Fanfic: Volta para Mim - Adaptada vondy TERMINADA | Tema: Vondy - Christopher e Dulce

 Quando chega até nós, ele me dá um dos copos e fica de pé bem ao meu lado, o braço encostado no meu.

– Ahn... Este é o Christopher, meu...

– Namorado – completa Christopher, estendendo a mão para apertar a de Todd.

Ele está com uma expressão amigável e relaxada, mas seu olhar tem um brilho ríspido que me faz baixar a cabeça para esconder o sorriso. Ele está com ciúmes. Todd parece surpreso e me olha de um jeito inquisidor antes de se voltar para Christopher e cumprimentá-lo.

– Oi, muito prazer

Vejo os tendões do braço de Christopher ficarem tensos e a pele bronzeada da mão empalidecer com a pressão digna de um toque neural vulcano.

– Este é o Todd – explico rapidamente, torcendo para que eles se soltem e se comportem. – Nós nos conhecemos quando éramos crianças e estávamos na base da Alemanha.

 – Sei – diz Christopher, enfim soltando a mão de Todd, que a flexiona e faz uma careta.

– Ele acabou de voltar – explico a Christopher. – Vai para a Escola de Candidatos a Oficiais.

– Parabéns – fala Christopher, ainda encarando Todd.

– Você está na Marinha? – pergunta Todd, ainda que apenas por educação, pois não tem interesse na resposta.

– Estou. Segurança dos fuzileiros navais.

– Formidável – comenta Todd, com um sorriso de político. Meneando a cabeça para mim, acrescenta: – Bom, eu já vou. Tenho que achar a minha acompanhante. Foi bom rever você, Dulce. Vamos pôr o papo em dia qualquer hora.

Ele me dá um beijo no rosto e se afasta. Eu me volto para Christopher com uma das mãos na cintura.

– Quê? – pergunta ele, dando de ombros.

 – O que foi isso?

– O quê?

– Você o enxotou.

Christopher dá um gole na bebida.

– Não gostei do jeito que ele estava olhando para você.

– Como assim? Estava me olhando do jeito normal.

 Christopher quase cospe a bebida longe.

– Ele estava despindo você mentalmente.

Eu aperto os lábios. Talvez ele tenha razão.

– Desculpe – diz ele, voltando-se para mim com a voz doce e um sorrisinho de arrependimento. – É que eu não gosto de ver outro cara olhando assim para você. A única pessoa que eu deixo despir você mentalmente sou eu.

 Meu coração dá um saltinho.

 – Só mentalmente?

Christopher se aproxima ainda mais e sinto o aroma da loção pós-barba. Por que ele cheira tão bem o tempo todo? Como vou conseguir manter distância?

– Eu já disse que você está linda hoje?

Eu sorrio. Ele está olhando fixamente para os meus lábios.

 – Se eu não beijar você logo, não sei o que pode acontecer.

 Olho para trás dele.

– Onde está o Alfonso? – Lá no bar, falando com o barman. Eu o avisto.

 Felizmente, está de costas para nós.

– Venha.

– Aonde a gente vai? – pergunta Christopher por sobre a música, seguindo-me.

Passo ziguezagueando pela pista de dança, que já está lotada, em direção à varanda. Lá fora, alguns casais estão tirando selfies com a vista da cidade ao fundo. Puxo Christopher até o canto mais distante, à sombra de uma planta. Deixamos os copos na mesa e, quando dou por mim, ele está me empurrando de costas contra a parede. Passa as mãos por meu corpo e me dá um beijo, que tem um quê de desespero, como se houvessem se passado anos desde que nos vimos.

Ele me abraça com força e eu enlaço seu pescoço. A mão dele desliza pela minha coxa, então eu a ergo até meu quadril e ele me segura assim, contra a parede.

Christopher se afasta um pouquinho para me olhar, o desejo estampado no rosto. Se eu não estivesse agarrada a ele, não sei se minhas pernas me manteriam de pé. Atrás dele, minhas colegas estão soltando balões chineses da varanda. Ao subirem ao céu, iluminam o rosto de Christopher, fazendo seus olhos reluzirem com lampejos dourados. Ele me beija novamente no instante em que peço para tudo ser sempre assim, para sempre desejarmos um ao outro tanto quanto agora.

– Caramba, aí estão vocês!

 Nós nos separamos de supetão, como mergulhadores que sobem para tomar ar. Mai está de pé na nossa frente, ofegante.

– O Alfonso está procurando vocês. – Ela olha para trás. – Merda, aí vem ele!

Mai se volta para nós e, atirando-se sobre Christopher, limpa com o polegar os vestígios incriminadores de batom vermelho no rosto dele.

 – Vá se esconder – ela me ordena, gesticulando para que me afaste.

Disparo até o outro extremo da varanda, esgueirando-me num grupo de garotas que estão falando de faculdades. Sinto como se tivesse dois corações no peito, cada um tentando bater mais depressa que o outro. Com o canto do olho, vejo Alfonso aparecer na porta com dois copos na mão, olhando em volta com a testa franzida.

Avista Christopher e Mai e vai na direção deles.

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