Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon
10 de Agosto de 2024. - New York City, NY.
Uma vez, quando pequena, Anahí caiu de patins em frente á casa de seus pais. Seu joelho esquerdo recebeu 8 pontos e seu braço direito foi enfaixado por um médico de meia idade que sorria acolhedoramente para a pequena menina de olhos azuis. Uma das enfermeiras lhe ofereceu um pirulito antes do processo e garantiu que receberia apenas uma picadinha de pernilongo no ombro. Anahí confiou nos olhos bondosos da mulher e nas palavras cheias de segurança, e para sua surpresa, não doeu. Enquanto enfaixava o ombro da pequena garota, o médico de meia idade dizia coisas do tipo: Você é uma grande menina e muito corajosa. Um dia, quando você crescer, vai ser a mulher mais corajosa do mundo.
Anahí também acreditou nele.
E, novamente para sua surpresa, ele estava errado.
O dia se arrastava relativamente lento naquele apartamento que mais lhe trazia fobia do que a sensação de estar em casa. Algo incomodava anah desde que acordara pela manhã com o despertador irritante de Alfonso anunciando o começo de um dia péssimo. O advogado tinha um julgamento naquele dia e seus nervos estavam á flor da pele, por isso decidiu correr logo cedo ao escritório e repassar o caso trancado em sua sala. Anahí preparou o café e ambos leram o jornal na bancada da cozinha até o relógio marcar nove e quarenta da manhã. Alfonso se despediu da noiva com um beijo estalado e pediu que ela não o esperasse á noite, pois não tinha hora para o término do julgamento. Meia hora depois, quando o apartamento finalmente parecia mais leve, livre da sensação de culpa que rondava Anahi, a figura pequena de um garoto de cabelos desgrenhados e uma carinha de sono apareceu na sala com os pés descalços. Ethan correu até o sofá e se aninhou aos braços da mãe enquanto os dois assistiam Bob Esponja apenas de pijamas.
E Anahi amava momentos como esse com seu filho. Ethan havia se tornado tudo em sua vida desde que deixava os Estados Unidos pela primeira vez. Ela sabia que daria sua vida e moveria montanhas pelo garoto, o amor que crescia cada dia mais dentro de si já não cabia mais em seu peito. Ethan era tudo para ela. Seu sorriso doce e infantil, seus olhos azulados com grandes cílios. Ah, e Anahí amava os cachos do filho, lembrava os seus de quando ainda era pequena.
Algumas horas depois, Anahi correu com Ethan até o banheiro e os dois tomaram um longo banho quente onde brincaram na banheira de jogar espuma um no outro e almoçaram sozinhos no tapete da sala já que era folga da governanta e Alfonso e Santana não estavam em casa. Ás vezes Anahi apenas queria sentir-se criança outra vez, e nada melhor que aproveitar esses momentos com seu pequeno.
A paz da manhã foi totalmente quebrada quando Santana chegou em casa depois de passar a madrugada na boate administrando uma festa. Ela não estava bêbada, mas tinha os olhos assassinos para a cunhada que estava assistindo ao Discovery Channel enquanto Ethan tirava sua soneca da tarde.
- Onde está todo mundo? – a mulher perguntou quando analisou o silêncio do apartamento.
- Alfonso está na audiência, Lola de folga e Ethan dormindo. – Anahi informou sem tirar os olhos da TV.
Santana estreitou os olhos para Anahi e caminhou até o sofá sentando-se de frente para a loira. Anahí não se importou com o movimento da cunhada, muito menos quando ela tirou a jaqueta de camurça que usava e a jogou no tapete da sala.
- Eu vou perguntar só uma vez. – a voz de Santana saiu mais séria que o normal e Anahi a olhou surpresa. – Quem é Dulce María Savinon?
O choque percorreu o sangue de Anahí e atingiu em cheio sua sanidade. Ok, sua cunhada a estava questionando sobre Dulce, e pelo seu tom de voz não era sobre um possível interesse amoroso por Dulce. Controlando suas emoções para não esboçar nenhuma emoção que entregasse seu desespero, anah voltou os olhos para a TV e deu de ombros.
- Dulce é a professora de Ethan, minha ex melhor amiga e-
- Não se faça de cínica, Portilla. Eu estou perguntando qual o grau de importância dessa mulher na sua vida. – Santana a cortou com frieza e Anahí travou. – Eu não quero tirar conclusões precipitadas, mas a pessoa aparecer aqui em plena madrugada procurando por você aos prantos não é algo exatamente normal para duas ex melhores amigas. Então eu vou perguntar de novo: Quem é Dulce María Savinon?
E lá estava ela sendo empurrada contra a parede sem direito de escapatória. Anahí sabia que esse momento chegaria, sua cunhada era astuta para muitas coisas e desde que Dulce reapareceu em sua vida as coisas não tem sido exatamente sutis. É óbvio que Santana notou o desespero em seu olhar quando terminou de falar, ela mal podia esconder sua mão trêmula enquanto segurava o controle remoto da TV.
Ok... Contar a verdade para a irmã de seu noivo ou não?
Arriscar perder tudo ou inventar um desmaio e adiar a conversa?
Anahí suspirou reunindo toda a coragem que não existia dentro de si e desligou a TV deixando que o silêncio do apartamento preenchesse a tensão entre elas. Ao mesmo tempo em que não queria perder seu noivo e sua amiga, parte de si insistia que Santana era sua amiga antes de qualquer coisa e que se alguém merecia saber de toda a verdade, esse alguém era sua cunhada. Mas, independente da amizade, Alfonso e Santana eram irmãos e se Santana não a compreendesse, algo que nem ela mesma conseguia após aceitar a proposta maluca de Dulce, sua vida poderia virar de ponta cabeça.
- Dulce é... – procurou um adjetivo que se encaixasse no que elas eram agora. É claro que não encontrou e os olhos curiosos de Santana não a ajudavam a pensar em nada. – Dulce é minha ex namorada. - Como de costume, a reação de Santana demorou a vir. Ela piscou freneticamente e continuou com a expressão neutra como se Anahi não tivesse acabado de revelar que Dulce era sua ex namorada. – Por favor, não surte agora! Você precisa entender que não é fácil...
- Você me fez pensar que meu gaydar estava quebrado esse tempo todo? – Santana a cortou e recebeu um olhar confuso de Anahi. – Eu sempre me perguntei como você poderia não ser lésbica com toda aquela pinta de badgirl da faculdade, e agora está me dizendo que eu estava certa o tempo todo?
Anahí manteve a boca aberta uns bons centímetros sem acreditar ao que sua cunhada estava dando prioridade naquele momento.
- Você está se ouvindo? – questionou ainda chocada e assistiu Santana levantar-se do sofá. Os olhos perdidos e as mãos na cintura denunciavam a descrença da mulher em algo tão fútil como a sexualidade de Anahí. – Eu estou dizendo que Dulce María é minha ex namorada que voltou para a minha vida e você está preocupada com a minha sexualidade, Santana?
A latina olhou para Anahi e pareceu voltar à realidade de que estava sendo inconveniente.
- Ok, você está certa, desculpe. – balançou a cabeça e voltou a sentar ao lado de Anahí. Agora as sobrancelhas grossas estavam unidas enquanto algo vinha a sua mente. – Você traiu meu irmão?
- Não! – Anahi gritou e tapou a boca arrependendo-se logo em seguida, seu ato poderia acordar Ethan. – É claro que eu não traí Alfonso, você está louca? – por dentro Anahi odiava-se por mentir. Sim, ela traiu Alfonso e foi o melhor erro que ela poderia ter cometido em sua vida. Mas, assim como o amor delas, aquele momento permaneceria como um segredo trancado a sete chaves. – Só está sendo complicado tê-la em minha vida agora, depois de tanto tempo.
Santana balançou a cabeça compreendendo as palavras da cunhada e recostou o corpo contra o sofá acomodando-se.
- Pode começar, darling. – exigiu se referindo á historia toda.
Bom, é como dizem, se está na chuva é para se molhar.
Anahí respirou fundo e preparou-se para voltar ao passado, quando o amor era puro e a vida bem mais fácil por mais que elas não enxergassem isso. Quando cada dia ao lado de Dulce era valioso e ainda sim com um prazo de término.
- Eu conheci Dulce no estágio em Juilliard. – começou a contar, mas seus olhos caíram para o estofado do sofá. – Eu acho que me apaixonei no momento em que a vi, não sei. Não me lembro direito como foi, só lembro de abrir os olhos e me ver perdidamente apaixonada por ela. Dulce costumava ser diferente do que é hoje em dia. Ela costumava ser acanhada e sonhadora, laços era a marca de Dulce e foi assim que eu a identifiquei, o que nos marcou, sabe? Seu laço vermelho. – sorriu automaticamente e se conteve logo em seguida. Santana mal piscava enquanto acompanhava a história. – Maitê nos apresentou, e pouco tempo depois éramos como melhores amigas. Dulce sempre foi minha melhor amiga. – suspirou. – Começamos a namorar e todo dia ao lado dela era perfeito. Sabe as pessoas que dizem que o feliz para sempre não existe? – Santana assentiu. – Bobagem, ele existe no enquanto durar. Nós ouvíamos Johnny Cash, dançávamos Billie Holiday, fizemos amor em uma casa abandonada e invadimos um baile de formatura. Dulce costumava ser meu primeiro e último pensamento do dia e ainda sim invadia meus sonhos mais profundos. – Santana arqueou uma sobrancelha com as palavras da cunhada. Já Anahi estava perdida em seus pensamentos e na volta ao passado. – Quando o pai de Dulce ficou doente, eu vi a minha estrela se apagar aos poucos. Aquela Dulce que sonhava com um futuro em cima dos palcos já não existia mais e eu não poderia deixar isso acontecer. Quando meu pai descobriu, ele me ameaçou. Disse que pagaria os tratamentos do pai de Dulce se eu me afastasse.
- E você o fez. – a latina completou quando entendeu o rumo da história.
Anahí assentiu, os olhos já marejados que não valia a pena serem desviados. Santana descobrira sua fraqueza e agora todas as cartas estavam na mesa.
- Eu o fiz. – continuou com a voz embargada. O sentimento de culpa e perda tomando tudo em si, a dor de voltar ao dia em que mentiu para a pessoa que mais amou em toda sua vida. – Disse a ela que não poderíamos ficar juntas, pois o meu medo da sociedade era maior que o sentimento por ela. Eu a fiz pensar que estava desistindo de nós quando na verdade estava me rasgando por dentro pela felicidade dela. – fez uma pausa para respirar. Nunca tinha contado aquela história a ninguém e descobriu que não era uma tarefa fácil reviver seus dias de glória e desgraça. – Eu me mudei para a França e foi quando nos conhecemos. Eu disse a você que o motivo da minha tristeza eram as brigas constantes com meu pai e menti. Eu já não falava mais com ele, não depois do que ele me fez fazer. Todas as vezes que você me flagrou chorando, todas as noites de pesadelos constantes, foi tudo por ela, San. Foi tudo por Dulce. Então ouvir Johnny Cash e Billie Holiday não fazia mais sentido, os coretos não tinham mais magia e a música se tornou minha tortura particular. Se lembra da minha decisão sobre ter Ethan?
- Como esquecer, não é mesmo? Quase me enfartou. – revirou os olhos, parecia mais relaxada agora depois da confissão e isso era algo que Anahi não conseguia entender. – Vai me dizer que o filho é dela? – arregalou os olhos como se tivesse levado um soco.
- Não, é claro que não. Quando namorávamos, Dulce costumava sonhar acordada com o nosso casamento e um filho. Esse filho se chamaria Ethan.
- Gente... Isso é melhor que novela mexicana. – disse Santana com a boca aberta expressando surpresa. – E você decidiu tê-lo...?
- Para manter uma parte dela comigo. – disse, mesmo sabendo que seria vista como uma louca romântica, assim como foi vista por todos os outros que sabiam a verdade. – Eu decidi que ter Ethan seria uma forma de ter Dulce comigo, seria como nosso filho. E funcionou, por muito tempo funcionou...
E o silêncio que caiu foi significativo. Elas sabiam que tinha chego à parte em que falariam sobre Alfonso e Santana deixou que Anahi tomasse seu tempo.
- E onde Alfonso entra nessa história? – perguntou quase que timidamente e Anahí achou fofo esse ato da parte da latina.
- Meu filho estava crescendo e eu senti que ela precisava de uma segunda figura na vida dele. Não me odeie por isso, por favor. Você vivia me empurrando seu irmão e ele sempre foi tão generoso e bondoso não só comigo, mas com Ethan. Eu vi uma oportunidade nele. Eu realmente falei sério quando aceitei o noivado, eu queria tentar ter uma vida de verdade e aprender a amá-lo com o tempo.
E como sempre faziam na faculdade, Santana completou seu pensamento.
- Mas você não aprendeu.
Anahí negou com a cabeça sentindo vergonha de si mesma por enganar alguém como Alfonso.
- Hm, ok. – a latina curvou o corpo e apoiou os cotovelos nos joelhos, ela ficou em silêncio por um bom tempo filtrando o que diria para Anahi em seguida. – Você sabe que Alfonso é meu irmão e por mais que seja um panaca, meu dever é protegê-lo, certo? – Anahi assentiu. – E, da mesma forma que tenho você como minha melhor amiga, meu dever também é protegê-la. Sabe, uma vez, pouco antes de nos mudarmos pra cá, Alfonso me disse que sempre soube que você não o amava. Ele disse que não ficaria no caminho caso você encontrasse alguém e se apaixonasse, disse que te amava o suficiente para deixá-la ir.
- Eu não vou...
- Você vai. – Santana não deixou que Anahi terminasse. – Pode não ter certeza disso agora, talvez por estar confusa e com medo, mas você vai deixá-lo no final de tudo e no fundo sabe disso. – segurou as mãos de Anahí que agora chorava silenciosamente. – Eu vi a maneira como Dulce olha pra você e eu posso não entender muito sobre o amor, mas aquilo que eu vi no jantar, a forma como ela apareceu aqui procurando por você como se a vida dela dependesse disso, isso minha querida cunhada, é amor. E você vai ser muito estúpida se não permitir esse amor de acontecer por Alfonso, seria errado com você e com ele.
O coração de Anahí acelerou só de ouvir as palavras da latina. Ela estava certa, não estava? Então por que ainda sentia-se totalmente insegura de se jogar de cabeça em uma relação com Dulce? Ah, sim, talvez porque elas não se conhecessem mais. 6 anos pode ser muito tempo em algumas ocasiões. Pessoas como Santana nunca entenderiam que Anahi fora criada na base do medo. Se ela atrasasse para o jantar, apanhava de cinta. Se fizesse bagunça, apanhava quando chegasse em casa. Se passasse do horário na rua, apanhava...
