Fanfics Brasil - Capítulo 9 O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada

Fanfic: O laço vermelho (adaptada AyD) Finalizada | Tema: Portinon


Capítulo: Capítulo 9

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Primeiros encontros. Nunca sabemos se o primeiro encontro vai durar uma hora, meses ou anos talvez. Quem sabe a vida toda? Nunca se sabe com quem vamos nos encontrar de verdade, então quais são as expectativas? No primeiro encontro nos disfarçamos e usamos algum tipo de máscara, mas, é como dizem, o tempo sempre apresenta o que temos por dentro.



De uma forma ou de outra.



Os primeiros raios de sol invadiam a fresta da janela do quarto de Anahí deixando o cômodo pouco iluminado. Ainda era possível ouvir a fina chuva do lado de fora e uma extrovertida conversa entre os Savinon no andar de baixo. O cheiro da mistura de terra molhada e chocolate quente tinham despertado Anahí de seu sono leve fazendo-a apertar os olhos quando recebeu a claridade que vinha da janela diretamente no rosto; logo seus olhos encontraram uma figura deitada ao seu lado que Anahí duvidou ser humana devido à perfeição a qual se igualava. Dulce tinha um abraço em baixo do travesseiro e o outro pendia na cama, sua respiração proporcionava à Anahí certa paz concentrada logo no lado esquerdo do peito. A lembrança da noite passada ainda queimava como brasa em seu cérebro projetando um pequeno sorriso ao acariciar levemente a pele bronzeada do rosto de Dulce.



Elas haviam se beijado. Dulce deu seu  primeiro passo e isso a deixava ainda mais feliz, a batalha travada em seu peito entre beijar ou não uma garota tinha finalmente sido apartada quando os lábios urgentes da pequena alcançaram os seus clareando sua mente por completo. O coração de Anahí acelerou mais uma vez ao se lembrar da sensação de ser beijada por Dulce e por um segundo desejou poder fazer isso outra vez.



Anahí olhou o relógio na cabeceira da cama e agradeceu a Deus que ainda fosse cedo demais para a faculdade, assim pode levantar-se cuidadosamente para não acordar Dulce e caminhar sem pressa até o banheiro para a higiene. Seus pensamentos ainda giravam em torno do beijo e do que aconteceria dali em diante com as duas, ela havia se dado conta de que estava disposta a se jogar de cabeça no que estavam construindo, mas ainda sim Dulce tinha seus medos e Anahí temia o momento em que a tal conversa chegasse.



Ela não sabia o que esperar.



Assim que saiu do banheiro, desligou a luz do quarto outra vez analisando a respiração calma da pequena ainda deitada na mesma posição na cama. Anahí começou a caminhar lentamente pelo quarto analisando cada detalhe, desde o enfeite de bolinhas na cômoda até o violão esquecido no chão ao lado da cama por ela noite passada, assim como a toalha que devia ter servido para enxugar seus cabelos, mas que acabaram tendo que fazer isso por si só. Os olhos azuis localizaram a caixinha de música e rapidamente o concerto do Central Park se fez presente nas lembranças da jovem. Anahí abriu a caixinha e fechou os olhos contemplando o som suave que tanto lhe agradava na infância, lançou um olhar rápido para Dulce checando se não a tinha acordado e deixou a caixinha em cima da cômoda outra vez mudando para um pequeno rádio com um pen drive; ela abaixou o som e deu play deixando que a voz de Roberta Flack interpretando The first time ever I saw your face, sendo a música que Anahí tocara naquela noite fria no apartamento de Rachel quando estava sentada no alto do prédio, fosse sua trilha sonora particular quando voltou à cama apenas para contemplar o sono de Dulce.



Dulce franziu o cenho ainda de olhos fechados e bocejou preguiçosamente arrancando um riso de admiração de Anahí deitada de frente a ela. Quando finalmente abriu os olhos de forma manhosa, foi preciso alguns segundos até se dar conta de que alguém zelava por seu sono com ternura escorrendo pelos olhos azuis cintilantes. A pequena sabia que tinha corado furiosamente assim que seus olhos se cruzaram, elas agora apenas se encaravam absorvendo uma a outra.



