Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon
08 de Novembro de 2060. – New York, NY.
Duas enfermeiras sorriram amigavelmente quando Anahí entrou segurando um buquê de rosas vermelhas nos braços. Lisa, a enfiinnzc.
ermeira mais nova, informou que Dulce estava sedada, mas que em breve acordaria. Dulce e Anahí eram conhecidas no hospital local desde que Dulce começara com os ataques de pânico por conta do Alzheimer precoce.
Tudo começou há cerca de um ano, quando Dulce começou a esquecer pequenos detalhes como onde colocara o celular, o nome de alguns parentes distantes e atividades que costumava fazer. No começo todos pensavam que era apenas exaustão dos shows que estava afetando seu sono, mas então os esquecimentos se agravaram para a música. Dulce simplesmente esquecia a música ou parava de tocar por simplesmente não se lembrar mais da melodia. Anahí decidiu procurar um médico quando pouco tempo depois a esposa guardou o telefone na geladeira e o óculos no micro-ondas. Depois de muitos exames, o neurologista constatou que Dulce tinha Alzheimer precoce e que infelizmente a doença tinha sido descoberta muito tarde.
Quando Anahí perguntou sobre o tempo de vida, o médico foi direto: no máximo cinco anos.
O mundo de Anahí desabou, assim como o de Dulce que passou a ter ataques constantes de raiva e estresse. Dulce se isolou no quarto por uma semana comendo pouco e ignorando a todos que a cercavam, inclusive os filhos. Foi o pior momento de suas vidas e a advogada se perguntava o que elas tinham feito para serem castigadas daquela forma, para que o destino sempre arrumasse uma forma de separá-las. Dulce precisou ser aposentada para os tratamentos, e ela odiou a todos que estavam arrancando a musica dela, inclusive Anahí que foi o seu alvo de raiva durante meses. Logo em seguida veio a depressão e com ela alguns problemas para dormir e dificuldade para movimentos bruscos.
Elas tinham uma bela casa, trabalhavam com o que amavam, tinham dois lindos filhos e uma vida perfeita. O suficiente para ser arruinado pela doença que afetou não só os quatro membros da família, mas todos os amigos do casal.
Anahí suportou todas as ofensas, ataques físicos e a frieza de Dulce por simplesmente saber que aquela não era a sua esposa, e sim o manifesto de uma doença degenerativa. Anahí deixou a própria dor de lado para suportar a de Dulce, foi paciente, carinhosa e jamais pensou em desistir, nem mesmo quando, em um dos ataques, Dulce pediu para que ela seguisse sua vida e não perdesse tempo com uma pessoa que a esqueceria.
Em dezembro, Anahí decidiu viajar para a França com Dulce como um presente de natal. Ethan e Sarah concordaram em deixar suas mães terem um momento a sós para o que poderia ser uma despedida a qualquer momento. Anahí arriscou tudo levando sua esposa para fora do país, mas não poderia deixar de realizar o sonho dela. A viagem foi cansativa e foi preciso que Dulce tomasse seus calmantes para dormir no avião, e durante todos os passeios Anahi empurrava a cadeira de rodas para que ela não se cansasse ou fazia questão de levá-la no colo em um ato romântico pelas ruas de Paris.
A noticia da aposentadoria e doença de Dulce foi manchete durante semanas, assim como os vários perfis e contas em redes sociais foram criados em apoio a pianista e ao que Anahi estava fazendo. Mesmo sob a desgraça de uma doença, o amor entre elas era o necessário para manter Dulce sã.
E aqui estão elas, os tratamentos não geram resultados e Dulce já não se lembra mais de Maitê, Zoe e Santana. Emma, Claudia e Taylor são as únicas permitidas para a visita e as outras três aparecem quando ela está dormindo.
- Tudo bem? – perguntou Anahí trocando as flores do vaso que ficava na mesinha ao lado da cama de Dulce.
Ethan, que estava sentado em uma poltrona próximo a janela, se levantou e caminhou com as mãos nos bolsos da calça de linho que usava.
- Eles deram um sedativo mais forte dessa vez. – deu um beijo no rosto da mãe e voltou a encarar Dulce em um sono profundo. – Ela perguntou pela vovó antes de apagar.
Anahí suspirou vencida pelo desanimo das palavras do filho. Blanca tinha falecido em Maio de 2038 de infarto. Ela simplesmente estava na cozinha preparando alguns bolinhos quando se sentiu mal e desmaiou, quando claudia a encontrou, já era tarde. O problema do Alzheimer são os flashes de lembrança que fazem Dulce pensar que sua mãe está viva, e às vezes Fernando. Anahí, ou algum dos filhos, apenas dizia que eles estavam voltando de alguma viagem, e em poucas horas a memória de Dulce esquecia-se deles novamente.
- Está bem. Você vai para casa?
- Não, eu preciso entregar alguns relatórios e buscar Sarah no hospital, ela vai ficar com Jennifer até que mamãe volte. Tem certeza de que vai ficar bem aqui?
Anahí assentiu.
Ethan tinha se casado aos 36 anos com uma publicitária adorável chamada Jennifer Budosk. A mulher era dois anos mais nova que ele e tinha longos cabelos loiros, olhos castanhos e um corpo invejável. Jennifer sempre visitava Dulce e incentivava Anahi a nunca abaixar a cabeça para a doença.
- Eu passei o caso da Sra. Davis para o Harry, ele vai cuidar de tudo.
Ethan concordou, pegou seu sobretudo na poltrona e deu um beijo na testa de Dulce.
- Amanhã eu volto, mãe. Amo você. – ele murmurou para ela.
As palavras de Ethan despertaram algumas lembranças em Anahí.
23 de Fevereiro de 2023. – New York, NY.
A chuva naquele dia tinha estragado todos os planos que Dulce e eu tínhamos feito para um passeio em família fora do rancho. O mundo caía lá fora enquanto Ethan e eu jogávamos videogame na sala, os dois de pijamas e jogados no sofá como se nada mais importasse. Na mesinha de centro estava uma bandeja de pipoca e dois copos de plástico com refrigerante que eu tinha pegado escondido de Dulce enquanto ela dormia no quarto. Ela dizia que éramos duas crianças juntos e que não podia nos deixar sozinhos que já fazíamos travessuras, mas como eu poderia negar alguma coisa para Ethan? Era a minha folga, eu queria passá-la com meu filho e de quebra ainda me diverti muito no videogame que Santana dera para Ethan.
- O que as crianças estão fazendo?
Meu coração parou quando ouvi a voz sonolenta de Dulce descer as escadas. Ela usava um robe lilás e coçava os olhos de uma forma adorável. Ethan e eu pausamos o jogo e nos encolhemos no sofá, um olhando para o outro sabendo que estávamos encrencados.
- Nada, amor. Estamos só jogando. – falei docemente e Ethan prendeu o riso.
Menino atentado.
- Hm... – ela continuou caminhando até nós e deu um beijo no topo da cabeça de cada um, até ver o que estava em cima da mesa. – Anahi! O que eu disse sobre refrigerante durante a semana?
Fiz um bico manhoso e agarrei Ethan o colocando como escudo na frente do meu corpo. O garoto gargalhou tapando o rosto com as duas mãos enquanto Dulce fazia um monólogo sem fim.
- Foi ele quem me persuadiu. – chacoalhei Ethan na frente dela. – Diz que foi você, garoto.
- Não fui eu, não fui eu, não fui eu... – ele gritava se debatendo nos meus braços.
Por fim, Dulce cruzou os braços abaixo dos seios e parou em frente à televisão encarando nós dois. Agora ela parecia a mãe de duas crianças que fizeram arte e agora mereciam castigo.
- Eu não sei mais o que fazer com os dois. – resmungou e se jogou no sofá ao lado de Ethan. – A mãe babona está estragando o meu filho com refrigerante e videogame. Inclusive, não vejo graça nessa coisa que vocês jogam.
- A senhora é de outros tempos... – Ethan começou a dizer, mas se conteve e olhou assustado para Dulce que tinha a boca aberta.
Eu não aguentei e explodi em uma gargalhada pela astúcia do menino, sem dúvidas era o meu filho.
- Está me chamando de velha, Ethan Portilla Savinon? – ela ameaçou se fazendo de ofendida. Ethan se afundou contra o meu corpo, mas eu me mantive fora da discussão ou sobraria para mim. – Eu vou te mostrar quem é a velha!
Dulce o pegou pelos pés e o arrastou até que estivesse em seu colo. O ataque de cócegas começou na barriga do garoto que gritava se debatendo em seus braços, e eu assistia a tudo achando a coisa mais adorável do mundo.
- Para... Cócegas... Mommy... Para...
Meu sorriso morreu no mesmo momento em que Dulce cessou as cócegas em choque. Meu coração estava acelerado com o que eu acabara de ouvir, e minha esposa mal piscava olhando para o nosso filho que tinha lágrimas nos olhos.
- O que... O que você disse? – ela perguntou ainda o segurando. – Do que você me chamou?
Ethan franziu o cenho como se Dulce fosse uma estranha por lhe fazer aquela pergunta.
- De mommy, ué. Agora você é minha mamãe também, não é?
Em poucos segundos os olhos de Dulce estavam lacrimejando, assim como os meus. Eu sabia o quanto ela desejou aquele momento, eu sempre ouvia quando ela desabafava comigo sobre sua insegurança em ser reconhecida como mãe por Ethan. E ali estava, o momento que ela tanto esperou.
- Eu sou sua mamãe... – ela murmurou. E então olhou para mim com a boca entreaberta e voltou a olhar Ethan. – Deus, eu sou sua mamãe!
O abraçou com força arrancando gargalhadas do garoto que mal entendia o que estava acontecendo. Eu tinha a melhor família que jamais imaginei ter, e agora fico me perguntando o que aconteceria se minhas escolhas tivessem sido diferentes. Se eu teria o amor presente naquela sala.
A resposta óbvia seria não.
08 de Novembro de 2069. – New York, NY.
Após Ethan abandonar o quarto, Anahi fechou a persiana da janela e trocou de roupas ficando mais confortável em seus moletons. A advogada tirou o celular do bolso, escolheu uma música e o deixou sobre a mesinha ao lado da cama para logo em seguida deitar-se delicadamente sob as cobertas com Dulce. Ao sentir o movimento da cama, Dulce despertou ainda um pouco zonza e ficou confusa ao ouvir uma melodia desconhecida soando pelo quarto.
Machucava Anahi que sua amada não reconhecesse mais a voz de Billie Holiday.
- Você acordou. – sorriu docemente para a esposa e deu um pequeno beijinho em seu nariz. Dulce franziu o mesmo e abriu os olhos por completo observando os olhos azulados a sua frente. – Tudo bem, meu anjo?
In my solitude
You haunt me
With dreadful ease
Of days gone by
Dulce assentiu aconchegando-se ao peito de Anahí que puxou a coberta para que as duas estivessem confortáveis e aquecidas. Mesmo depois de anos, Dulce ainda era um bebê que usava o corpo de Anahi como travesseiro.
In my solitude
You taunt me
With memories
That never die
- Eu fiquei com saudade. – ela disse manhosa contra o peito de Anahí. – Quando vou poder ir para casa?
- Assim que o médico ter certeza de qual calmante te dar, boo. – deixou sua mão perder-se nos cabelos de Dulce em um carinho gostoso. – Em breve você vai estar em casa enchendo o saco de Sarah com as roupas.
- Ela continua usando as malditas saias curtas?
Anahí riu gostosamente, adorava ter sua Dulce de volta mesmo que por poucos momentos.
- Sim, ela é uma mulher bem sucedida, amor. Nós criamos o nosso bebê muito bem.
I sit in my chair
And filled with despair
There's no one could be so sad
With gloom everywhere
I sit and I stare
I know that I'll soon go mad
Ela resmungou e descansou a mão direita no peito de Anahí, sentindo as batidas do coração da loira.
- Amor? – chamou um pouco hesitante.
- Uh?
- Estou com medo. – suspirou e deu uma pausa para refletir. – Eu estou começando a me esquecer de nós, isso me assusta. Eu não quero me esquecer de você, nós somos Dulce e Anahí, sabe? O sol da lua. – uma lágrima escapou de seus olhos e caminhou solitária pelo seu rosto magro e abatido. – Eu tenho medo de um dia acordar e não reconhecer os seus olhos.
Anahí prendeu a respiração, não queria chorar naquele momento, precisava ser forte pelo seu amor.
- Se isso acontecer, eu vou estar lá para te lembrar todos os dias, ok?
- Você promete?
- Eu prometo.
12 de Dezembro de 2028. – Chicago.
A platéia estava muito animada em receber Dulce naquele programa de TV. Eu acompanhava tudo na primeira fileira com Ethan em meu colo, ele aplaudia a mãe com entusiasmo e gritava boa sorte quando ela entrou acenando sorridente. Deus, eu nunca cansaria de me apaixonar quando a visse. Ela ficava ainda mais linda naquela barriga de 4 meses carregando nossa pequena Sarah.
Dulce cumprimentou o entrevistador e sentou na poltrona quando a platéia ficou em silêncio.
- Boa noite, Dulce. É um prazer finalmente tê-la em meu programa. – disse Matt.
- O prazer é todo meu, Matt. Eu realmente estava com saudade de sentar aqui. – ela brincou.
- Tem feito o que? 7 anos? Deus, eu me sinto velho agora.
A plateia riu e a gargalhada de Dulce contagiou o palco.
- É melhor não começarmos a falar de idade aqui. – Dulce riu e fez uma carinha pidona. – Vamos logo mudar o assunto, por favor?
Novamente todos riram e eu balancei a cabeça não acreditando em como ela conseguia ser um bebê até nessas horas.
- Ok, ok. Vamos falar sobre sua volta aos palcos, esse realmente foi um retorno triunfante para uma pessoa tão jovem, não acha?
A câmera deu close em Dulce, ela suspirou e deu de ombros.
- É algo que todos me perguntam. Como eu consegui voltar depois de ter deixado tudo para trás sem dar muitas satisfações para a mídia e meus fãs. A verdade é que, como eu já disse em algumas revistas, a morte do meu pai me abalou completamente. Nós éramos muito próximos e ele sempre foi o meu suporte. Quando me vi sem a base que eu precisava, foi como se o meu mundo tivesse despencado. Minha mãe entrou em depressão e tinha apenas minha irmã, com 11 anos na época. Então eu me vi na obrigação de assumir o cargo de chefe da família e cuidar delas, e com uma carreira nas costas eu teria o dinheiro, mas não o tempo necessário para isso.
Matt assentiu, ninguém na platéia ousava dizer nada. Eu, é claro, estava emocionada com ela contando tão abertamente sobre sua ascensão e queda.
- Eu imagino que tenha sido uma fase realmente dolorosa, só quem realmente passou por algo assim pode afirmar. – ele disse. – O que fez depois disso?
- Eu tinha usado todo meu dinheiro para comprar o rancho em que vivo hoje em dia, então encontrei um emprego como garçonete nos primeiros meses.
- E as pessoas não te reconheciam?
- Sempre. Era desconfortável as pessoas me verem e cochicharem "aquela não é a Dulce María Savinon?", e então eu estava em um avental vermelho servindo chocolate quente. – admitiu e torceu a boca. Ela sempre fazia isso quando estava nervosa. – Depois eu consegui um emprego como professora de música, e foi uma das melhores coisas que aconteceram comigo.
A plateia fez um coro de "awww". É claro que eles já sabiam toda a história sobre Dulce, Ethan e eu. Nós decidimos compartilhar com todos tudo o que enfrentamos para estarmos juntas hoje.
- Algo me diz que tem a ver com aquela loira de olhos azuis sentada na platéia? – disse Matt divertido e a câmera focou em mim.
Eu quis me afundar na cadeira.
- Exatamente. Ela e a pequena réplica sentada em seu colo. – ela riu com amor e a câmera voltou a focar em seu rosto. – Eu dei aula ao Ethan sem saber que ele era filho da minha ex-namorada. Incrível, não é? Como o destino trabalha, ele é imprevisível.
- Foi uma história muito angustiante a que vocês viveram nesse período?
- Ela estava noiva, Matt. – disse Dulce um pouco sem graça. – Quando nos encontramos novamente foi como se eu ainda tivesse 18 anos e a amasse ainda mais. O que eu poderia fazer com o amor da minha vida estando noiva? Foram meses de tortura, eu me sentia suja por lutar por alguém comprometida, mas ao mesmo tempo era tão certo.
Ethan me olhou curioso enquanto Dulce falava.
- Mommy tá falando de vocês duas, não é?
Eu apenas assenti voltando a prestar atenção na conversa.
- E agora temos mais uma Savinon a caminho, uh? – disse Matt animado.
Dulce abraçou a barriga com carinho fazendo meu coração derreter.
- Sim, essa é a Sarah. Uma das três coisas mais valiosas da minha vida.
Eu queria invadir o palco e abraçá-la até ser expulsa de lá pelos seguranças. A conversa durou mais meia hora, falaram sobre o lançamento do novo CD e mais um pouco sobre nossa vida pessoal. Quando Dulce foi dispensada, Ethan fez manha pedindo para que fossemos comer pizza, e Dulce sempre vai ser comprada facilmente com pizza.
Já era quase noite quando chegamos em casa. Eu estranhei quando vi uma Mercedes preta estacionada em frente à varanda, mas logo meu maxilar trancou quando reconheci quem estava de pé nos aguardando.
Enrique.
Dulce e eu nos entreolhamos.
- Ethan, entre em casa e saia de lá apenas quando eu mandar, entendeu? – eu disse me virando para o garoto no banco de trás. – Não diga oi ao homem que está ali na frente, apenas entre em casa.
- Por quê? – ele perguntou curioso enquanto olhava para Enrique.
- Apenas faça o que sua mãe está mandando, depois nós conversamos sobre isso. – disse Dulce mais calma.
Ethan concordou e abriu a porta do carro. Dulce e eu descemos logo atrás e observamos o garoto passar correndo por Enrique, que o olhava confuso, e entrar em casa. Eu fiz questão de segurar a mão de Dulce e caminhar com ela até que estivéssemos frente a frente com o causador de tudo.
Ele me mediu de baixo a cima e ignorou completamente a existência de Dulce.
- Eu estava assistindo a TV quando a vi, - apontou para Dulce ainda sem olhá-la. – então eu soube que precisava ver de perto essa palhaçada.
- O que você disse? – eu perguntei já sentindo os nervos me preencherem.
- Depois de tantos anos e você ainda continua sendo uma aberração, Giovanna. Logo você, depois da educação que eu...
- Me desculpe. – a voz de Dulce o cortou e eu a olhei surpresa. Ela tinha a expressão impassível. – O senhor está na minha propriedade e se veio até aqui para rebaixar a minha esposa, então eu peço que saia por onde entrou.
Enrique estava indecifrável, a olhava com nojo e repreensão. Então seus olhos caíram em mim indignados.
- Vai deixar essa mulher falar assim com o seu pai?
Revirei os olhos, a melhor sensação do mundo era não sentir mais medo nenhum por aquele homem arrogante a minha frente.
- Essa mulher tem nome e é Dulce. Essa mulher é minha esposa. Essa mulher é a mãe dos meus filhos. – avancei contra ele que recuou. – Essa mulher me faz feliz como eu nunca fui. Ela me dá o que eu preciso, coisa que você nunca o fez.
Pensei que a veia em seu pescoço fosse explodir quando terminei de falar. Ele estava vermelho, com as mãos fechadas em punhos e tremia de raiva.
- Você é uma ingrata, você é a pior coisa que eu poderia ter feito.
Inacreditavelmente eu não me senti abalar por aquelas palavras rudes, mas Dulce sim.
- Eu sempre vou agradecer ao senhor por tê-la feito, então considere como se a tivesse dado de presente a mim, ok? O melhor presente do mundo que o senhor não soube aproveitar. E já está na sua hora, ou se esqueceu de que tem outra filha? Ela é adorável, completamente diferente do que o seu sobrenome carrega.
Nós conhecemos Bety no verão passado. Ela era maquiadora profissional e trabalhava com Taylor vestindo e maquiando modelos. Ela não se parecia em nada comigo ou com minha família, e isso era algo bom para ela. Seus cabelos eram castanhos e lisos, assim como os olhos.
- Cale a boca! – Enrique rosnou para Dulce.
Não, com a minha mulher não.
- Saia daqui. – eu mandei com a voz firme. – Saia da minha casa e não volte mais, entendeu? Eu não quero nunca mais ver a sua cara, quero que você suma da minha vida e esqueça que teve quatro filhos. – me aproximei mais ficando a centímetros de seu rosto e sorri vitoriosa. – Você vai morrer sozinho, sendo odiado pelas pessoas que você mais afetou durante sua vida. Enquanto eu? Eu estou vivendo minha vida plena e feliz com a pessoa que amo. – ele tinha sido afetado com minhas palavras, eu sabia disso. Sua expressão caída dizia. – Isso é um adeus, Enrique.
Me afastei, segurei a mão de Dulce e a guiei para dentro de casa deixando meu passado completamente para trás.
03 de Janeiro de 2063. – New York, NY.
Já era o décimo oitavo dia de fisioterapia de Dulce. Nos últimos dias não tem sido muito fácil, ela tem se negado a comer e suas crises pioraram, ela mal tem forças para chorar. Seu corpo debilitado não para em pé e segundo o médico, seus ossos podem se atrofiar se ela continuar sem sair da cama. Eu não sei em que momento isso aconteceu, mas ela já não se lembra mais de mim há quase 1 ano, e é por isso que eu sempre preciso fingir ser a sua nova enfermeira para que de alguma forma eu possa me aproximar.
Dói. É uma dor insuportável não ser lembrada pela pessoa que você mais ama no mundo. Mas, eu prometi a mim mesma que nunca a deixaria e estarei cumprindo essa promessa até o meu último dia de vida. Ela carrega consigo o meu coração e por mais que não saiba disso, eu sou a única pessoa que ela não tem atacado nos últimos dias. Algumas vezes eu a sinto olhar bem no fundo dos meus olhos como se pudesse me reconhecer, mas seu cérebro está danificado demais para processar tal coisa.
Things were all good yesterday
And then the devil took your memory
And if you fell to your death today
I hope that heaven is your resting place
I heard the doctors put your chest in pain
But then that could've been the medicine
And now you're lying in the bed again
Either way I'll cry with the rest of them
Ethan e Sarah estavam sentados em um pequeno sofá na sala de fisioterapia. Eles nos observavam com agonia nos olhos, estavam sofrendo em ver suas mães passarem por isso, estavam sofrendo porque sabiam que estávamos perdendo Dulce.
- Venha, você consegue. Mantenha sua concentração no que vai fazer agora, é só elevar a perna direita... – eu dava as instruções para Dulce que se agarrava nas barras com dificuldade, ela estava com dor. Olhei angustiada para a médica que me indicou que eu continuasse o que estava fazendo.
And my father told me, son
It's not his fault he doesn't know your face
You're not the only one
Although my grandma used to say
That he used to sing
05 de Janeiro de 2063. – New York, NY.
- Dulce, Dulce... Me escuta, por favor! – eu pedia desesperada enquanto Dulce chorava descontroladamente na cama. Eu estava cuidando dela aquela noite e fui acordada por seu choro incessante no meio da madrugada, ela não tinha forças para se mexer e quando não reconheceu quem estava deitada com ela na cama, entrou em desespero. – Enfermeira! – gritei na porta, meu coração estava descompassado em ver Dulce daquela forma.
Ela babava e estava suada com os cabelos presos no rosto. Uma enfermeira entrou e começou a administrar o sedativo no soro, e eu cai sentada no sofá.
Estava tão exausta, tão machucada.
Darling, hold me in your arms the way you did last night
And we'll lie inside for a little while, here oh
I could look into your eyes until the sun comes up
And we're wrapped in light, in life, in love
02 de Agosto de 2032. – New York, NY.
Ethan cavalgava com o cavalo Rex pelo campo do rancho, o garoto tinha 11 anos e estava no seu auge de paixão pelos animais. Ele estava apostando corrida com Dulce que montava o filho de Léo, que havia falecido anos antes, enquanto eu vinha logo atrás em um cavalo pardo com Sarah de 7 anos o guiando.
- Você já foi mais rápida, mãe. – riu Ethan quando ganhou de Dulce na competição.
- Já pensou que eu posso tê-lo deixado ganhar? – Dulce rodeou Rex com Bernard e riu quando Ethan fechou a cara. – Own, não vai cantar vitória agora?
- Runpf! – ele resmungou passando por mim e parando o cavalo na sombra de um salgueiro.
Dulce e eu fizemos o mesmo, ambas achando graça da cara emburrada do garoto.
Put your open lips on mine and slowly let them shut
For they're designed to be together, oh
With your body next to mine our hearts will beat as one
And we're set alight, we're afire in love
Dulce estendeu uma enorme toalha em baixo da árvore e ajudou Sarah a descer do cavalo. Ethan foi o primeiro a se jogar no chão, acompanhado da irmã que adorava imitar os movimentos do irmão mais velho.
- Não, Sarah. Nada de me imitar. – ele resmungou.
- Não, Sarah. Nada de me imitar. – ela provocou e Ethan revirou os olhos.
Eu comecei a rir e decidi intervir antes que um decidisse matar o outro.
- Ok, já está quase anoitecendo. Quem vai ser o primeiro a começar?
Noites de quinta feira eram reservadas para contarmos histórias aqui neste mesmo lugar, eram basicamente de terror, mas todos estavam abertos para novas histórias.
- Eu começo, mama. – pediu a menina ajustando o pequeno laço branco em sua cabeça.
Eu sentei com as costas apoiada na árvore e Dulce se acomodou entre minhas pernas. Ethan estava sentado com as pernas cruzadas e Sarah sentou sobre os joelhos, animada sobre ser a primeira a começar.
- Bom, era uma vez...
Things were all good yesterday
But then the devil took your breath away
And now we're left here in the pain
Black suit, black tie, standing in the rain
And now my family is one again
Stapled together with the strangers and a friend
Came to my mind, I should paint it with a pen
Six years old, I remember when
12 de Janeiro de 2063. – New York, NY.
O silêncio daquele quarto de hospital incomodava mais que o normal. Anahí segurava a mão de Dulce na cama enquanto Dulce dormia, a advogada mantinha a cabeça baixa analisando a mão enrugada de sua amada. Elas mal notaram como o tempo passara para elas. É engraçado como ambas tinham cabelos brancos, rugas e mesmo assim costumavam se enxergar ainda adolescentes. Bom, agora apenas Anahí já que Dulce não podia se lembrar de mais nada.
Para Anahí, até mesmo as rugas em Dulce a deixavam linda.
- Titanic. – ouviu a voz fraca de Dulce.
Anahí ergueu o olhar assustada e encontrou a Dulce a olhando.
- O que? – Anahí perguntou confusa.
Dulce apertou um pouco sua mão.
- Hey... Você. – Dulce virou o rosto e encarou o teto, era como se forçasse sua mente. Ela franziu o cenho e voltar a olhar para Anahí. – Olhos azuis.
My father told me, son
It's not his fault he doesn't know your face
And you're not the only one
Although my grandma used to say
That he used to sing
Anahí começou a tremer, o coração disparado, o corpo em alerta, suas células trabalhando ainda mais rápido.
- Você... Você lembra? Dulce, você está se lembrando? – perguntou entre lágrimas. – Hey, você, meu amor!
Dulce engoliu com dificuldade, uma lágrima escorreu em seu rosto.
- Seus olhos... São meu universo preferido. – ela diz e um pequeno sorriso triste surge em seus lábios.
- Dulce! Por favor, meu Deus! – a advogada não podia se conter, ficou em pé e segurou a mão de Dulce com as duas mãos. – Eu amo tanto você, Dul.
- Você... Você foi a melhor coisa que me aconteceu, Anahí. – a frase finalmente saiu completa. Fraca, mas completa. Elas se olhavam intensamente e choravam por finalmente se encontrarem outra vez na sanidade de Dulce. – Eu amo você.
Dizem que quando uma pessoa está em seu leito de morte, sua vida toda passa bem diante de seus olhos.
Dois minutos depois Dulce sofreu um ataque cardíaco vindo a óbito.
02 de Agosto de 2035. – New York, NY.
Se eu tinha certeza de uma coisa, é que Dulce nunca perderia sua alma infantil e inocente que enxerga as pequenas coisas da vida. Ela vê esperança em um pequeno sorriso, ela vê o arco íris depois da tempestade, ela vê a sua alma antes mesmo que você o perceba. Eu me permito pensar nisso observando-a brincar sozinha na chuva. Imaginem uma mulher madura, com dois filhos, casada e rodando no meio do gramado com os olhos fechados, braços abertos e um sorriso bobo no rosto por simplesmente sentir a chuva em seu corpo.
Ela é tão especial.
14 de Janeiro de 2063. – New York, NY.
O cemitério estava cheio naquele dia. Várias pessoas em suas roupas pretas representando o luto que sentiam ao perder uma pessoa tão querida. O padre falava alguma coisa, mas poucas pessoas entendiam, todos estavam perdidos em sua própria dor. A pressão de Maitê caiu significativamente e ela precisou de uma cadeira para sentar com Zoe sendo seu apoio. Emma estava abraçada em Daniel chorando silenciosamente. Santana usava óculos escuros e nada dizia, ela apenas encarava o caixão negro como se não acreditasse no que estava vendo. Taylor estava ao lado de Anahí, que por sua vez nada dizia, nada fazia, mal de movia. Ethan era o suporte de Sarah, a mulher que chorava copiosamente ao lado do caixão.
Dulce seria enterrada ao lado dos pais, como desejava.
Ela nunca mais daria um de seus sorrisos que iluminavam o dia, nunca mais contaria suas piadas sem graça, nunca mais seria uma criança feliz ou daria suas broncas.
E naquele momento, Anahí odiava Dulce. Odiava por ela ter sido tão egoísta e ter levado tudo de si com ela, por ter partido e não a levado junto. Como ela viveria em um mundo sem Dulce?
Não existe Dulce sem Anahí.
Até mesmo os céus estavam em luto deixando o tempo nublado.
- Quando eu precisei de conforto em meus momentos mais sombrios, seus braços me acolheram. – Anahí começou a dizer, os óculos escuros escondendo a dor em seus olhos. – Quando o mundo parecia um lugar assustador, seu corpo foi o meu escudo. – suspirou pesadamente, as palavras ficando presas em sua garganta. – Quando tudo parecia ordinário e infeliz, o seu sorriso foi a esperança. Quando discutíamos e eu exigia o divorcio no ápice da minha raiva, você abaixava a guarda para não me deixar fazer besteira. – focalizou o rosto sereno de Dulce. Era como se ela estivesse dormindo, pronta para acordar a qualquer momento. – Inúmeros foram os momentos em que me protegestes de mim mesma e do mundo lá fora. Você cumpriu com a promessa de se lembrar dos meus olhos até mesmo quando se esquecesse do próprio nome. Mas, quando eu esperei que você acordasse naquela maca após aquele ataque... Você não acordou.
Era possível ouvir o choro baixinho de várias pessoas, mas nenhuma delas poderia sentir a dor que Anahí sentia.
Ninguém nunca entenderia o que ela estava sentindo, era quase uma dor suicida.
- Dulce amava me ouvir tocando violão, e como uma forma de despedida eu vou fazê-lo agora. – enxugou as lágrimas e pegou o violão preto das mãos de John. O Padre lhe ofereceu um banquinho que a advogada sentou, os olhos sem nunca deixar Dulce. – É por você, Dul.
When your legs don't work like they used to before
And I can't sweep you off of your feet
Will your mouth still remember the taste of my love?
Will your eyes still smile from your cheeks?
Flashback:
"- Você acha que pode ficar me empurrando como se eu fosse uma boneca ou algo do tipo? – Anahí fingiu raiva quando se levantou andando com passos firmes até Dulce que recuou. – Você só se esqueceu de que tudo tem volta, Dulce María Savinon!
- Não, Anahí, não! – pediu Dulce esticando os braços na tentativa falha de tentar parar Anahí que a fuzilava com uma expressão divertida. – Eu prometo não fazer mais isso... Ah!
A pequena começou a correr pelo quarto com Anahi ao seu encalce, pareciam duas crianças de 4 anos brincando de pega-pega e não adolescentes cursando a faculdade, principalmente de direito. Dulce subiu em cima da cama e se jogou do outro lado, mas foi barrada e soltou um grito quando seus corpos se chocaram e caíram no chão."
Fim do flashback.
Darlin' I will be lovin' you
Till we're seventy
Baby my heart could still fall as hard
At twenty three
Sua voz embargou devido a dor que não parava de aumentar em seu peito. Sentiu a mão de Ethan em seu ombro e por um momento sentiu-se protegida, mas nunca seria o suficiente, não sem o amor de sua vida.
Flashback:
"- Faça um pedido.
- 18, 17, 16, 15...
- Isso é bobeira. – riu Anahí depositando beijinhos no ombro da namorada.
- Faça, Anahí !
- 12, 11, 10, 9...
- Ok, eu quero viver com Dulce Maria Savinon para sempre.
- Para sempre?
- 5, 4, 3, 2, 1!
- Para sempre."
Fim do flashback.
When my hair's all but grown and my memory fades
And the crowds don''t remember my name
When my hands don't play the strings the same way (hmm)
I know you will still love me the same
O caixão foi selado dando o último adeus ao rosto sereno de Dulce. Enquanto os homens o desciam pela cova, várias pessoas jogavam flores representando o carinho que sentiam pela menina do laço vermelho.
Cause honey your soul
Could never grow old
It's evergreen
Baby your smile's forever in my mind and memory2
Ethan aproximou-se do túmulo e deixou um pequeno dinossauro de brinquedo enquanto enxugava as lágrimas. Sarah foi a próxima, ela se ajoelhou, tirou o laço vermelho que usava e o deixou ao lado do dinossauro. Na cabeça de Anahi tudo acontecia em câmera lenta, ela estava ajoelhada em frente ao tumulo e as pessoas saíam aos poucos tocando em seu ombro e dizendo palavras de conforto, todos queriam dar a privacidade devida a ela.
I'm thinkin' out loud
People fall in love in mysterious ways
Maybe it's all part of a plan
I'll just keep on making the same mistakes
Hoping that you'll understand
A advogada tirou da bolsa um livro velho e surrado que ela conhecia tão bem.
- Ela nunca recobrou a consciência. – recitou lendo a frase na página marcada. - Não reconheceu ninguém desde o momento em que a deixou, disse eu. Ela jaz com um doce sorriso nos lábios, e seus últimos pensamentos a levaram de volta aos dias felizes. Sua vida encerrou-se como um sonho suave. Que ela possa despertar tão suavemente no outro mundo.
That baby now (ooh)
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
Maybe we found love right where we are
Anahí deixou o livro em cima do túmulo ao lado do presente de seus filhos.
- Para que você possa se lembrar de mim sempre que olhar para cá. Eu te amo. – murmurou alisando a lápide que continha as inscrições:
Dulce María Portilla Savinon.
1997 – 2064.
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. - Charles Chaplin.
***
29 de Abril de 2064. – Los Angeles.
Vários flashes iluminavam a pequena mesa onde o rapaz coçava a barba mal feita e sorria timidamente para os fãs. Eram cerca de 40 pessoas sentadas em cadeiras em um jogo de perguntas e respostas sobre o mais novo fenômeno das livrarias de todo o mundo. O livro contava uma história verídica que todos sabiam ser das mães do autor, e aquela história vinha servindo de incentivo para milhares de pessoas que se sentiam na pele de Anahí Portilla aos 19 anos.
O livro se chamava O laço vermelho.
- Ethan, o livro termina com o enterro de Dulce e a citação da lápide. – um dos fãs que fora escolhido por seu agente estava em pé segurando o livro em mãos. – Você deixou uma incógnita, mas será que pode nos dizer o que aconteceu com Anahí depois?
Ethan sorriu para o fã e por um momento seus olhos se perderam.
"Ninguém sabe. Não de verdade. Talvez ela esteja por ai isolada em algum lugar fazendo aulas de piano ou viajando o mundo."
O Mustang preto reproduzia You are my sunshine de Johnny Cash enquanto era guiado pela estrada vazia. Anahí usava seus óculos escuros e com uma mão segurava um copo de cappuccino, em seu rosto um pequeno sorriso que costumava carregar sempre que certas músicas a fazia lembrar-se de certa pessoa.
"Anahí sempre será uma incógnita até mesmo para mim. Vamos relevar o fato de que ela virou sua vida de cabeça para baixo apenas para se encontrar. Você faria o mesmo? Você teria coragem de abandonar tudo se isso lhe desse 1% de chance de encontrar a felicidade?"
O adeus de Eli
Um ano depois Anahi se encontrou com Dulce durante seu sono profundo, e daquele momento em diante elas permaneceram juntas no que seria o verdadeiro para sempre com a garota do laço vermelho.
************
Eu nem preciso dizer que estou em prantos. Eu precisei parar de escrever várias vezes pra respirar, vocês não fazem ideia do que essa fanfic representa pra mim. Ela sou eu. Sei que já disse isso antes, mas eu realmente amo vocês ao ponto de estar aqui revelando que sim, eu me vi como Anahí, assim que li essa história, isso no intuito de conseguir me libertar do meu Enrique, quando me descobri que gostava de meninas. Essa história foi a minha rota de fuga, o meu escape, uma forma de eu conseguir ser forte em um outro mundo. Agora eu preciso ser forte por mim mesma. O relacionamento Anahi x Dulce é meio que a história de muitos, que querem acima de tudo a eterna felicidade, eu sou um Ethan no meio disso tudo. Emma sou eu, Santana sou eu, Maitê sou eu, Zoe sou eu, tudo ali tem um pouco de mim.
Eu não quero fazer isso ficar cansativo, mas se eu posso pedir uma coisa pra vocês, por favor, do fundo do meu coração, levem essa estória com vocês. Não por simplesmente ser uma fanfic. não quero que ela seja a mais comentada e blá blá blá, mas eu quero que vocês a guardem no coração como algo que possa lhes servir de lição. Existe SIM uma forma de se livrar dos próprios demônios e isso começa com você mesmo. Existe SIM amor como o de Anahí e Dulce como na fanfic, você só está procurando demais. Dizem que o amor aparece quando nós paramos de procurar por ele. É o destino, sabe? Ele é bem filho da pu/ta mesmo.
Sejam felizes, meus amores, vivam essa vida intensamente e nunca se privem da verdadeira felicidade.
Arrisque, faça acontecer e um dia você não terá medo de olhar para trás.
Obrigada a todos vocês, cada um dos meus leitores é uma estrela do meu céu, e eu falo sério. Eu amo todos, isso é muito importante pra mim. E eu não consigo dizer mais porque to chorando muito, meu Deus. Dizer adeus pro meu bichinho dói muito. Enfim, é isso.
FIM.............
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Comentários da Fanfic 74
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00
Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK
Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54
Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs
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Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41
EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3
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lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24
parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas
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Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23
MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO
Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46
Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.
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ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27
Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc
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siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42
Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06
PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs
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Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19
Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.
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Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12
Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu
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laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10
Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo