Fanfics Brasil - Capítulo 39 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 39

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Abrir os olhos e receber a claridade pela janela foi como ser atingida direto na cabeça por adagas.  Ela já havia se esquecido da sensação ao acordar de manhã após uma noite com o álcool dominando seu sangue, o peso em sua cabeça, a falta de reflexo e a dor no corpo. O quarto não estava tão claro, as cortinas estavam fechadas bloqueando parte da luz, mas ainda sim a sensação de ter sido atropelada por um caminhão estava presente.



Anahí piscou algumas vezes até se dar conta de que estava deitada de barriga para cima, pernas e braços abertos na cama de casal como a pessoa mais espaçosa do mundo. Notou também que, não sabia se felizmente ou infelizmente, estava no quarto de Dulce devido á parede vermelha expondo todos os sonhos compartilhados e interrompidos do passado. Naquele momento não havia espaço para arrependimentos em sua cabeça. Anahí sentou desejando não tê-lo feito ao sentir uma pontada forte na cabeça. Maldita bebida. Maldita Santana. Maldita balada. Coçou os olhos com as costas das mãos e observou tudo ao seu redor; o quarto estava impecavelmente arrumado, tudo estava em seu devido lugar, exceto Dulce. Ela não estava na cama e muito menos parada de frente para a cama exigindo explicações sobre a noite passada como Anahi imaginou que seria, pelo contrário, pois para a surpresa de Anahi, havia uma mesinha desmontável ao lado de um sofá com uma bandeja cheia de waffles e um copo descartável de café para a viagem.



Ao que tudo indica, Dulce tinha deixado a cama cedo para buscar seu café da manhã.



Novamente a ânsia de vômito a atingiu em cheio e por pouco não precisou correr até o banheiro.



No cantinho do prato havia um cartãozinho que dizia: Continuam sendo seus preferidos? (:. E como se não fosse o suficiente, em cima do criado mudo estavam algumas roupas dobradas e uma cartela de analgésico com outro bilhete que dizia: Liguei para Alfonso e avisei que você estava em minha casa. Ele pediu que você se tranquilizasse quanto a Ethan e que voltasse quando estivesse se sentindo bem. Aqui estão algumas roupas que podem servir em você, tome um banho, e descanse. Vou até a cidade buscar nosso café da manhã. Xx PS: Deixei uma escova de dente na pia do banheiro, ela está fechada e pronta para ser sua (:



Pontos para Dulce.



Aos resmungos, Anahi conseguiu sair da cama e caminhou até o banheiro para um longo banho quente, deixando que a água levasse embora todas as impurezas acumuladas em seu corpo desde a noite passada. As roupas de Dulce serviram apesar de Dulce  ser alguns centímetros menor; uma camisa branca de manga curta e uma calça preta apertada. Anahí calçou os coturnos e penteou os cabelos molhados deixando-se relaxar com o vapor quente do banheiro. Era apenas Dulce, uma das pessoas mais doces que já conheceu, a garota do piano, do livro velho intitulado Morro dos ventos uivantes, a garota que tinha o sorriso mais belo entre os anjos. Essa mesma garota que se tornou uma mulher segura e um pouco fria. A mulher que, mais uma vez, estava tomando o coração de Anahí para si.



Após o banho tomado, estômago cheio e o remédio começando a fazer efeito, Anahi decidiu que era hora de procurar por Dulce e pedir uma carona para casa. A casa estava totalmente silenciosa em todos os cômodos, e ainda sim, totalmente confortável. Reparando agora, Anahi teve certeza de que aquela casa era a descrição de Dulce. Cada simples detalhe estava milimetricamente em seu lugar, os móveis não gritavam por luxo ainda que fossem caros e o conforto fazia Anahi desejar morar naquela casa como desejou um dia.



Quando abriu a porta da frente, Anahi foi recebida por uma maravilhosa manhã de domingo com direito ao canto dos pássaros e o delicioso cheiro de natureza. O Honda Accord estava estacionado em baixo de uma árvore torta. Anahí caminhou pelo gramado fofo até o estábulo e não se surpreendeu ao encontrar Dulce preparando a cela no mesmo cavalo de pelagem negra do outro dia, assim como as roupas. Anahí não deixou de notar o quão sexy era Dulce naquelas roupas cuidando de seu cavalo, não lembrava nem de longe a tímida Dulce Savinon que fazia música com o coração.





Quando Dulce notou a presença de Anahí, não deixou de abrir um lindo sorriso espontâneo simplesmente por saber que Anahi não tinha fugido como imaginava, ainda que a insegurança a dominasse devido à noite passada.



- Hey, você acordou. – virou-se completamente para uma Anahí tímida. O quão bonita ela poderia ser de manhã com o rosto corado? Dulce sentia falta de vê-la acordar e receber a imensidão azuladas que eram os olhos dela.



- É, eu acho que sim. – Anahí riu de sua própria situação. As olheiras ainda deviam estar lá e era preciso apertar os olhos devido ao sol. – Obrigada pelas roupas, - olhou para si mesma mostrando que tinham servido. – pelo café da manhã e pelo remédio. Você acertou em tudo.



Dulce corou ainda mais e abaixou a cabeça contendo um sorriso tímido, uma das coisas mais lindas que Anahí já vira.



- Eu conheço você, Anahi. – a encarou passando a veracidade das palavras, Anahi assentiu. – Está melhor? Se lembra de alguma coisa?



- Bem melhor, obrigada mais uma vez. – disse analisando o cavalo que parecia muito mais interessante. – O que exatamente eu deveria me lembrar?



Dulce torceu os lábios decepcionada por Anahí não se lembrar. Não que fosse uma surpresa, ela estava bêbada o suficiente para esquecer por completo a noite passada, mas a esperança nunca a deixou, não depois da enxurrada de sentimentos a que foi submetida com a confissão da loira.



- Nada. Nada realmente. – balançou a cabeça espantando tais pensamentos. Anahí franziu o cenho confusa com a atitude de Dulce. – Será que você gostaria de cavalgar comigo? Preciso buscar os cavalos no campo e ter uma companhia seria ótimo.



A ideia de andar a cavalo depois de tanto tempo animou Anahí . Ela amava cavalga no haras de Miami com seus irmãos quando mais nova e a ideia não era nada mal agora se não fosse por seu filho a esperando em casa.



Ela tinha responsabilidades agora.



- Eu adoraria, Dulce. Mas, eu preciso ir para casa, Ethan deve ter chego e vai ficar manhoso com Alfonso se eu não estiver...



- Anahí, é domingo de manhã. Ethan ainda está na casa de Taylor dormindo com Adam. – Dulce a tranquilizou. – Eu prometo que a levo para casa assim que retornarmos, mas eu realmente preciso buscar os cavalos. - Anahi pendeu a cabeça considerando os prós e contras, mas não tardou a aceitar com um sorriso. – Ótimo, você pode ir comigo no Léo e voltar em outro, ok?



Anahí concordou e assistiu Dulce entrar apressada no estábulo em busca de outra cela, que prendeu na bolsa que levava pendurada na cela de Léo. Em suas mãos um chapéu preto que Dulce fez questão de por na cabeça de Anahi com cuidado, sorrindo logo em seguida por não ver reprovação nos olhos da advogada.



- Pronto. – disse quando num impulso subiu no cavalo.



- Por que você tem que ir na frente? – Anahi contestou cruzando os braços acima dos seios enquanto assistia Dulce dar voltinhas com Léo. – Eu costumava ir na frente quando andávamos a cavalo, e pelo que eu me lembre, você tinha medo como uma criancinha.



Dulce cerrou os olhos em brincadeira e estendeu a mão para ajudar Anahí a subir.