Anahí aprendeu a jogar pelo lado seguro. E Alfonso era seguro para ela e Ethan.
- Você não me odeia? – Anahi perguntou, esperava que fosse expulsa do próprio apartamento quando a latina descobrisse a verdade e tudo o que estava recebendo eram conselhos amorosos.
Santana fez um som nasal com ironia e deu palmadinhas no ombro de Anahí.
- Eu estou é feliz por saber que sempre estive certa. – piscou e recebeu um sorriso em troca. – Então, qual a real situação de vocês?
Está ai uma boa pergunta. Qual a real situação delas? Dois dias atrás Dulce a procurou em um evento a fantasia dizendo que sabia de toda a verdade e pediu uma chance. Uma chance para redescobrirem juntas esse sentimento que as rodeia. Elas não se falaram mais depois daquele dia. Dulce não a procurou mais. E ao mesmo tempo em que era um alivio, algo em si ansiava por ela a cada segundo da batida de seu coração.
- Sabe a noite do baile? – perguntou e Santana fez uma careta como se fosse óbvio que sabia. – Ela me procurou e pediu uma chance de me fazer lembrar o porquê de ter me apaixonado por ela. Disse que não precisaríamos nos tocar para que eu não traia Alfonso, mas que só precisava até o dia do casamento para me fazer mudar de ideia.
- E você aceitou?
- Aceitei. Foi um ato impensado, eu acho que não consigo reagir quando ela está por perto.
- Anie, pelo menos agora vocês podem se conhecer outra vez sem fazer o meu maninho ter chifres. – deu de ombros. – Ele sabe que você não o ama, Anahí, então não tenha medo de arriscar. Apenas o deixe ciente disso o mais rápido possível, ok? Ele também merece seguir em frente.
E ela estava certa.
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– Eu vou acabar com sua vida! Prepare-se, depois de hoje eu não responderei por meus atos, Brooke, vou arrancar sangue! - gritava Santana numa espécie de rugido.
– Eu já estou acostumada com a sua ladainha, mas quem está tirando sangue de você sou eu, perdedora! - ameaçava emmat do outro lado com um olhar maníaco.
Entediada, e assustada, Anahi decidiu intervir antes que sua casa fosse demolida e seu filho traumatizado.
– Muito bem, chega de jogar Street Fighter por hoje. - anunciou desligando a TV e jogando o controle para Maitê que o escondeu em baixo do travesseiro.
Santana fez menção de jogar o controle do XBOX em Anahí, mas foi barrada por Zoe com um olhar de reprovação. Emma apenas se encostou à poltrona largando seu controle no chão e uma carranca descontente.
– Vocês são fanáticas. - comentou Maitê passando a mão pelo cabelo de Zoe e depositando um beijo em sua têmpora.
– Eu jogo para ganhar, é diferente. - defendeu-se a latina ofendida, seu olhar recaiu em Ethan que estava sentado no sofá no colo de Anahí com a mamadeira na boca. – Você também quer jogar com a tia San?
O garoto tirou o bico da mamadeira da boca quando seus olhos cresceram e correram até Anahi.
- Mommy? – pediu manhoso, mesmo com 4 anos o garoto sabia como amolecer o coração da mãe.
- Gente esse menino é a cópia da Anahi quando criança, ganhava tudo de nós com esse olhar de gato de botas. – Maitê riu arrancando uma gargalhada de Emma ao lembrar-se da infância.
Anahí sentiu vontade de estrangular Santana por oferecer um jogo tão violento para Ethan, mas graças ao bom Deus a conversa foi interrompida por um toque de celular. Emma tirou o aparelho do bolso e revirou os olhos quando viu o nome no visor.
- Alô? Savinon! - aquele famoso sorriso cresceu novamente. Anahí encolheu-se e sentiu o estomago dar saltos. - Por que vocês tem a mania de achar que eu sei da presença uma da outra? Eu em. Sim, é óbvio que ela está, Anahi mora aqui. - o silêncio angustiante preencheu a sala enquanto Emma fazia caretas alternando entre sorrisos. - É claro que sim! Te vejo logo, não te amo.
Desligou o celular e voltou a brincar com os cabelos enquanto três pares de olhos simplesmente a encaravam a espera de alguma noticia. Bom, noticia essa que não veio logo, pois a Emma fingiu-se de distraída ignorando os outros.
– Então? - perguntou Zoe segurando a mão de Emma para que ela parasse o que estava fazendo e a encarasse nos olhos.
– Então o que?
Zoe revirou os olhos e Anahi soltou um gemido impaciente.
– O que Dulce queria?
– Aaaaaaaaaaaaah! - gritou dramaticamente estalando os dedos e virando-se para Anahi. – Ela está vindo buscar você e Ethan.
Emma sorriu satisfeita vendo o queixo de Anahí cair. Maitê largou Zoe e correu segurar a mão de Anahí em solidariedade, acompanhada de Santana que olhou profundamente nos olhos dela e disse séria:
– Você não vai fugir.
Não, ela não queria fugir. Dulce não merecia isso e no fundo, Anahi sabia que queria estar na presença da mulher, era quando se sentia ela mesma, liberta, feliz. Então não, ela não negou, apenas concordou com a cabeça e deixou-se ser abraçada de lado por Zoe. Quando se separou do abraço, viu Ethan assistindo a cena confuso ainda em seu colo, a expressão inocente que tinha ideia do que estava acontecendo ao seu redor. Sentindo seu coração acelerado, Anahi abraçou o filho e deixou um beijo demorado no topo da cabeça do garoto.
- Você quer passear comigo e com a tia Dulce, filho?
Ethan abriu um dos maiores sorrisos que só ele possuía e abraçou o pescoço da mãe.
- Vamos, vamos, vamos! – gritava empolgado arrancando sorrisos das outras mulheres presentes. – Quando ela vem? Aonde nós vamos, mamãe? Oh, nós podemos ir tomar sorvete? Eu quero sorvete de morango!
Anahí riu gostosamente com a cena de seu filho a puxando pela mão para que se levantasse.
- Ela já deve estar chegando, então é bom você correr logo e colocar uma roupa bonita.
- Eu posso usar meu chapéu de dinossauro? – perguntou animado. Anahí riu e balançou a cabeça.
- Você sempre o usa, Ethan.
Maitê cortou a frente de Anahí e pegou Ethan no colo que gritou de surpresa.
- Que tal a tia Maitê trocar o garotão aqui enquanto a mamãe Anahi se troca, em? – piscou para Anahi e recebeu uma exclamação animada de Ethan quando o colocou novamente no chão. – Quem chegar por último é um bebê!
E saiu correndo pelo corredor como uma louca com Ethan em seu encalce gritando que não era justo ela ser maior.
– Muito bem, agora posso voltar para o meu jogo lindo e maravilhoso e descontar toda a frustração que sinto vivenciando essa história dramática onde sou a coadjuvante gostosa que precisa juntar o casal gay principal. - Santana pegou o controle da TV a força de Zoe e ligou novamente o jogo.
Anahi respirou fundo e levantou-se, Dulce chegaria a qualquer momento e ela não sabia se estava arrumada. Correu com zoe e Emma até o quarto e olhou-se no espelho. Definitivamente, calça folgada e moletom não era a melhor vestimenta para a ocasião.
– A menos que você seja a ativa da relação, acho que teremos que mudar isso. - comentário veio de Zoe que a analisava de cima a baixo.
– Não existe relação, Zoe, estamos apenas saindo como amigas, ela sabe disso. - corrigiu Anahí indignada tirando o moletom e a calça. - E você está pegando o costume daquela latina maluca.
– EU OUVI ISSO! - berrou Santana histérica da sala.
– Tanto faz, preciso da minha camisa social. - pediu apontando para o guarda roupa, Zoe correu ate o móvel a procura de algo adequado para a situação.
- Hm, será que eu posso dar uma opinião sincera aqui? – Emma interrompeu o momento com o dedo indicador levantado e chamando a atenção das outras duas. – Você agora vive de social, Anahi. Se estiver saindo com Dulce, mesmo que seja como amiga, você poderia ao menos reviver a verdadeira Anahí aí dentro, não é? – apontou para o peito de Anahi e caminhou até o guarda-roupa tirando uma calça jeans escura e uma cacharrel branca. – Isso deve servir. Zoe, peça emprestado à Santana um coturno e uma jaqueta de couro.
Emma aproveitou o momento para pentear o cabelo de Anahí até deixa-lo um pouco mais bagunçado como costumava ser. Zoe voltou em seguida segurando um par de coturnos pretos e uma jaqueta de couro. O interfone soou e todas paralisaram. O coração de Anahi anunciava que logo saltaria para fora de seu peito se algo não fosse feito, uma sensação tão nova e tão gostosa ao mesmo tempo. Emma bateu palma e Zoe a conduziu até a porta ignorando o assobio de Santana que tinha acabado de liberar a entrada de Dulce.
– Essa é a sua noite, não estrague. - aconselhou Zoe segurando o rosto de Anahí para que a olhasse nos olhos. A loira concordou e suspirou virando-se para o elevador, era agora ou nunca.
Mais alguns segundos e a porta do elevador abriu. Do outro lado, uma Dulce com um meio sorriso a esperava ansiosa, Anahi foi obrigada a sorrir com a visão infantil daquela pequena figura. Ela estava maravilhosa como sempre e quase se esqueceu de sair do elevador antes que as portas se fechassem novamente.
- Tia Dulce! – uma voz infantil cortou o momento e Ethan passou correndo por elas até estar nos braços de Dulce. Ele usava uma calça jeans clara, all star preto, uma camiseta verde com preto do Hulk e uma jaqueta jeans por cima. É claro que na cabeça estava seu inseparável chapéu. Anahí assistiu Dulce abraçar Ethan com tanto carinho que tudo o que ela desejava fazer naquele momento era gravar aquela cena para sempre. – Mamãe disse que a senhora vai sair com a gente.
Dulce segurou Ethan em um braço e tirou um pequeno embrulho de dentro da sua bolsa.
- Isso será uma surpresa, meu pequeno. O que acha que ganhar um presente antes disso? Eu estava com saudade sua.
- Você me viu hoje, tia! – ele riu e analisou o presente nas mãos de Dulce – O que é?
Á essa altura, Anahí, Maitê, Zoe, Emma e Santana assistiam a interação com atenção, Dulce e Ethan mal pareciam se importar com a presença delas no momento. Dulce deixou o garoto no chão e ajoelhou-se de frente para ele com uma expressão séria.
- É um presente pra você sempre se lembrar de mim, ok? – ela entregou o embrulho a Ethan e assistiu ele se desfazer do papel.
- Oh! – ele exclamou abrindo a boca e os olhos. – É um piano?
Dulce riu e segurou as duas mãozinhas do menino que segurava o piano.
- É uma caixinha de música. – explicou com paciência. – Eu a ganhei uma vez de uma pessoa muito especial.
Ethan sorriu feliz quando ouviu falar sobre uma pessoa especial. Anahí sempre dizia que pessoas especiais são importantes em sua vida para sempre.
- É da sua mamãe? – ele perguntou todo inocente enquanto abria a caixinha. Anahí desviou os olhos segurando-se para não chorar. Ela conhecia aquela maldita caixinha de música, ela havia dado a Dulce em sua primeira apresentação no Central Park.
- Não. Não é da minha mãe, pequeno. – Dulce beijou a testa de Ethan e experimentou olhar para Anahí, sentiu seu coração cair quando viu a expressão de dor da loira. – É de uma pessoa que teve meu coração. E agora eu estou passando pra você.
Ethan olhou confuso para Dulce, é óbvio que ele não entendia as coisas literalmente.
- A senhora vai pegar meu coração? – ele perguntou curioso.
Dulce balançou a cabeça achando graça da situação e se levantou o pegando no colo outra vez.
- Você pegou o meu, pequeno. – fez cócegas na barriga dele para que o menino esquecesse o assunto. Quando voltou a olhar para Anahi, viu que a ela a encarava como se não acreditasse no que estava vendo. – Estão prontos?
Custou para Anahí recobrar seus sentidos, a loira sabia que precisava reagir, mas sua cabeça parecia um liquidificador ligado nesse momento, absorvendo cada centímetro de emoção. Anahí apertou o botão do elevador e pediu que Emma as acompanhasse até o saguão. O caminho foi feito silenciosamente até o carro com Ethan segurando a mão de Dulce e tagarelando sobre o que tinha aprendido na aula de hoje. Como se não houvesse outra forma de ser surpreendida, no banco de trás havia uma cadeirinha para a idade de Ethan. Dulce viu a expressão de choque de Anahí e apenas deu de ombros com um sorriso tímido.
– Muito bem, pessoal, próxima parada: Coney Island! - exclamou animada olhando pelo retrovisor para Ethan que bateu palmas em comemoração. Anahí balançou a cabeça e Dulce a olhou com medo de uma nova discussão. - O que houve...? Não gosta desse lugar? Se você quiser nós podemos ir para outro e...
– Não, Dul! É claro que não. - riu levando a mão ao rosto. - É só que... Eu sempre quis ir lá. Só não tive tempo.
Sua voz morreu ao mesmo tempo em que se dava conta de que estava falando besteira.
– Eu sei. – Dulce garantiu. - Hoje nós vamos juntas.
Ela não queria chorar, e não iria. Estava sendo forte naqueles últimos dias, e o faria até o fim. Ethan assistia á vista enquanto o carro de locomovia calado no banco de trás, o que gerou certo desconforto entre as duas mulheres.
– Pensei que não aceitaria vir. – Dulce quebrou o clima perguntando diretamente a Anahi.
- Eu acho que preciso me explicar sobre o que aconteceu...
- Não hoje. – Dulce segurou sua mão num gesto automático e logo a voltou para o volante. – Não precisamos discutir isso hoje, vamos só aproveitar a noite com nosso filho, tudo bem?
Anahí sentiu todo seu corpo reagir quando ouviu Dulce dizer nosso filho. Então era assim que ela o considerava também?
- Você o vê assim? – perguntou quase sem voz pela emoção que ainda transcorria tudo em si.
Dulce segurou firme no volante e lançou um olhar calmo para um Ethan pensativo no banco de trás.
- Você o fez pensando em nós, Anahi. Ele é tão meu quanto seu, se você o considera assim, então eu também o quero como meu. No momento vocês dois são tudo o que me importa.
O coração de Anahí acelerou intensamente e ela sentiu todo o corpo arrepiar. Dulce sempre teria esse efeito dominador e assustador sobre ela.
Não demorou muito até chegarem à entrada do parque, imediatamente Dulce e Ethan pareciam ter a mesma idade e Anahi precisou estabelecer regras quanto a não afastar-se um do outro devido a multidão dentro do parque. Dulce estacionou o carro e logo estava de mãos dadas com Ethan, Anahi caminhava ao lado deles sem saber ao certo para onde olhar. Era tudo tão maravilhoso, exatamente como era descrito por seus amigos no colégio, havia mágicos e malabaristas, mais a frente, perto da cerca que dava acesso a praia, barracas espalhadas por todo o lado.
– Ok, isso é perfeito! - disse Anahí apontando para um homem cuspindo fogo. Ela e Ethan riram, Dulce assustou-se.
– Ele me da medo. - reprimiu-se. Depois encontrou um homem estatua e caminhou puxando Ethan para vê-lo mais de perto. – Olhe esse, pequeno. – Ethan fez sons de surpresa e Dulce começou a imitar o homem só para ver o garoto rir.
Anahí observou a interação de Dulce e Ethan e deu graças a Deus por tudo estar correndo bem, soube no mesmo instante que seus olhos estavam brilhando por ver aquela cena, de repente ela queria poder vive-la todos os dias.
– Acho que sei do que a tia Dulce precisa. - falou Anahi para o filho e posicionou-se atrás de Dulce empurrando-a com os braços para frente com a ajuda do garoto.
É claro que Dulce ficou encantada ao chegarem a uma área um pouco mais afastada da multidão, onde havia um pequeno coreto com três homens em pé tocando algo para uma família. Os três observaram o caçula pedir algo para a mãe e em seguida colocar uma nota em dólar na caixinha ao lado. Em frente ao coreto, havia uma espécie de pista de madeira para dançar. Dulce sorriu espontaneamente e cruzou os braços admirada, ela sempre adorou ouvi-los cantar, e Anahí sabia disso. A loira apenas ficou parada vendo toda a movimentação com Ethan agora sentado em seus ombros.
– Eu preciso andar nela. - Dulce apontou para uma roda gigante perto da pequena casinha dos músicos, ela era maravilhosa e iluminada. As crianças pareciam se divertir com seus pais, e até mesmo casais acariciavam-se ao luar.
– Eu quero algodão doce, mamãe. - disse Ethan fazendo carinha de inocente para as duas mulheres e apontando para um menino que comia algodão doce.
Anahí gargalhou abrindo os braços e mostrando todas as barracas que tinham, eram em uma grande variedade, desde doces e brinquedos, até lanches e jogos.
– Eu quero um algodão doce, por favor. - pediu Dulce para um homem vestido de palhaço que vendia doces, então se virou para Anahi: - Quer um?
Anahí negou com a cabeça e Ethan aceitou todo contente seu algodão doce. Depois os três andaram na montanha russa infantil, jogaram diversos tipos de jogos nas barracas, Ethan andou de trenzinho e comeu maçã do amor. Pela primeira vez desde que se reencontraram, não existia tensão, mágoa ou dor entre Dulce e Anahi. Elas eram apenas elas mesmas, aproveitando cada segundo da noite na companhia uma da outra. Em determinado momento Dulce pediu para que Anahi a acompanhasse com Ethan até os músicos que tinham encontrado quando chegaram, ela sussurrou algo para os homens e deixou uma boa quantidade de dinheiro na caixinha. Quando se virou a procura de Anahi, a encontrou bem no meio da pequena pista de dança de madeira, Ethan em seus braços, eles fingiam que dançavam e o garoto estava se divertindo com isso. Quando a música New York de Frank Sinatra começou a soar, Anahi correu os olhos pelo coreto até encontrar os de Dulce, elas ficaram se olhando pelo tempo que pareceu infinito, mas que durou apenas alguns segundos, e sorriram.
Dulce caminhou até a pista de dança e curvou-se para Anahi e Ethan arrancando risada dos dois.
- Será que meus dois amores aceitam dançar comigo? – perguntou teatralmente e ganhou um sorriso enorme de Anahí.
- Vem dançar com a gente, tia Dulce! – chamou Ethan estendendo a mão para a Dulce que aceitou. Assim, Dulce passou seu braço direito pela cintura de Anahí a trazendo para mais perto e com o outro braço abraçou Ethan, deixando o garoto entre as duas, Anahi estava encantada com Dulce , seu coração poderia parar a qualquer momento por estar tão acelerado durante aquela noite. – Olha, estamos nós três dançando!
As duas mulheres sorriram e cada uma beijou um lado do rosto de Ethan. Então Dulce voltou a encarar Anahí como se fosse à visão mais bela que já terá na vida.
– Está me deixando constrangida. – Anahi quebrou o silêncio.
Dulce aproximou-se mais se possível e encostou sua cabeça com a de um Ethan sonolento.
– Sabe qual foi a melhor parte dessa noite? - perguntou fechando os olhos e levando o corpo de Anahí junto de si para uma eterna dança apaixonada com o fruto desse amor.
– O que? - sua voz saiu fraca.
– Eu pude me apaixonar por você outra vez. - respondeu quase que com uma careta, estava machucada, estava sendo torturada por estar tão próxima aos lábios de sua amada e não poder toca-los em respeito a Ethan e Alfonso.
Anahí fechou os olhos sentindo-se machucada com as palavras. É possível sentir seu peito rasgar ao mesmo tempo em que a felicidade o preenche? Sem dar espaço para uma resposta, Dulce separou-se da dança trazendo Ethan que tinha adormecido em seu ombro. Já era tarde e elas decidiram que era hora de voltar para casa, então Anahi se ofereceu para dirigir já que estavam com pena de acordar Ethan. Certa parte do caminho também foi silenciosa, Anahi dirigia enquanto Dulce estava no banco de trás com o garoto adormecido em seus braços, ela o ninava e apreciava cada linha de expressão do rosto perfeito de Ethan. De seu filho. Em determinado momento o carro passou em uma lombada e Ethan acordou assustado estranhando o ambiente escuro do carro.
- Shh! Vai ficar tudo bem, meu amor. Mamãe está aqui, ok? – Dulce sussurrou tirando alguns fios de cabelo da testa suada do garoto. - Close your eyes, have no fear, the monster's gone. He's on the run and your mother are here, beautiful boy. – Cantarolou baixinho para que apenas Ethan escutasse. Anahí observou tudo pelo retrovisor e deixou que a escuridão da noite escondesse suas lágrimas silenciosas. - Before you cross the street, take my hand. Life is what happens to you while you're busy making other plans...
Anahí estacionou o carro do outo lado da rua e pegou Ethan nos braços agradecendo Dulce pela noite.
- Obrigada por hoje, eu tive uma noite incrível, Dulce. – disse sincera, o coração apertado pela despedida. Dulce tinha as mãos enfiadas nos bolsos da calça, seu jeitinho acanhado estava de volta e nada poderia encantar mais Anahi.
- Eu preciso agradecer por me deixar tentar, Anie. – ela sorriu timidamente e beijou o vão do pescoço de Ethan. – Até mais, meu pequeno. – sussurrou no ouvido dele e deixou seus olhos se conectarem mais uma vez com os de Anahí somente para se perder neles. – Boa noite, Anahi. – e antes que a Anahí pudesse responder, beijou-se demoradamente na bochecha. Algo simples, mas que causou o impacto de um furacão nas duas mulheres.
- Boa noite, Dul. – Anahi sussurrou de volta e assistiu o amor de sua vida caminhar alguns passos de costas e entrar no carro, até por fim, desaparecer na rua escura.
Anahí entrou silenciosamente no apartamento, já passava da meia noite e todos estavam dormindo. Cansada, tanto fisicamente quanto emocionalmente, decidiu deixar o banho para amanhã, e deixou Ethan em seu quarto desejando-lhe uma boa noite e sonhos com carros e super-heróis. A parte mais difícil foi entrar no quarto que dividia com Alfonso, ele dormia em seus pijamas e agarrado ao edredom. Por mais que não tenha feito nada, Anahí sentia como se o tivesse traído e por isso era de um caráter sujo. Estava perdida emocionalmente, estava fora de linha e em uma estrada sem volta. Não conseguia deixa-lo ao mesmo tempo em que não conseguia afastar Dulce.
Ela preferia cair de patins e enfaixar o ombro.
****
***
**
Anahí finalmente encarou-se no espelho depois de tantos dias relutando a sua imagem. Aquela era a sua antiga eu que ela conhecia, cabelos lisos até o meio das costas, roupas sociais e seriedade. A filha perfeita de um Portilla.
Mas, naquela manhã havia algo novo desperto dentro da loira, algo que a impulsionava a querer mudar, a ser uma nova eu, a não seguir mais regras nenhuma, algo a impulsionava a Dulce.
Seus olhos se dirigiram a uma foto pregada no canto superior do espelho, e nessa foto havia uma Anahí feliz sentada no capô de seu antigo Dodge. Dulce é quem tirara a foto e atrás havia uma pequena inscrição com a letra de Dulce:
"Para sempre se torna pouco tempo ao seu lado. Sua Dulce."
Anahí estava pronta para conhecer a si mesma novamente e aprender a amar a si mesma. Suas mãos tremeram quando direcionaram a tesoura até o longo cabelo, estava na hora de fazer alguns reparos, pois sentia falta de seu antigo visual.
**************
Música que a Dulce canta para o Ethan: Beautiful Boy (Darling Boy) do John Lennon3
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Comentários da Fanfic 74
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00
Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK
Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54
Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41
EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3
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lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24
parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas
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Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23
MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO
Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46
Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.
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ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27
Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc
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siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42
Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06
PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19
Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.
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Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12
Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu
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laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10
Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo