Fanfics Brasil - Capítulo 4 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 4

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Anahí sentia-se entediada pela primeira vez na aula de direito penal. Não era muito comum ela estar com a cabeça inclinada sob a mão direita batucando levemente os dedos na cadeira com os olhos focados acima da lousa onde estava o relógio. Era verdade que seus pensamentos estavam em outra instituição, outro alguém cujos olhos castanhos eram de um tom maravilhosamente perfeito. Deus, e aquela risada que mais parecia com acorde dos anjos? Não que ela já tivesse visto um anjo tocar, mas sabia que se assemelharia a Dulce María.



– Anahi? – Megan sussurrou logo atrás de sua mesa tirando-a do seu mundo onde vários claves de sol a rodeavam simbolizando sua mais nova admiração. – Quer sair com as meninas hoje?



Megan era de estatura média e olhos numa tonalidade azul como a do mar, os cabelos eram longos e negros até o meio da cintura. Ela era uma de suas amigas em Columbia juntamente de Louis e Becky que tinham entrado no segundo semestre. Emma não suportava a presença deles simplesmente por a ignorarem, mesmo que sua desculpa fosse a de que eles fedessem a maconha.



– Hoje eu não posso. Prometi a Emma que a levaria ao cinema. – respondeu num sussurro.



Megan soltou uma exclamação descontente e deu um tapa na cabeça de Anahí em brincadeira. Ela não tinha saído como grupo desde o dia em que viu Dulce tocar pela primeira vez, isso porque gastava todo seu tempo livre em Juilliard. Como por exemplo, hoje, que em menos de meia hora sairia de Columbia somente para encontrar com a garota outra vez.



Tirou seu celular do bolso e enviou uma mensagem para Emma que estava no lado oposto da sala perguntando a que horas poderia busca-la na casa de seu namorado, seu plano era ir direto de Juilliard para a casa de Troy e de lá seguiriam para o cinema.



Perfeito! Poderia passar mais tempo com Maitê, Zoe e quem sabe Dulce. Assim que deu seu horário, Anahí recolheu suas coisas e correu ao dormitório trocar suas roupas lembrando-se de que era sexta; precisava ligar para seus pais ou mandariam o FBI atrás dela.



– Sabe, você anda muito ocupada nos últimos dias. – era Megan outra vez quando passava pelo corredor dos dormitórios, dessa vez ela estava acompanhada de Louis.



– Eu ando ocupada com o estágio, Megan. – explicou ocultando seu verdadeiro motivo de afastamento. – Quando não estou em Juilliard, estou no dormitório terminando os processos.



Louis soltou uma risada irônica. Era o mais convencido da turma e também o mais rico, Anahí se perguntava se ele sabia que não era mais segredo para ninguém que sua barba rala, o cabelo jogado castanho escuro jogado de lado e lotado de laque denunciava que ele gostava de homens.



– Juilliard, Anahí? – perguntou ainda rindo e com uma careta de deboche. – Aquele lugar é uma piada, cheio de hippies sonhando alto.



O queixo de Anahí caiu. Só podia ser brincadeira aquele tipo de comentário, Louis se parecia muito com o seu pai agora, poderia até mesmo visualizá-lo dizendo a mesma frase.



– Não acho que sejam hippies, são? – perguntou Megan curiosa fazendo Anahí revirar os olhos.



– Não são hippies, são apenas... – felizes. Ela quis dizer, mas aguardou o comentário para si. – Leves.



Megan a olhou curiosa e Louis franziu o cenho ainda com sua cara de deboche.



– Cuidado para não deixar sua cabeça ser infectada com a música toca a alma. – Louis riu gesticulando com as mãos e fazendo Megan e até mesmo Anahí rir um pouco. Eles eram seus amigos no final de tudo. – Vemos você mais tarde, então.



E com um aceno de cabeça, eles liberaram o caminho para a loira que rumou em direção ao seu carro.