- Talvez porque os cavalos sejam meus, assim como o rancho. – riu, mas seu sorriso morreu quando precisou engolir em seco ao sentir os braços de Anahí rodearem sua cintura. – Você continua a mesma reclamona de sempre, sabia? – brincando olhando por trás do ombro e recebeu um cutucão na costela.



- Vamos logo com isso antes que eu decida pegar as rédeas de você, Savinon.



- Está me desafiando para uma corrida, Anie? – Dulce foi irônica quando Léo começou a cavalgar devagar até a estrada que ligava o rancho ao campo.



- Não sei se você é realmente boa nisso. – brincou Anahí encostando a testa nas costas de Dulce. – Será que eu vou descobrir?



- Você não deveria ter dito isso, Anahí Giovanna.



Elas riram.



- E Dulce? – Anahí a chamou quando Dulce segurou as rédeas com mais firmeza. Dulce fez um som nasal e esperou pela resposta. – Eu me lembro.



Say you love me to my face



I need it more than your embrace



Just say you want me, that's all it takes



Heart's getting thorn from your mistakes



Foi o que bastou para o coração de Dulce disparar a mil, assim como Léo quando ganharam a estrada plana. Anahí se lembrava da noite passada e ainda estava ali com ela, abraçada ao seu corpo como num encaixe perfeito. Anahí se lembrava e não tinha fugido.



Ela tinha ficado.



"Querida Anahi,



Em primeiro lugar devo lhe pedir perdão pelo tempo que passei sem escrever, meu quadro de saúde tem piorado e eu precisei voltar para o hospital. Não acho que tenho muito tempo, aos poucos posso sentir o enfraquecer do meu coração cansado. Em sua última carta você me contou que decidiu dar uma chance ao garoto Alfonso e eu não me oponho a isso. Algumas vezes é necessário seguir em frente para que possamos encontrar nosso caminho. É preciso saber como é viver sem o amor de sua vida."



'Cause I don't wanna fall in love



If you don't wanna try



But all that I've been thinking of



Is maybe that you're mine



Baby it looks as though we're running out of words to say



And love's floating away



Léo cavalgava rapidamente pelo campo aberto agora, as árvores distantes cercavam o rancho de Dulce e um grupo de pássaros voava na mesma direção. O vento esvoaçava os cabelos das mulheres e Anahi não podia deixar de rir por ser uma boba apaixonada. Por estar se sentindo tão livre em cima de um cavalo negro e com os braços envoltos de seu amor. Era como estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe.



"Muitas vezes na vida precisamos sacrificar coisas das quais não nos imaginamos viver sem exatamente pelo mesmo motivo. É como diz aquela frase, se você tem um pássaro, deixe-o voar, se é para ser teu ele voltará. Eu, como um homem que presenciou muitas coisas nessa vida, acredito cegamente que o destino tem essa coisa de brincar com a gente. Ele nos leva a loucura em poucos instantes somente pelo fato de estar nos braços da pessoa amada."



Se elas quisessem, poderia fugir naquele instante. Poderiam desaparecer no mundo e viver aquele amor proibido como duas amantes indomáveis. Elas estavam ali, correndo contra o tempo em direção ao horizonte como se fugissem da ampulheta que insistia em lhes dizer que o tempo estava acabando.



Just say you love me, just for today



And don't give me time 'cause that's not the same



Want to feel burning flames when you say my name



"Eu não sei se ainda estarei vivo quando sua resposta chegar, não sei quanto tempo de vida mais eu tenho, então se há um pedido que eu possa fazer, é que você viva. Viva cada momento como se fosse seu último suspiro, não tenha medo do que os outros vão pensar ou de machucar outra pessoa. Viva por você. Seja feliz. Se há algo para ser arriscado, arrisque! Se jogue de cabeça. O máximo que pode acontecer é outra cicatriz, junto há outras tantas que contam sua história."



Dulce deixou que sua mão esquerda se entrelaçasse com a de Anahí em seu estômago. Seu corpo todo se arrepiou ao sentir os lábios de Anahí se arrastarem em sua nuca, não eram beijos, apenas um encostar dos lábios carnudos na pele clara, como se esse ato pudesse conectá-las para sempre.



