Fanfics Brasil - Capítulo 34 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 34

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Tentação é um estímulo ou indução a um ato que pareça atraente, ainda que seja inapropriado ou contradiga alguma norma ou convenção social sendo, consequentemente, proibido.



- Anahi, eu não posso acreditar no que está me dizendo. - essa foi a voz de Emma vinda do viva-voz do Iphone de Maitê. Anahí, Maitê, Zoe  e Taylor se encontravam sentadas sobre uma toalha quadriculada no gramado do Central Park. Anahí finalmente criou coragem e enfrentou o encontro que tinha marcado com as antigas amigas e agora que finalmente lhes tinha contado toda a sua história, complementando os acontecimentos recentes sobre o jantar e o beijo, sua ansiedade se encontrava a mil com a reação das mulheres presentes. Maitê tinha uma maçã parada a meio metro da boca, Zoe  - que até então estava deitada no gramado -, tinha o corpo ereto e os olhos esbugalhados, já sua irmã, Taylor, a olhava com raiva e seus punhos estavam fechados sobre o colo. A única a se manifestar foi Emma, que no fim, acabou sendo desnecessária. Mais uma vez. - Você foi passiva?



Anahí rolou os olhos indignada com a capacidade de sua melhor amiga de brincar com uma situação dessas. Desviou o olhar para Ethan que brincava mais a frente com um chapéu em formato de cabeça de dinossauro, ele corria atrás de Adam e os dois sorriam alheios ao inferno particular em que Anahí se encontrava.



- Isso só pode ser brincadeira. - Taylor balançou a cabeça energicamente e se pôs de pé levando uma das mãos à cabeça. - Primeiro você esconde um noivado e uma criança, e agora simplesmente beijou Dulce em sua casa...



- Vamos considerar que eu fui beijada por ela, pelo menos nessa parte eu não errei. - Anahi também ficou em pé, acompanhada das outras garotas. Estava cansada da atitude de sua irmã de julgá-la sem saber os verdadeiros fatos.



- Em primeiro lugar, esse jantar nem deveria ter acontecido. - Maitê as cortou enquanto analisava a esposa que encarava o chão com uma expressão pensativa. - Dulce pode ter mudado por fora, Anahi. Mas, por dentro continua a mesma garota apaixonada e sensível. Ela não vai mostrar isso a você, é claro, mas vai sofrer calada enquanto continuarem próximas.



Anahí estava paralisada com a falta de senso de suas amigas. Então é isso, ninguém mais acreditava nela, pois agora até mesmo o beijo forçado - e bom - era sua culpa. Ninguém pensava em como ela estava depois de ter todos os sentimentos em uma explosão contínua bem na sua cara, tendo um noivo e um filho no mesmo teto para aumentar sua culpa. É claro que Ethan não era um problema, o garoto era fruto do amor que elas criaram no passado e em uma situação diferente seria filho de Dulce também. Mas, havia Alfonso e todo o seu amor por Anahí. Ele acreditava cegamente que aproximando Dulce de Anahi, sua esposa se abriria um pouco mais em New York e teria uma companhia além da dele e de Santana. Alfonso não merecia ser traído, por mais que, mais uma vez, não tivesse sido sua culpa o beijo no elevador, mas Anahí sentia-se mal apenas por nutrir sentimentos por outra pessoa e agora mais do que nunca desejar estar em outros braços que não fossem os dele. Era errado. Dulce tinha chego primeiro, mas agora era a Alfonso que ela pertencia, eles se casariam em menos de 3 meses e Anahi sabia que se não agisse logo, perderia tudo o que tinha construído - ou ela pensava que tinha -, ao longo dos anos.



- Foi Poncho quem a convidou, Maitê. - Anahi retrucou secamente. - O que vocês esperavam que eu fizesse? Que dissesse a ele para desmarcar, pois não conseguiria encarar minha ex namorada do passado?



- Ou que não estava preparada para encarar sua ex amiga, como ele pensa. - Emma sugeriu do outro lado do telefone.



- Poncho é inocente, mas não é estúpido. - disse, cansada de rebater as ideias que já tinha cogitado bem antes que suas amigas. - E tem Santana, ela não disse nada ainda, mas eu sei que ela notou algo diferente entre Dulce e eu. Aquela  sente o cheiro de tensão do outo lado do mundo.





Todas suspiraram permaneceram em silêncio por longos segundos observando o fraco movimento no parque. Pensando melhor agora, ninguém mais poderia entender algo que nem mesmo ela podia. Depois do beijo da noite passada, Anahi entrou atordoada no apartamento e disse que precisava de um analgésico e dormir. Alfonso ficou decepcionado quando soube que Dulce tinha ido embora e Anahí precisou contar a verdade e dizer que elas haviam tido uma discussão quando foi procurá-la, ocultando, é claro, a parte do elevador. Santana ficou encarando-a na cozinha como se desvendasse sua alma e por um segundo Anahi cogitou a ideia da cunhada ter sacado tudo o que se passava, mas só poderia ser coisa da sua cabeça, é claro, quem em sã consciência não ficaria desnorteado depois de uma pegada daquelas da pessoa que seu corpo miseravelmente sentia falta.



- Então... - Zoe finalmente deu o ar da graça e cortou o silêncio desconfortável em que se encontravam. Seus olhos encontraram com os de Anahí e pela primeira vez desde que chegara havia compreensão neles. - Ethan é, literalmente, seu filho com Dulce? - Anahi assentiu, grata pelo olhar ameno da dançarina. - E você pretende contar isso a ela?



- É claro que não. - só o pensamento de contar a verdade a Dulce lhe causou calafrios. - Eu contaria se fosse solteira e se nossa situação estivesse amena. Eu não posso imaginar em como ela ficaria louca comigo só de pensar na possiblidade.



- Ou ela lutaria por vocês. Sabe, por você e Ethan, pois querendo ou não é a família dela. - Maitê interpôs e recebeu concordância de Zoe.



Anahí conteve o suspiro que se formou com a frase "Ela lutaria por vocês.".



- Isso não vai acontecer. Dulce está com raiva de Anahí por pensar que ela a abandonou por covardia, e eu tenho certeza de que Anahi não vai contar essa parte também, não é? - Taylor disse irônica e foi fuzilada pela irmã.



Emma soltou um muxoxo do outro lado da linha e ganhou a atenção das 4 mulheres.



- Vocês dificultam demais tudo isso, meu Deus. Acham mesmo que isso não aconteceria? Essas duas palermas se amam, fim. A menos que Anahi volte para a França, esses encontros vão continuar acontecendo porque é a lei da vida, minhas queridas. Isso se chama lei da atração. Não leram O Segredo, não?



As mulheres se entreolharam considerando parte do discurso de Emma. Ela tinha razão sobre o que aconteceria sempre que se encontrassem, o mundo lá fora se tornava um mero nada quando estavam juntas e Anahi  não era uma mulher de traições. Ela tinha princípios, e por mais que eles gritassem que ela terminasse com Alfonso e corresse até Dulce, sabia que racionalmente falando, elas estavam beirando o precipício e que Alfonso era seu caminho fácil. Tudo estava estável, e era assim que precisava permanecer.



- Tem razão, eu vou me encontrar com ela e pedir que não aceite mais convites de Alfonso e Santana, e que até mesmo mude de calçada quando nos encontrarmos na rua. - disse decidida, mas por dentro seu peito gritava em contradição.



- O que? - berrou Emma e assustou Anahi. - Sua anta, eu não disse isso com essa intenção, era o contrário. - ouviram alguns barulhos de metais se chocando contra o chão e Emma  grunhir nervosa. - Garçom! A conta, por favor! Anahí, deixe só eu voltar dessa po/rra de lua-de-mel e eu vou bater tanto na sua cabeça que tudo o que você vai conseguir dizer pelo resto dos teus dias é o nome de Dulce!



Taylor ergueu as mãos apoiando a decisão da irmã. Zoe e Maitê se entreolharam numa conversa muda que deixou Anahí totalmente alheia.



- Você está fazendo isso para salvar seu casamento com Alfonso ou por que está com medo? - Maitê perguntou, cruzou os braços e cerrou os olhos para Anahí que abriu e fechou a boca procurando pelas palavras que não vieram tão cedo.



- Como assim com medo?



- De ser feliz de verdade outra vez. - Zoe completou e Emma soltou um "aff" na linha. - Sabe, vocês costumavam ser o casal mais lindo que eu já vi na minha vida e a forma como tudo acabou foi tão injusta e dolorosa que deixou marcas. E essas marcas permanecem nas duas. Sabemos que você a ama, Anahi. Ethan é a prova disso. Mas, se há outra coisa que eu também sei, é que você não deixaria de tentar lutar pelo amor de vocês agora que estão livres de empecilhos... De verdade. - completou quando viu Anahi abrir a boca. - Alfonso sabe que você não o ama. Casamentos vem e vão, isso acontece e você não disse o sim ainda, Anie. Então me diga, você está ou não com medo de ser tão feliz a ponto de explodir em felicidade como no passado?



Então era isso. Não havia uma resposta clara às palavras de Zoe.



Ela estava certa.



O medo muitas vezes pode ser dominante, ele se alastra como uma doença incurável e a deixa incapaz de pensar por si mesma. O medo, como o que Anahí sentia, estava impregnado não em sua cabeça, mas em seu órgão pulsante no lado esquerdo do peito.



- Mãe! - Adam apareceu correndo entre o grupo de mulheres e se agarrou nas pernas de Taylor. - Eu quero sorvete de chocolate.



Logo Ethan também apareceu correndo e fungando de cansaço e se jogou nos braços de Anahí que o ergueu do chão.



- Eu também quero de chocolate, mommy! - ele respirou fundo, as bochechas brancas agora estavam vermelhas e o suor escorria por sua testa. - Corre que o homem tá passando com o carrinho lá do outro lado. - Anahi tirou o chapéu da cabeça do filho e o colocou nos ombros. - Viu, Adam? Eu sou maior que você agora! - ele bateu no peito com as duas mãos em punho. - Eu sou o Hulk!



As mulheres riram e Zoe pegou um Adam emburrado também nos ombros. Ele soltou um grito surpreso e ergueu os braços rindo da cara de surpreso que Ethan fez.



- Agora o Adam também é grandão.



- Então eu sou o Hulk do mal, e também sou mais forte. - o garoto urrou imitando o Hulk. - Vamos, tia Zoe ! Vamos chegar no sorveteiro primeiro que o Ethan.