– O que está olhando? – Dulce perguntou com a voz falha, quase nula.



Anahí sorriu apaixonada e tocou o nariz da pequena com a ponta do dedo indicador antes de responder:



– Você.



Foi então que Dulce se deu conta do rádio ligado e em que música estava; ela desejou afundar no travesseiro e nunca mais permitir que Anahí a visse no estado de constrangimento em que estavam.



– Você mexeu no meu rádio, anahi! – implicou escondendo o rosto entre as mãos. – E você está me encarando enquanto eu estou com os olhos cheios de remela, um bafo horrível e provavelmente meus cabelos estão parecendo uma juba de leão.



– Eu não sei qual o motivo de vergonha, você está linda. – rebateu Anahí achando tudo aquilo fofo demais. - Hey, pequena. – brincou tentando tirar as mãos da pequena do rosto. – Olhe para mim, por favor. Pare de ser boba, eu amo muito mais te ver assim do que toda arrumada.



Contra a vontade e sabendo que Anahí estava dizendo aquilo só por falar, Dulce abaixou as mãos e voltou a encará-la fingindo estar brava.



– Que horas são?



– Cinco e dezoito. - Anahí conferiu no relógio outra vez antes de voltar sua atenção à Dulce. – Sabe que precisamos conversar, não sabe?



Dulce levou a mão direita ao rosto de Anahí o acariciando com carinho, indicando que não tinha se arrependido de sua decisão. Aliviada, a Anahí fechou os olhos e suspirou sentindo o toque e segurando o pulso da pequena antes de deixar um tímido beijo na palma da mão.



– Eu não me arrependi se é o que está se perguntando. – começou Dulce que continuava sua exploração pelo rosto de Anahí. – Você estava certa quando disse que eu queria isso, e acredite que estou me segurando muito para não beijá-la agora. – mordeu o lábio inferior não arriscando olhar para os lábios de Anahí. – Mas eu também estava certa quando disse que preciso de um tempo.



Os olhos de Anahí caíram, e por instinto Dulce aproximou-se mais até seus corpos estarem colados, assim como suas testas. Ela segurou o rosto de anahi com as duas mãos obrigando-a seus olhos a se encontrarem.



– Não há um tempo de nós, acho que já adiei isso demais. – explicou sentindo um arrepio na espinha quando o braço esquerdo de Anahí enlaçou sua cintura. – Vamos apenas levar as coisas devagar, tudo bem? Deixe-me levá-la num encontro esta noite, é sexta-feira e eu conheço o lugar perfeito para que você conheça um pouco mais de quem eu sou.



– Você sabe que estou apaix... – Anahí tentou dizer, mas foi calada por um selinho rápido de Dulce que a fez franzir o cenho em confusão.



– Não diga isso. Você não tem certeza disso e está tudo bem, Anahí. – sussurrou contra a boca da loira. – Vamos levar as coisas com calma e explorar esse sentimento, ok?



– Tudo bem. – Anahí se rendeu espreguiçando-se mais uma vez antes de dar um beijo na testa de Dulce e sentar na cama. – Vamos nos arrumar para a aula.



Ambas ficaram prontas em questão de minutos sendo tomadas pelo silêncio, inertes em seus próprios pensamentos. Dulce sabia que se não desse certo, ao menos elas teriam algo bom para contar aos seus filhos no futuro, uma história curta, mas bonita. Anahi decidiu quebrar a tensão que se instalara entre elas empurrando Dulce na cama para começar uma guerra de travesseiros, que se transformou em guerra de cócegas e terminou com Dulce correndo pela casa com a mochila nas costas clamando por socorro. Blanca estava na sala com Cláudia assistindo desenhos quando as duas garotas desceram as escadas quase tropeçando uma na outra.



– Você poderia acordar sempre assim, Dulce. – brincou Blanca levantando-se e seguindo as garotas até a cozinha. – Fernando mandou um abraço, Anahí.



– Obrigada. – agradeceu a Anahí sentando-se no balcão enquanto observava Dulce com fogo nos olhos, ela tinha prometido se vingar assim que pudesse. – Ele já foi trabalhar?



Blanca estendeu dois pratos no balcão contendo waffles e panquecas que Anahí aceitou de bom grado quando se deu conta de que estava com muita fome.



– É o horário dele – explicou Dulce enchendo o copo de leite. – às vezes trocam os turnos, mas normalmente ele sai antes do sol nascer.



Cláudia se juntou a elas na cozinha abraçada a um urso de pelúcia. A pequena Savinon correu até Dulce abraçando a irmã e deixando um beijo tímido na bochecha de Anahí antes de se juntar a elas na mesa para comer mais alguns waffles; Cláudia então começou a contar sobre o passeio que tinha feito com a escola, e é claro que Anahí ouvia tudo atentamente, era apaixonada por crianças e Cláudia era o cúmulo de fofura com aquela carinha de sono.



Meia hora depois elas entraram no Dodge seguindo para Juilliard com Dulce relatando suas experiências ao ouvir o CD de Johnny Cash que Anahí tinha lhe emprestado; foi preciso respirar antes de admitir que sim, a garota estava certa, as músicas eram realmente boas. Anahí sorriu convencida e abriu o porta luvas do carro tirando o CD de Billie e o devolvendo para Dulce.



– Fico feliz que tenha gostado de Johnny tanto quanto eu gostei de sua querida Billie. – brincou quando estacionou o carro em frente à instituição.



Dulce sorriu amplamente guardando o CD na mochila.



– Agora você pode cantar as músicas dele para mim sempre que quiser. – sugeriu deixando os olhos se perderem nos pingos de chuva de caíam no vidro do carro. – Eu não sei se já disse isso, mas amo quando canta para mim.



O coração de Anahí acelerou mais uma vez naquele dia e, espere! Aquilo eram borboletas em seu estomago?



– Eu passo na sua casa às oito horas em ponto, tudo bem? - perguntou descansando o braço no encosto de cabeça do banco de Dulce. – Não vá fugir de mim.



– Você sempre da um jeito de me encontrar. É minha stalker particular. – elas riram gostosamente. – Mas sim, às oito me parece ótimo.



O clima ficou sem graça no momento seguinte, o vidro estava fechado e embaçado, então as pessoas não conseguiam enxergá-las lá dentro, mas era muito mais sobre elas do que os outros; como se tivessem medo da reação uma da outra após o beijo da noite passada.



– Vem aqui. – cansada de tanto enrolar, os dedos de Anahí se enroscaram na nuca de Dulce trazendo rosto da pequena contra o seu e pressionou seus lábios, nada demais, apenas um pequeno beijo de despedida. – Assim está melhor.



Dulce ainda estava surpresa, talvez essa não fosse sua ideia de ir devagar, mas quem se importa com Anahí Portilla querendo seu beijo, não é mesmo? Então apenas sorriu de volta e abriu a porta do carro quando sentiu a mão de Anahí em seu braço.



– Que roupa devo usar? Você não me disse aonde vamos.



– Não importa a roupa porque é uma surpresa. – respondeu Dulce com uma piscadela antes de abandonar o carro.



Anahí apenas observou a pequena correndo para atravessar a rua quando o farol fechou, sendo recebida por alguns colegas na entrada. Sua cabeça estava a mil, não sabia o que esperar daquela noite, mas desejava que tudo fosse perfeito.



******

*****

****



O dia passou dolorosamente lento com a espera do primeiro encontro que teriam aquela noite, Dulce trancou-se no próprio mundo em todas as aulas reproduzindo o beijo de novo, de novo e de novo... Anahí tinha despertado nela o melhor e o pior; o pior se devia ao seu maldito medo de estar em uma relação, mas depois daquele beijo era como se tudo fosse possível, e era inegável que Anahí vinha provando a cada dia que merecia uma chance de ter o seu coração.



No almoço foi encurralada por Maitê e Zoe  que continuavam aflitas sobre os acontecimentos no Blue Note noite passada, mas Dulce continuava se fazendo de desentendida, decidindo se deveria ou não contar o que tinha rolado quando chegaram em sua casa.



- Pensamos que vocês fossem discutir de madrugada. – disse Zoe recebendo afirmação de Maitê.



As três estavam sentadas no refeitório com Dulce brigando com a tampa de uma garrafa de água impossível de ser aberta, Maitê brincando com um copo de suco vazio em cima da mesa e Zoe sendo mais curiosa que a namorada pela primeira vez.



- Eu me senti mal depois, querendo ou não foi minha culpa... - Maitê continuou com um bico nos lábios. - Eu meio que joguei Anahí para você sem ter certeza do que ela queria...



- Ok! As coisas não foram bem assim... - disse quando já não aguentava ouvir as lamentações de sua amiga. Maitê parou de falar no mesmo instante e Zoe parecia surpresa. - Aconteceram... Coisas. - abaixo o tom de voz na última palavra e respirou fundo. - Nós nos beijamos.



O copo de suco vazio que Maitê brincava caiu de suas mãos enquanto sua boca formava um perfeito O. Os olhos de Zoe poderiam saltar das órbitas a qualquer momento tamanho seu choque. Dulce achou engraçada a reação das amigas, mas ainda sim continuava insegura sobre o assunto, então desistiu da garrafa de água mutante e se inclinou um pouco mais na mesa dando total atenção ao casal.



- Como foi isso? – perguntou Zoe  já que Maitê aparentemente tinha perdido a voz. - Ela te beijou?



Dulce negou com a cabeça, seu rosto ruborizando com a pergunta.



- Eu estava no banheiro me trocando depois de um banho, quando voltei ao quarto, ela estava sentada na cama com meu violão nos braços, então ela pediu para tocar uma música... - contou repassando as imagens em sua cabeça. - Ela tocou e cantou tão maravilhosamente que eu me senti... Feliz. Eu não sei. Só me senti inclinada a beijá-la e o fiz.



Maitê ergueu os braços dramaticamente pedindo silêncio e se inclinou na mesa quase colando seu rosto ao de Dulce.



- Isso quer dizer que vocês estão saindo? Estão namorando? Vocês transaram?



Zoe segurou o ombro da namorada pedindo calma fazendo movimentos com as mãos indicando que ela inspirasse e expirasse devagar.



- Jesus, Maitê! - exclamou a pequena com agonia. - Nós não estamos namorando e muito menos fizemos sexo! Você sabe como sou quando a questão é relacionamentos, eu tenho medo e sou insegura. Pedi a ela que levássemos com calma, então vou levá-la a um encontro esta noite.



Parte dela tinha contado às duas amigas porque precisaria de ajuda muita com o que vestiria, pois seus gostos eram muito casuais quando se tratava de sair. Maitê  e Zoe. eram o casal mais fashion que ela conhecia, tinha certeza que não seria decepcionada.



- Isso é tão fofo! – Maitê bateu palmas fingindo que limpava lágrimas. – Eu estou tão feliz que mal posso me conter, posso até mesmo imaginar o casamento com arcos, ao céu aberto, fogos de artifício...



Dulce abriu a boca pronta para protestar quando seus olhos captaram uma ruiva sorridente caminhando até elas com uma bandeja em mãos. A lembrança de Anahí lhe contando que Rachel havia tentando beijá-la não adiantava em nada seu humor agora e o casal na mesa pareceu notar sua mudança de expressão ficando rapidamente em silêncio.



- Olá, meninas. - cumprimentou a ruiva deixando a bandeja ao lado de Dulce e sentando-se sem ser convidada. - Eu não vi vocês indo embora ontem então não pude me despedir.



Maitê  soltou uma exclamação irônica sendo repreendida por Zoe que sorriu educadamente para Rachel antes de explicar:



- Meu pai me ligou furioso sobre a hora, então Anahí me levou em casa.



Uma luz pareceu acender na cabeça da ruiva com a menção ao nome de Anahí e ela engoliu o pedaço de frango rapidamente.



- Por falar em Anahi... - Dulce trancou o maxilar e as outras duas a olharam na expectativa do ciúme. - Ela é uma garota difícil, eu tentei a noite toda conseguir ao menos um beijo e acabei sendo rejeitada. - respirou frustrada. Seus olhos encontraram uma Dulce branca como um fantasma ao seu lado. - Você está bem? Ficou pálida.



Dulce evitava ao máximo sentir ciúmes, mas as imagens de Anahí empurrando Rachel eram prazerosas demais para ela uma vez que a pessoa que a loira realmente queria beijar era ela.



- Eu estou ótima. - respondeu automaticamente. - Mas se eu fosse você, desistiria logo dela. Anahí tem uma namorada... - olhou para baixo se perguntando de onde tirou isso. - Em Seattle. - recebeu olhares questionadores de Maitê e Zoe que preferiu ignorar e se levantou. - E pelo que ela me disse, ama muito a namorada. Muito mesmo.



E sem dar mais nenhuma explicação, saiu do refeitório mais do que satisfeita por decepcionar Rachel e todas as suas intenções com Anahí.



******

*****

****



Anahí estava despreocupadamente sentada no chão do dormitório com as costas apoiada no beliche enquanto jogava uma bolinha de tênis na parede oposta que quicava, batia na parede e então voltava em suas mãos, era uma forma de passar o tempo sem enlouquecer agora que tinha terminado todos os seus trabalhos e ainda faltava pouco mais de duas horas para o tal encontro.



Emma estava na parte de cima do beliche lendo um livro de Direito Constitucional para o tal trabalho do Sr. Manson com fones de ouvido, mas não havia música nenhuma já que pedia as respostas que não encontrava no livro à Anahi.



– Megan e Louis perguntaram de você hoje. – Emma comentou depois do silêncio que recaíra no quarto, a não ser, talvez, pelo som oco da bolinha batendo contra o piso de madeira. – Disseram que você não atende o celular e que não aparece mais nas festas das fraternidades, como se eu me importasse com algo que eles dizem.



Anahí continuou jogando a bolinha desinteressada do assunto, o boné dos Giants pendia em sua cabeça assim como o Iphone 5S branco esquecido em seu colo.



– Talvez eu esteja faltando com minha obrigação de amiga com eles. - concluiu mais para si mesma, mas ouviu uma reclamação de Emma e revirou os olhos.



– Eles são doentes, isso sim. Andam bebendo e fumando maconha como se não houvesse amanhã e se acham os donos da verdade. – reclamou fechando o livro com violência e o deixando de lado na cama para olhar para a cabeleira caramelada de Anahi lá em baixo. – Prefiro Maitê, Zoe e Dulce.



– Uhum, você provou isso ontem. – alfinetou segurando o riso porque na verdade nada naquele dia poderia estragar seu humor.



Emma jogou um travesseiro que passou de raspão na cabeça de Anahi.



– Eu já disse que estava bêbada! – defendeu-se. – Aliás, como eu poderia saber que você gosta de garotas agora?



– Emma... – Anahí quase perdeu a bolinha quando a amiga disse alto demais. – Eu não gosto de garotas, ok? Eu gosto de UMA garota e ela é a Dulce. Pensei que já tivesse deixado isso claro.



Ouviu Emma resmungar sobre estar bêbada e não poder controlar o que diz, mas preferiu manter-se em silêncio e se concentrar na bolinha. Pensando melhor agora, Dulce tinha seu grande medo sobre relacionamentos, e Anahí acabara de descobrir qual era o seu: sua sexualidade. Todo esse tempo estivera ocupada planejando em como conseguir ficar com a mais nova, e não pensou em nenhum momento em como seria sua vida caso se relacionasse com uma garota. Seus pais nunca aceitariam, mesmo sendo maior de idade ou não, eram eles que a sustentavam e Anahí gostava do conforto que tinha. Seu ciclo de amizades... Tirando Emma, ninguém mais aceitaria vê-la com outra garota. Havia mais um problema: Seus pais odiavam artes. Enrique sempre dizia que música não levava ninguém a lugar algum e que os artistas não tinham um trabalho de verdade.



Parou a bolinha sentindo-se mal pelos pensamentos que teimaram em atormentá-la justo naquele dia, era verdade o que diziam sobre cair em si apenas quando se conseguia o que almejava. Não que ela tivesse conseguido Dulce, mas elas estavam no caminho, havia algo muito especial que as tornavam exclusivamente uma da outra. Anahí encostou a cabeça no beliche olhando pela janela, a chuva finalmente havia cessado e o crepúsculo substituía o dia nublado.



– Emma? – chamou sentindo-se pela primeira vez confusa. A garota murmurou algo inaudível e Anahí continuou encarando os desenhos indecifráveis que as nuvens acinzentadas formavam. – Como é um primeiro encontro?



Era um tanto quanto irônico estar perguntando isso a alguém como Emma Watson, mas apesar dos pesares, a amiga sempre estivera lá no pior de seus dias e no momento era a única a quem poderia recorrer esse tipo de pergunta.



– Bem...depende. Você pode só transar, se quiser.



Anahí revirou os olhos já se arrependendo de ter perguntando.



– Ok, esqueça. – voltou a jogar a bolinha na parede certificando-se de esvaziar a mente sobre aquele assunto.



Sentiu quando Emma desceu do beliche e sentou ao seu lado no chão olhando-a atentamente.



– Não precisava ser rude, eu estava brincando. – disse tirando as meias que usava e as jogando na cama de Anahi. – Eu não sei realmente como é um encontro, os caras com quem eu saía... Eu não sei, às vezes era como se eles se montassem só para me impressionar, então depois eu descobria que não são nada daquilo que mostraram ser no começo. É uma grande decepção. Troy e eu nos conhecemos na faculdade e nos tornamos amigos antes de qualquer coisa, não tivemos um primeiro encontro. Apenas aconteceu, e quer saber? Ele me faz feliz. – finalmente olhou Anahí e percebeu como a amiga parecia ansiosa. – Vai sair com ela, não vai?



Anahí apenas acenou com a cabeça sem ter realmente o que dizer.



– Se quer um conselho meu enquanto estou sóbria, então seja você mesma. Dulce já gosta de você por quem você é; apenas continue sendo a chata que sempre foi e ganhe o coração dela. – cutucou o estômago de Anahi fazendo-a sorrir. – Vocês são imperfeitamente perfeitas uma para a outra.



*********



Música no rádio da Dulce: Roberta Flack - The First Time Ever I Saw Your Face




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 19:25:00

    Emii eu to lendo o começo todoo, na parte fofa, QUANDO ELAS NÃO ESTAVAM MAGOADAS E NADA ACONTECIAA, estou bem happy, porem quando chegar na parte da dor e sofrimento, eu paro de ler KKKKK

    • Emily Fernandes Postado em 06/10/2017 - 05:29:54

      Ai Duda, CV e b+, kkkkk mas mesmo sabendo que a história mexeu com os seus nervos vc vai ler de novo. Cara, queria estar no seu lado só pra ver a sua reação, dentro da sala de aula. Kkkkkkkkk mas eu te entendo, eu chorei horrores com uma história Portinon tbm. Cara é sério pq CTA. Acabou comigo. A Tammy Portinon acabou comigo literalmente kkkkk.E tipo eu tbm estava lendo na sala de aula, tive que mentir até o pq do choro. Mas valeu a pena não é. Bjs

  • Kakimoto Postado em 05/10/2017 - 16:07:41

    EMILYYYY EU NUNCA SOFRI TANTO EM UMA FANFICCCCCCC, EU ESTAVA LENDO NA AULA, QUANDO A DULCE MORREUUU EU TIVE UM ATAQUE DE ''não pelo amor de deus, nnnnnnn'' MDS, Eu sofri junto com a Dulce, e com a Anahi, ri da doçura do Ethan. MASS ELA MORREEUUUUUU AAAAAA NNNNN MDSS, EU TO MT DEPRESSIVA DPS DISSO. eu te convido para meu velorio, quando eu ja estiver morta por n ter aquentado um tiro desse. Te amo <3

  • lika_ Postado em 02/10/2017 - 14:33:24

    parabens Emily Fernandes a sua Fanfic foi perfeita o fim me fez segura muito para nao me debulhar em lagrimas

  • Kakimoto Postado em 01/10/2017 - 11:52:23

    MEUU DEEEUUUSSS AAAAAAAA, eu to no cap 32, em que esta a Dulce, Anahi, Ethan, Santana e Logan na sala de musica AAAAAAAA MEEUU DEEUUSS, EU TO MORRENDOOO

    • Emily Fernandes Postado em 01/10/2017 - 16:52:46

      Bem se vc está estética assim, e pq vc está gostando Dudinha. Ahahaha Mas é agora que as coisas ficam mais intensa. Bjs mi amor te.quero.... Quero ver o seu comentário assim. Que terminar.

  • ester_cardoso Postado em 19/09/2017 - 17:46:27

    Obrigada sério mesmo, não tem como não te agradecer por nos proporcionar mais uma história maravilhosa dessas. Cara chorei muito tanto com o fim da fanfic, tanto com suas palavras. Vc não sabe o quão importante isso foi pra mim, sentir isso é realmente forte e saber q tem mais pessoas que compartilham desse sentimento nos dá força. Bebê vc é inspiradora, além de ser uma das pessoas mais perfeitas q conheço. Essa fic foi realmente muito lindaaa, me surpreendi muito. Claro q as vezes dava vontade de jogar o cell na parede, mas o amor q encontrei aqui é muito maior q eu imaginava. O final acabou comigo obviamente, mas essa é uma daquelas histórias q marcam, aquelas q guardamos no coração. Assim como guardamos pessoinhas especiais como vc, saiba q sempre q quiser estarei aqui, mesmo não nos conhecendo muito me importo com vc e importante é que estejamos sempre felizes. Beijos bebê <3 <3 Amo vc

  • siempreportinon Postado em 17/09/2017 - 14:18:42

    Simplesmente maravilhosa!!! Chorei bastante no decorrer da história, me tocou profundamente. Sem dúvida se tornou um dos meus xodós. Parabéns pela história, obrigada por nos presentear com belíssimas fics, espero que escreva muitas outras Portinon, acompanharei sempre!!!

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:57:06

    PS apesar de não te conhecer pessoalmente, eu estou orgulhosa de você, continue assim você é uma linda,é muito especial vou sentir saudades da história, parabéns por mais uma fic finalizada anjo bjs

  • Gabiih Postado em 17/09/2017 - 12:55:19

    Meu Deus do Céu, eu meu Deus que história linda eu chorei demais lendo esses últimos capítulos,os votos de casamento delas foi a coisa mais linda do mundo,as lembranças os flash back né tudo, Deus Meu eu me sinto tao feliz apesar de tudo, porque tive um privilegio de conhecer essa história você nos deu as honra, de nos apresentar a ela e isso foi maravilhoso, eu queria ter dito tantas coisas sobre a história mas não dá não consigo porque enquanto escrevo cada palavra aqui, é uma lagrima a mais, foi uma linda história um amor tão lindo e magico foi maravilhosa Emy não consigo escrever mais chega rs. só mais uma coisa obrigada.

  • Kakimoto Postado em 16/09/2017 - 13:32:12

    Mdss, to acomulando mt, eu só vejo os comentarios falando que choraram mt e que eh mt emocionante, e eu já to gritandoo, mdsss, ME DA SPOILER EMII PFFF AAAA. ti amu

  • laine Postado em 15/09/2017 - 14:36:10

    Parabéns, estou sem palavras realmente foi muito lindo


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