Want to feel passion flow into my bones



Like blood through my veins



"Eu sei que Dulce ainda ama você. Ela sempre vai. Ela ama o que vocês tiveram, você foi o primeiro amor dela, Anahí. Talvez não seja o último, mas isso não a impede de amá-la. Eu sei que o tempo vai lhes mostrar o caminho, e espero que quando isso acontecer, você não fuja dele. Uma vez Dulce me disse que o que vocês tiveram foi como a música mais linda que ela já compôs. Talvez essa música ainda esteja lá, trancada em alguma gaveta velha a espera de ser tocada novamente. Você ainda se lembra da melodia?



Com amor, Fernando."



Elas passaram boa parte da manhã reunindo os cavalos com Léo e no fim Anahí acabou escolhendo o de pelagem branca para dar contraste ao de Dulce. Elas apostaram corrida na volta e a Dulce deixou que Anahi ganhasse apenas pelo prazer de vê-la sorrir.



- Você é melhor do que eu imaginava. – zombou Anahí rodeando Dulce e Léo com seu cavalo. – Já pensou em abrir um Haras?



Dulce negou com a cabeça e desceu do cavalo.



- Eu sou musicista, Anahi. Cavalos são apenas um hobbie, uma paixão que tenho desde pequena.



'Cause I don't wanna fall in love



If you don't wanna try



But all that I've been thinking of



Is maybe that you're mine



Baby it looks as though we're running out of words to say



And love's floating away



- Dul, você consegue ser boa em tudo o que faz. – comentou Anahi inocente, mas recebeu um olhar agradecido de Dulce quando entraram no rancho em busca das roupas da noite passada de Anahí. – Você se arrepende de ter deixado a música?



- Não realmente. – deu de ombros e entregou uma sacola branca para Anahí. – Quando tomei essa decisão, foi mais por mim do que qualquer outra coisa. Minha mãe e minha irmã precisavam de mim por perto e as viagens não permitiam isso. – entraram no carro e Dulce girou a chave na ignição. – Eu realizei meu sonho, mas ao fazer isso não me senti completa. Eu me tornei fria, como um robô que só serve para tal coisa. Eu não sou assim, você sabe que eu não sou assim.



Anahí negou com a cabeça e repousou sua mão esquerda na perna de Dulce em sinal de conforto.



- É claro que você não é assim, Dul. Eu também conheço você. – disse e foi o suficiente para tranquilizar Dulce.



Elas eram assim, bastava pequenos toques e palavras para acalmar os corações.



Won't you stay?



Won't you stay?



Slowly slowly you run for me



But do you know me at all?



Some one told me love controls everything



But only if you know!!



- Eu tinha me esquecido de como você me faz bem. – riu Dulce. – Eu acho que tinha me esquecido de tudo. – sentiu os olhos marejados ao lembrar-se de sua antiga vida. – Quando você recitou Morro dos ventos uivantes ontem foi como se eu tivesse 18 anos outra vez, foi como se você ainda fosse minha e eu fosse sua.



As palavras desapareceram de Anahi com a confissão que recebera. Ela não estava preparada para tal coisa, não quando seu coração estava começando a se abrir novamente para uma chance entre ela e Dulce. As coisas precisavam ir devagar por mais que os dias para seu casamento se aproximassem mais rápido do que gostaria. Quando estavam apenas as duas, Anahí tinha certeza de que não hesitaria em passar o resto de seus dias ao lado de sua menina. Mas, ao chegar em casa, ao encontrar o pequeno Ethan que precisava ser cuidado e Alfonso com seu coração bondoso e todo seu amor por ela, Anahí sentia-se desarmada. Sempre fora uma pessoa insegura por si, a culpa dessa insegurança era de Enrique Portilla. Agora sua insegurança se redobrava uma vez que sua decisão machucaria Dulce ou Alfonso. Ela só não sabia qual valia a pena sua escolha no momento.



'Cause I don't wanna fall in love (no, no, no, no)



If you don't wanna try



But all that I've been thinking of



Is maybe that you're mine (mine, mine)



'Cause I don't wanna fall in love



If you don't wanna try



- Dulce, - cortou o silêncio que se instalou pelo resto do caminho ao chegarem à porta do prédio em que Anahí morava. Dulce a olhou com certa tristeza e Anahí não hesitou em segurar suas mãos virando o corpo para ela. – Eu ainda amo você, está me ouvindo? – viu os olhos cor de chocolate crescerem e brilharem. – Eu quero, mais do que nunca, viver com você naquele rancho, andar a cavalo todas as manhãs antes de ir para o trabalho, correr com Ethan pelo campo e dançar na sacada como na nossa primeira vez. Você se lembra daquele dia? Dulce, eu pedi a Deus para que fosse bonita para você naquele momento, eu queria que você gostasse do meu corpo e que eu não fizesse nada de errado. – limpou uma lágrima que escorreu no rosto de Dulce e beijou sua testa. – Eu sei que não é justo o que estou fazendo com você e principalmente com Alfonso. Nós sabemos que é errado enganá-lo dessa forma por mais que não tenhamos nos tocado, internamente nós sabemos que o estou traindo por amar você e deixar que me conquiste outra vez. A culpa é minha por deixar isso acontecer.



- Me desculpe, - Dulce pediu balançando a cabeça sentindo-se culpada. – Eu só queria ter você outra vez e não medi as consequências dos meus atos... Eu só queria que você se lembrasse de mim, de como você costumava se sentir quando estávamos juntas. De como éramos perfeitas...



- Dul... – Anahí encostou suas testas e as próximas palavras saíram sussurradas. – Você não precisa me conquistar, entende? Você fez isso há 6 anos. Nós ainda somos perfeitas juntas, eu percebi isso quando nos tratamos como se não tivéssemos construído outras vidas no tempo em que ficamos separadas. – fechou os olhos sentindo as lágrimas banharem seu rosto, era como se tivesse libertando as palavras que tanto a sufocavam. – Eu te amo, eu sou louca por você. Só me dê um tempo, ok? Eu sei que já a fiz esperar demais, mas me dê um tempo para ajeitar minha vida, eu preciso ter certeza do que estou fazendo no momento em que tomar minha decisão.



But all that I've been thinking of



Is maybe that you're mine



Baby it looks as though we're running out of words to say



And love's floating away



Won't you stay?



Won't you stay?



Dulce assentiu puxando Anahí para um abraço apertado, cheio de saudade, dor e um pedido mudo e desesperado para ser escolhida.



- Você quer jantar comigo e com Ethan na quarta? – a Anahí perguntou e Dulce rapidamente concordou. – Vamos ao The Village, o que acha?



O The Village. O lugar que costumava ser delas. Dulce mal podia soltar seus braços do pescoço de Anahí, ela amava estar ali e sentir seu cheiro maravilhoso.



- Eu acho perfeito. – respondeu com a voz abafada, recebendo uma risada em troca. – Até quarta, Anie.



- Até, Dul...



*****

****

***



Ao entrar no apartamento, Anahí foi surpreendida pela música I want to break free do Queen no volume máximo. Estanhando a música alta e não ter policia em seu apartamento, Anahí  arregalou os olhos ao ver Santana, Emma e Ethan de frente para o videogame dançando no espaço improvisado da sala. Ethan dançava desengonçado e gargalhava gostosamente dos movimentos difíceis, já Santana estava empenhada em fazer os movimentos certos e empurrar Ethan algumas vezes o provocando. Emma era a mais estranha, não que fosse uma novidade, ela fazia movimentos com as mãos, mas não tinha gingado com a cintura e as voltas que dava com o corpo eram sempre interrompidos por um tropeço.



Alfonso apareceu pela porta da cozinha usando uma camisa social aberta, bermuda e os chinelos, ele se divertia com as mulheres na sala e não abriu um sorriso largo ao ver Anahí.



- Que bom que chegou, meu amor. – ele disse aproximando-se de Anahí e a puxando para um beijo terno. Anahí sentiu como se fosse um beijo áspero, rapidamente seu coração bateu forte, odiando não poder sentir nada. Era como se estivesse cada dia mais afastada do rapaz. – Emma vai embora esta noite e queria se despedir de você, eu disse que ela podia ficar a vontade, mas... Não pensei que fosse tanto.



Eles riram e Anahí deixou-se ser abraçada pelo advogado. Não era o mesmo que abraçar Dulce nem de longe, os braços fortes e seguros de Alfonso não eram a morada certa para Anahí, não quando ela conheceu o calor do abraço quente e acolhedor de Dulce. Era isso, ela amava o corpo sensível e pequeno de sua amada, não o forte e firme de Alfonso.



- Eu conversei com a equipe do Buffet hoje, eles querem confirmar o Sushi que você pediu. – ele fez uma careta e conduziu a noiva até a mesa da sala de jantar. – Tem certeza que vamos por comida japonesa, amor? Você vai ser a única a comer isso. – ele riu e recebeu um tapa no ombro.



- Não seja idiota, Alfonso. – forçou um sorriso. Ela não sabia mais o que fazer, estava desesperada com a situação. – Eu acho melhor conversarmos sobre isso depois, preciso tirar meu filho de perto daquelas loucas. – deu um beijo nos cabelos do rapaz e correu até a sala o deixando confuso para trás.



Algo estava errado com Anahí e não era de hoje. No começo Alfonso pensou que poderia ser a questão mudança e o reencontro com suas antigas amigas, ele até tentou reaproximá-las, prova disso é ter permitido que ela passasse a noite na casa de Dulce.



Mas, analisando melhor, algo estava errado em seu casamento. Ela estava cada dia mais distante, não permitia que ele a tocasse e os beijos eram mínimos. Não havia mais fogo. Não havia mais emoção. Os momentos a sós eram raros agora, Anahi sempre arrumava um jeito de inserir Santana ou Ethan nesses momentos.



- Mommy! Mommy! Mommy! – Ethan gritou quando viu Anahi e correu em disparada até o colo da mãe. – A tia Taylor me trouxe para casa e você não estava. A tia Santana disse que você estava com a tia Dulce, e você não me levou.



Ele cruzou os braços fazendo um bico e recebeu um beijo demorado no rosto de Anahí. Ela amava sentir o cheiro do pequeno garoto, amava senti-lo em seus braços e amava mais ainda quando ele era carinhoso, o que era na maior parte do tempo. Santana dizia para Emma que nunca viu uma criança com tantas tias como aquela.



- A mamãe foi em uma festa do pijama das meninas, meu bebê. Você queria ir?



Ethan colocou a língua para fora e riu.



- Ew, não mamãe. Eu sou menino e meninos não vão em festas do pijama. A tia Dulce falo de mim?



- Falou. – Anahí o corrigiu. – E sim, ela falou de você, amor. Ela disse que sente sua falta e que um dia vai te levar para andar a cavalos.



O garoto bateu palmas e se contorceu nos braços da mãe até ser posto no chão.



- Você viu, tio Poncho? Eu vou andar de cavalo! – e pulou agora nos braços de Alfonso.



- Eu vi sim, campeão. – o advogado sentou Ethan em seu ombro. – Você sabe andar a cavalo? Eu vou ensinar você um dia. O que acha de jogar videogame agora?



E os dois saíram correndo para o quarto do menino onde tinha um Playstation. Anahí não gostava da ideia de Ethan ter videogame tão cedo, mas foi impossível conter seu noivo quando ele apareceu com o embrulho no aniversário do garoto.



- Eu juro que seu noivo me lembra alguém de novela, não sei por quê. – Emma comentou jogada no sofá.



- Você precisa ver quando os dois estão nos amassos na sala, Anahí parece o homem da relação. – Santana contou e ganhou uma gargalhada maldosa de Emma.



Anahí  revirou os olhos e jogou uma almofada em cada uma. As duas mulheres se calaram e começaram a encarar Anahí a espera de algo épico.



- E então? – Emma  perguntou impaciente.



- Então o que? – Anahí arqueou as sobrancelhas.



Santana rolou os olhos e sentou no braço do sofá.



- Você passa a noite na casa da Savinon e acha que não tem nada para contar?



Anahí sentiu vontade de jogar as duas pela janela ao se lembrar que foram elas que planejaram a noite passada.



- Não tem nada para contar, apenas não se metam na minha vida. – se afundou no sofá e começou a procurar algum canal de bom na TV.



- Sério? Você está usando as roupas dela, com os olhos brilhantes e acha mesmo que não vamos acreditar nessa de não tem nada para contar? – Emma pressionou e recebeu concordância de Santana.



- Não aconteceu nada! – Anahí quase gritou e arrependeu-se logo em seguida. – Não aconteceu nada, só não se intrometam mais na minha vida, por favor. Eu sei que as intenções de vocês são boas, mas isso é entre Dulce e eu.



Emma ficou olhando Anahí  sem expressão alguma por um bom tempo, até por fim dizer:



- Só não espere o dia do seu casamento para tomar a decisão.



*****

****

***



Dulce sabia que mais cedo ou mais tarde encontraria Belinda naquele dia. A loira nunca deixava de visitá-la nos finais de semana e foi quase como que um milagre não ter chego enquanto Anahí ainda estava por lá. Ao entrar na casa pôde sentir o cheiro de café preencher suas narinas, suspirou e fechou a porta anunciando sua chegada. Não demorou muito até que Belinda aparecesse com um vestidinho amarelo, cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito e um pano de prato nas mãos. Dulce odiava essa invasão de privacidade, odiava chegar em casa e sempre encontra-la por lá, mexendo em sua cozinha, dormindo em seu quarto, agindo como se fossem casadas.



- Cheguei em casa e você não estava. – ela disse e se recostou ao batente da porta. – Onde estava?



- Saí para dar uma volta. – mentiu, Belinda não precisava saber de seus passos. – O que está fazendo aqui?



A loira franziu o cenho como se não entendesse sua pergunta.



- Vim passar meu tempo com você, oras. Senti sua falta. – quando puxou Dulce pela camisa, foi barrada pelas mãos de Dulce que seguraram seus pulsos. – O que houve?



- Não vamos mais fazer isso, ok? – disse o mais calma possível. Não sentia nada por Belinda além de desejo, o sexo entre elas era ótimo e pronto. A relação que elas tinham, se é que pode ser chamada de relação, era boa até Anahí reaparecer em sua vida. Até Dulce acordar para a realidade e se dar conta de que desejava ter alguém com quem se preocupar, alguém para dormir todos os dias e acordar, e ainda mais, desejava ter um pequeno de cabelos cacheados correndo por aquela casa grande, porém vazia. – Você é uma ótima pessoa, mas não pode depender de alguém que não quer nada sério. – o sorriso de Belinda morreu e Dulce soltou seus braços. – Eu acho que estou amadurecendo, preciso de uma vida estável e infelizmente você não faz parte dos meus planos.



- O que está dizendo? Está terminando comigo?



- Não há nada para ser terminado, Belinda. – disse tristemente e acariciou o ombro da loira, mas ela se esquivou.



- É ela, não é? – disse com a voz áspera. – A mulher que quebrou o seu coração? É por ela que você está fazendo isso? Ela voltou e agora a quer de volta.



- Como você sabe sobre isso?



- Eu vi uma caixa com fotos antigas em cima da sua cama há alguns dias. – disse e viu o olhar de Dulce ficar sério. – Está deixando alguém que quer cuidar de você por alguém que mal se importou em te deixar.





Dulce trancou a mandíbula e apertou as mãos em punhos. Não queria perder o controle com Belinda e estragar tudo, mas não admitia que entrassem em sua privacidade exigindo algum direito.



Oh, life is bigger



It's bigger than you



And you are not me



The lengths that I will go to



The distance in your eyes



Oh, no, I've said too much



I set it up



- Vá embora, Belinda. – pediu, controlando a voz. – Apenas vá embora e encontre alguém que a merece. – Belinda não se mexeu, continuou encarando-a como se não estivesse falando sério. – Vá. Embora. – disse pausadamente e abriu caminho com o corpo.



"Uma hora você tem que tomar uma decisão. As fronteiras não mantêm as pessoas para fora; elas te prendem dentro de si"

*****

****

***

Santana estava ocupada limpando o balcão do bar, seus funcionários tinham feito um ótimo trabalho em deixar tudo bagunçado após uma noite de balada. Viu quando uma pessoa sentou no banco e apoiou os braços no balcão.



That's me in the corner



That's me in the spot light



Losing my religion



Trying to keep up with you



And I don't know if I can do it



Oh, no, I've said too much



I haven't said enough



- Está fechado. – disse secamente e levantou os olhos encontrando um mar verde. Seu corpo paralisou.



- Tenho observado você a noite toda e notei que está sozinha. É a dona desse lugar? – Santana assentiu e a loira riu. – Prazer, meu nome é Brittany S. Pierce.



"A vida é confusa mesmo, é assim que fomos feitos. Então você pode desperdiçar sua vida desenhando linhas ou então você pode viver cruzando-as."





O celular nunca pareceu tão assustador como agora. Dulce o encarava sentada na mesa da cozinha, girava o aparelho na madeira maciça como se ele pudesse escapar a qualquer momento. Como Anahi ela tinha uma decisão importante a tomar, e ela dependia de uma ligação.



I thought that I heard you laughing



I thought that I heard you sing10



I think I thought I saw you try



Com as mãos suando, discou os números que encontrou na internet e esperou pacientemente enquanto sua perna saltava em baixo da mesa.



- Olá, boa tarde. Meu nome é Dulce María Savinon e eu gostaria de fazer um teste para a orquestra sinfônica de New York.



"Mas há algumas que são perigosas demais para serem cruzadas."



Every whisper



Of every waking hour



I'm choosing my confessions



Trying to keep an eye on you



Like a hurt, lost and blinded fool (fool)



Oh, no, I've said too much



I set it up



Alfonso entrou no escritório de Anahi procurando por sua pasta do novo caso que pegara. Ele se lembrava de ter pedido a Anahí que guardasse em seu escritório, mas Anahí não estava em casa e ele precisava ligar para a cliente o quanto antes. Talvez não fosse errado dar uma olhada no escritório da noiva, eles não costumavam entrar no escritório um do outro  por respeitando a privacidade do trabalho, mas o documento era realmente importante e Alfonso sabia que Anahi não se importaria.



Ao menos, era o que pensava.



Consider this



Consider this the hint of the century



Consider this



The slip that brought me



To my knees failed



What if all these fantasies



Come flailing around



Now I've said too much



Logo de cara notou vários papéis espalhados em cima da mesa, eram recortes de jornais e fotos que ele nunca tinha visto antes. Pensou que poderia ser algum caso que ela estava trabalhando, mas ao analisar mais de perto uma delas, assustou-se ao reconhecer Dulce. Todas eram sobre a ela. Recortes de jornais falando sobre as apresentações da morena, e Alfonso mal sabia que ela fora musicista. Fotos de Dulce no palco, nos bastidores, algumas cartas com remetente para um tal de Fernando. O pior veio depois. Quando o ar nos pulmões do advogado faltou ao ver uma foto de Anahí e Dulce, ambas abraçadas em uma cama. Eram adolescentes, mas ainda assim...



Estavam se beijando.



"E aí vai o que eu sei: se você estiver disposto a jogar a precaução pela janela e se arriscar, a vista do outro lado é espetacular."




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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