Zoe e Anahí saíram correndo numa disputa infantil onde os meninos gritavam empolgados estimulando as mulheres a serem mais rápidas. Maitê e Taylor balançaram a cabeça sorridentes com a cena e a Portilla mais nova aproximou-se da mulher com o cenho franzido.



- É impressão minha ou Ethan se parece demais com Dulce?



- Acredite, dawg. Eu tive a mesma sensação. - Maitê concordou e ambas olharam para o celular esperando a resposta de Emma.



- Não esperem que eu conte algum segredo espetacular dos deuses, pois eu não sei de nada. - ela resmungou e Maitê e Taylor riram.



Taylor observou sua irmã mais velha pagar o sorveteiro e entregar a casquinha ao filho que deu uma lambida e sujou a ponta do nariz.



- Essa história ainda não acabou, não é? - suspirou vencida pela ideia de que sua amiga e sua irmã jamais conseguiriam ficar longe uma da outra.



Maitê, que também tinha desviado o olhar para a esposa e a amiga, enfiou as mãos nos bolsos da calça e estalou a língua antes de responder.



- Ela acabou, Taylor. Mas, acabou de começar.



*****

****

***



Com o carro estacionado do lado de fora do Starbucks, Anahi mantinha uma batalha interna sobre ir ou não ir até Dulce.  A ideia principal era chegar onde quer que ela morasse agora e lhe dizer que não poderiam mais se ver pelo bem da humanidade e de seu noivado. Só não tinha certeza se a falta de veracidade em suas palavras contaria como fraqueza para a Dulce ou se no momento exato sua voz falharia. Tudo poderia acontecer. Anahí estava indo de encontro ao precipício.



Precipício esse que ela teria prazer de se jogar.



Desligou o rádio do carro e tirou o celular da bolsa com lentidão, atrasando aquele momento o máximo que podia esperando que o arrependimento batesse e que ela voltasse ao seu apartamento e continuasse sua vida. Esse momento não veio. Procurou pelo nome tão conhecido em sua agenda e enviou uma mensagem.



Anahí Portilla: Emma?



Esperou batendo o pé impacientemente no assoalho do carro até seu celular vibrar.



Emma: Vá se fo/der, eu estava dormindo!



Anahí Portilla: Educação mandou lembranças.



Emma: E eu mandei você se fo/der. O que quer?



Anahí Portilla: Sabe onde Dulce mora, não sabe...?



Emma: Sério? Me acordou no meio de um lindo sonho para me perguntar sobre a Savinon? Tenho cara de sombra dela? Esposa? Segurança? O que você quer com ela, em? e-e



Anahi Portilla: Conversar...



Emma: ...



Anahí Portilla:  VAI LOGO, EMMA WOTSON.



Emma: NÃO GRITA COMIGO! Ela está morando no rancho em que vocês treparam, tchau.



Anahí Portilla: Obrigada.



Os batimentos de Anahi aumentaram consideravelmente com a notícia de Dulce vivia naquele rancho. Lembrava-se nitidamente daquele lugar e das palavras de Dulce sobre compra-lo um dia. Anahí não esperava que ela estivesse dizendo a verdade, não depois do lugar simbólico que aquela casa se tornou.



Dirigiu o tempo todo com os pensamentos perdidos em memórias há muito guardadas a sete chaves, silenciosamente implorando a Deus que  não a deixasse desmoronar diante de Dulce como uma adolescente por seu amor de colegial. Não demorou muito até o carro entrar na estrada e os pneus começarem a crepitar na terra seca e os carvalhos tomarem sua visão periférica. Logo viu o arco que costumava ser de madeira podre e com as letras apagadas, onde agora estava escrito em tinta branca: Rancho Savinon. A casa estava totalmente diferente do que Anahí se lembrava, revestida em tinta branca, janelas novas de vidro também no estilo vitoriano, os pilares pareciam maiores agora pintados. O chão da varanda havia sido trocado por madeira MDF e uma cadeira de balanço como a da antiga casa de Dulce posta próxima à porta principal. Do outro lado da casa, o que antes era um estábulo em ruínas, estava todo reformado e pintado na cor vermelho alaranjado com alguns fenos empilhados do lado de fora.



Anahí estacionou o carro em baixo da antiga figueira e apertou os olhos para o lugar. Tantas lembranças, tantos momentos vividos ali, ela poderia chorar somente por conseguir se visualizar 6 anos mais jovem correndo pelo gramado com Dulce em seu encalce, ambas vestidas a rigor e com as roupas amarrotadas. Incrível o que o tempo pode fazer com as pessoas. Era quase noite e o céu estava fechado anunciando uma tempestade em breve, como se os céus previssem o que estava para acontecer.  Um som de cavalgado lhe tirou de seus devaneios e Anahí suspirou quando viu um cavalo preto aproximar-se pela estrada que ligava o rio atrás da casa. Dulce era quem cavalgava com os cabelos soltos que saltavam de um lado para o outro, nos pés uma bota preta de cano alto, macacão jeans e uma blusa branca. Mas, atrás de Dulce  e com as mãos agarradas em sua cintura estava uma mulher loira que usava um chapéu de cowboy, short jeans e uma camisa listrada além das botas. Dulce parou com o cavalo na entrada do estábulo e desceu, logo em seguida pegando a loira pela cintura e a ajudando a descer com agilidade, ambas sorriam e o que aconteceu em seguida fez a Anahi pender a respiração.