*****

****

***



Do outro lado da cidade estava Dulce concentrada, tentando ao máximo passar para o papel o Quinto Trítono musical. Ela era horrível nisso, seu verdadeiro dom era com os instrumentos, não escrevendo campos harmônicos, escalas e arpejos por mais que seu sonho fosse um dia ter sua própria rapsódia, algo como Johannes Brahms. Maitê, que estava sentada ao seu lado, não parava de sorrir como idiota e enviar mensagens que Dulce sabia ser para Zoe. Claro que no intervalo Maitê pediria todas as suas anotações e como boa amiga que era ela cederia mesmo contrariada. Mas dessa vez Maitê seria encurralada e nem Zoe poderia salvar a namorada das garras de Dulce que estava disposta a saber se ela tinha um dedo no pequeno encontro com a tal de  Anahí Portilla no auditório.



Com um olhar fuzilante, a pequena terminou suas anotações sobre harmonia quando finalmente tinha dado o horário para a troca de aula e sem pensar duas vezes guardou seus livros na bolsa e agarrou o braço de Maitê que estava distraída ainda sentada com o celular nas mãos.



– Jesus, Dulce! – reclamou assustada. Estava começando a achar que tinha uma placa em sua testa escrito me assuste. – Eu poderia jurar que era a ex da Zoe me chamando para a briga.



Dulce piscou algumas vezes confusa e balançou a cabeça não querendo entender o que sua amiga tinha dito.



– Eu preciso falar com você. – disse cruzando o braço direito com o de Maitê e começando a caminhar pelo corredor até seu ensaio. – Lembra quando me disse que precisava contar para sua amiga sobre seu namoro com a Zoe? – Maitê arregalou os olhos e virou o rosto para o outro lado para que Dulce não visse seu espanto.



– Sei sim. – falou olhando até para o teto, menos para Dulce. – O que tem?7



Dulce deu um puxão na amiga e as duas entraram na sala de ensaio ainda vazia.



Observação



Era a sala 208.



– Como era mesmo o nome dela? Anahí, não é? – Dulce mantinha seu ar desconfiado analisando cada expressão Maitê que já tinha se entregado no primeiro instante. – Engraçado que eu conheci uma Anahí ontem.



Naquele momento, alguns alunos começaram a adentrar a sala, o que fez Dulce aproximar-se de Maitê com os olhos semicerrados ameaçadoramente.



– Que coincidência! – exclamou Maitê fingindo surpresa. A essa altura Dulce já tinha começado a rir. – O que foi?



E para o alívio da mais velha, Zoe também entrou na sala procurando por elas e sorriu quando viu a namorada. Dulce se afastou alguns passos automaticamente sabendo que aquela conversa não tinha terminado ali.



– Eu estive procurando por você, amor. – Zoe bronqueou dando um selinho em Maitê que estava pálida e um abraço em uma Dulce risonha. – Aconteceu algo com vocês?



Maitê abraçou o tronco da namorada e beijou sua têmpora num sinal de que estava tudo bem.



– Nós estamos bem, Zoe. E a sua dor de barriga? – perguntou Dulce realmente preocupada, ela não tinha mais visto a garota ontem.



Zoe olhou para os lados para ter certeza de que a pequena estava falando com ela e Maitê quase caiu desfalecida no chão.



- Que dor? – perguntou curiosa, sem saber o que realmente estava acontecendo.



O casal se entreolhou quase que conversando telepaticamente e Dulce achou tudo aquilo muito estranho.



– Você estava com muita dor ontem, amor. Não se lembra da má digestão que teve? – fingiu Maitê segurando o rosto de Zoe para que ela entendesse que era para confirmar a mentira.



A garota entendeu o recado e abriu a boca fingindo se lembrar de algo muito chocante.



– É claro que sim! – exclamou dando um tapinha na própria cabeça. – Onde eu estou com a cabeça? – riu. – Já estou melhor sim, Dulce. Obrigada.



Dulce não engoliu aquela história. Sentiu que estava sendo enganada desde o momento em que puxou Maitê para essa conversa, mas não estava determinada a levar isso longe demais. Sua única curiosidade era saber o porquê de Anahí ter aparecido como um fantasma e se ela voltaria.



Zoe e Maitê deixaram a sala pouco tempo depois quando os últimos alunos chegaram para o ensaio. Agora Dulce tinha afastado todos os pensamentos novamente para limitar-se apenas a sua única e boa amiga de verdade: a música.



