Fanfics Brasil - Capítulo 30 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 30

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"Um tanto quanto curioso eu te mandar esta carta? Quem sabe. A verdade é que não sabia como começá-la, pois não colocaria "Querida Anahi", sério, eu te odeio. Mas enfim, indiferenças à parte. Soube por fontes seguras (sua mãe) que voltou para os EUA. Está certa do que fez, Anahí? Digo, eu mal posso olhar para você depois de ter me escondido tantos segredos. Mas somos mais parecidas do que imagina, acredite, demorou muito tempo para o meu ego aceitar esse fato. No fundo, posso compreender o quão assustador é isso, só espero que você esteja preparada.



E para concluir, vamos ao motivo desta carta: Estou me casando.



Yeah, você já deve ter encontrado o convite junto no envelope. Daniel ficou carente de uns tempos pra cá e eu notei que ele me escondia algo, até aparecer com uma barra enoooorme de chocolate (insinuando que estou gorda, talvez), e dentro da embalagem tinha um papel com o pedido. Sim, eu sei, é gay. Mas não posso dizer não a ele, eu o amo. Então é isso, tenho certeza de que você vai estar lá, me dando o apoio moral e psicológico que preciso.



Bom, vou indo. O gerente do correio quer a caneta de volta e eu estou quase sendo linchada na fila.



Com amor, só que não, Emma Watson."



A mulher de longos cabelos castanho claro entregou ao homem do correio a carta que escrevera com todo o amor. Sabia que estava sendo muita audaciosa em convidar Anahí para o seu casamento sabendo que muito provavelmente Dulce também estaria presente, esta que tinha se afastado um pouco de suas amigas de faculdade desde a formatura, quando Emma mudou-se para New Orleans por conseguir um emprego de investigadora de policia e onde, consequentemente, conheceu Daniel, que na época era delegado e um galanteador filho da mãe. De qualquer forma, Dulce e Emma ainda se consideravam amigas distantes. Ela sabia que, assim como para Maitê e Zoe, manter certa distância de Dulce teve seu lado bom e ruim. O lado ruim se deve à saudade que sentiam uma da outra, pois Dulce tinha se tornado uma pessoa querida para Emma, e vê-la de coração partido conseguia amolecer seu coração de pedra. O lado bom em questão fora o peso de que, toda vez em que Emma a visse, sentiria a necessidade constante de cuspir as verdades em sua cara sempre que se referisse a Anahí como uma covarde. Fernando morreu sufocado pelo segredo, mas não foi por falta de tentativas, ele tentou milhares de vezes contar a verdade, mas sempre era barrado por Dulce e sua frieza em relação a Anahi.



Emma  assistiu de longe Dulce se tornar uma das musicistas mais bem prestigiadas desde que saiu em turnê com Uto Ugh em seu primeiro ano de faculdade. Assistiu a todos os programas de TV em que fora entrevistada, aplaudiu de pé seus concertos em New Orleans e alguns que conseguiu assistir em New York. Quase saltitou de felicidade quando foi convidada para ser regente da filarmônica de New York e saiu em turnê própria. O nome de Dulce esteve em todos os lugares, como a nova revelação da música clássica, a violinista de ouro, a garota das rapsódias instigantes e misteriosas.



Quando Dulce decidiu comprar a casa em que ela e Anahi tiveram a primeira vez, Emma teve a plena certeza de que ela nunca havia superado sua amiga, e por mais que negasse o fato, a parede vermelha ainda estava lá.



E ela não tocava mais piano, ao menos não até se tornar professora.



Pode-se dizer que a Dulce María sonhadora deu lugar à Dulce violinista. Era como assistir a um robô projetado apenas para tocar e agradar o público. Seu sorriso não era mais espontâneo, seus olhos não tinham mais brilho e ela afastava qualquer coisa que viesse a se tornar um laço forte.



E então ela caiu. Quando Fernando faleceu, Dulce desarmou todas as barreiras e deixou-se cair novamente. E lá estava a Dulce de dezesseis anos sendo forte pela família e abandonando tudo pelo bem de Blanca e Cláudia. Emma assistiu a tudo isso dessa vez, sofreu internamente sabendo que a historia poderia ter uma diferença se o passado não tivesse tomado rumos diferentes, Maitê também sofreu; assim como Zoe e... Anahí.



E aqui estava Emma, hiperventilando com medo de um casamento, e sendo a mulher do destino ao, inocentemente – ela jura! -, organizar o encontro de Julieta e Julieta. Ela só espera que nesse encontro, de alguma forma, encontrem as antigas Dulce e Anahí por baixo de tantas mudanças que a vida lhes causou.



****

***

**



Dulce leu e releu o convite mais de cinco vezes forçando sua consciência a ter a total certeza de que se tratava mesmo de Emma se casando. Ela se limitou a dar um sorriso ao ver a foto do casal no fundo do convite, algo tão fora de moda que imaginou quem teria feito o design, já que Emma nunca concordaria com aquilo. Suspirou contendo a saudade que sentia da amiga, elas tinham se visto pela última vez quando Emma a visitou em casa cinco meses atrás.



Uma visita breve, ela estava de passagem pela cidade a trabalho.



O fato é que Dulce nunca desejou perder contato com suas amigas. No primeiro momento ela pensou ser inteiramente sua culpa o afastamento, quando esteve de mal com o mundo e consigo mesma culpando-se pela partida dela, era como se estar com elas lembrasse sempre o passado. Foi só quando Taylor Portilla entrou em sua vida, que Dulce se deu conta de que o sobrenome Portilla já não a afetava mais, e estar perto de suas amigas também não. O problema é que as três se mantinham misteriosas demais, sempre a tratando como se fosse uma doente e precisasse de cuidados especiais.



Hoje, sua amiga mais próxima era Taylor, que se mudou para New York com Dave e Adam para estudar moda na NYSID. Elas se encontram sempre em algum café perto da praia e Dulce passa muito tempo na casa da Portilla mais nova paparicando Adam, agora com seis anos, como a madrinha babona que era.



Ah, e elas nunca, em nenhuma hipótese, tocavam no nome da Portilla mais velha.



Dulce  abandonou a carta em cima da mesa e voltou seu olhar para a sala. Seus alunos continuavam distraídos com o musical infantil que ela tinha selecionado para a quarta-feira, que era o dia do filme. Não foi surpresa nenhuma ver Ethan deitado com a cabeça na mesa em um sono pesado. O garoto tinha se mostrado extremamente hiperativo depois de uma semana e meia de aula, não parava de falar sobre dinossauros um minuto sequer e Dulce sentia-se cada vez mais apegada a ele. Seus olhos a hipnotizavam de um jeito único, assim como seus traços suaves e firmes ao mesmo tempo.



Seu jeito curioso e teimoso, tudo lhe era familiar.



Levantou-se em silêncio para não despertar a atenção das outras crianças e caminhou até Ethan que dormia profundamente com o rosto apoiado na madeira fria da mesa. Então cuidadosamente o segurou pela cintura e o pegou no colo, sentindo seu peito inchar quando Ethan passou os bracinhos e perninhas por seu ombro e cintura num abraço de coala. Como a sala era improvisada com alguns colchonetes para casos como esse; Dulce tratou logo de ajoelhar-se de frente a um deles e deitar o garoto de costas enquanto acariciava seus pequenos cachos.



- Mommy. – ele murmurou sonolento, virando-se para o lado e caindo novamente no sono.



Dulce ficou paralisada com a palavra que saiu da boca do garoto. É claro que ele estava inconsciente e não tinha ideia de quem estava à sua frente, mas só essa pequena palavra causou várias sensações em Dulce que ela julgou estarem esquecidas. De repente, a saudade de algo que nunca teve a preencheu, a saudade dos planos que fizera uma vez para ter seu pequeno Ethan com...



Ela.



Foi então que tudo fez sentido. Dulce sentia-se apegada a Ethan por esse motivo, o garoto a lembrava não só fisicamente, mas também pelos sonhos que compartilharam em um tempo perdido no passado.



Sentiu-se frustrada por se permitir regredir tanto no tempo e limitou-se a dar um beijo no topo da cabeça de Ethan antes de levantar-se e voltar a sua postura profissional. Ela tinha prometido a si mesma que nunca deixaria o passado a afetar, e cumpriria essa promessa.



Nota



Falar é sempre mais fácil.



****

***

**



– Eu não acredito que você está atrasada! Me fez esperar todo esse tempo aflita, será que ele vem? Como você pode me abandonar? Que ninho de passarinho é esse na sua cabeça?



Obviamente, essa era Emma carregando a barra do seu vestido de noiva nas mãos e uma cara de espanto com o coque de Dulce. Os convidados já tinham chegado e conversavam aos murmúrios no salão enquanto alguns funcionários terminavam de arrumar o lugar. Era um salão enorme, com luzes roxas, vermelhas, brancas e azuis refletidas. O lugar era de dois andares, então em baixo ficava a pista de dança, e em cima onde aconteceria a cerimonia.



Dulce notou que Emma estava mais nervosa que o habitual, suas mãos estavam inquietas. Dulce sentiu-se um pouco deslocada por estar usando um simples vestido verde musgo de mangas e saltos Scarpin.



– Acho melhor nós nos prepararmos antes que você desmaie. - disse Dulce puxando uma Emma fervorosa para um canto. - Você está pálida, Emma!



Mas os pais de Emma apareceram pedindo para conversar com a filha, então Dulce deu seu devido espaço e se acomodou em um dos bancos vazios. Tudo estava maravilhoso. Não só pelo fato de ver sua amiga de longa data casando-se, mas por finalmente ter um tempo com suas duas melhores amigas, Maitê e Zoe.



O salão estava abarrotado de pessoas, alguns ex colegas de Juilliard, outros de Columbia e de resto os familiares dos noivos e o pessoal do departamento em Emma e Daniel trabalhavam. Dulce, Belinda, Taylor, Dave, Adam, Maitê e Zoe tinham ocupado um banco próximo ao pequeno altar, não queriam perder nenhum momento do casamento digno que Emma estava recebendo. Daniel já a esperava no altar, de longe se notava que estava nervoso, e talvez todos estivessem, as chances de Emma ter fugido no primeiro táxi eram altas.



- Quisera eu me casar em um lugar como esse. – comentou Maitê em tom de fofoca, mas que foi ouvido por todos que estavam à volta.



- Vai me dizer que não gostou de se casar na praia? – brincou Taylor com um Adam adormecido em seus braços. – Igreja é muito convencional, gosto quando mudam o contexto, então Emma está de parabéns.



Dulce sorriu e balançou a cabeça deixando que Belinda segurasse sua mão.



- Diz isso porque se casou em Las Vegas. – riu acompanhada de Maitê e Zoe . – Ainda não acredito que gastou todo o dinheiro que tinham naquilo.



- Hey! Era um salão de festas bacana! – Dave defendeu a esposa e recebeu um olhar de agradecimento, então decidiu faze uma de suas brincadeiras sem graça. – E tinha strippers.



Taylor lançou um olhar assassino e as outras abaixaram a cabeça segurando o riso.



- Tem sorte por Adam estar dormindo. – resmungou entre dentes.



Taylor não teve tempo de continuar com as ameaças, pois a marcha nupcial rompeu o salão e todos se levantaram. Emma estava maravilhosa naquele vestido branco tomara que caia. O buque que segurava era de tulipas vermelhas e o sorriso em seu rosto mostrava o quão feliz estava por estar ali ao lado de seu pai, pronta para se casar com o homem que ela amava.



- Quem diria... – murmurou Zoe quando Emma passou por elas. Emma respondeu silenciosamente um "vai se ferrar" em um mover de lábios.



O resto da cerimônia ocorreu de forma lenta. Maitê praticamente dormia, Adam tinha acordado e estava inquieto agora no colo de Dulce, Dave parecia não saber o que estava fazendo ali, Taylor tinha lágrimas nos olhos, Belinda mexia no celular desatenta e Dulce estava em outro mundo. Estava vendo seus amigos encontrando alguém, se casando e tendo uma vida estável, assistia a todos encontrarem a si mesmos enquanto ela continuava perdida.



De repente, sentiu uma pequena inveja de Emma.



Depois do sim, todos os convidados se encaminharam até o andar de baixo para cumprimentar os noivos.



- É inacreditável que você se casou, mas eu estou tão feliz! – Dulce disse sincera abraçando Emma e logo em seguida Daniel. – Cuide muito bem dela, ok?



- Com a minha vida. – Daniel piscou e recebeu um coro de aww de Taylor, Belinda e Zoe.



- Meu bebê se casou, que orgulho meu Deus! – Maitê puxou Emma  para um abraço apertado com lágrimas nos olhos. – Esse é o momento em que prometemos ficar juntas para sempre?



– Fala isso como se eu tivesse me casado com você, é assustador. – Emma brincou. – Obrigada por estarem aqui, é muito importante pra mim.



Elas trocaram olhares significativos, já que demonstrar carinho em excesso em publico era proibido entre elas. Lei número 33 de Emma.



– É incrível como o tempo passou - Zoe riu quando Emma e danielt foram atender os outros convidados e a musica começou a tocar na pista de dança. - é como se fosse ontem que ela estava pegando todos os caras da faculdade e odiando o amor.



As meninas olharam para o outro lado do salão onde sua amiga estava agarrada ao braço de John, não evitando sorrirem em nostalgia. A festa estava no seu auge quando Dulce decidiu desgrudar um pouco de Belinda e buscar mais um copo de martini, não que beber fosse um hábito, mas uma vez que começava era quase impossível parar e ela precisava de um pouco de espaço, coisa que a loira não estava lhe dando.



- Com licença. – uma voz alta cortou a música atingindo os ouvidos de Dulce. A mesma virou-se com seu copo de martini e ergueu as sobrancelhas ao ver uma mulher também com traços, pele morena clara, lábios carnudos e cabelos negros. – Belo casamento, uh? Seria uma pena se eu não conhecesse os noivos.



Dulce riu da cara de desespero da mulher e lhe deu espaço para que se servisse no balcão.



- Se não os conhece, então o que está fazendo aqui? – questionou curiosa.



A mulher deu de ombros e ergueu a taça apontando para um lugar qualquer no meio do pessoal que dançava na pista escura, iluminada apenas pelo jogo de luz do DJ.



- Estou com meu irmão e sua noiva. Chegamos atrasados porque a branquela da minha cunhada precisou deixar o filho com a governanta e o menino insistia em querer vir.



Dulce imaginou a cena e sentiu vontade de rir.



- Vocês deviam tê-lo trazido. – pensou em voz alta. – Não é uma festa proibida.



- Touché. – a mulher brincou apontando o dedo para  Dulce como se ela tivesse descoberto a América. – O pirralho é o demônio quando quer, acredite quando eu digo que ele subiria no altar e perguntaria ao ministro o que ele estava fazendo antes da mãe dele soletrar "banana".



Dulce franziu o cenho surpresa com as palavras da mulher sobre um garotinho, talvez ela fosse sensível demais com crianças para suportar alguém falando assim de uma na sua frente.



- Ok... Eu preciso voltar aos meus amigos. Foi bom conhecer você...?



- Santana. – abriu um largo sorriso. – Santana Lopez. E você é?



- Dulce Savinon. – respondeu no automático e sorriu amarelo. – Até mais, Santana.



Santana piscou para Dulce e a observou sumir entre os convidados na pista de dança. Dulce ficou mais um tempo com Belinda, Taylor e Dave na mesa jogando conversa fora. Minutos depois, a música animada terminou e todos aplaudiram a banda contratada para a festa.



– Agora é a nossa vez! - disse Belinda em seu ouvido, então as luzes diminuíram e uma música lenta começou a tocar.



Dulce deixou-se ser levada até a pista de dança a contra gosto onde vários casais estavam se formando. Luzes coloridas iluminaram o meio do salão e Belinda deitou a cabeça em seu ombro puxando-a para mais perto até colar os corpos.



Settle down with .



(Acalme-se comigo)



Cover me up



(Cubra-me)



Cuddle me in



(Afaga-me)



Um círculo foi formado pelos casais para que Emma e Daniel dançassem juntos no meio. Dulce fechou os olhos quando reconheceu a música, uma das muitas que costumava tocar na playlist no dormitório de Columbia.



I'm falling for your eyes, but they don't know me yet



(Eu estou me apaixonando por seus olhos, mas eles não me conhecem ainda)



And with a feeling I'll forget, I'm in love now



(E com um sentimento que eu vou esquecer, eu estou amando agora)



Quando abriu os olhos, sentiu-se traída por eles. Entre os casais que dançavam a música lenta, localizou uma mulher dançando com um homem magro e alto que ela não pode ver o rosto devido ao escuro. A mulher usava um curto vestido preto de alça que realçava suas curvas, os cabelos caramelos caíam um pouco cacheados até o meio das costas e sua pele era branca, quase pálida...



Dulce apertou os olhos pedindo a Deus que estivesse bêbada demais ou que a mulher fosse apenas muito parecida com ela. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo e desejou a todo custo que a mulher virasse o rosto, já nem se lembrava de que deveria estar dançando com Belinda, seus pés não a obedeciam.



Aquilo estava errado. Não deveria deixar-se cair em tentação ao procurar pelo seu passado em qualquer pessoa. Ela estava muito longe, na França e provavelmente com a vida feita. Então por que sua mente insistia em criar essas ilusões dolorosas?



A música terminou e Dulce ignorou as reclamações de Belinda sobre ter parado de dançar. Continuou com os olhos pregados no casal do outro lado desejando que as luzes fossem acesas de uma vez, mas assim que isso aconteceu, os convidados começaram a se locomover para o pequeno palco por algum motivo e Dulce sentiu vontade de xingar quando os perdeu de vista; ainda mais quando seus pés automaticamente a fizeram caminhar apressadamente até onde o casal estava a segundos atrás.



Rolou os olhos pelo salão e observou a movimentação próxima ao palco. Era a voz do pai de Emma fazendo um discurso emocionante sobre filha que estava sentada de frente ao palco ao lado de Daniel. Sua visão era quase nula devido às pessoas ridiculamente mais altas que ela. Dulce começou a caminhar em direção ao aglomerado de convidados ainda olhando para trás onde deveria ter encontrado sua ilusão, mas sua atenção foi desviada novamente ao palco quando ouviu um zunido do microfone ao ser passado para outra pessoa.



– Por favor, me diga que ela não está bêbada e não vai fazer um discurso sobre superação. - Emma resmungou para Daniel. - Podemos sair de fininho, amor. Ninguém vai nos ver e isso evitaria passar vergonha.



Dulce ficou ainda mais curiosa sobre a pessoa que Emma mencionou e parou ao lado da amiga. Assim que Emma a viu ao seu lado, cutucou o marido e arregalou os olhos. Dulce não entendeu a reação de Emma, não até...



– Boa noite a todos, eu queria primeiramente me desculpar pelo atraso. – a voz rouca ecoou não só pelo salão, mas como na cabeça de Dulce. A pessoa foi recebida por um coro de boa noite dos convidados enquanto Dulce sentia suas pernas fraquejarem. - Bom, hoje é o casamento da minha melhor amiga e seu noivo, Emma  e Daniel.



As pessoas se entreolharam e Emma ergueu uma sobrancelha.



– Sério? – Emma  perguntou.



As células de Dulce começaram a trabalhar descontroladamente à medida que ela empurrava as pessoas para o lado, ela precisava confirmar com seus olhos o que estava ouvindo, ela só precisava ter certeza de que estava bêbada o suficiente e que aquela voz rouca não era a mesma que tantas vezes sussurrou em seu ouvido.



– Digo, essa noite é muito especial não só para Emma , mas como para mim. – a voz continuou, agora um pouco mais tímida. - Como quando estávamos no primeiro ano e Emma  me procurou no vestiário perguntando sobre como era estar apaixonada.



Daniel olhou para Emma  que deu de ombros. Dulce finalmente conseguiu afastar a ultima pessoa e precisou segurar-se no braço de um homem quando viu a figura elegante em cima do palco que segurava uma taça nas mãos.



Anahí.



A atmosfera desapareceu e o ar se fez necessário em seus pulmões. Seu coração batia tão rápido que poderia saltar a qualquer momento de seu peito sem autorização. Não eram apenas dois, quatro ou oito meses; eram seis anos. Seis malditos anos sem ver aqueles olhos estupidamente azuis e intensos, sem ver seus cabelos caramelos e macios que tanto lhe agradava acariciar quando a tinha em seus braços, seus lábios desenhados perfeitamente e deliciosos de serem beijados...



Seis anos e é como se voltasse ao dia em que foi deixada no terraço de um prédio com o coração em pedaços.



-... Ou quando Emma  me pediu que a acompanhasse ao ginecologista para saber sobre a primeira vez. - todos riram e Emma abriu a boca em fúria, sendo contida pelo marido. – Você se lembra daquela vez que ficamos até tarde na sua casa assistindo pornô e você me perguntou se aquilo que as garotas usavam era um pepino, Emma ?



O pai da noiva levou a mão ao coração e olhou torto para a filha. Emma  a fuzilava tanto que estava prestes a pular em cima da mesa a qualquer minuto e agarrar o pescoço de Anahí. Mas Anahi não estava sóbria para saber distinguir o que poderia ou não dizer. Algumas pessoas riram desconfortáveis, e Anahí as acompanhou passando os olhos pelos convidados até...



O encontro de olhares aconteceu. Os azuis entraram em contato com os castanhos e a explosão de sensações e sentimentos foi inevitável. O sorriso de Anahí desapareceu; ninguém entendeu o que estava se passando com a mulher em cima do palco, ninguém exceto aqueles que conheciam a verdadeira história.



Anahí continuou paralisada por um tempo, os olhos agora eram tristes e distantes. Dulce não estava diferente, sentia como se a sua alma não a pertencesse mais e seu corpo não a obedecesse. Uma troca de olhares depois de tanto tempo amargurada foi o que bastou, pois agora elas tinham dezoito e dezenove anos novamente. Dulce odiou-se por sentir aquela onda de sentimentos no peito, dizia a si mesma que estava preparada para um possível encontro com Anahi, mas não poderia estar mais enganada. Anahí parecia tão diferente sem os coturnos, a costumeira jaqueta de couro e a calça skinny, ela estava tão mais mulher.



Elas não sabiam ao certo quanto tempo se passou em silêncio, só não podiam desconectar os olhos devido ao choque e os milhares tipos de sensações que as preencheu com a troca de olhares que as lançou contra a gravidade.



Anahí tinha a boca entreaberta e os olhos levemente arregalados quando prosseguiu:



– Eu tenho outra memória. - disse Anahi, fazendo todos calarem as risadas e se prepararem para o que viria a seguir, seus olhos nunca deixavam Dulce. - Quando eu pedi ajuda para Emma  me acompanhar na compra de um buquê de rosas, coisa de adolescente. Estávamos olhando as vitrines e eu não sabia ao certo o que escolher, então perguntei: Como se tem certeza? Como ter certeza de que escolhemos a pessoa certa?Então ela se virou para mim e disse: Nunca sabemos, Anie. Mas, damos o salto mesmo assim acreditando que ele estará lá em baixo nos esperando para amortecer a queda. Essa é uma das raras vezes em que Emma se abriu sobre o amor.



As pessoas se entreolharam, mas não disseram nada. Emma tinha os olhos marejados e Daniel a abraçava. Anahí deu um leve sorriso para a cena. Uma musica de fundo começou a tocar, deixando-a ainda mais fragilizada.



Dulce ignorou o mundo a sua volta, mas impediu-se de chorar. Não naquele lugar. Com Anahi a poucos metros, vagueando o olhar pelo salão vez ou outra para disfarçar sua comoção ao rever seu primeiro amor.



- Pessoas ao seu redor não conseguem compreender o porquê de você lutar tanto por algo que vai te causar muita dor, porque simplesmente eles não conseguem ver o anel invisível de insanidade que te rodeia quando você esta apaixonado. – Anahi voltou seus olhos para Dulce, sua voz estava falha. – O amor é uma coisa engraçada, ele te causa tanta dor... Mas ao mesmo tempo é o único que pode curá-la. - era impossível encontrar alguém naquele salão que não estivesse intrigado, inclusive uma Dulce completamente perdida. - Espero que se lembre disso... Emma e Daniel.



Foi como um clique, e os que sabiam sobre o passado se lembraram de que ela estava falando para o casal de noivos, mesmo que aquelas fortes palavras tenham tido significado para sua vida pessoal.



– Ela fez uma declaração de amor pra Savinon no meu casamento? - perguntou Emma  baixo, mais uma vez para o marido.



Anahí continuou em cima do palco encarando Dulce, esta por sua vez sentiu que desmaiaria sufocada a qualquer momento se continuasse naquele lugar. Quando Dulce deu dois passos para trás, Anahí percebeu o movimento e desceu do palco apressadamente caminhando em sua direção, essa foi a deixa para Dulce virar as costas e desaparecer entre as pessoas ignorando os chamados insistentes as suas costas.



Abriu a porta do salão com violência e fez sinal para o primeiro táxi que apareceu. Quando o carro estacionou, ela ouviu outra vez seu nome ser proferido pela voz rouca que tanto lhe afetava, ela não suportaria mais isso.



Anahí tornou a abrir a porta do salão apenas para ver o táxi de Dulce se afastar. E lá estava ela, seu primeiro amor virando a esquina e levando junto uma enxurrada de perguntas sem respostas.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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