29

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Os primeiros raios solares invadiam o quarto através do vidro da sacada concedendo ao cômodo um ar melancólico e lúdico de uma vida preenchida de troféus e medalhas, mas vazia de sentimentos. Apesar de o sol queimar lá fora, a enorme casa de madeira mantinha seu clima gélido, sendo quase sempre inverno entre as paredes brancas.



Uma mulher de longos cabelos loiros, olhos verdes e pele parda remexeu-se preguiçosamente na cama de casal soltando um muxoxo preguiçoso no ar ao abrir os olhos. A mulher se acomodou entre o amontoado de edredons e deixou que seus olhos repousassem na parede oposta, logo à sua frente, sempre mórbida e significativa, pintada num tom vermelho extravagante que a fez franzir o cenho se perguntando pela vigésima vez o que sua namorada pensava quando decidiu pintar aquela parede de vermelho em uma casa tão... Sofisticada.



Ela remexeu-se um pouco mais até estar com o corpo totalmente virado para a direita, onde se deparou com  Dulce Maria Savinon sentada contra a cabeceira da cama com seu óculos de grau, um top preto e calcinha boxer da Calvin Klein. Os cabelos castanhos estavam ainda maiores do que antes e um pouco mais claros que o de costume em sua adolescência. O semblante concentrado nas folhas em suas mãos dava a ela um ar maduro e sexy, ao mesmo tempo em que destacava suas feições quase infantis que nem o tempo fora capaz de apagar, apesar dos 25 anos que carregava agora nas costas.



- O que está fazendo? – a garota perguntou analisando os papéis que Dulce rabiscava.



- Vendo as contas desse mês. – foi a resposta de Dulce sem tirar os olhos dos papéis. – Eu preparei o café da manhã, você pode descer e comer alguma coisa antes de ir embora, Belinda.



A tal Belinda bufou e sentou-se na cama exibindo sua nudez, mas nem mesmo assim teve atenção de Dulce e acabou gemendo frustrada.



- Você poderia ao menos me deixar ficar mais um pouco. – reclamou e se enrolou no edredom antes de levantar procurando por suas roupas. – Eu poderia muito bem estar aqui quando você voltasse... –  Dulce levantou os olhos intrigada quando Belinda fez um bico manhoso. – Por favor?



Dulce ainda ficou em silêncio enquanto retirava o óculos e suspirava lançando um olhar compreensivo à garota.



- Me desculpe, baby. Você sabe que eu...



- Que você não quer nada sério com alguém, e ficar depois do sexo é sinal claro de sentimentos, e blá, blá blá... – revirou os olhos impacientemente. – Eu sei de tudo isso, Dulce. O problema é que fazemos isso há três meses e eu preciso saber se você está nessa tanto quanto eu. Estou cansada de ter que ir embora toda manhã depois de uma noite maravilhosa de sexo.



Dulce abaixou a cabeça compreendendo o rumo daquela conversa, então analisou suas possibilidades mentalmente, não eram muitas, a julgar o fato de que Belinda tinha toda razão quando pedia por algum sinal seu... Sinal esse que ela não tinha. Não havia nada de errado com a loira, Belinda era uma pessoa maravilhosa, as duas se conheceram dois anos antes, no casamento de Maitê e Zoe quando a loira derrubou ponche no vestido de Dulce. Desde então se tornaram conhecidas pelo fato de Belinda trabalhar na academia de dança de Zoe , a Kordei's Academy. Apenas há três meses que a loira tomou a iniciativa de chamar Dulce para sair, e apesar da relutância, avisos sobre um não-compromisso e uma certa frieza vinda de seu coração, as duas tiveram uma ótima química na cama que vinha a deixar Dulce relaxada depois de um dia estressante. Não que ela odiasse seu trabalho. Não, ela não poderia, não quando seus alunos eram seu bem mais precioso e a melhor parte de seu tempo. Mas era aquela típica frase "não é você, sou eu." Que todos diziam quando não estavam mais afim de alguém e não sabiam como dizer.





Belinda continuava parada em frente a cama na espera de uma resposta válida dessa vez. Dulce se levantou deixando os papéis de lado e caminhou até a garota deixando um beijo suave em seus lábios antes de recolher as peças de roupa pelo chão.