*****

****

***



Anahí cumprimentou alguns alunos dos quais já era muito conhecida quando adentrou a instituição. Dessa vez ela evitou encontrar com Maitê ou Zoe, as duas provavelmente gostariam de saber sobre seu – finalmente – encontro com Dulce e ela não estava disposta a perder tempo com isso.



Hoje o dia era apenas sobre a garota do laço vermelho.



Subiu as escadas em direção ao corredor de música. Tentaria a sala 208 e depois o auditório, Anahí sairia perguntando por Dulce se fosse preciso. Cumprimentou mais algumas garotas que sorriam bobamente para ela, ato que Anahí tentava inutilmente ignorar enquanto seus fones de ouvido reproduziam Johnny Cash no último volume.



Não precisou procurar muito para encontrá-la. Lá estava Dulce na sala 208 se despedindo de alguns alunos e pegando um violão das mãos de uma garota morena. Anahí escorou-se no batente como da primeira vez, cruzou os braços e apenas observou enquanto os alunos saíam um a um da sala até restar apenas Dulce, distraída demais para notá-la parada no portal. Era incrível como seu sorriso se formava automaticamente no canto da boca só por vê-la ali, sentada em uma das cadeiras deslizando o dedo pelas cordas do violão. Anahí teve medo de que se abrisse a boca, todos pudessem ver as borboletas escaparem de seu estômago livres para dançarem com suas asas revestidas de acordes musicais.



– Você precisa usar a escala pentatônica maior e menor. – avisou entrando na sala e apontando para o violão nos braços da pequena enquanto retirava os fones. – É uma ótima maneira de se tocar o blues, por exemplo.



Dulce fechou os olhos e sorriu para si mesma. Ela tinha certeza de que aquela garota não apareceria mais e bem, ali estava ela. Anahí passou um dos dedos pelo piano e parou a poucos metros da pequena dando a ela seu tempo.



– Você realmente voltou. – ela concluiu abrindo os olhos e deixando o violão de lado para se levantar. Dulce deu a volta na outra extremidade do piano deixando seus olhos se encontrarem com os de Anahí. – É uma garota persistente.



Anahí sorriu convencida e inclinou-se sobre o piano como se fosse contar um segredo.



– Dulce María, eu posso ser uma garota muito persistente. – e seguiu até o violão abandonado pegando-o e analisando se estava afinado. – Já faz um tempo que não pego em um desses. Yamaha costumava ser meu preferido na infância. – dedilhou as cordas checando ainda conseguia se lembrar dos acordes.



Dulce ficou calada nesse meio tempo admirando a beleza gritante de Anahí. Não só sua aparência externa, mas também a forma que redigia as palavras de forma tão suave como se as duas fossem amigas desde muito tempo.



– Você não toca mais? – perguntou curiosa. Cruzou os braços contra o peito como de costume.



Anahí balançou a cabeça e seus olhos se perderam em algum ponto no chão relembrando a última vez em que tinha tocado um violão.



– Chega um momento em que você precisa crescer e abdicar de alguns hobbies. – constatou deixando o violão em cima da cadeira e virando-se para Dulce. – Eu deixei meu violão em casa assim como meus brinquedos.



A pequena abriu a boca para mais perguntas, mas foi interrompida por Rachel que adentrou a sala agarrada em algumas partituras e totalmente eufórica.



– Sr. Will está uma fera com você! Por que ainda não foi para a aula? – reclamou a ruiva parando de frente à Dulce. Foi só então que ela percebeu que a pequena não estava sozinha na sala. – Ah, olá! – sorriu abertamente para uma Anahí desconfiada.



Essa era a mesma garota que a tinha encarado descaradamente no refeitório quando estava almoçando com Maitê e Zoe, A loira ficou sem reação devolvendo o olhar, incomodada por ser interrompida com Dulce.



– Você é Anahí Portilla, certo? – perguntou Rachel olhando de Dulce para Anahí ainda com um sorriso bobo. – Meu nome é Rachel Collins, prazer.



Anahí deu um pequeno aceno juntamente com um meio sorriso forçado que não passou despercebido por Dulce que direcionou seus olhos para a loira, e assim as duas ficaram se olhando silenciosamente até Rachel notar que estava sobrando.



– Bem, nós precisamos ir agora ou Dulce vai perder nota. – avisou a ruiva puxando Dulce pelo braço até a porta, mas antes de sair voltou-se para Anahí. – Você quer ir há uma festa hoje à noite? Amanhã é a estreia da nossa banda sinfônica e nós vamos comemorar no meu apartamento.



As sobrancelhas da Anahí se ergueram considerando a proposta. Obviamente Dulce estaria lá e pela reação da pequena, ela não queria que Anahí fosse convidada, o que só a divertiu mais ainda.



– Oh, ela não pode. – respondeu Dulce desconsertada. Estava sob o olhar intenso da morena e o curioso de Rachel. – Srta. Portilla tem muito que fazer hoje, não é mesmo?



E tentou empurrar Rachel para fora, mas a ruiva não se moveu e isso só frustrou Dulce mais ainda.



– Na verdade, eu não tenho. – Anahí declarou divertida com a reação de ambas as amigas.



Rachel sorriu satisfeita e olhou para Dulce como se tivesse feito o melhor acordo do mundo, mas Dulce apenas revirou os olhos.



– Perfeito! Você é amiga de Maitê e Zoe, certo? Elas também vão à festa, pode acompanhá-las. – explicou a ruiva dando outro aceno feliz para Anahí antes de puxar uma Dulce entediada para fora da sala.



Anahí encostou-se ao piano perguntando a si mesma se tinha feito a coisa certa em confirmar presença na festa. Ela mal sabia se Dulce realmente gostava de garotas. Não que ela também gostasse, ela só...estava afim de Dulce.



Hesitante, a loira tirou o celular do bolso pensando na melhor desculpa que daria a Emma por furar com o compromisso que tinham hoje à noite. Sabia que era errado trocar um amigo por um interesse amoroso, mas de alguma forma estar perto daquela garota pequena parecia tão certo que nem mesmo os foras que vinha levando poderiam ser levados em conta.



*****

****

***



Rachel não parava de lhe encher de perguntas a tarde toda sobre como havia se tornado amiga de Anahí Portilla, e por mais que Dulce insistisse em explicar que elas não estavam nem perto disso, que eram apenas conhecidas, Rachel parecia animada demais em saber detalhes que não existiam.



Dulce era amante das artes e já tinha conhecido muitas pessoas amáveis, mas com Anahí as coisas eram bem diferentes. Com apenas algumas palavras era quase como se ela pudesse enxergar através de sua misteriosa alma e isso era algo tão profundo que ela preferia imaginar que a loira estava apenas sendo falsa para conseguir algo.



Mais tarde, naquele mesmo dia, sua mãe tinha preparado Clafoutis, um dos pratos preferidos da pequena que era a única vegetariana em casa, e a família se encontrava reunida na mesa jantando. Blanca soltava exclamações alegres por Dulce finalmente deixar o quarto e socializar-se um pouco enquanto Fernando revirava os olhos por trás da mulher fazendo Dulce e Cláudia abafarem o riso.



– Eu espero que esteja indo tudo bem com as aulas. – comentou Fernando dando uma garfada no frango.



– Tirando meu bloqueio para compor? – perguntou insatisfeita tomando um gole de suco e afastando o prato. – Não sei mais o que fazer em relação a isso. Todos dizem que é questão de tempo, mas, por favor, não é?



Blanca fez um bico engraçado para a filha que fez Cláudia rir e Fer limpou a boca com um guardanapo com uma expressão preocupada.



– Estão pressionando você? – ele foi cuidadoso com a pergunta. Dulce gostava disso no pai, a forma como ele a entendia mesmo quando suas crises eram simplesmente puro drama adolescente. – Não é melhor livrar um pouco sua cabeça? Olha, não estou dizendo que é sua culpa, só que talvez você esteja dando tudo de si até demais para a música. – completou quando a filha ameaçou protestar.



Dulce enterrou a cabeça nos braços sentindo vontade de desistir dos planos dessa noite e voltar para o quarto.



– Seu pai tem razão. Sair e conhecer pessoas novas será uma ótima maneira de aliviar a tensão. – concordou Blanca segurando a mão da filha.



– Além do mais – continuou Fernando. – as festas de hoje em dia não devem ser muito diferentes do meu tempo, quando nos reuníamos na sala de casa para ouvir Jazz e jogar conversa fora.



*****



You better work Butch!



Os lustres do apartamento balançavam conforme o ritmo da batida e as dezenas de pessoas pulavam como se não houvesse amanhã com as mãos para cima, a maioria já bêbada e gritando para Maitê aumentar ainda mais, como se isso fosse possível. Os instrumentos estavam esquecidos num canto da sala e foram substituídos pela mesa do Maitê bcom a fumaça e as luzes que estavam deixando Dulce completamente tonta.



– Será que já podemos ir embora? – pediu aos berros para que uma Rachel dançante a escutasse. – Eu acho que não temos idade para esse tipo de comportamento.



– Dulce, relaxa! – gritou Rachel extasiada enquanto segurava o ombro da menina. – Vem dançar, você não precisa ser conservadora vinte e quatro horas por dia.



E sem mais dizer, voltou para o meio dos outros estudantes deixando a pequena outra vez perdida com aquelas luzes piscando toda hora em uma cor diferente. Ela realmente queria saber onde estava o jazz e a conversa jogada fora nesse momento.



– Obrigada, pai. – resmungou para si mesma, inaudível para qualquer pessoa que estivesse perto dela.



Procurou Maitê e Zoe com os olhos com esperança de encontrar pessoas sóbrias, até mesmo Anahí seria bem vinda naquele momento, mas elas não estavam em seu campo de visão ou estavam pulando no meio dos outros alunos suados e bêbados.



Num ato de desespero, caminhou desviando dos bêbados até a porta dos fundos que ligava ao terraço onde provavelmente o som seria abafado. No meio do caminho, Dulce conseguiu avistar Maitê agarrada em Zoe na parede, elas se beijavam como se estivessem em um clipe ou algo assim. Pensou em interromper, mas não queria ser surrada em plena festa por suas amigas bêbadas. Sem alternativa, abriu a porta para o terraço e deu de cara com alguns casais bloqueando a escada, era nojenta a forma como passavam a mão no corpo um do outro sem nenhum respeito.



Dulce conseguiu empurrar a garota que estava bloqueando a escada sem quebrar o beijo deles e subiu rapidamente fechando a porta atrás de si logo que alcançou seu objetivo. A pequena fechou os olhos e encostou a cabeça na porta por um momento deixando que sua mente se acostumasse com o som abafado do andar de baixo e a suave melodia de um violão que parecia vir do beiral do prédio misturada com a brisa do ar livre.



Instigada pela música, Dulce abriu os olhos. Por que as coisas não poderiam ser apenas assim? Suaves como aquela música sob um céu estrelado de Setembro. Ela estava atrasada demais para sua geração ou as pessoas é que tinham interpretado errado a maneira de se usar a música?



A garota caminhou até o beiral a procura da origem dos acordes.



– Também fugindo? – ficou surpresa ao ouvir aquela já conhecida voz rouca.



Dulce virou-se um pouco assustada para a origem da voz, apenas para encontrar uma Anahí sentada do outro lado no beiral com as pernas pendendo para fora, um violão preto nos braços.



– O que está fazendo aí? – perguntou sorrindo com a ironia de encontrar alguém que não estivesse bêbado, e ainda mais, que essa pessoa fosse justamente Anahí.



– Fugindo da loucura que é a vida real. – a loira apontou com a cabeça em direção ao violão e então se voltou para a pequena. – E você?



Nesse caso elas compartilhavam o mesmo pensamento sobre fugir, cada uma de sua forma, mas a mesma conclusão.



– Fugindo da loucura do segundo andar.



As duas riram e Anahí apontou para o espaço vazio ao seu lado.



– Venha. Sente-se e me faça companhia.



Dulce hesitou por um instante. Elas mal se conheciam, e por mais que Anahi mostrasse interesse em estar por perto, a pequena tinha medo no que isso poderia resultar justamente por não querer resultados desastrosos em sua vida. Mas a loira estava com aquela expressão de meio sorriso e o mesmo olhar gentil que tanto a hipnotizava. Chegava a ser quase impossível não se render.



Dulce suspirou vencida caminhando até a loira que sorriu vitoriosa. Anahí usava uma cacharrel branca lisa e uma polo preta por cima, o que lhe dava um ar de adolescente e arrancou um inevitável batimento acelerado de Dulce. A pequena sentou-se deixando suas pernas penduradas enquanto Anahi recolheu uma para que pudesse ficar de frente a ela.



Elas ficaram em silêncio enquanto Dulce ainda tentava se acostumar com a altura e ajustava seu vestido um tanto tímida, mas Anahi não conseguia parar de olhá-la intensamente, o que arrancou um riso nasal da pequena quando se sentiu encurralada e suas bochechas começaram a queimar, provavelmente adquirindo uma coloração avermelhada.



– Você está usando seu laço vermelho. – observou Anahí sem tirar os olhos da beleza de sua mais nova adoração.



– Como é? – indagou olhando para frente e conseguindo ver melhor o homem que tocava o violino pela praça.



– Você o estava usando quando a vi pela primeira vez. – explicou também desviando o olhar para o músico. – Foi a primeira vez em muito tempo que me senti conectada com a música, e eu devo isso a você, Dulce María.



Constrangida, Dulce abaixou os olhos com um sorriso meigo nos lábios. Estava envergonhada em frente aquela garota que tanto lhe chamava atenção.



– Eu estava aqui sentada apreciando a melodia dessa música e pensando que talvez fosse uma boa ideia voltar a cantar no Karaokê com Maitê e Emma. – continuou e Dulce começou a rir porque era mesmo uma situação engraçada de se imaginar. – Mas então você apareceu, e eu pensei que talvez a música seja nossa sina.



O sorriso de Dulce morreu da mesma forma como seu coração bateu descompassado.



Era covardia usar a música ao seu favor.



– Você pode ouvi-la? – questionou deixando seus dedos brincarem com as cordas do violão. A pequena concordou com a cabeça e Anahi sentiu-se confiante para cantar no ritmo da melodia. - Eu sempre vou guardar você comigo. Você sempre estará em minha mente. Mas há um brilho nas sombras...eu nunca saberei se não tentar.



Terminou a música deixando que a brisa gelada falasse por si. Elas sabiam que não precisava de continuidade, estava tudo dito em poucas frases e agora, mais do que nunca, Dulce sabia que estava caindo involuntariamente por uma estranha.



– Você é de Columbia, certo? – comentou Dulce depois de alguns segundos em transe. – Ouvi Maitê comentar.



– Faço direito em Columbia e estágio em Juilliard. – confirmou Anahí, distraída com o violão. – Sabe, o mais engraçado de tudo é que tenho dezenove anos e às vezes me sinto com trinta. Então eu conheço pessoas novas em Juilliard e me pergunto o porquê de nem todos serem tão livres e abertos para o que a vida tem para oferecer. O porquê de o mundo precisar ser uma prisão quando na verdade deveria ser o nosso paraíso.



Dulce sabia muito bem sobre o que anahi estava falando, às vezes sentia-se da mesma forma, a única diferença entre as duas era que Dulce construía sua própria prisão.



– Não acho que nesse momento eles estejam pensando em liberdade. – a pequena comentou irônica e ganhou um sorriso de Anahí. – Mas eu me sinto assim em relação à música. Às vezes penso que, o que deveria ser uma dádiva, eu acabei transformando em trabalho pesado.



Anahí franziu o cenho interessada no que a garota havia acabado de dizer.



– Você passa mais tempo ensaiando do que vivendo, não é? – perguntou tentando não soar rude para Dulce.



Os arrepios pelo corpo da pequena também foram involuntários, mas bons.



– Então, qual a sua história? – tentou fugir do assunto mais uma vez.



Anahí observou um grupo de adolescentes conversando na praça em frente ao hotel, então suspirou.



– Eu cresci em Miami com meus pais e meus irmãos, Taylor e Christopher. – começou refletindo sobre sua família. Dessa vez era Dulce quem a olhava admirando cada traço de perfeição daquele rosto. – Meus pais são advogados e eu sei o que você deve estar pensando - adiantou-se quando viu uma ruga se formar na testa da pequena. – por que ela não trabalha com eles? Bem, meu pai acha que devemos conquistar as coisas com o próprio suor. Meu irmão é estudante de engenharia e Taylor está cursando o último ano do ensino médio. Mudei para NY no começo do ano Maitê e Emma para estudar e, bem, é difícil se acostumar ao ritmo dessa cidade. – riu passando os olhos pelo horizonte apreciando os milhares de pontinhos luminosos da cidade que nunca dorme. – Às vezes me pego no terraço da Universidade sozinha, conversando comigo mesma, como estava aqui.



O rosto de Dulce se iluminou de uma forma graciosa fazendo Anahí suspirar outra vez.



– Eu estou aqui agora. Isso conta?



Anahí focalizou as íris azuis nas castanhas como se fosse sua única maneira de sobrevivência.



E talvez fosse.



– Mais do que jamais serei capaz de admitir. – sentiu-se inebriada com a imagem do vento bagunçando os cabelos castanhos da pequena garota. – Agora me fale sobre você, Dulce María Savinon.



Dulce corou imediatamente pedindo a Deus que parasse de tremer, mas tudo o que podia sentir era seu coração acelerado e a arritmia cardíaca que o olhar apaixonado de Anahí lhe causava.



– Eu não sei...eu... - confundiu-se balançando a cabeça e sentindo-se uma idiota por não ter uma resposta sólida. Ela não sabia quem ela mesma era; isso era algo ruim? – Eu sou uma bagunça.



Dessa vez nenhuma das duas desviou o olhar. Dulce cedeu à luta interna entre sua razão e emoção e trancou o olhar junto ao de Anahí. O vento era a trilha sonora da batalha que os olhos azuis e os castanhos travaram. Finalmente Dulce tinha aceitado que talvez seu coração tivesse sido fisgado, pois era entre as encostas de seus olhares, aglomerado nos talhes de sua alma benevolente que se encontravam duas almas solitárias procurando por apego.



– O que está olhando? – Dulce perguntou tímida tirando uma mecha de cabelo do rosto.



– A sua bagunça. – Anahí respondeu pendendo a cabeça para o lado para poder observá-la melhor. Dulce apenas sorriu involuntariamente. – Ela se parece com a minha.



– Você é sempre tão galanteadora?



Anahí sorriu balançando a cabeça.



– Você se importaria se eu tocasse algo?



Não. Ela estava apenas jogando sujo para conseguir ainda mais a atenção de Dulce, não que isso fosse preciso, pois naquela altura a garota já tinha desistido de lutar contra o que quer que esteja fazendo seu coração dançar.



– Você é muito idiota com esse sorriso charmoso. – brincou observando Anahí dedilhar as cordas. – Eu não me importo, de qualquer forma.



Sem responder, Anahí começou a dedilhar uma música que provavelmente Dulce não conhecia por ser de Johnny Cash, mas que diria muito sobre o que estava sentindo no momento.



– The first time ever I saw your face,  thought the sun rose in your eyes. – ergueu os olhos para a pequena sugestivamente e voltou a olhar para o violão. – And the moon and stars were the gifts you gave to the dark and the empty skies. And the first time ever I kissed your mouth, I felt the earth move in my hands. Like the trembling heart of a captive bird, that was there at my command, my love.



Anahí parou de tocar assim que viu a primeira lágrima trilhar um caminho no delicado rosto de Dulce. A pequena tentou limpar com a mão sentindo-se envergonhada, mas acabou borrando ainda mais o lápis de olho que usava.



– Eu fiz algo errado? – Anahí perguntou preocupada enquanto deixava o violão de lado e se aproximava um pouco mais da garota. – Deixe-me ajudar.



Abaixou as mãos de Dulce que antes que causassem mais estragos à maquiagem e segurou seu queixo com a mão direito enquanto a esquerda enxugava o rosto da pequena com cuidado e carinho.