Elas se beijaram.



Nem mesmo o chilreio dos grilos e o canto constante de um rouxinol foi capaz de acalmar o turbilhão de pensamentos que se tornou a cabeça de Anahi. Ela apertou o volante com força, crispou os lábios e suas narinas inflaram expelindo raiva pela cena. Nunca se deixara imaginar Dulce beijando outra pessoa, por mais que não fosse estupida e soubesse que isso teria acontecido muito durante esse tempo, mas é o que dizem, o que os olhos não veem o coração não sente.  Anahí ainda observou a loira ajudar Dulce a distribuir diversos fenos pelos comedouros e em poucos minutos alguns cavalos galoparem naquela direção. Sem conter o orgulho ferido, Anahi ligou o carro e o ronco do motor chamou atenção das duas mulheres, quando os olhos de Dulce cruzaram com o seu, toda a raiva se dissipou dando lugar à insegurança.



Não adiantava mais fugir.



Vencida pelo cansaço emocional, Anahi desligou a chave da ignição e abriu a porta do carro. Viu quando a mulher loira questionou Dulce de alguma coisa e seu coração doeu quando ambas deram-se as mãos para caminhar em sua direção. As mãos de Dulce que costumavam encaixar-se perfeitamente nas suas, agora eram de outra pessoa, e de repente o sentimento possessivo de ciúmes também estava de volta. Anahí poderia passar com o carro por cima daquela loira e não se arrependeria tão cedo.



Será que Dulce pensava o mesmo de Alfonso?



Os pés de Anahi estavam fincados no chão, então esperou com o coração acelerado até que as duas mulheres estivessem próximas o suficiente para analisá-las. A loira não era nem de longe feia, seus olhos eram chamativos pela cor esverdeado e o cabelo ondulado caía proporcionalmente em suas costas, assim como sua pele era clara como a de Dulce. Ambas pareciam um casal de revista sobre agricultura e quem visse a cena não poderia imaginar que Dulce era musicista de orquestra.



- Anahí? - Dulce chamou com a voz firme, mostrando que não estava abatida com a presença da loira. - O que está fazendo aqui?



De repente, todas as inseguranças do mundo estavam em Anahi. Sentiu-se intimidada diante aquela Dulce e sua namorada. Anahí chutou uma pedra e não olhou para a loira em momento algum.



- Eu estava passando pela área e resolvi parar aqui. - respondeu e sentiu que sua garganta estava seca. - Eu posso ir embora se estiver atrapalhando alguma coisa e...



- Não! - Dulce a cortou e recebeu um olhar surpresa de Anahi e da loira. - Belinda já estava de saída, não é mesmo?



A mulher fuzilou Dulce e depois Anahí.



- Claro. - respondeu secamente e puxou Dulce pelas alças do macacão para um beijo de língua. Anahí desviou os olhos sentindo novamente aquelas sensações homicidas sobre as duas. Quando o beijo cessou, Anahi sentia-se a pessoa mais ignorada do mundo e a vontade de sair dali só aumentava. - Te vejo amanhã?



Dulce assentiu e beijou a testa da loira recebendo mais um selinho antes da mulher sair caminhando em direção a uma SUV que, até então, Anahi não tinha notado estacionada perto do arco. O silêncio caiu e o mundo se tornou pequeno. Sufocante, até. Dulce e Anahi se queimavam com os olhares, se enfrentavam numa batalha que já sabiam estar perdida.



- Você quer entrar? - Dulce chamou sua atenção.



- Seria muito bom, está ficando frio aqui fora.



Dulce assentiu e pediu um minuto para aprontar tudo. Anahí recostou-se ao capô do carro e observou Dulce voltar a subir no cavalo preto e com uma maestria incrível, guiar todos os outros cavalos para dentro do estábulo. Alguns minutos se passaram até que ela reaparecesse com um pequeno sorriso no rosto e indicasse com a cabeça que Anahí a seguisse.



- Eu não tive tempo de ir ao supermercado essa semana, espero que uma xícara de café esteja bom. - ela dizia na maior naturalidade como se conversasse com uma antiga amiga.



Anahí decidiu agir como Dulce e ver onde aquilo terminaria.



- Café está ótimo.



Pode-se dizer que por dentro da casa as coisas eram ainda melhores. Os móveis eram novos e sofisticados, na sala havia um lustre de cristal, dois sofás brancos de pallet com várias almofadas. Uma TV plasma de 40 polegadas pendurada na parede e um piano Roland de calda. Incrível o que Dulce fizera com aquele lugar.



- Você comprou mesmo. - comentou enquanto passava os olhos por cada detalhe da casa. - Ficou maravilhoso, Dulce.



Dulce, que até então estava parada no meio da sala com as mãos nos bolsos e analisando a expressão de Anahi, sorriu em agradecimento e levou Anahi para conhecer o resto da casa. A cozinha era o lugar mais moderno, por assim se dizer, já que Dulce preferia manter o estilo clássico da casa. O banheiro mantinha o estilo vitoriano e os quartos de hóspedes foram adotados por papéis de parede com imagens variadas e camas de casal. 2 quartos eram de visita, e o terceiro fora transformado em uma espécie de sala de música.



- Esse é o meu lugar secreto. - Dulce disse abrindo a porta e revelando diversos instrumentos musicais espalhados por ele. Desde um piano, até violinos pendurados na parede, dois violoncelos encostados no canto, um violão preto no suporte, várias pastas com partituras espalhadas sobre uma mesa de madeira. Nas paredes havia fotos de artistas clássicos, tais como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, BB. King, Michael Jackson, e entre eles uma foto de Johnny Cash. Anahí quase caiu para trás.



- Você pretende voltar a tocar? - foi uma pergunta casual, seus olhos estavam mesmo era perdidos nas partituras em cima da mesa.



- Um dia, talvez. - pelo tom de voz, Anahi teve certeza que Dulce dava de ombros atrás de si. - Eu parei por necessidade e porque precisava por meus pensamentos no lugar. Hoje eu levo uma vida boa com meu rancho e meu trabalho com as crianças, gosto do que eu faço.



Anahí virou-se surpresa pela resposta. Em outra época Dulce estaria dizendo que não havia outro futuro para ela a não ser a música, e de certa forma, analisando melhor a situação, a música ainda continuava com ela.



- As coisas nem sempre são como nós imaginamos. - Dulce continuou, estava recostada na porta com os braços cruzados. - Venha, ainda falta a suíte.



Do outro lado do corredor, quando Dulce abriu a porta da madeira, Anahi sabia muito bem o que encontraria. Nesse cômodo elas não disseram nada. O momento falava por elas. A parede vermelha estava lá, da mesma forma que elas estavam paradas agora de frente a ela, como há anos atrás quando discutiam sobre o vermelho. O rombo no teto não existia mais, mas Anahí o poderia ver facilmente se fechasse os olhos, assim como analisou atentamente o piso de madeira onde se amaram intensamente uma vez.



Dulce pigarreou chamando por Anahi e elas saíram do quarto deixando a saudade para trás. Elas desceram até a sala onde Dulce deixou Anahi sentada enquanto colocava a água do café para ferver.



- Eu vou trocar de roupa enquanto a água ferve, espere só um minuto. - ela pediu e seguiu até o banheiro do corredor.



Anahí enfiou o rosto entre as mãos e respirou fundo pedindo calma ao seu coração. Não havia nada com o que se preocupar, elas estavam sendo maduras e Anahí agradecia pela atitude de Dulce. Elas passariam por isso, logo tudo estaria terminado e ela poderia finalmente voltar para a sua vida de mentiras. Dulce retornou um tempo depois, agora usava uma camiseta branca folgada, shorts jeans e chinelos. O cabelo estava preso num rabo de cavalo, de maneira que deixava o pescoço de Dulce à mostra. Anahí engoliu em seco e obrigou seus olhos a se manterem em qualquer lugar que não fossem as pernas e o pescoço de Dulce.



- Acho que perdi minha habilidade com o café, então espero que esteja aceitável. - Dulce tentou brincar e deixou uma pequena bandeja na mesinha de centro com o café, duas xícaras e um potinho com açúcar.



- Obrigada. - Anahi agradeceu, o desconforto da naturalidade entre elas gritando em si. Ouviu quando a chuva começou a crepitar no telhado da casa e aos poucos foi aumentando. - Acho que estou presa aqui.



Dulce parou por um tempo de por o açúcar em seu café para analisar o som e sorriu amarelo.



- Nada que já não estejamos acostumadas. - duplo sentido. Dulce sentou-se na poltrona oposta e novamente o silêncio caiu entre elas, sendo tomado apenas pelo som da chuva desabando sobre o mundo lá fora. - Onde está Ethan?



- Alfonso o levou à um jogo de futebol, hoje é o dia dos meninos. - riu com o pensamento, mas arrependeu-se quando viu a expressão de Dulce fechar. - Uhn, Ethan é apaixonado por futebol, assim como é pela música e por dinossauros.



Elas riram dos gostos do pequeno garoto.



- Ele é um garoto incrível, eu sou apaixonada pelo carisma e o jeitinho fofo dele. - Dulce reconheceu ainda sorrindo, então parou e franziu o cenho. - Ele tem muito de você.



Não, Dulce, não comece com essas coisas em um momento como esse.



- Obrigada. - Anahi agradeceu e bebericou seu café. - Aquele piano na sala de música era de Fernando?



Dulce suspirou e assentiu.



- Sim, eu o trouxe logo depois que ele faleceu. Ninguém mais o tocaria a não ser eu.



- Sinto muito pelo que aconteceu. - Anahi disse melancolicamente quando viu a dor nos olhos de Dulce. Ela queria poder abraçá-la. - Tenho certeza que você sempre o toca para manter a lembrança de seu pai viva.



Dulce balançou a cabeça tristemente.



- Tocar sobre ele não vai o trazer de volta, Anahi. Eu aprendi isso durante 6 anos da minha vida.



Anahí quebrou com o comentário. Ela sabia que era uma indireta e que Dulce estava profundamente magoada com suas atitudes. Se ela soubesse...



- Mesmo assim. Fernando era um homem cheio de vida que a amava acima de qualquer coisa, ele ficaria feliz onde quer que esteja se você tocasse para ela às vezes. - rebateu e seu olhar automaticamente pousou na pulseira de prata que Dulce usava e seu coração errou a batida. Talvez ela estivesse ali desde a primeira vez em que se viram e ela não tenha notado, mas estava lá, escancarado para quem quisesse ver. Dulce notou o olhar de Anahí em seu pulso e rapidamente o dobrou em sua perna, mas já era tarde demais.



- O que você quer aqui, Anahi? - a pergunta foi cheia de significados, daqueles que diz, "por favor, vá direto ao assunto antes que as coisas piorem."



Anahí hesitou com o olhar triste que recebeu, e foi sem pensar que deixou sua mão pender para o lado e o café escaldante cair em sua camisa social queimando sua pele como brasa.



- Merda! - exclamou sentindo a queimação no peito e não pensou duas vezes antes de puxar os botões e abrir a camisa procurando por alívio. - Merda, merda, merda...



- Espere um minuto. - Dulce pediu e saiu em disparada pela cozinha.



Que desastre. Derramar café em sua blusa não era o planejado para aquela noite, na verdade ela deveria dizer o que tinha ido dizer e sair por aquela porta para nunca mais voltar.



Notas do destino



Ele trabalha de forma lenta e calculada.



Com a camisa aberta, Anahi se abanava com a mão direita e até pensava em sair na chuva e deixar que a água aliviasse a queimação, sua pele  se encontrava avermelhada e a dor não era das melhores. Dulce voltou da cozinha com um pano dobrado e úmido, ela sentou-se rapidamente ao lado de Anahí e analisou a queimadura.



- Acho que isso vai doer um pouco, desculpe. - pediu e não esperou pelo olhar curioso de Anahí, pois logo levou o pano ao vermelho na pele de Anahí e a ouviu grunhir pela dor. - Eu é que sou a desastrada e você é quem se queima. - ele sorriu com os olhos presos na pele de Anahí, ignorando que Anahi estava com a camisa aberta e que todo o seu torso estava exposto, exceto pelo sutiã preto que cobria os seios fartos. A tentação bateu à porta quando, por um deslize, seus olhos se cruzaram. Dulce parou os movimentos e apenas cedeu ao olhar abarrotado de luxúria que vinha dos azuis cintilantes. A proximidade não ajudava nada as duas, era questão de inclinar o rosto e estariam com os lábios colados. Todos os sentidos de Dulce gritavam para que não cedesse, que não se entregasse novamente ao desejo da carne e fraquejasse como uma covarde que não era.



Mandando o autocontrole à merda, Dulce deixou que o pano caísse no colo de Anahí e levou sua mão direita ao rosto pálido, deslizando o polegar na pele macia que sentia falta desesperadamente. Suas respirações já se encontravam e o mundo lá fora não existia mais. Seu corpo gritava por Anahí, seus lábios ansiavam pelos dela, sua mão esquerda mal podia se manter quieta no sofá.



- Dulce... - Anahi sussurrou fraca, a voz rouca causando mil tipos de efeitos em Dulce. - Eu não posso...



- Eu sei. - Dulce respondeu, e beijou carinhosamente o canto dos lábios de Anahí. Depois beijou sua bochecha, a ponta do nariz, e estendeu vários beijos pelo rosto de Anahí.



- Dulce... - ela choramingou e fechou os olhos não se aguentando mais.



- Eu sei... - Dulce murmurou mais uma vez, mas sem parar os beijos.



Reunindo todas as forças inexistentes em seu corpo, anah conseguiu levantar-se com uma expressão abalada, a queimadura esquecida momentaneamente enquanto seu corpo se encontrava em estado letárgico.



- Eu... Eu preciso ir. - disse com a voz perdida, os olhos correndo em qualquer lugar que não fosse Dulce. - Eu preciso ir. - repetiu e virou as costas deixando Dulce para trás.



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then



De vez em quando



I get a little bit lonely



Eu fico um pouco solitária



And you're never coming 'round



E você nunca irá voltar



Seu corpo estava no automático quando correu para fora de casa sem se importar com a tempestade que caía lá fora. Anahí foi tomada pela chuva e em poucos segundos estava encharcada e com a camisa rasgada, ela também tinha lágrimas nos olhos por não conseguir se conter, seu peito empurrando-a de volta para a casa e pedindo que se entregasse a Dulce. Quando chegou ao carro, foi impedida de abrir a porta por si mesma, seus olhos travados na lataria e o corpo fervendo mesmo sob a água fria.



- Droga, Dulce! - socou a porta do carro quando cedeu, sem alternativa, ao desejo.



Anahí ficou com raiva e ao mesmo tempo envergonhada de si mesma.



Quando, em passos firmes, retornou a casa, abriu a porta com violência e a fechou do mesmo jeito. Encontrou uma Dulce com os braços cruzados abaixo do estômago e o olhar caído, ela estava parada a poucos centímetros do piano, parecia pensativa.



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then



De vez em quando



I get a little bit tired



Eu fico um pouco cansada



Of listening to the sound of my tears



De ouvir o som de minhas lágrimas



Anahí nada disse, mas caminhou furiosamente até ela e a prensou contra a parede com seu corpo encharcado, deixando Dulce  também molhada. De outras formas também. Dulce tinha surpresa nos olhos que se transformou em confusão.



- Você é o meu pecado. - Anahi murmurou e prendeu a cintura de Dulce com as duas mãos. - Eu não posso me conter perto de você, me diz o porquê disso? - pediu quase em súplica.



Dulce vacilou por um instante quando levantou suas mãos a fim de tirar Anahi de perto dela. Afinal ela parecia não querer arriscar colocá-las acidentalmente nos seios de Anahi. Por fim ela os colocou nos ombros de Anahí, o que não foi bom, porque Anahi pressionou seu quadril ao dela, deixando-a totalmente presa a ela. A expressão de Dulce suavizou e ela abraçou os ombros de Anahí com mais força, proporcionando um carinho gostoso em sua nuca.



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then



De vez em quando



I get a little bit nervous



Eu fico um pouco nervosa



That the best of all the years have gone by



Por terem os melhores anos de minha vida já passado



- Nós temos essa noite, meu amor. - murmurou. Com delicadeza ela salpicava beijinhos pelo rosto de Anahí. E ouviu com satisfação o engate da respiração dela. - Eu sou apenas sua essa noite, se você for apenas minha.



Com firmeza, Anahi deslizou suas mãos até a parte de trás das pernas de Dulce e num único movimento ela colocou as pernas da mulher ao redor de sua cintura e pressionou-a contra a parede. Ainda não satisfeita reivindicou a boca dela com paixão. Anahí não deixaria qualquer dúvida do que queria.



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then I get a little bit terrified



De vez em quando eu fico um pouco assustada



And then I see the look in your eyes



E então eu vejo o olhar dos teus olhos



(Turn around, bright eyes)



(Vire-se, olhos brilhantes)



Every now and then I fall apart



De vez em quando eu desmorono



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then



De vez em quando



I get a little bit helpless



Eu fico um pouco desamparada



And I'm lying like a child in your arms



E eu descanso como uma criança em teus braços



Devagar, anahy alcançou os lábios carnudos de que tanto sentiu falta. Com delicadeza pressionou seus lábios aos de Dulce, fez isso algumas vezes até ela reagir. Com a boca ligeiramente entreaberta, ela sentiu Dulce timidamente mover seus lábios sobre o inferior dela e depois sugá-lo, apreciando cada segundo daquele momento que duraria para sempre. Um trovão ecoou seguido de um relâmpago que iluminou a casa agora praticamente escura pela noite. Anahí tinha certeza que estava sendo arrastada para aquele redemoinho de paixão onde dizem que as pessoas se perdem. Ela já estava perdida e sinceramente? Não se preocupava em ser encontrada.



Anahí esgueirou uma das mãos até o seio esquerdo de Dulce e o acariciou com paixão. Dulce não pode se controlar e deixou um gemido prolongado escapar, o que fez Anahi a olhar de modo predatório. Os olho dela estavam dilatados de desejo e Dulce quase gemeu de novo por causa disso. Por alguns segundos elas ficaram se encarando, Dulce acariciou seu rosto como se ela fosse um gatinho, beijou suavemente sua bochecha.



And I need you now tonight



E eu preciso de você agora nesta noite



And I need you more than ever



E eu preciso de você mais que nunca



And if you only hold me tight



E se você ao apenas me abraçasse forte



We'll be holding on forever11



Nós nos manteríamos firmes para sempre



And we'll only be making it right



E iremos apenas fazer isso certo



'Cause we'll never be wrong



Pois nunca estaremos errados



Anahí levou Dulce até o sofá, e foi cuidadosa em colocá-la lá e subir por cima encaixando-se entre as pernas de Dulce. Movimentou o quadril para provocar um pouco de atrito entre suas intimidades e ambas suspiraram.



Dulce, por outro lado, não se fez de rogada e sem esperar por qualquer tipo de permissão, tirou a blusa de Anahí que com pressa, pois necessitava vê-la. Livrou-se da camisa e a contemplou por um instante em seu sutiã. A saudade já não cabia em seu peito. Com certa firmeza, Anahi praticamente arrancou a camisa de Dulce a jogando em algum canto da sala e sem que ela esperasse subiu seu sutiã para abocanhar seu seio direito. Anahí dedicava igual atenção aos dois seios. Com vontade ela beijou, lambeu e chupou. Coisa boa que ela gosta de ser perfeccionista.



Só que era Dulce quem iria ditar as coisas ali.



Together we can take it to the end of the line



Juntos nós podemos levar isso até o fim da linha



Your love is like a shadow on me all of the time



O teu amor é como uma sombra sobre mim o tempo todo



I don't know what to do and I'm always in the dark



Eu não sei o que fazer e estou sempre na escuridão



We're living in a powder keg and giving off sparks



Estamos vivendo em um barril de pólvora e soltando faíscas



I really need you tonight



Eu realmente preciso de você nesta noite



Forever's gonna start tonight



A eternidade começa nesta noite



Então Dulce tomou seu rosto e a beijou com ardor renovado. Suas bocas eram uma confusão de briga por domínio. Mas, Anahi não teria nenhuma chance. Dulce a possuiria e tiraria dela toda e qualquer ideia de deixá-la novamente.



Dulce separou o beijo e analisou os lábios convidativos de Anahí, que já estavam vermelhos e inchados e ficou de pé na frente dela. Anahí a encarou confusa. Dulce tirou o sutiã, short e a calcinha. E com prazer observou o olhos de Anahi ficarem ainda mais escuros de desejo.



Once upon a time



Era uma vez



I was falling in love



Eu estava apaixonada



But now I'm only falling apart



Mas agora estou apenas desmoronando



There's nothing I can do



Não há nada que eu possa fazer



A total eclipse of the heart



Um eclipse total do coração



Curvou-se e sem cerimônia lhe tirou a calça e calcinha. Agora quem estava com olhos escurecidos era Dulce. Ela não perdeu tempo, ficou ajoelhada no sofá e afastou as pernas maravilhosas de Anahí e deixou bem exposto seu alvo principal. Anahí era uma confusão de nervos atiçados, mas ela não poderia argumentar nada quando sentiu a língua de Dulce deslizar em sua intimidade. Anahi só arqueou o corpo na avassaladora onda de prazer que lhe abatia.



Once upon a time there was light in my life



Era uma vez, havia luz na minha vida



But now there's only love in the dark



Mas agora há apenas amor na escuridão



Nothing I can say



Nada que eu possa dizer



A total eclipse of the heart



Um eclipse total do coração



Anahí suspirou de prazer, enfiando os dedos nos cabelos macios de Dulce. Estava tão excitada e sensível que o que a língua de Dulce estava fazendo a ela, a estava jogando perigosamente na borda. Pressentindo isso, Dulce interrompeu a exploração da região íntima de Anahí para cobri-la com seu corpo. A princípio, Anahi quase protestou, mas sua reclamação morreu quando a boca de Dulce se moveu sobre a sua, tão exigente quanto à mão que a invadiu com dois dedos sem nenhum tipo de pré-aviso.  Anahí ofegou, mas não havia ar para absorver; apenas Dulce. A língua dela invadiu sua boca em dominância e o corpo magro pressionava o seu com necessidade. Ela deslizou o dedo médio pela abertura de Anahí e depois o mergulhou sem cerimônia, fazendo movimentos de vai e vêm dolorosamente lânguidos enquanto roçavam seus corpos suados que se encaixavam tão perfeitamente bem. 



(Turn around, bright eyes)



(Vire-se, olhos brilhantes)



(Turn around, bright eyes)



(Vire-se, olhos brilhantes)



Um último chupão no pescoço de Anahi e a mesma desabou num orgasmo lascivo e forte que há muito tempo não tinha com alguém que não fosse Dulce. A menor desabou seu corpo preguiçosamente sobre o de Anahí e colou suas testas, os olhos conectados, rostos suados, olhares que compartilhavam a dor de que o para sempre havia chego ao fim.



- Dulce, eu...



- Shiiii! - Dulce calou Anahi com um selinho longo e voltou a colar suas testas quando uma lágrima solitária correu em seu rosto. - Não estrague esse momento.



(Turn around)



(Vire-se)



Every now and then



De vez em quando



I know you'll never be the girl



Eu sei que você nunca será a garota



You always wanted to be



Que você sempre quis ser



(Turn around)



(Vire-se)



But every now and then



Mas de vez em quando



I know you'll always be the only girl



Eu sei que você será sempre a única garota



Who wanted me the way that I am



Que me quis do jeito que eu sou



E assim elas ficaram por duas horas. Abraçadas na penumbra da sala de Dulce, abraçadas pela tempestade que caía lá fora e criava a trilha sonora macabra para a despedida silenciosa. Quando Anahí foi embora, depois de levantar-se e vestir-se em silêncio, nada precisou ser dito.



Elas sabiam que era uma despedida.



*****

****

***



O apartamento estava silencioso e escuro. A chuva ainda caía impiedosamente lá fora e Anahi foi cuidadosa ao entrar no quarto de Ethan para verificar se o filho estava mesmo dormindo. Como previsto, Ethan estava sob as cobertas e com a cabeça apoiada nas mãozinhas, ele dormia profundamente e Anahi deixou-se chorar por um tempo abraçada ao filho. O pedaço de Dulce que ela tinha.



(Turn around, bright eyes)



(Vire-se, olhos brilhantes)



(Turn around, bright eyes)



(Vire-se, olhos brilhantes)



Quando voltou a sala, viu que Alfonso dormia desajeitadamente no sofá com a camisa do Paris FC e a coberta cobrindo metade de seu corpo. Anahí parou em frente ao noivo e abraçou ao próprio corpo sentindo-se suja e completa ao mesmo tempo. Seu corpo todo ainda tremia em êxtase por Dulce , assim como desejava estar naquele rancho e acordar ao lado dela pelo resto de seus dias.



Ela não merecia Alfonso.



Cobriu o noivo de forma correta e correu até o banheiro ligando o chuveiro e preparando a banheira com água quente, precisava limpar qualquer vestígio de Dulce em si ou enlouqueceria. Enquanto esperava a água esquentar, encostou-se na pia e digitou uma mensagem para Emma, e as lágrimas já não eram o suficiente para suprir a necessidade que tinha de estar em outro lugar.



Mensagem para Emma:



"Eu caí, Emma. Eu caí por alguém e não foi por Alfonso."



**********




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06 de Agosto de 2024. - New York City, NY. POV Dulce Era uma vez, eu me apaixonei. Era uma vez, eu me entreguei de corpo e alma. Era uma vez, ela me deixou. E o felizes para sempre acabou. Essa é a trajetória de vida não apenas minha, mas de várias pessoas. É assim que o amor é fadado a começar e a acabar. Quando eu era ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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