- Eu não posso ter um relacionamento agora, deixei isso bem claro desde o inicio. – disse sem rodeios, sua voz saindo neutra e tranquila. A latina voltou até a loira e lhe entregou as peças. – Me desculpe, Belinda. Eu sei que você merece todo o amor do mundo... – franziu o cenho, há tanto tempo não dizia aquela palavra. – Mas eu não tenho isso, entende? Não posso lhe dar algo que não tenho. – Belinda suspirou tristemente e começou a se vestir enquanto Dulce se encaminhava até o guarda roupas.



- Eu não entendo o que aconteceu com você. – a loira insistiu quando as duas já estavam devidamente vestidas. Dulce usava uma calça jeans clara, uma blusa branca de renda e um blazer preto por cima. - Qualquer pessoa sonha em ter um relacionamento maduro. Já você, nunca nem toca no assunto e ignora qualquer tentativa minha de aproximação que não seja sexo.



Dulce simplesmente não tinha paciência com pessoas insistentes. Por mais que ela fosse a errada da história, e admitia isso, Belinda tinha entrado nessa espécie de relação sem compromisso consciente de que Dulce não se envolveria emocionalmente.



A loira estava visivelmente decepcionada com a falta de comunicação, mas abaixou a cabeça e assentiu já prevendo a reação de Dulce.



Não é que ela não queria, ela só não podia.



- Vamos descer, por favor. – Dulce suspirou abrindo a porta do quarto e esperando que Belinda saísse primeiro.



As duas desceram em silêncio até a cozinha e a loira se acomodou no balcão servindo-se de leite e os famosos waffles que nunca faltavam na casa de Dulce. Dulce pegou a bolsa e a jogou no ombro analisando os papéis em suas mãos, em seguida arrumou seu coque de forma correta em frente ao espelho e soltou um suspiro cansado. Belinda a observava em silêncio, Dulce sorriu amigavelmente ao aproximar-se da mulher e deixou um beijo casto em seus lábios.



- Eu te espero à noite? – perguntou. Belinda assentiu com a boca cheia de Waffles e fez sinal de positivo com a mão. – Ok, deixe a chave na casa em baixo do tapete assim que você sair. Até mais, baby.



Saiu de casa carregando a bolsa, substituindo os óculos de grau pelos escuros e ativando o portão da garagem que aos poucos revelou o Honda Accord cinza, uma de suas aquisições em seus tempos de glória. Dulce abriu a porta do carro e parou indutivamente para observar a sua volta... O silêncio tomado pelo canto dos pássaros era sua terapia da manhã sempre que saía de casa sentindo-se sobrecarregada ou perdida de si mesma. Era como se o mundo nunca fosse parar de pressiona-la, empurra-la para uma corda bomba testando seus limites.



Porque era assim que ela se sentia nos últimos anos.



Ao girar a chave na ignição, o som foi automaticamente ligado e a voz de Amy Winehouse invadiu o interior do carro com o clássico Back to Black. Um nome engraçado. Verídico. Possível. Dulce saiu com o carro na estrada e deixou sua mente divagar de volta à conversa com Belinda. A mulher precisava de algo sólido enquanto ela estava apenas passando o tempo com alguém que no fundo não importava a ela. Isso seria errado? Sim, muito. É em momentos como esse que Dulce se da conta do quanto mudara desde sua adolescência. A jovem romântica e sonhadora deu lugar a uma mulher centrada e realista; resultado de uma longa jornada envolta de desilusões tanto profissional, quanto pessoal. Como, por exemplo, os tratamentos de Fernando. Eles ajudaram a tardar o desenvolvimento do tumor, os médicos até mesmo deram esperança de muitos anos de vida. Ele estava lá em tudo, em seu primeiro contrato assinado, seu primeiro show, sua primeira desilusão artística, o primeiro da fila nos shows e o que aplaudia mais alto.



Fernando e Dulce se tornaram ainda mais amigos, se é que isso é possível, depois da primeira e única desilusão amorosa de Dulce. Em 2023, o tumor reapareceu ainda mais agressivo e dessa vez o fez se mudar para o hospital. Ás vezes, quando fecha os olhos, Dulce pode se lembrar das palavras do pai naquele quarto de hospital.



Flashback



- Eu não acredito em coincidências, filha. – a voz de Fernando era fraca, ele mal podia falar. Tinha o lado esquerdo do corpo todo paralisado enquanto olhava amorosamente para Dulce sentada na cama ao seu lado. – Você é uma grande mulher porque nunca desistiu de seus sonhos. Se eu morrer hoje e Deus me perguntar qual é o meu maior feito de orgulho aqui na terra, eu vou responder com o meu melhor sorriso que são minhas duas filhas. Eu te amo tanto, Dulce. Meu maior sonho foi realizado, ver você se tornando uma grande musicista. – então ele a olhou e havia algo triste ali, uma mágoa ou decepção. – Eu daria tudo para ver minha Dulce alegre novamente. – passou a mão pelo rosto da filha que chorava silenciosamente. – Você conquistou seu sonho da maneira errada, com amargura e trancou o sorriso lindo que conquista as pessoas em algum lugar aqui dentro. – desceu a mão até o coração da filha. – A vida é curta, filha. Ela não espera por ninguém e eu sei muito bem a fase em que você expelia felicidade pelos cantos da casa. – Dulce fechou a cara, odiava quando seu pai insistia em tocar nesse assunto. Fernando entendeu o recado e mudou o rumo das palavras. – Onde quer que eu esteja, estarei sempre aplaudindo você, porque você, Cláudia e sua mãe são a última coisa que me lembro antes de dormir e após acordar.



Fim do flashback.



Uma semana depois ele morreu.



Dulce torceu o nariz ao lembrar-se da ligação que recebeu no meio do ensaio na Broadway. Aquele dia ela prometeu a si mesma que nunca se apegaria em ninguém, pois a vida pode lhe tirar essas pessoas de várias formas possíveis, e todas são destrutivas.



Estacionou o carro em frente à sua antiga casa e sorriu ao ver Cláudia esperando-a sentada nos degraus. A menina, agora com 11 anos, correu com a mochila nas mãos até o carro e entrou depositando um beijo estalado na bochecha da irmã mais velha.



- Você se atrasou. – resmungou e mudou a estação da rádio para uma mais pop.



- Belinda decidiu ser carente hoje. – respondeu e Sofi fez um som engaçado com a boca.



- Ela não vai sair do seu pé até ser dispensada, Dulce. – disse enquanto amarrava o cabelo em um rabo de cavalo. – Relacionamentos lésbicos são tão dramáticos, ugh.



Dulce riu e assentiu, Claudia tinha toda a razão.



- Como está mamãe? – mudou o foco do assunto e lançou um olhar de soslaio para a irmã quando parou o carro no farol. – Ela tem ido regularmente ao psicólogo?



Cláudia deu de ombros.



- Ela sai do quarto agora, acho que isso é um avanço. Você devia aparece lá em casa mais vezes... Sabe, ela sente sua falta.



Blanca entrou em depressão logo após a morte do marido. Ela se odiava internamente por não ter sido capaz de salvar Fernando, mesmo que claramente ela não tivesse culpa em nada, odiava-se mais ainda por se deixar cair em uma cama e permitir que suas filhas se virassem sozinhas... Ela só não conseguia. Não sem Fernando todos os dias ao seu lado, assim como foi por 38 anos. Foi quando Dulce não foi capaz de conciliar o trabalho com os cuidados em casa e decidiu abandonar tudo pela mãe e irmã. Ela conseguiu um emprego como garçonete em um bistrô e com o dinheiro que recebia, comprava as coisas necessárias para a despensa de casa e fez licenciatura em música.



- Eu estou um pouco sem tempo com o trabalho, Clau. Chego cansada e...



- E Balinda está sempre na sua casa à noite. – resmungou e fechou a cara. – Deveriam casar de uma vez já que praticamente moram juntas.



Dulce arregalou os olhos diante da afirmação da irmã e sentiu vontade de jogá-la fora do carro.



- O que você entende disso, mocinha? Só tem 11 anos e quer mesmo falar sobre minha vida pessoal?



Cláudia revirou os olhos e o assunto mudou para os trabalhos de inglês que a pequena estava tendo dificuldade. Pouco depois, Dulce estacionou o carro em frente ao colégio da irmã e se despediu da mesma, era o mesmo trajeto para o trabalho de Dulce.



Não demorou muito até estacionasse o carro na garagem do prédio escolar. Dulce dava aulas de música para crianças da alta sociedade. Sua turma eram as crianças de 3 a 5 anos, os "iniciantes" como gostava de pensar. Quem sabe ali entre as pequenas criaturinhas correndo de um lado para o outro não houvesse um futuro Mozart? Além de que as crianças adoravam quando cantavam a música das claves. É claro que Dulce era conhecida por todos naquele lugar, sua ascensão e queda foi noticia em vários canais de TV, alguns ainda teimavam em dizer que ela não soube lidar com a fama. Ela também suspeitava que algumas pessoas comentassem sobre a mudança drástica entre uma musicista conhecida a uma simples professora de música, mas todos estavam enganados. Era música. E Dulce está onde a música está. Ela pensa em retornar aos palcos? Não há uma resposta certa no momento. Dulce já provou o suficiente do mundo artístico, e foi só depois que começou a dar aulas que descobriu como ama ensinar as crianças tudo o que sabe.



É isso o que Dulce é agora: Um mundo de incertezas.



Cumprimentou alguns professores e caminhou apressadamente até sua sala de aula onde as crianças a aguardavam com os pais. Assim que abriu a porta, foi recebida por vários gritinhos animados sobre a chegada da "tia Dul", e pode-se dizer que assim como Dulce os amava, esse amor era retribuído de uma forma muito mais barulhenta.



- Bom dia, meus amores. – sorriu graciosamente de volta e abraçou a todos que podia.



Os pais também a cumprimentaram e começaram a sair pouco a pouco depois de se despedir de seus filhos. Dulce caminhou até a mesa para preparar suas coisas e deixar os pequenos terem seu momento com os pais, mas parou ao ouvir uma pessoa pigarrear logo atrás de si. Quando se virou, deparou-se com um homem na faixa dos 26 anos, cabelos pretos e curtos, a barba rala e usando terno e gravata. Ele tinha um sorriso tímido no rosto e ao seu lado um garotinho de no máximo 4 anos com os cabelos pretos e cacheados, olhos azulados e um olhar desconfiado.



- Posso ajudar?  - Dulce perguntou educadamente.



O homem sorriu sem jeito e estendeu a mão direita em cumprimento.



- Meu nome é Alfonso Herrera, muito prazer.



- Dulce Savinon. – respondeu e aceitou a mão do rapaz.



Alfonso apertou levemente o ombro do garotinho e o fez dar um passo a frente.



- Este é Ethan e hoje é seu primeiro dia de aula.



Dulce concordou e abaixou-se ao nível do garoto que continuava a encarando desconfiado.



- Olá, Ethan. Meu nome é Dulce e eu estou muito feliz por ter você aqui.



- A senhora é a minha nova professora? – ele perguntou relutante e Dulce assentiu. – Então a senhora sabe fazer música?



Dulce sorriu e sentiu seu coração se encher. Sempre fora apaixonada pelo nome Ethan e agora conhecia um garotinho extremamente lindo e fofo com esse nome.



- Sim, eu sei tocar piano, violão, violino e alguns outros que você vai conhecer. Você quer?



Ethan balançou a cabeça animado e olhou para Alfonso que assistia a interação calado.



- Ela vai me ensinar a fazer música! – ele exclamou como se fosse uma grande surpresa. – Eu quero fazer música logo!



Dulce e Logan riram.



- Esse garoto é cada dia mais parecido com a mãe, ambos apaixonados pela música. – ele brincou quando Dulce voltou a levantar. – Nos mudamos há algumas semanas para os Estados Unidos e a primeira ideia que ela teve foi de colocar o garoto em alguma escola de música. Ela diz que vai ajudar na boa educação dele.



Foi uma verdadeira surpresa saber que Ethan não era americano. O garoto olhava atento as outras crianças brincarem distraídas com os instrumentos musicais infantis, Dulce sabia que ele estava com vontade de se enturmar, mas era tímido o bastante para isso.



- Bem, sua esposa tem razão. As artes ajudam no desenvolvimento e educação, Sr. Herrera.



Alfonso abriu a boca em choque quando se deu conta de que Dulce tinha interpretado as coisas erradas.



- Oh, eu não me preocupo com isso, sou totalmente a favor das artes na vida de Ethan. – olhou o relógio de pulso e arregalou os olhos. – Droga...



- Não xinga! – Ethan acusou olhando feio para o homem.



- Desculpe, campeão. – ele se abaixou e deu um abraço no garoto. – Mais tarde eu volto pra te buscar, ok?



Ethan balançou a cabeça e Alfonso se voltou para Dulce.



- Foi um prazer, Srta. Savinon.



Dulce e Ethan assistiram Alfonso desaparecer pelo portal e logo depois se voltaram um para o outro. Ethan olhava quase como que desafiadoramente enquanto Dulce analisava curiosa o menino, algo nele lhe chamava atenção, talvez fossem a cor dos olhos ou a intensidade de seu olhar.



- O que foi? – ele perguntou timidamente quando se deu conta de que a professora apenas o encarava. – Eu não fiz xixi, eu juro, pode ver ó...



Abaixou a cabeça indicando a calça. E Dulce sentiu vontade de abraçá-lo pela extrema fofura.



- Tudo bem, meu anjo. A tia está ficando louca, mesmo. – brincou e recebeu um sorriso tímido. – Você quer se juntar aos seus novos amigos enquanto eu passo a tarefa de hoje?



Ethan voltou seu olhar incerto para as crianças sentadas nas mesinhas de trio.



- E se não gostarem de mim? Posso ficar com você? – perguntou com um olhar quase desesperado.



- Ethan, é claro que vão gostar de você, quem não gostaria? Você é um fofo. – apertou suas bochechas e ele fez uma careta. – Ok, você é um homenzão?



Ele assentiu.



- Então o homenzão não vai ter medo de conhecer novos homenzões. – brincou e Ethan olhou novamente para as crianças que pareciam nem ter notado sua presença ali. – Pode sentar ao lado daquele homenzão de verde, bem ali, viu? – apontou para Nicolas que insistia em tentar abrir um pacotinho de bolacha do lado errado.



Ethan bufou e torceu a boca.



- Ta bom, mas se não for legal a senhora me deixa ficar aqui?



- É claro que sim, apenas tente e depois me diga o que achou.



O pequeno caminhou até Nicolas e sentou-se na cadeira sem ao menos olhar para os lados. Dulce negou com a cabeça e sorriu, uma hora ou outra ele cederia e puxaria conversa com as crianças.



Depois que passou a tarefa de colorir e contornar alguns símbolos musicais, Dulce sentou-se na mesa e começou a corrigir as tarefas que tinha passado para casa. E assim as horas correram, as crianças cantaram algumas músicas enquanto Dulce tocava violão – que aprendera com muita dedicação -, recitaram o abecedário musical e pintaram mais vezes. Ethan tinha se enturmado com Liz, uma garotinha morena e isso deixou Dulce feliz por aquele dia.



- Está namorando... – cantarolou quando Ethan caminhou até sua mesa com o desenho pronto.



Ele corou e cobriu o rosto com as duas mãos.



- Para, tia. Ela é menina, ew. – ele parecia mais solto também.



- Oras, o que há de errado com isso?



- Meninas não sabem brincar com carros velozes, não gostam de músicas legais e só choram.



Tornou a fazer uma careta engraçada e Dulce aproximou-se como se fosse lhe contar um segredo.



- Uma vez eu conheci uma menina que gostava de carros velozes, música boa e que não chorava tão fácil assim.



- Mentira? – ele parecia surpreso. – É sua amiga?



O sorriso de Dulce vacilou, mas ela logo se recompôs.



- Nós... Sim, Ethan. Ela é minha amiga.



O garoto estreitou os olhos tentando entender a confusão de sua professora, mas foi surpreendido pelo sinal anunciando que havia acabado a aula. Os pais já aguardavam do lado de fora e as crianças despediram-se uma a uma da tão querida professora. Alfonso acenou da porta para Ethan, que por sua vez olhou Dulce sem saber o que fazer.



- Até amanhã, pequeno. – ela disse e bagunçou os cabelos cacheados.



- Até, tia. – ele fez menção de sair, mas voltou com o olhar preso no chão. Ethan começou a fuçar na bolsa enquanto Alfonso esperava paciente ainda na porta. – Obrigado. – ele disse timidamente, e estendeu um pirulito para Dulce



Sua vontade naquele momento foi de raptar o menino e abraçá-lo para sempre. Mas, contentou-se em abraçá-lo por alguns segundos e por fim, acenar para Alfonso até que os dois tivessem desaparecido de vista.



Dulce amava intensamente seus alunos, mas naquele dia, seu coração foi tocado por um pequeno de cabelos cacheados e olhos tão familiares.



Notas do destino.



Eu sempre prego peças.





****************



1° NEM TUDO É O QUE PARECE! CUIDADO, POSSO TER ENGANADO VOCÊS EM ALGO ALI NA FIC, EM...



2° Desculpe se decepcionei. Confesso que fiquei bem insegura em mostrar a Dulce do futuro... Algumas pessoas não aceitam mudanças e eu entendo, não é fácil. Só não vamos desistir dela, pq essa Dulce séria e "fria" não é a nossa Dulce, certo? Espero que continuem lendo a fic. Beijos...;)




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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