Fanfics Brasil - Capítulo 3 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 3

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O mês transcorreu insuportavelmente lento. Sempre que lhe era possível, Anahí se infiltrava no departamento de música procurando pela garota de laço vermelho. Desde sua última conversa com Maitê e Zoe, Anahí sempre arrumava uma forma de cortar o assunto, mesmo que Maitê insistisse em perguntar sobre sua frustrada caçada à garota. A frustração era grande, ela sabia que estava agindo como uma louca todos esses dias arriscando ser pega quando não estava em dia de trabalho, mas insistia em aparecer em Juilliard depois das aulas em Columbia. Emma também insistia que algo estava acontecendo com Anahí e por mais que negasse, a loira sabia que no fundo sua amiga tinha razão. Anahí nunca mais foi a mesma depois daquele dia.



– Nós vamos fazer isso! – disse Zoe servindo-se de um pedaço da lasanha de Anahí.



– Não podemos esperar mais um pouco? – choramingou Maitê fazendo bico para a namorada e em seguida olhando em súplica para Anahi. – Por favor, Anahí. Você precisa convencê-la!



O casal discutia sobre contar ou não aos pais de Zoe sobre o namoro secreto. É claro que Maitê estava totalmente insegura, com medo da rejeição uma vez que fora criada por uma família religiosa. O Sr.javier Perroni  era o tipo de pessoa que não se importava com alguém sendo homossexual a menos que esse alguém fosse de sua família, e Anahí entendia bem o lado da amiga, pois vivia o mesmo drama na própria casa.



– Meus pais são diferentes. Acho que meu pai vai ficar um pouco decepcionado no começo, mas ele sempre diz que me ama acima de qualquer escolha minha. – Zoe a tranquilizou batendo infantilmente com o dedo indicador no nariz de Maitê.



Maitê bufou e encheu a boca de lasanha enquanto se esquivava das carícias da namorada.



– Vocês são muito fofas de se observar, mesmo que eu me sinta uma terceira. – enfatizou Anahí com um sorriso estampado no rosto. Ela gostava de passar seu tempo livre com as garotas, há muito tempo não jogava conversa fora em uma mesa com amigos, pois apesar de Emma ser sua amiga, não parava no dormitório e quando voltava, não estava sóbria o suficiente para conversar.



Tomou um gole do refrigerante e seguiu com o olhar por cima do ombro de maite, do outro lado do refeitório, onde uma garota ruiva – e ela poderia jurar que já viu essa garota em algum lugar –, a encarava com um sorriso no rosto. Anahí desviou o olhar constrangida e perguntou-se se aquela garota estava flertando com ela.



Zoe pigarreou alto tirando Anahí dos pensamentos e a loira viu que o casal tinha seguido seu olhar até a garota ruiva.



– Então... Anahí! – a voz irônica de Maitê voltou. Anahí teve certeza de que sobraria para ela como sempre acontecia quando o assunto acabava. – Como está a sua busca pela garota do laço vermelho?



A loira bufou. Recostou-se decepcionada na cadeira arriscando olhar mais uma vez para a ruiva que continuava a encarando.



– Um fracasso, se quer mesmo saber. – admitiu, batucando com os dedos na mesa ansiosa. – Todos os dias depois do estágio eu entro na sala 208 e espero pelo menos meia hora, mas ninguém nunca entra, e isso é frustrante.



Maitê ficou parada como uma estátua analisando Anahí, até mesmo Zoe achou estranho a reação da namorada em cerrar os olhos para a loira a sua frente.



– Eu disse algo? – perguntou preocupada com a expressão de Maitê.



Zoe deu de ombros e fez sinal com o dedo indicador ao lado da têmpora indicando que a namorada poderia ter enlouquecido.



– Você gostou mesmo dela, não é? – foi mais uma afirmação de Maitê que pegou Anahí de surpresa. – Há mais de um mês você está procurando por alguém que sequer viu o rosto, Anahí. Eu a vejo aqui até mesmo quando não está trabalhando, o que significa que gostou mesmo dessa garota.





Anahí permaneceu estática sobre o comentário da amiga. Ela não tinha se dado o luxo de parar e pensar sobre o que estava sentindo exatamente sobre a garota. Ela só sabia que precisava encontra-la e conversar com ela, olhar em seus olhos, sentir outra vez o que sentiu quando a ouviu tocar.



Mas ouvindo isso agora da boca de um terceiro era quase estampar em sua cara a verdade não dita.



– Não se trata de ver ou não o rosto dela, Maitê. – disse a loira com a voz baixa para que apenas as duas ouvissem. – Se trata do que eu senti quando a ouvi tocar, foi quase como... Quase como ver e ouvir sua alma...entende? – suspirou procurando palavras que explicassem o que realmente estava acontecendo. – Ela é diferente, ela se expõe com a música e isso é tão raro hoje em dia. Eu me senti conectada com essa garota assim que ouvi a melodia. Eu só...precisava conhecê-la.



Zoe piscou algumas vezes, não acreditava no que tinha ouvido. Maitê tinha as sobrancelhas arqueadas, a boca meio aberta e os olhos arregalados.



– Isso foi...doce. – comentou Zoe depois do silêncio. Olhou para a namorada que continuava analisando Anahí. – Você nunca me disse coisas assim.



Anahí começou a rir sem graça e Maitê apenas deu um rápido beijo na testa de Zoe antes de se levantar com pressa.



– Depois conversamos sobre seus pais, ok? Eu preciso... – pensou olhando de um lado para o outro. – Trocar o absorvente.



As duas garotas observaram Maitê sair quase correndo do refeitório carregando a mochila como se a sua vida dependesse disso.



– Às vezes eu me pergunto por que namoro com ela. – disse Zoe voltando a se servir de lasanha. – Então me lembro de que o sexo é ótimo. Ouch! – gemeu quando recebeu um chute na canela por debaixo da mesa.



As duas começaram a rir sem entender realmente o que estava acontecendo enquanto a garota ruiva do outro lado do refeitório não tirava os olhos de Anahí, o que estava começando a incomodá-la.



A verdade é que Maitê não se importou de sair correndo como uma louca. Ela precisava desfazer a besteira que tinha feito ao achar que estava protegendo sua amiga. Ela via agora que as intenções de Anahí eram tão puras quanto o coração de Dulce e que talvez, e só talvez, suas duas amigas fossem a válvula de escape que estava faltando uma na vida da outra.



No primeiro dia em que Anahí comentou sobre a garota do laço vermelho, Maitê tinha feito Dulce trocar os horários com a desculpa de que precisava de ajuda com o violoncelo e escondido o laço vermelho da pequena, tudo porque no fundo sabia que Anahí nunca havia se apaixonado e que em todas as experiências, todas elas com homens, eles tinham saído machucados. Não era por mal, Anahí só criava para si mesma a ilusão de que tinha encontrado o amor de sua vida com apenas algumas palavras bonitas que alguém lhe dissessem e isso não durava mais de duas semanas. E então um mês se passou desde que ela viu Dulce e a paixão com que ela conseguia descrever a pequena sem nem mesmo conhecê-la era uma das coisas mais bonitas que Maitê já tinha visto, perdendo apenas para Zoe.



A porta do auditório estava destrancada, o que significava que a única pessoa que possivelmente trocaria o almoço por música estaria lá dento ensaiando.



Maitê desceu as escadas do auditório vazio e escuro com um pequeno sorriso no rosto. Pode visualizar uma figura no centro do palco mal iluminado dedilhando o piano e trocando sem parar de partituras com certa preocupação estampada no rosto. Ela gostava de como Dulce se dedicava inteiramente a música, as duas se conheceram no começo do ano quando fizeram dupla em classe, a pequena se mostrou superior a todos naquela sala quando tocou Requiem de Mozart, mas incrivelmente era o espirito livre e sonhador de Dulce que mais chamava atenção. A pequena conseguia transmitir toda a sua vontade de viver cada segundo que o universo conspirava ao seu favor para as outras pessoas e qualquer um que ficasse por perto sentiria a mesma vontade. Anahí tinha razão, Dulce era diferente em vários níveis e talvez por isso ela devesse vivenciar um novo sentimento tão lindo quanto a sua música.



– Pequena Mozart. – chamou Maitê subindo no palco e ligando as luzes para que pudessem se ver melhor. – Já comeu hoje?



Dulce deixou as mãos em cima do teclado do piano e deitou a cabeça no móvel preto desgostosa.



– Eu estou em greve comigo mesma. – disse. Seu dedo indicador brincava com a nota Dó. – O Sr. Will disse que minha inspiração é como os pássaros, vêm de tempos em tempos. – levantou os olhos frustrados para a amiga. – Ele comparou minha inspiração com pássaros nômades!



Maitê explodiu em risadas que ecoaram por todo o auditório, até mesmo Dulce se atreveu há sorrir um pouco.



– Você precisa de uma pausa, garota. – disse Maitê assim que se recuperou. Deixou sua mochila no chão e com um impulso sentou-se em cima do piano sob o olhar fuzilante da pequena. – Sabe, não adianta bater na mesma tecla várias vezes, ela não vai funcionar se o piano estiver quebrado.



A pequena abriu a boca em choque e apontou o dedo ameaçadoramente para a amiga.



– Você acabou de dizer que estou quebrada?



– É claro que não! – defendeu-se levantando as mãos em sinal de inocência. – Só estou dizendo que ninguém consegue produzir sobre pressão. Você acha mesmo que Beethoven ou Bach não saíam para tomar um ar fresco quando não estavam compondo?



Dulce abaixou a cabeça outra vez soltando um som de descontentamento de sua garganta. Era verdade que sua cabeça estava quase explodindo e seus nervos á flor da pele com sua incapacidade de compor.



– Eu não sei o que fazer. – disse sincera folheando a partitura, mas Maitê a tomou de suas mãos.



– Dulce, eu estou sendo sincera quando digo que as únicas vezes em que não está em frente a um instrumento, é quando está no banheiro ou dormindo.



– Isso não é verdade! – protestou a pequena não acreditando que sua amiga estava inventando aquelas coisas. Ou não. – Ok, é verdade.



Maitê sorriu vitoriosa e viu que era a hora perfeita de por seu plano em ação.



– Você deve espairecer sua cabeça. Sair mais com seus amigos...quem sabe namorar? - qualquer um no mundo conseguiria identificar aquela voz fingida que Maitê estava fazendo, mas Dulce era Dulce ne a única coisa que foi capaz de notar foi, felizmente, a última frase.



– Namorar? – riu debochada. – Olhe para mim, acha que alguém vai querer namorar uma garota que ouve Billie Holiday e faz de seu próprio mundo um clichê da antiga Hollywood?



Anahí vai, pensou Maitê. Ela ouve velharias e é tão clichê quanto Dulce.



Perfeitas uma para a outra, já podem se casar.



– Você não é a garota que acredita na história da outra metade da laranja? Então...ela pode estar por ai...ou por aqui. - brincou internamente fazendo Dulce arquear uma sobrancelha.



Para ser sincera, ela estava adorando aquele trabalho de cupido, então se Anahí queria conhecer Dulce...



Ah, ela iria.



– Não acho que alguém teria paciência de me aturar, de qualquer forma. – continuou, dedilhando outra vez o piano. – E não sei se no meu coração há espaço para esse tipo de amor. – levantou os olhos quando viu que não teve resposta e flagrou Maitê mexendo no celular. – Mai! Está me fazendo divagar sozinha?



Maitê olhou assustada para Dulce e guardou o celular rapidamente no bolso da calça.



– Desculpe! Zoe está com infecção alimentar e eu preciso vê-la. – mentiu saltando do piano e pegando sua bolsa do chão.



– Oh! Você quer que eu vá com você? – perguntou a pequena preocupada.



– Não! – exclamou Maitê a segurando na banqueta num movimento rápido quando a pequena fez menção de levantar, o que intrigou Dulce. – Digo...você sabe, ela come porcaria o dia todo, uns beijinhos e tudo melhora.



Dulce não entendeu o que estava acontecendo, mas quem entenderia Maitê, certo? Então apenas maneou a cabeça e observou a amiga sair às pressas do auditório. Essa seria a nova saída dramática de Maitê dos cenários dali em diante.



Conteúdo da mensagem de Maitê



"Anahí, me encontre no auditório AGORA!"



Anahí sentiu o celular vibrar quando estava caminhando para a sala 208. Ela ainda tinha meia hora de almoço e Zoe havia se despedido para ligar para os pais. A mensagem era de Maitê e o mais estranho era que precisavam se encontrar imediatamente no auditório. O que de tão importante ela queria àquela hora? Justo no curto espaço de tempo que Anahí tinha para procurar pela garota do laço vermelho. Contra a vontade, a loira refez seu caminho pelo prédio rapidamente tropeçando em alguns alunos, queria ser o mais rápida que pudesse com Maitê e se tivesse sorte poderia voltar á sala 208.



Ao se aproximar da porta do auditório, a loira viu sua amiga escondida na entrada olhando algo lá dentro que parecia ser importante.



– Espero que não tenha um corpo lá dentro. – disse fazendo Maitê saltar de susto com a mão no coração.



– Garota! – exclamou encostando na parede com a respiração acelerada. – Eu poderia simplesmente fazê-la virar as costas, ir embora e talvez nunca mais você tivesse essa chance!



Anahí franziu o cenho com o comentário desconexo de Maitê.



– Desculpe por isso. Você estava tão distraída bisbilhotando o que quer que esteja lá dentro. - analisou o olhar de Maitê e então uma luz acendeu atrás de seus olhos. – Maitê! Zoe sabe disso? Eu não posso acreditar que você está fazendo isso com ela...



Maitê pendeu a cabeça para o lado em confusão.



– Sobre o que você está falando, garota? – reclamou agarrando o braço da loira em seguida. – Quer saber, esquece. Entra logo antes que eu mude de ideia.



Anahí foi arrastada para dentro do auditório. Ela até tentou argumentar ou empurrar Maitê, mas assim que se aproximaram da arquibancada, foi capaz de ouvir uma melodia suave ecoar por todo o lugar. Ela sentiu todas as vibrações em seu corpo quando reconheceu o perfil da garota que tocava piano. Não sentiu quando Maitê soltou seu braço, na verdade Anahí era incapaz de ver ou ouvir qualquer coisa que não fosse aquela maravilhosa cena, era quase melancólica a forma como a garota se movimentava.



Automaticamente, Anahí desceu alguns degraus aproximando-se um pouco mais, estava quase no meio do auditório agora e a garota não podia vê-la, estava concentrada demais em seu próprio mundo com os olhos fechados. Anahí soube, naquele momento, que estava vulnerável diante aquela garota. A forma como as linhas em sua testa se formavam cada vez que a melodia soava mais e mais profunda; as preciosas mãos se movimentando como se fizessem aquilo por toda uma vida; os lábios fechados em linha reta que vez ou outra se abriam para uma respiração leve, e logo voltavam a selar-se.



Sim, Anahí sabia que poderia amar aquela garota simplesmente por ela estar usando uma cacharrel branca, calça jeans e all star. Não sabia seu nome, mas poderia chamá-la de perfeição pelo resto de vida se assim lhe fosse permitido.



– O nome dela é Dulce. – ouviu a voz de maite  ao seu lado, mas não desviou os olhos de sua mais nova adoração. – Dulce María Savinon. E ela é uma garota incrível, Anahí.



E por poucos segundos, a loira permitiu-se desviar os olhos para Maitê que a olhava com familiaridade.



– Dulce. – saboreou o nome em seus lábios.



Um nome tão doce quanto a sua definição humana.



– Não estrague as coisas. – foi a última coisa dita por Maitê antes de deixar o auditório.



Restava apenas Anahí, Dulce e a música.



Anotação importante



A música pode até mesmo fazer os anjos chorarem.



A loira não fez questão de sentar, continuou em pé sentindo a melodia reviver cada músculo de seu corpo, sentimentos que nem mesmo Anahí sabia que existiam. Apreciou cada segundo até aos poucos terminar. Dulce abriu os olhos procurando pela claridade, voltando para o mundo real e então todos os sons a sua volta puderam ser ouvidos, até mesmo o de aplausos.



Espere. Aplausos?



A pequena virou-se na banqueta procurando pela origem do som. Foi difícil enxergar algo com o refletor cegando seus olhos, mas notou quando uma silhueta feminina se aproximou do palco ainda batendo palmas. Dulce achou estranho que alguém entrasse ali, os alunos costumavam gastar seus horários livres fazendo coisas de adolescentes, não trancados em um auditório vazio ouvindo mais música.



– Titanic. – disse a voz rouca quando parou de frente ao palco. – É uma bela música e um belo filme.



Dulce ficou em pé a fim de ver melhor a garota que estava falando com ela. Surpreendeu-se quando se deparou com a beleza vulgar daquele ser que a olhava com certa...sedução?



Adoração?



– Você gosta? – perguntou a pequena sentindo-se corar.



– Está brincando? Minha mãe adora aquele filme. – as duas riram. – Gosto do grau de romantismo da história: clichê e ao mesmo tempo trágica.



A loira caminhou até a escada do palco e subiu para que pudesse se aproximar mais de Dulce. Ela precisava disso, precisava estar o mais perto o possível para apreciar aquela beleza surreal.



– Você pula, eu pulo. – brincou Dulce, ao recitar uma das frases do filme.



Seu sorriso vacilou quando teve a loira no mesmo nível que ela.



– Ele me salvou de todas as formas que alguém poderia ser salva. – recitou Anahí, deixando os olhos azulados massacrarem os castanhos da pequena, a sua frente.



Dulce abraçou o próprio corpo sem graça. Não sabia o que aquela garota queria, mas não estava gostando da forma com que uma estranha conseguia fazê-la sorrir com poucas palavras.2l



– Quem é você? – perguntou sem jeito. Tentava ao máximo manter a postura diante daqueles olhos penetrantes.



– Sou uma fã. – a loira disse dando um passo a frente e em reflexo, Dulce recuou um. – Meu nome é Anahí Giovanna Portilla.



Deu um pequeno sorriso mostrando que a pequena poderia confiar nela. Hesitante, Dulce deu um passo à frente e encarou o chão enquanto dizia:



– O meu é-



– Dulce María Savinon. – Anahí completou chamando a atenção de Dulce. Ela ficou sem graça, mas admirar a perfeição daquela garota de perto estava deixando-a extasiada. Nunca imaginou que poderia haver alguém tão bela quanto aquela a sua frente, com feições firmes e tão delicadas ao mesmo tempo. – Eu sei que você deve estar se perguntando o que eu quero dizer, mas acredite, eu passei um mês inteiro me preparando para este momento e agora as palavras simplesmente não parecem fazer sentido.



Dulce abriu a boca, mas nada conseguiu dizer. Ninguém nunca havia parado em frente a ela e dito coisas como as que aquela garota linda estava dizendo. Aproveitando a oportunidade, Anahí continuou:



– Eu ouvi você tocar uma vez e devo confessar que nunca tinha ouvido algo tão profundo antes. – riu e abaixou a cabeça. Seu corpo todo estava em chamas por simplesmente estar jogando todos aqueles sentimentos em cima de uma pessoa que não a conhecia. – Tenho procurado por você desde então, Dulce Maria.



A forma como a voz rouca de Anahí pronunciou seu nome fez o corpo de Dulce arrepiar-se intensamente. Ela orou. Orou para que seu coração acelerado se acalmasse, mas os olhos de Anahí estavam servindo de âncora.



– Está flertando comigo, Srta. Portilla? – indagou Dulce com um tom de ironia em sua voz. Não esperava nada demais em resposta, queria apenas quebrar o gelo que se estabelecera entre elas.



– Eu não sei. – respondeu a loira dando mais um passo desafiador à frente. – Você quer que eu flerte com você.



Silêncio.



Um longo silêncio.



Anahí abriu a boca para arremessar mais palavras que pudessem provar para a pequena que estava sendo sincera por mais estranha que a situação fosse. Mas, dessa vez, Dulce ergueu o dedo indicador pedindo silêncio e arrumou suas partituras em cima do piano enquanto dizia um pouco atordoada:



– Eu agradeço de todo o coração que tenha vindo até aqui para me dizer coisas como estas. Você não sabe o que isso significa para uma musicista, Srta. Portilla. – disse abraçando as partituras contra o corpo e passando por Anahí em direção à saída do backstage. – Mas acredite quando digo que não sou a pessoa que procura.



Contrariada, a loira virou-se determinada a não deixar aquele momento morrer daquela forma.



– Como pode ter tanta certeza? – implicou sentindo que seu coração saltaria se não conseguisse a atenção de Dulce.



A pequena olhou-a com pesar e decidiu ser honesta. Respirou uma, duas, três vezes antes de dizer:



– Eu procuro por alguém que me beije em baixo de chuva. – sentiu que tinha soado ridiculamente infantil, mas continuou. – Alguém a quem eu possa tocar minha música sem medo de rejeição e que eu sei que vai me abraçar forte no fim da noite. Alguém que cante Billie Holiday comigo na sala de estar e a quem eu possa entregar meu coração sem medo de devolução. - desabafou sabendo que a loira a sua frente riria dela em seguida. – Essa sou eu, Srta. Portilla. Apenas uma garota procurando por algo que não existe.



Dulce interpretou o olhar de Anahí como um desapontamento. Tinha feito bem em revelar sua verdadeira eu para alguém com os sentimentos tão puros quanto Anahí, era melhor a verdade agora antes de se iludir com uma mentira. Então, com um aceno de cabeça que dizia eu avisei, Dulce virou as costas e continuou caminhando.



Anahí forçou sua mente a se lembrar das músicas de Billie Holiday. Sua mãe tinha todos os discos, ela costumava ouvir escondida no escritório quando estava sozinha em casa. Como era aquela sobre ver uma pessoa? Ela sabia...



Eu vou estar vendo você...



- I'll be seeing you in all the old familiar places that this heart of mine embraces all day and through...



Dulce estacou no meio do caminho.



Não pode ser.



Ela não conhecia ninguém que soubesse as músicas de Billie.



E então aquela loira de olhos azulados estava recitando uma das mais lindas músicas de Billie Holiday a ela num pedido para que pudesse flertar. Anahí não soube, mas um sorriso brincou nos lábios de Dulce que se virou apenas mais uma vez para dizer:



– Até mais, Srta. Portilla.



Anahí sorriu confiante e fez uma pequena reverência em brincadeira, o que tirou mais um sorriso dos lábios de Dulce.



– Foi um enorme prazer, Srta Savinon.




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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