Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon
O som reproduzia Lights da cantora inglesa Ellie Goulding, a acústica criando o ambiente perfeito para os dançarinos que se movimentavam em passos calculados pelo piso de madeira em frente ao grande espelho de vidro. Zoe caminhava de um lado para outro berrando instruções e pegando no pé de um jovem de no máximo 20 anos, olhos azuis e cabelos negros, este que tinha a pele vermelha e a respiração descompassada devido ao cansaço. Dulce, que observava todo o ensaio recostada ao batente da porta, havia estabelecido um limite para o garoto e o assistia atentamente o momento em que o rapaz cederia e pediria para sair. Ninguém era louco de fazer isso. Zoe tinha essa fama de professora psicótica e corria alguns boatos por NY sobre algumas sessões de tortura em suas aulas, mas o resultado era sempre brilhante e a mulher tinha desenvolvido grandes dançarinos desde que inaugurou o Kordei's Academy.
- Você me da medo ás vezes. – comentou Dulce estendendo uma toalha branca para Zoe . Os alunos agora saíam aos poucos da sala exaustos de mais um dia de tortura com a professora Saldanha. – Já pensou em abordar uma técnica menos maléfica?
Zoe rolou os olhos e tirou uma garrafa de água do suporte de isopor.
- A diferença... É que você dá aulas de música para crianças de 5 anos. – disse em pausa, o peito ofegante. – Eu ensino técnicas com o corpo e disciplina, eu os treino para serem os melhores, querida.
Dulce sorriu do comentário puxando uma cadeira para sentar enquanto a dançarina arrumava o salão.
- De qualquer forma, fico feliz que as coisas estejam indo bem na academia.
- Dulce, você disse a mesma coisa na semana passada! – as duas riram. – Não precisa ter vergonha de iniciar o assunto Anahi comigo, sabe que eu não julgo você e toda essa coisa estranha entre as duas.
De fato, Zoe conhecia Dulce o suficiente para saber quando a amiga estava afobada ou com algum problema. Elas se aproximaram demais depois da faculdade e a dançarina foi um dos suportes de Dulce nos momentos difíceis, assim como Maitê e Emma. A situação no momento era como uma prova de fogo e todos sabiam disso, todos estavam cientes de que Dulce estava correndo contra o tempo para convencer Anahi a não se casar a menos de 2 meses para Anahí ser oficialmente de outro.
Sabendo que não precisava esconder seus sentimentos naquela sala, Dulce suspirou e deixou os ombros caírem em rendição mostrando o quão cansada estava.
- Ela não vai se render, Zoe. – deixou as palavras saírem e os olhos se perderem em um ponto qualquer no piso. – Eu vi isso em seus olhos quando fomos à Coney Island. É como se ela tivesse medo de mim, é como se eu fosse uma estranha.
- Você é uma estranha, Dul. – Zoe sentou no chão de frente para a amiga e as pernas cruzadas. – Lembre-se que 6 anos não são 6 meses. Vocês viveram em continentes diferentes por tanto tempo que acabaram assumindo certas personalidades que não talvez não tinham na época do namoro de vocês. Lembra como a vida era boa e fácil? É porque vocês eram adolescentes sem reais preocupações. Hoje você são mulheres com uma história, um fardo que, a meu ver, é bastante assustador um para a outra.
Dulce franziu o cenho pensando no que tinha acabado de ouvir. Elas eram duas estranhas tentando se encontra, tentando encontrar um caminho de volta uma para a outra. O maior medo de Dulce era de que ela fosse à única jogando esse jogo, que talvez estivesse forçando as coisas com Anahi.
- E se ela o escolher? – perguntou quase infantilmente, sem se importar de demonstrar que estava desesperada. – Eu não posso conviver com isso, sabendo que a mulher da minha vida é de outro. E agora mais do que nunca eu preciso conquistar não só ela, mas Ethan.
A dançarina sorriu diante o comentaria, era de se admirar Dulce estar apaixonada pelo garoto que supostamente seria seu filho. Não era uma tarefa difícil para Zoe e as outras imaginarem Dulce e Anahí casadas e com Ethan correndo entre as pernas das duas como um Savinon. Sempre foi assim, elas tinham química até mesmo quando não se conheciam mais e esse era o tipo de coisa que faz as pessoas acreditarem no amor.
- Sabe o que eu acho? Você está muito tensa nos últimos dias, Dulce. – levantou-se de um salto e estalou os dedos como se tivesse a melhor ideia do mundo. – Hoje nós vamos relaxar essa cabecinha dura e depois pensamos sobre Anahi, ok? – a dançarina segurou os ombros de Dulce, que também havia levantado, e a olhou com aqueles enormes olhos. – Você vai sair com Maitê e eu.
- Não, obrigada. – Dulce cruzou os braços. – Não vou ser vela de vocês, sempre que saímos juntas sou eu quem sobra.
Zoe riu.
- Emma vai estar lá. Hoje vai ser a noite das mulheres, ok? Vamos à boate de Santana.
Dulce anriu a boca em protesto, mas foi cortada pelo dedo indicador da dançarina bem em frente ao seu rosto.
- Não quero saber, é final de semana e nós estamos precisando ter um momento entre amigas.
Zoe estava certa. Elas precisavam sair e curtir a noite, pelo menos um dia antes de voltar a rotina de sua guerra pessoal, e uma noite dançando não seria nada mal para quem não tinha realmente o que fazer em casa. Ou estaria com Belinda, ou iria direto para a casa de Blanca e no momento nenhuma das duas opções era viável. Primeiro porque Dulce ainda sentia-se magoada por ter sido enganada todo esse tempo sobre as cartas. Maitê, Zoe, Emma e Taylor haviam sido perdoadas ainda que houvesse mágoa no coração de Dulce, mas ter as informações ocultadas de sua própria mãe e seu pai não era lá algo fácil de aceitar.
Seu pai.
O homem em quem ela tanto confiou. Dulce se encontrava em um dilema sobre sentir-se bem ou mal pelos atos de Fernando. Por um lado ele a estava poupando de uma verdade dolorosa, mas por outro, ele não tinha o direito de lhe ocultar tal informação, não quando foi ele quem viu Dulce perder o brilho no olhar com o passar dos anos.
- Ok. – respondeu Dulce já na porta do salão. – Eu passo na sua casa mais tarde?
- Com toda certeza. – Zoe sorriu simpática até demais, ato que Dulce estranhou. – Até mais.
E com um enorme sorriso, fechou a porta do salão aos poucos deixando uma Dulce totalmente confusa para trás. Assim que girou o trinco, correu até a bolsa na velocidade da luz e tirou o celular discando o tão conhecido número.
- Espero que seja algo útil. – ouviu Emma do outro lado da linha.
- Ela vai estar lá. – Zoe sorriu vitoriosa.
- O que? Você conseguiu? Como isso? Amarrou ela, foi?– Emma se alterou.
- Não, estranha. Dulce está toda depressiva achando que Anahi não vai escolher ela, então eu inventei sobre agitarmos a noite.
- Hmmmmm. Tudo bem, eu vou avisar Satã. Bye.
*****
****
***
Emma livrou-se dos beijos de Daniel antes de voltar o celular ao ouvido, dessa vez com uma pessoa diferente na linha.
- Conseguimos executar o plano Alfa. – disse enquanto invadia o banheiro, Daniel não precisava saber de seus planos maléficos para juntar o casal Portinon – Você já convenceu a Ômega?
- Por que diabos você está falando assim? – Santana questionou no celular e Emma revirou os olhos.
- Era um código secreto, agora você estragou tudo, obrigada. – abafou a voz com a mão, agora estava sentada na tampa da privada.
- Se você está falando sobre Anahi, sim, eu consegui. Falei sobre fazer uma noite das mulheres ela e eu e consegui convencê-la. – riu. – Alfonso vai estar ocupado com o escritório e Ethan vai ficar com Taylor.
Emma suspirou.
- Eu me sinto mal agindo assim pelas costas de Alfonso.
- Relaxe que do meu irmãozinho cuido eu. Também tenho planos para ele.
- Realmente espero que tenha. – Daniel bateu na porta do banheiro e Emma assustou. – Preciso desligar, te vejo a noite.
- Adios.
*****
****
***
A boate estava sendo um sucesso desde que fora inaugurada. Sua localização próxima ao Rockaway Beach atraía as pessoas que na maioria das vezes saía da praia direto para a boate curtir um som, dançar e tomar algumas bebidas. O ambiente com dois andares tinha o tema da noite músicas latinas, escolhido especialmente por Santana Lopez para a ocasião da noite que tinha sido uma completa armação. As pessoas dançavam no centro do salão com o jogo de luz enquanto a DJ, Santana, animava a festa de sua cabine á espera de suas amadas pupilas.
Em uma das mesas do canto se encontrava Maitê, Zoe e Dulce assistindo a toda à movimentação com entusiasmo. Bom, o entusiasmo vinha de Zoe e Maitê, já Dulce estava encolhida na mesa brincando com o limão no copo. Nunca fora de boates e festas, tinha provado a si mesma que música alta e com batidas estourando seus tímpanos não era lá algo que lhe agradasse, mas precisava estar com suas amigas e esquecer um pouco a realidade.
- Soube que a filarmônica de New York está procurando novos integrantes. – Maitê disse um pouco alto por conta da música. A musicista tinha um braço no encosto da cadeira de Zoe e segurava um copo de vodka. – Eles vão começar os testes na semana que vem.
Dulce olhou curiosa para a amiga. Não tinha considerado voltar para a filarmônica tão cedo, não quando sua cabeça estava cheia de prioridades no momento, a verdade é que ela mal sabia se estava disposta a voltar a tocar profissionalmente.
- Pensei que estávamos aqui para nos divertir. – comentou desviando o assunto e recebeu um cutucão no braço direito. Então seus olhos focalizaram o que ela não estava esperando naquela noite. – Oh, não. – sentiu seu peito se encher quando viu a loira de olhos azuis atravessando toda desengonçada a multidão com uma Emma segurando seu braço.
Maitê e Zoe seguiram o olhar de Dulce e prenderam o riso quando viram a cena. Emma parecia mais a mãe de Anahi dando bronca e empurrando quem mexesse com ela, pois Anahi estava levemente alcoolizada.
- Que coincidência do destino. – brincou Zoe, mas recebeu um olhar fuzilante de Dulce. – O que?
- Vocês sabiam disso, não é? – Dulce massageou as têmporas, agora ela tinha certeza que tinham armado para ela. – Não me prepararam pra isso, droga! Eu vou matar vocês.
- Hey, você! – Anahi finalmente chegou até elas com um sorriso bêbado, mal parecia incomodada com a presença de Dulce. Ela estava diferente, parecia mais jovem e as roupas que usava lembrava a Anahí da adolescência. Um short jeans, coturnos, camisa preta com estampas brancas e a jaqueta de couro. O cabelo estava mais repicado e jogado de lado. Dulce quase caiu da cadeira. – Por que não estou surpresa de encontrar vocês aqui?
De longe era possível sentir o bafo de álcool de Anahi. Maitê olhou com interrogação para Emma , mas a mesma apenas deu de ombros e fez Anahi sentar na cadeira ao lado de Dulce.
- Logo que chegamos ela correu até o bar, não tive como segurar porque como vocês podem ver, Anahi é um dinossauro perto de mim.
À menção de dinossauro, os olhos de Anahí se arregalaram e ela rapidamente se virou para Dulce.
- Ethan não para de falar sobre a caixinha de música, Dul. – ela sorriu bobamente e ganhou um sorriso da mais nova. – Obrigada, você é incrível.
Dulce corou com o comentário e recebeu olhares sugestivos das outras mulheres da mesa.
- Eu fico feliz de compartilhar algo especial com Ethan. – Dulce foi doce ao dizer tais palavras, não era atoa que seu coração amolecia na presença de seu amor. – Você está muito bonita.
Emma fez alguns sinais estranhos para Zoe e Maitê por trás de Anahí enquanto as duas mulheres estavam distraídas numa conversa informal e saiu em busca de Santana. Prendeu a respiração ao entrou novamente no meio das pessoas sendo empurrada como uma bolinha de ping pong e dizendo alto que era da policia e que prenderia cada um por desacato a autoridade. Não demorou muito até chegar à cabine de Santana, a mulher segurava uma parte do fone nos ouvidos e mexia o corpo no ritmo da música latina.
- Está tudo dentro dos conformes. – deu positivo ao gritar para que Santana a ouvisse. – Tirando a parte em que sua querida cunhada decidiu se embebedar.
Santana revirou os olhos.
- O que fazemos agora?
- Como o que fazemos agora? Você é a DJ, mexa nessas coisas cheias de botões e coloque uma música pra abalar os sentimentos daquelas duas.
A DJ pareceu pensar por um momento antes de voltar para o mixer e trocar a música.
Esta noche no entregaré el corazón
No confundiré el amor con la pasión
No quiero saber de engaños que me hacen sentir
Desilusionada, luego de entregarme abandonada
No estaré loca pérdida por un hombre
Que no tiene nada para darme solo un duro corazón
Emma estreitou os olhos para Santana quando RBD começou a tocar na boate. As pessoas gritaram em aprovação e levantaram os braços animadas acompanhando o ritmo da música.
- Sério? – Emma perguntou como se a DJ fosse retardada.
- O que? RBD era clássico na nossa adolescência, ok? Ok. – deu um sorrisinho cínico para Emma . – Eu tenho tudo sob controle, apenas dê o sinal para Maitê e Zoe.
Do outro lado da boate o celular de Maitê acendeu na mesa revelando uma mensagem de Emma.
- As rosas estão prontas? – Maitê leu a mensagem para Zoe . – Esse é o sinal dela?
Money, money, si no hay money, money no
No tendrás ni mi numero de teléfono
Que pagué con lágrimas el dolor
Y en mí, solo el pobre corazón
Y hoy sé que no quiero hablar de amor
Sin hacerme llorar, anyway
Dulce e Anahí que estavam envoltas em uma conversa sútil sobre Ethan, onde Dulce era quem falava sobre o desenvolvimento do menino nas aulas de músicas e Anahi ouvia tudo com o máximo de atenção que o sangue em suas veias permitia. Elas notaram quando Maitê e Zoe ficarem em pé avisando que estavam indo dançar na pista e que elas deveriam fazer o mesmo.
O casal saiu deixando a decisão entre as duas mulheres na mesa. Dulce não costumava dançar músicas agitadas por saber que era totalmente desengonçada, mas a ideia de ser desengonçada com Anahi lhe atraía completamente. Pela primeira vez elas estavam conversando sem restrições e por mais que esse fosse o efeito da bebida de Anahí, Dulce queria mais disso. Ela queria aproveitar cada momento que pudesse ter com Anahi e torná-los eternos.
Ya no quiero llorar, ya no quiero llorar
Ya no quiero llorar, ya no quiero llorar
Ya no quiero llorar, ya no quiero llorar
Y esta noche la sacaré para bailar
- Você quer dançar? – Anahi interrompeu toda a linha de raciocino de Dulce. Nos lábios o famoso sorriso bêbado que tinha estado ali desde que chegara. –
- Eu não sei se sou boa nisso.
- Está brincando? Nós costumávamos ter nossas próprias danças, Dul. – Anahi não percebeu quando disse, ela mal estava raciocinando direito, mas Dulce sim e lembrar-se das danças românticas que costumavam ter não era o melhor jeito de terminar a noite.
- Tudo bem, mas eu já vou avisando que vou pisar no seu pé. – disse divertida e levantou com Anahi.
Siente como la música vuela
Llevamos en mis sentimientos en un viaje y tú
Sientes como mi corazón se congela
Y se pone fríamente calculado cuando tú
Siente como la música vuela
Llevamos en mis sentimientos en un viaje y tú
Sientes como mi corazón se congela
Y se pone fríamente calculado cuando tú
Quieres hacerme llorar y ya no voy a llorar
Elas caminharam até a pista de dança procurando um lado que não estivesse tão cheio, era Anahi quem guiava Dulce a puxando levemente pelo braço. Era quase impossível encontrar Maitê e Zoe naquele escuro e no meio de tantas pessoas, então encontraram um lugarzinho mais vazio e assim começaram a dançar de mãos dadas. É claro que elas riam do jeito bêbado de Anahí e nas pisadas de Dulce na loira, e isso as divertia. Era tão fácil estar uma com a outra que o resto se tornava um mero detalhe.
Esta noche tomaré tu corazón
Busco sacarlo de la obscura prisión
Luego de bailar contigo yo te haré sentir
Tanto amo que olvidaras la pena y yo
Ten cuidado digo que te quiero, que me muero
Por tenerte a mi lado bailando este reggaeton
Elas mal tinham começado a dançar e a música foi remixada para outra. Algumas pessoas reclamaram, inclusive Anahi que tinha encontrado seu ritmo. Quando a próxima música começou, Dulce deu um passo para trás com a boca aberta desejando correr dali, ela conhecia aquela música e por dentro estava jurando suas amigas de morte. Anahí, que não estava entendendo nada sobre a reação de Dulce, a puxou pelas mãos para que se aproximassem mais como os casais que se formavam na pista de dança sem noção do que estava realmente fazendo, ela só sabia que queria isso.
Dime si es verdad.
Diga-me se isso é verdade
Me dijeron que te estas casando
Me disseram que esta se casando
Tú no sabes como estoy sufriendo
Você não sabe como eu estou sofrendo
Esto te lo tengo que decir
Isto que eu tenho a te dizer
Dulce olhou para a cabine do DJ e viu Santana e Emma acenando para ela de lá de cima. Ela só poderia ter jogado pedra na cruz para estar nessa situação. Vencida e cansada de seguir regras, Dulce passou o braço direito com firmeza pela cintura de Anahí e colou seus corpos deixando os olhares presos enquanto sua mão esquerda se entrelaçava com a direita da loira.
Cuéntame
Me diz
Tu despedida para mi fue dura
Sua despedida para mim foi difícil
Será que él te llevo a la luna
Será que ele te levou a Lua
Y yo no supe hacerlo así
E eu não soube fazer isso
Sem dizer mais nada, Dulce começou a conduzir a dança em uma dança quase sensual. Seus corpos criando um atrito gostoso que estava mexendo com a sanidade de Anahí. A loira girou a mais nova e a trouxe de volta com possessividade, os olhos azulados gritavam dominância sobre os castanhos.
Te estaba buscando
Eu estava te procurando
Por las calles gritando
Nas ruas gritando
Esto me está matando oh no
Isso está me matando, oh não
Te estaba buscando
Eu estava te procurando
Por las calles gritando
No ruas gritando
Como un loco tomando oh
Como um louco me tornando, oh
Sem pensar muito, Anahí virou Dulce contra seu corpo e a abraçou por trás, suspirando quando as mãos de Dulce fizeram o caminho de seus braços até as mãos as entrelaçando em sua barriga. Anahí gostava disso, sentia falta de estar no poder, sentia falta principalmente de estar no poder com Dulce. Talvez fosse de propósito que Dulce rebolava a bun/da contra seu ventre causando os vários tipos de sensações que o desejo proibido pode causar.
Es que yo sin ti
Sou eu sem você
Y tú sin mí
E você sem mim
Dime quién puede ser feliz
Diga-me quem pode ser feliz
Eso no me gusta
Eu não gosto
Eso no me gusta
Eu não gosto
Dulce girou outra vez e abraçou o ombro de Anahi, corando logo em seguida pela forma que estava sendo observada.
- Pare com isso. – sorriu tímida e abaixou os olhos.
- Com o que? – Anahi também sorriu procurando o olhar de Dulce.
Seus rostos estavam praticamente colados, as respirações entrelaçadas e os sorrisos tímidos marcando a inocência do amor de ambas.
- Está me encarando. – Dulce procurava de todas as formas não olhar nos olhos azulados, mas quando Anahi encostou suas testas, o sorriso ainda presente no rosto e o abraço gostoso em sua cintura, foi impossível se conter.
- Você é muito bonita. – observou Anahí não deixando que seus olhos perdessem o contato.
Y aunque tu padre no aprobó esta relación
E embora seu pai não aprove esta relação
Yo sigo insistiendo a pedir perdón
Eu continuo insistindo em pedir desculpas
Lo único que importa está en tu corazón
Tudo o que importa é o seu coração
Ao chegar nessa parte da música a cabeça de Anahi fez um click e ela teve uma pequena noção da realidade. Por poucos segundos, pois logo estava puxando Dulce para fora da boate.
- Onde estamos indo? – Dulce questionou confusa quando chegaram à rua escura e silenciosa. Já era madrugada e o som da música alta podia ser ouvido lá de fora.
- Eu quero ir à praia, você vem? – Anahi pediu com a voz um tanto enrolada.
É claro que Dulce não deixaria Anahi caminhar sozinha uma hora dessas com as roupas que estava usando, e agradeceu mentalmente pelo clima não estar tão frio.
- Venha, vamos atravessar. – Dulce deu um empurrãozinho em Anahí para que a loira atravessasse a rua.
Automaticamente elas deram-se as mãos, seja por segurança, por um hábito esquecido, foi apenas um gesto natural e inocente que as fez caminhar de mãos dadas por todo o trajeto.
- Eu estou muito cansada e a música alta estava me dando dor de cabeça. – Anahi iniciou o assunto quebrando o silêncio enquanto caminhavam. – Faz um bom tempo desde que fiquei bêbada pela última vez.
- Você odeia ficar bêbada, Anahi. – Dulce disse naturalmente. – Só faz quando precisa fugir de algo.
Anahí ficou em silêncio absorvendo as informações.
- Eu não tenho tido muito tempo... Você sabe, mesmo estando de férias ainda preciso ocupar minha cabeça com o trabalho, e tem o Ethan.
- E Alfonso. – completou Dulce.
- E Alfonso. – Anahi repetiu, suspirando alto em seguida. – Minha vida gira em torno de trabalho, Ethan, Alfonso, trabalho... Ethan. – desviou os olhos para Dulce ao seu lado. – Você.
Dulce prendeu a respiração e nada respondeu sobre o assunto. Anahí estava bêbada e não sabia que estava dizendo, ela não precisava se machucar agora entrando em tal assunto para amanhã ser algo de que apenas ela se lembraria.
- Sabe, mesmo que não acredite em mim eu passei anos acompanhando seus passos. – refletiu. As pequenas ondas cortavam o vento e formavam um som gostoso de ser apreciado. Agora elas caminhavam lado a lado, mas sem dar as mãos. – Lembra quando você derrubou as partituras no show de São Francisco?
Dulce abriu a boca em choque, seu coração mal podia se conter com a ideia de ter tido Anahi tão próxima a si.
- Você esteve lá?
- Não, eu não estive. – Anahi admitiu. – Mas, Emma esteve e eu acompanhei tudo pelo Skype. – ela riu ao lembrar-se. – Era assim em quase todas as apresentações. – chegaram a um conjunto de pedras de frente ao mar e Anahi subiu em uma delas com a ajuda de Dulce. Elas sentaram lado a lado recebendo a brisa da noite e observando a quebra das ondas. – Eu ainda me lembro de quando você chorou naquele programa de TV quando perguntaram sobre seu pai, foi uma das coisas mais bonitas que você disse sobre ele, Dul.
Quebrada. Era assim que Dulce estava ao ouvir aquelas palavras, mas Anahí estava tão concentrada em sua própria reflexão que não percebeu o efeito que estava causando na mais nova.
- Eu ainda tenho os recortes de jornais e manchetes sobre você. A crítica do The New York Times foi a que alavancou sua carreira, ela é uma das minhas preferidas. – ficou em silêncio apreciando o som das ondas por um tempo, e quando desviou os olhos para Dulce, os viu marejados. – Eu nunca deixei de me importar, Dulce. Eu nunca deixei você ir, pelo menos não de verdade. – Dulce assentiu, mas não desviou os olhos do mar. Franziu o cenho procurando lembrar-se das palavras mesmo com a mente um tanto bagunçada. – Se olho para essas lajes, vejo nelas gravadas as suas feições! Em cada nuvem, em cada árvore, na escuridão da noite, refletida de dia em cada objeto, por toda a parte eu vejo a tua imagem. Nos rostos mais vulgares dos homens e mulheres, até as minhas feições me enganam com a semelhança. O mundo inteiro é uma terrível testemunha de que um dia ela realmente existiu, e eu a perdi para sempre.
Dulce olhou intrigada para Anahí, uma lágrima solitária escorrendo em seu rosto.
- O morro dos ventos uivantes.
- Sim. Eu me apeguei a coisas que lembrasse você quando parti. Passei dias me torturando com a leitura e por fim encontrei essa frase que trago comigo desde então. – o álcool estava lhe dando tanta coragem que mal podia tirar os olhos de Dulce. A luz do luar refletindo no rosto de Dulce criava a imagem perfeita de uma ilusão. - Olhar pra você me faz reviver os dias mais felizes da minha vida.
Era isso. Anahí tinha ultrapassado todos os limites estabelecidos. Talvez elas tivessem essa conversa outra hora, quando Anahí pudesse dizer coisas coerentes para o momento e que se lembrasse no outro dia. Quando Dulce poderia se abrir sem medo de ser esquecida.
*****
****
***
Encontrar Emma, Santana, Maitê ou Zoe foi impossível. Concidentemente todos os celulares estavam desligados e Dulce não apareceria no apartamento de Alfonso com a noiva do advogado bêbada correndo o risco de dizer algo que as comprometesse. Resultado? Dulce levou Anahí para o rancho rezando o pai nosso para que Belinda não estivesse por lá. E para sua sorte não estava. Foi quase impossível tirar uma Anahí sonolenta do banco do passageiro e para isso Dulce precisou de muita paciência extra.
- Eu consigo subir sozinha, Dul. – reclamou quando Dulce tentou ajudá-la a subir as escadas, mas acabou errando um degrau.
- É, estou vendo mesmo. – Dulce riu. – Vamos supermulher, vamos tirar essa roupa e deitar.
Sing me to sleep
Sing me to sleep
I'm tired and I
I want to go to bed
Sing me to sleep
Sing me to sleep
Quando Dulce fez menção de abrir a porta do quarto de hospedes, Anahi fez uma careta e saiu caminhando em direção à suíte.
- O que pensa que está fazendo? – Dulce riu quando viu Anahi se jogar na cama de casal. – Nós não vamos dormir na mesma cama, Anahi. – a loira não fez menção de se mexer, então Dulce se deu por vencida. – Ugh, ok. Eu durmo no quarto de hóspedes.
- duuuuuulllll. – Anahí resmungou virando o corpo e ficando de barriga para cima. – Deita aqui comigo, nós não vamos fazer nada, eu juro!
And then leave me alone
Don't try to wake me in the morning
'Cause I will be gone
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I will feel so glad to go
Dulce cruzou os braços em frente à cama e cerrou os olhos para a loira birrenta e esta aproveitou o momento para fazer um bico engraçado que acabou fazendo Anahi rir.
- Ok, mas só porque você pode cair da cama se dormir sozinha. – brincou e foi agarrada pelas mãos de Anahí que a puxaram com força para a cama. – Anahi! Eu vou tomar banho ainda, me solte.
Como um gatinho manhoso, Anahí aconchegou seu corpo ao de Dulce e puxou a coberta por cima delas.
- Não vai não, eu não posso ficar sozinha, lembra? – disse com a voz abafada pelo pescoço de Dulce. – Agora vamos dormir.
Sing me to sleep
Sing me to sleep
I don't want to wake up
On my own anymore
Sing to me
Sing to me
- Anahí! – Dulce chamou, mas estava presa pelos braços firmes. Aquela não era a posição que ela pretendia dormir com Anahi, seu coração mal parava quieto com a respiração quente batendo em seu pescoço. – Vamos estabelecer alguns limites aqui.
- Não.
- Anahí.
- Não.
- Você é muito chata, sabia?
- Sabia.
- Runpf.
I don't want to wake up
On my own anymore
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I really want to go
Ficaram em silêncio. Dulce olhando para o teto e com o corpo tenso e Anahí com a cabeça enfiada no pescoço da menor. A porta da sacada estava aberta e a lua iluminava boa parte do quarto, o vento esvoaçava a cortina branca e as batidas dos corações dançavam juntas.
- Dul. – Anahí chamou depois de um tempo.
- Hm?
- Eu gosto da parede vermelha.
- Vamos dormir, Anahí.
- Mas, eu gosto do vermelho.
Dulce engoliu em seco e deu um beijo demorado no topo da cabeça de Anahi, começando a fazer carinho em seus cabelos caramelos.
- Eu também, Anahí. Eu também.
Silêncio.
- Dul?
- O quê, Anahí? – Dulce perguntou paciente.
- Você ainda vai me amar amanhã de manhã?
There is another world
There is a better world
Well, there must be
Well, there must be
Bye bye
Dulce congelou com os dizeres. A mesma frase que costumavam usar quando se falavam por telefone ou Skype.
- Até depois.
**************
~Primeira música: - Money Money - RBD
Música que elas dançam: El Perdón - Enrique Inglesias
Última música: Asleep - The Smiths
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Abrir os olhos e receber a claridade pela janela foi como ser atingida direto na cabeça por adagas. Ela já havia se esquecido da sensação ao acordar de manhã após uma noite com o álcool dominando seu sangue, o peso em sua cabeça, a falta de reflexo e a dor no corpo. O quarto não estava tão claro ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 74
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00
Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK
Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54
Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs
-
Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41
EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3
-
lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24
parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas
-
Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23
MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO
Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46
Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.
-
ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27
Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc
-
siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42
Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!
-
Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06
PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs
-
Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19
Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.
-
Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12
Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu
-
laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10
Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo