Fanfics Brasil - A gentileza se fere Nightmare.

Fanfic: Nightmare. | Tema: Terror, Horror, Monstro, Violência, Saga


Capítulo: A gentileza se fere

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Já se faziam mais de uma hora caminhando depois que se separaram dos outros. Anthony parecia inquieto. A cada segundo que passava, apressava mais o passo, não via a hora de chegar na torre. Joseph tentava acompanhar seu passo, entendia o porque de estar daquele jeito, afinal, sua irmã foi pra onde a criatura estava. Até que finalmente tiveram sinal da torre. As silhuetas de suas estruturas de madeira velha começaram a aparecer em meio a neblina. Estava bem em sua frente, em um terreno plano, livre até mesmo de árvores em um raio de cinco metros. Anthony apressou ainda mais o passo e, sem escolha, Joseph o acompanhou. Ambos começaram a subir as escadas. As madeiras rangiam conforme pisavam nos degraus de madeira. O vento batia na estrutura da torre e a balançava, tinham a sensação que em qualquer momento aquele lugar desabaria. Ao chegar no topo da torre, deram de cara com uma porta fechada. Anthony começou a bater nela diversas vezes e sem pausa. O som de "toc toc" era a única coisa que escutavam naquele momento até o vento começar a ficar mais forte. Ele batia nos vãos da cabine e formava um assovio amedrontador. "Tá de sacanagem, anda, atende a porra da porta", Anthony murmurava batendo o pé direito no chão inquietamente. 



- Creio que não tem ninguém. - Disse Joseph se sentando a frente da porta - Continuar batendo não vai adiantar.



- Não diga, Joseph! - Respondeu Anthony ironicamente - Achei que se eu batesse uma certa quantidade de vezes, um guarda sairia de lá, como um gênio sai de uma lâmpada. - Ele bufou -



Senta aí. - Joseph puxou Anthony pela camisa, o mesmo se sentou ao seu lado - Tudo o que resta agora é esperar, alguém vai aparecer.


 


Samantha, Nicolas, Lauren e Jessica continuavam a procurar por Joffrey. No meio da floresta, sua visão ficou ainda mais complicada. As árvores e a neblina os impedia de enxergar mais de um palmo a sua frente. Tentando melhorar isso, Nicolas tirou uma lanterna de sua mochila e tentou iluminar mais onde procuravam, mas não adiantava muita coisa. Mesmo assim, não havia um lugar ao seu redor que não estivessem de olho. Qualquer movimento ou som, prestavam atenção em tudo. Lauren, que seguia atrás de todos teve sua atenção atraída. "Esperem um minuto", ela disse enquanto olhava fixamente entre as árvores com os olhos apertados. Viu uma silhueta e foi atrás dela. Começou a andar cautelosamente, prestando atenção em cada passo, prestando atenção onde pisava. Quando chegou mais perto, teve a esperança de ser Joffrey destruída. Era apenas um tronco velho caindo em pedaços e cheio de musgos e cogumelos. Sem escolha e decepcionada, deu as costas ao tronco e pensou em se juntar aos outros. Mas eles já não estavam mais ali. Se desesperou instantaneamente. Tentou voltar para o lugar cujo tinha os visto pela última vez, mas a neblina fazia a floresta se tornar um labirinto. Começou a gritar por seus nomes, mas ninguém a respondia. Não tinha escolha a não ser continuar andando e gritando por seus nomes. 


Os outros três continuavam caminhando. A esperança de encontrar Joffrey ainda estava viva. Conforme o tempo passava, o clima ficava cada vez mais frio. A noite ali seria insuportável. Notaram pequenos pingos de sangue nas folhas ao se redor e, curiosamente, começaram a seguir os rastros. Foram levados ainda mais para dentro da floresta. Finalmente o rastro parou. Suas expressões estavam misturadas, sentiam medo, dúvida e nojo ao mesmo tempo. A flora do local foi arrancada a força, formando um círculo de plantas destruídas com seu centro completamente limpo. As árvores ali de perto tinham arranhões em seus troncos, assim como o chão. No centro, havia a razão de seu medo e nojo. No meio de todas as pantas destruídas estava uma cabeça decepada, tinha cabelos castanhos e olhava para o lado contrário dos três. "Que porra é essa?", murmurou Nicolas enquanto se aproximava da cabeça com a lanterna apontada para a mesma. 



Que merda você tá fazendo, Nicolas? - Perguntou Samantha com as mãos tapando a boca. Seus olhos lacrimejavam por conta do fedor -



Preciso ver quem é... - Ele a respondeu se agachando a frente da cabeça -


 


Nicolas pegou um galho velho que estava ali perto e o usou para virar tal cabeça. Com um susto, jogou seu corpo para trás e caiu de costas no chão. A cabeça já não tinha olhos, julgando pelos arranhões nas bochechas e testa, eles foram arrancados a força. Larvas saiam pelos buracos dos olhos. Sua boca estava aberta, como se tivesse morrido enquanto gritava. Mesmo sem os olhos, era impossível não notar o sofrimento que a expressão que aquele rosto passava. Samantha segurou o braço direito de Nicolas e o ajudou a levantar. Escutaram um grito ecoando pela floresta chamando o nome de Jessica. Olharam para trás e perceberam que Lauren já não estava mais ali. Responderam o grito e Lauren gritou por eles novamente. Então, começaram a correr em direção de onde os gritos vinham. 


Lauren corria pela floresta apavorada e desesperada. O vapor saía de sua boca com frequência enquanto expirava fortemente. Já não aguentava mais correr. Colocou as mãos nos joelhos, abaixou-se e respirou rapidamente enquanto olhava para o chão. Nicolas e os outros continuavam a gritar por seu nome, mas Lauren quase não tinha fôlego para respondê-los. Estava desesperada e com medo. Sentia suas mãos e pernas tremerem. Nunca havia se sentido assim antes. Quase um minuto se passou até que sentiu que estava descansada o suficiente para continuar, ou pelo menos para respondê-los. Levantou a cabeça e inspirou profundamente. Estava prepara para responder os gritos dos outros três, até que sentiu um calor em seu pescoço. Era quente demais, por um momento, todo o frio que sentia se foi. Tremeu ainda mais. Se o chamado de seus amigos vinham de sua frente, quem estava atrás dela? Ouviu um rosnado. Estava com tanto medo que nem conseguia se virar para ver o que era. Suas lágrimas começaram a escorrer pelos seu rosto, não tinha notado que chorava. Algo afiado deslisou em suas costas por alguns segundos, mas parou imediatamente. Sentiu um leve empurrão em suas costas. Seu casaco estranhamente se molhava. Olhou para sua barriga e viu três grandes garras negras atravessando-a. As garras estranhamente expeliam sombras. Seu casaco mudava de cor repentinamente. De azul, virava vermelho. Imediatamente perdeu as forças e foi ao chão. Tudo o que consegua sentir eram as folhas secas que se tornaram úmidas devido ao sereno em seu rosto. Sua visão imediatamente ficou turva. Mesmo assim conseguiu enxergar três silhuetas se aproximando na neblina. Eram os três, não sentia mais tanto medo. Com a força que restava, se virou. Estava de costas ao chão agora. Pela primeira vez viu a criatura. Era gigante, respirava profundamente, parecia cansada. Lembrou-se do que seu irmão disse: "Olhem para ela". E assim o fez, olhou diretamente para os olhos vermelhos daquela coisa. A criatura imediatamente ficou paralisada, mesmo que não se mexia muito antes. Viu seu pior pesadelo. Viu Anthony deitado numa cama de hospital de novo, na mesma época do incidente. Viu seus batimentos diminuírem no aparelho ao seu lado, seu irmão morria em sua frente. "Sou tão idiota", ela murmurou. Deu um sorriso irônico e o sangue começou a cair pelo canto de sua boca. "Mesmo morrendo continuo me importando com os outros. Estou orgulhosa". Os gritos de seus amigos e os sons das farfalhar de folhas abafavam em sua mente, era como estivesse ficando surda. Viu Nicolas pular por cima de si com um pedaço de madeira na mão. Ele recebeu a criatura com um golpe no rosto, foi o suficiente para fazê-la dar alguns passos para trás e virar o rosto. A criatura já não trocava olhares mais com ninguém e, para continuar daquele jeito, evitou virar o rosto para eles novamente. Usando seu braço empurrou Nicolas. Quase não fez esforço nenhum, mas foi o suficiente para lançá-lo a mais de um metro de distância. Nicolas só parou quando bateu suas costas no tronco de uma árvore e, por fim, caiu no chão. A criatura deu as costas a todos, começou a correr e, quando já estava longe, subiu nas árvores, pulava de galho em galho. Não demorou muito para que sumisse na neblina. Jessica levantou a cabeça de Lauren e a colocou em seu colo enquanto Samantha ajudava Nicolas a levantar. 



O que aconteceu? - Perguntou Jessica colocando o cabelo de Lauren atrás da orelha. Nicolas e Samantha se aproximavam -



Eu não sei... - Respondeu Lauren ofegante e lerda - Aquela coisa... foi tão rápido.



Precisamos te tirar daqui. - Disse Samantha enquanto ela e Nicolas se abaixavam do lado de Lauren. Jessica a lançou um olhar receoso, tinha medo da ideia de ir embora sem ter achado Joffrey -



Aqui, leva a mochila. - Disse Nicolas tirando a mochila das costas e a entregando a Samantha - Vou carregar Lauren.



Espera, vamos mesmo embora? Mas e Joffrey? - Lágrimas caíam do rosto de Jessica -



Lauren precisa de ajuda, Jessica. Não temos escolha. - Respondeu Samantha colocando a mochila de Nicolas nas costas - 



Então vão vocês. Eu vou ficar e continuar procurando-o. - Jessica respondeu. Sentiu um aperto em seu braço, era Nicolas. A olhava como nunca tinha a olhado antes, estava completamente sério. - Por favor... deixe eu ficar.



Quero mais do que ninguém encontrá-lo, Jessica. - Ele disse com a voz firme e amedrontadora - Mas olha o estado da Lauren. Não dá! E não me venha com essa história de ficar aqui sozinha. Nós vamos ajudar Lauren e mais tarde voltaremos. - Ele limpou as lágrimas do rosto de Jessica - E não se preocupe, ele ainda tá vivo. Caso contrário aquela criatura não estaria desocupada para atacar Lauren.



Certo... - Ela respondeu -


 


Jessica manteve a cabeça de Lauren levantada até que Nicolas a pegou no colo. Voltaram a andar em meio a neblina. Dessa vez, esperavam mais que nunca chegar até aquela torre.


Só depois de quase uma hora esperando que Joseph e Anthony foram ter sinal do guarda. Escutaram seus passos se chocarem nos degraus de madeira fazendo-as rugir enquanto subia a torre. Os dois se levantaram num piscar de olhos e foram até a escada. Bufaram aliviados, chegaram a encolher os ombros. Era o guarda, ou melhor, a guarda. Havia tomado um susto ao ver os dois ali, parados e a encarando. Tinha os olhos castanhos, vestia um uniforme verde completamente agasalhado e um chapéu também verde. Seu cabelo estava preso em forma de rabo de cavalo. Aparentava ter mais de trinta anos.



O que significa isso? - Ela perguntou com os olhos arregalados - Quem são vocês? - Ela alternou olhares entre os dois -



Você precisa vir com a gente! - Disse Anthony descendo as escadas em sua direção até parar na frente dela - Precisamos de sua ajuda!



Calma aí, Anthony. - Disse Joseph descendo as escadas lentamente. Colocou a mão no ombro esquerdo de Anthony - Devagar, tá deixando ela confusa.



Isso mesmo. - Disse a guarda - Expliquem devagar.



Eu sou Joseph e ele é Anthony. Vai parecer loucura, mas ontem e hoje fomos atacados por uma... coisa. - Ele apertou os olhos - Nosso amigo tá desaparecido, nosso carro quebrado e não conseguimos falar com ninguém, então viemos até aqui.



De onde vieram? - Ela perguntou -



Do Sul. - Anthony a respondeu antes que Joseph pudesse pensar em respondê-la - Que saco, a gente não tem tempo pra isso! Tem alguma coisa por aí tentando matar a gente e você vai ficar fazendo perguntas?



Calma Anthony. - Jospeh apertou seu ombro, fez com que Anthony se ajoelhasse e resmungava de dor - Mas é basicamente isso.



Eu sou Karen. Disseram que vieram do Sul, certo? - Ela perguntou olhando para o Sul. Parecia tentar enxergar algo em meio a neblina - Mas a torre do Barry fica no Sul, por que não pediram ajuda a ele?



Esquecemos desse detalhe, né? - Joseph apertou os dentes - Ouvimos gritos na torre dele ontem. Quando chegamos lá, tudo o que encontramos foi um corpo esquartejado.



O que? - Ela deu um pulo e olhou para eles assustada, com os olhos arregalados - Garotos, é bom que isso não seja mais uma daquelas brincadeiras idiotas de campistas, tô cansada disso!



Pelo amor de Deus! - Anthony deu um tapa na mão de Joseph, tirando-a de seu ombro e se levantou - Nem campistas somos. Olha moça, nossos amigos precisam de ajuda! Você vai ajudar ou não vai?



Tá bom, esperem aqui, se é tão grave quanto dizem vou precisar de algo. - A guarda subiu as escadas e entrou em sua cabine. Joseph e Anthony se encararam até que ela voltou com uma escopeta na mão. - Vamos logo.


 


Começaram a andar meio a neblina novamente. Algum tempo depois chegaram na caverna. Esperavam continuar a caminhar até ver quatro silhuetas surgindo na entrada da caverna. A do meio, era mais alta que as outras e carregava alguém. Não demorou muito para que saíssem da neblina e descobrirem que era Nicolas, Samantha, Lauren e Jessica. Ao ver Lauren no calo de Nicolas, Anthony não teve outra reação a não ser correr até o mesmo. Nicolas a colocou no chão e usou seu próprio casaco como travesseiro para Lauren. Ela olhava para seu irmão com os olhos brilhando e com um leve e discreto sorriso no rosto. Anthony colocou a mão em seu rosto e o acariciou, não demorou muito para que começasse a chorar. Logo Joseph se aproximou junto da guarda. A mesma se abaixou e levantou o casaco de Lauren, começou a analisar a ferida. Nicolas puxou Joseph para um canto pelo braço, deixaram os outros lá, ao redor de Lauren.



Que porra aconteceu, Nicolas? - Perguntou Joseph perdido -



Ela acabou se separando da gente. - Nicolas respondeu limpando o suor da testa com as costas da mão - Quando a reencontramos estava ferida, caída no chão. Com aquela coisa na frente dela, a encarando.



E agora? - Joseph bufou e cruzou os braços -



Agora? Tudo piorou, óbvio. - Ele respondeu, bufou e começou a bater o pé no chão inquietamente - Jessica disse que o ferimento é grave, provavelmente vai precisar de cirurgias e, bom, não podemos fazer isso aqui. - Ele olhou para trás por cima de seu ombro e viu Jessica e a guarda fazendo curativos em Lauren - E se não a levarmos ao hospital... - Ele optou em dizer por um segundo - ela vai acabar morrendo.



Que merda! - Resmungou Joseph - Vem cá, vamos até eles. 


 


Quando chegaram onde todos estavam, viram que Lauren não estava mais acordada. Lauren e a guarda já haviam acabado de fazer o curativo e Anthony caía em lágrimas do lado da irmã.



A gente precisa de um médico! - Ele gritou - Precisamos levá-la para um hospital. 



Eu já percebi, garoto. - Respondeu a guarda com toda a tranquilidade na voz. Ela tirou um rádio de seu bolso e apertou um dos botões - Aqui é a Karen da torre de guarda 23, necessito resposta urgentemente.



Olá Karen. - Uma voz com falhas eletrônicas a respondeu pelo rádio - Estamos te escutando, do que precisa?



Tenho uma garota ferida. - Ela respondeu - Precisa de cuidados médicos, talvez uma cirurgia. Preciso que mandem um resgate imediatamente.



Certo Karen. O tempo está um pouco instável, então não poderemos mandar helicópteros. Mandaremos um veículo, ok?



Que merda! - Resmungou Samantha - Quantas horas esses idiotas vão levar pra chegar aqui?



Fazer o quê? - Respondeu a guarda - Mandem, mas mandem rápido.



Certo, Karen. - A voz voltou a falar - Quer que vão até sua torre ou há algum outro lugar mais fácil de chegar? - Karen olhou para todos ali -



Há outro lugar. - Disse Joseph - Em casa. Fica ao Sul da torre do seu amigo... - Joseph estalou os dedos repetidamente, tentando se lembrar no nome -



Barry. - Completou a guarda - Sei onde é. - Ela voltou a apertar um dos botões do rádio - Há uma casa ao Sul da torre 22, é grande e toda envidraçada. Não tem erro.



Entendido, Karen. O resgate estará aí em breve.



Não é tudo. - A guarda voltou a falar - Precisamos de policiais também. Segundos os garotos, pessoas estão sendo atacadas e mortas.

Certo. - A voz parecia mais tensa - Como eu disse, estarão aí em breve. Desligo.



Desligo. - Respondeu a guarda -



Antes que a guarda pudesse dizer qualquer coisa, Anthony já estava de pé, com sua irmã em seus braços. Começou a andar até a saída da caverna sem dizer nada. Os outros o seguiram.



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Autor(a): kaysouza

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