– Me desculpe. Eu devo estar parecendo uma idiota agora, sou tão estúpida...



– Você não é estúpida. – Anahí advertiu fazendo Dulce se calar no mesmo instante. A pequena perdeu-se no mar de olhos azuis tão próximos aos seus. – Acho que assim está melhor.



– A música me deixa assim e... – você. Ela queria dizer, mas era tão cedo para tal coisa. – Sua voz é maravilhosa.



Anahi franziu o cenho com a explicação.



– Acho melhor eu ligar para os meus pais me buscarem. Rachel está bêbada demais para dirigir e está ficando tarde. – falou arrumando a barra do vestido, mas foi barrada por Anahí que bloqueou sua tentativa de ficar em pé.



– Eu posso levá-la se quiser. – disse eufórica. – Estou de carro, não me importaria deixá-la em casa.



Dulce abriu e fechou a boca algumas vezes se perguntando se deveria ou não aceitar. Ela precisava de um tempo para digerir tudo o que estava acontecendo com o seu coração, o suor em suas mãos e a euforia que se instalara dentro de si de forma tão rápida, mas Anahí não estava ajudando muito com espaço pessoal.



– Tudo bem, obrigada. – cedeu sorrindo timidamente.



******

*****

****



Dulce e Anahí fizeram todo o percurso até a casa dos Savinon rindo e conversando sobre faculdade. Ambas compartilhando sobre o ambiente de cada uma e boa parte do tempo falando sobre como Maitê tinha um dedo no meio do encontro das duas no auditório. Anahí explicou que não era fácil para ninguém entender que ela estava perseguindo uma garota apenas por ouvi-la tocar e que todos estavam a chamando de louca por essa obsessão. Dulce, é claro, apenas ria e se divertia com a forma como Anahí contava as situações tranquilamente, há muito tempo ela não se divertia tanto com alguém.



– É aqui. A casa de cerca branca. – apontou para uma modesta casa de campo que apesar de simples, transmitia familiaridade e aconchego. – Aqueles são meus pais.



Na varanda da casa havia um casal sentado no banco de balanço. O homem lia o que parecia ser um livro e a mulher tomava algo na xícara tranquilamente. As duas garotas ficaram em silêncio por um momento sem saber o que dizer, aquele momento parecia bem mais fácil nos filmes.



– Foi um prazer compartilhar a noite com você, Dulce Savinon. – disse Anahí quebrando o silêncio.



Dulce olhou para Anahí com admiração.



– O prazer foi todo meu, Srta. Portilla – sorriu dando um beijo na bochecha de Anahí, o que pegou Anahí desprevenida.



– Prefiro que me chame de Anahí. – pediu fazendo bico.



– Prefiro que me chame de Dulce,apenas Dulce. – repetiu Dulce imitando o bico.



E ambas riram outra vez. Sinceramente, tinham perdido a conta de quantas vezes tinham sido pegas rindo uma da outra aquela noite.



Dulce abriu a porta do carro, mas antes de descer, voltou-se para Anahí:



– Sobre sua pergunta de mais cedo, acho que você pode vir aqui amanhã à noite e descobrir mais sobre minha história. – disse tirando um largo sorriso de Anahi. – Meus pais vão gostar de saber que fiz novas amizades.



E com aquela desculpa esfarrapada que nem mesmo Anahí acreditou, saiu do carro correndo até a varanda. Anahí observou a cena vendo quando os pais de Dulce notaram sua presença e olharam em direção ao carro apertando os olhos. Contrariada, Anahí deu partida no Dodge e deu ré voltando para a estrada.



Conclusão de uma noite conturbada.



Dulce desejou sentir-se assim mais vezes.



******



Música que a Anahí toca: The first time I ever saw your face na versão de Johnny Cash.




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Lá estava ela sentada no gramado do campus de Columbia com seus inseparáveis fones de ouvido reproduzindo o bom e velho Johnny Cash. Cappuccino de chocolate em mãos, óculos Aviador no rosto e os livros de seu curso esquecidos de lado. Era sábado e como de costume, Emma tinha voltado à Miami – furiosa com Anahí –, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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