Fanfic: Nightmare. | Tema: Terror, Horror, Monstro, Violência, Saga
Anthony liderava o caminho com Lauren em seus braços. Não sabia exatamente para onde estava indo, apenas seguia a estrada de terra úmida. Já se faziam alguns minutos que seu coração batia fortemente. Sua visão estava turva, enxergava tudo embaçado. Sua respiração estava ofegante. Seus músculos doíam e suas pernas tremiam. Eram as consequências do incidente. Anthony lutava para se manter caminhando, lutava para que Joseph e Karen não percebessem que estava exausto. Se eles parassem, Lauren correria ainda mais risco. Logo atrás dele vinham Karen e Joseph. Karen estava com a escopeta presas nas costas e uma enorme lanterna na mão, tão grande que era capaz de iluminar partes dentre as árvores. Já não estava mais com seu chapéu de guarda, ele havia sido levado pelo vento a algum tempo atrás e não fez questão de ir atrás dele. Joseph caminhava ao lado, observando cada passo de Anthony. Por mais que o mesmo tentasse disfarçar, Joseph já tinha percebido que estava exausto à tempo.
Passavam pela torre de Barry. As árvores estavam um pouco distantes. A torre era apenas rodeada de gramas úmidas por causa do sereno. Com as árvores distantes e sem suas folhas e galhos para atrapalhar a visão do céu, podiam ver a Lua. Estava cheia, parecia estar a poucos metros deles. O céu estava repleto de estrelas. Nunca veriam algo do tipo na cidade. Karen parou de caminhar quando passavam em frente á torre. Anthony não ouvia seu passos e parou logo em seguida, virou-se e a encarou. "Vou checar a torre", ela disse enquanto iluminava o topo da torre com sua lanterna, "Preciso saber se o que falaram é verdade"
Não temos tempo, - Anthony a refutou indignado - Lauren precisa de ajuda!
Garoto, não importa o quão rápido vamos caminhar, - A guarda o respondeu subindo os velhos degraus de madeira da torre - não vai fazer a ajuda chegar mais rápido, temos tempo de sobra.
Mas...
Você também precisa descansar. - Joseph o interrompeu. Encarava Anthony com um olhar decisivo, não queria discutir. Anthony abaixou e, com todo o cuidado, colocou Lauren no chão. Em seguida, sentou-se ao seu lado. A guarda continuava a subir as escadas, a madeira velha dos degraus rangiam com seus passos. Joseph caminhou até Anthony e sentou ao seu lado. - Ela vai ficar bem, é forte, vai conseguir.
Poucos minutos se passaram e Karen descia as escadas da torre. Joseph se aproximou de Lauren e a pegou no colo."Vou levá-la um pouco, ok?", ele perguntou em voz baixa e calma olhado para Anthony, que o respondeu com um rápido aceno de cabeça. E enfim, Karen chegou até eles. Sua expressão estava completamente diferente. Tinha os olhos arregalados e o olhar perdido. Com certeza não tinha sido preparada para o que tinha visto lá em cima. Que guarda teria? Mesmo assim, não disse uma palavra, nem mesmo os dois amigos se atreveram a falar algo. Pôs-se na frente de Joseph e Anthony e mandou que a seguissem.
Tinham acabado de passar pela cabana dos geradores, estavam perto de casa. Os geradores ainda estavam funcionando. Anthony caminhava ao lado de Joseph. Tirou o celular do bolso e olhou as horas. Eram quase oito horas da noite e não tinham nenhum sinal dos outros. Naquele momento, tudo o que podia fazer era pensar no melhor, mesmo que fosse o menos provável.
Finalmente conseguiam ver a casa. As árvores já não atrapalhavam sua visão. Estava completamente apagada, exatamente como deixaram. Seus imensos vidros escuros refletiam a gigantesca Lua e estrelas que faziam naquela noite. Entraram na sala de estar e ligaram as luzes. Joseph deitou Lauren em um dos sofás e Anthony sentou-se bem ao seu lado. Embora a situação ainda fosse crítica, se sentiam mais seguros, era como tirar um imenso peso das costas. Ficaram calados na sala de estar. Anthony olhava para o rosto da irmã o tempo todo, se queixava mentalmente. "Devia ter ido com eles", ele dizia. Karen encarava o chão, refletia e tentava processar o que tinha visto na torre de Barry. Joseph viu sua expressão e entendeu que ela e Barry deveriam ser próximos, na verdade, dois guardas deveriam conversar bastante numa floresta vazia. Com quem mais conversariam? Joseph pegou o celular e, involuntariamente, olhou as horas. Eram oito e meia da noite. Começou a pensar nos outros de novo, pensava se estavam em perigo, se já estavam voltando pra casa ou se já haviam achado Joffrey. Abriu a pasta de jogos do celular e tentou se distrair de tais pensamentos jogando Angry Birds.
E então, tudo se perdeu num breu. Tudo o que podiam ver era o rosto suado de Joseph sendo iluminado pela tela do celular. "De novo?", resmungou Joseph.
Como assim "de novo?" - Perguntou Karen acendendo sua lanterna - Isso já tinha acontecido antes?
Essa é a terceira vez. - Respondeu Anthony impaciente -
E vocês ainda não... - Karen havia sido interrompida por três leves batidas na porta. -
Devem ser eles! - Disse Joseph se levantando animado. Andou até a porta e encarou a maçaneta dourada. Estava hesitando por puro instinto. "E se não for eles?", ele pensava. Começou a mover a mão direita lentamente em direção a maçaneta e, quando estava prestes a tocá-la, ouviu outros sons. Parecia estar escalando, subia pela porta até chegar nas paredes. Seus passos pareciam que eram marteladas na estrutura da casa. Logo depois, os passos estavam no teto da casa. O som abafava devido a tantos cômodos. - Ou talvez não seja. - Ele disse seguindo os sons de passos com o olhar.
Que porra é essa? - Perguntou Karen segurando sua escopeta com força e mãos trêmulas -
Essa é a criatura que falamos antes. - Respondeu Anthony calmamente -
E como podem estar tão calmos? - Karen perguntou. Pela primeira vez demonstrava medo. Se esforçava tanto para não soltar a arma que suas unhas arranhavam o metal da escopeta. -
Estamos acostumados. - Respondeu Anthony com um sorriso medonho -
Vem do sótão, de onde o Nicolas estava dormindo. - Disse Joseph olhando para o teto. - Já deve estar aqui dentro.
Não trancaram a casa? - Karen perguntou repentinamente mais calma. "Postura!", ela cobrava de si mesma mentalmente. Dentre todos ali, era a que deveria estar mais preparada. Suas mãos não tremiam mais. Segurava a escopeta com firmeza e decisão.
Não planejávamos voltar, então não pensamos nisso. - Anthony respondeu -
Existe algum cômodo que devam ficar seguros? - Ela perguntou -
Sim, os quartos e banheiros. - Joseph respondeu - Mas por quê?
Peguem a garota, vamos subir. - Ela disse. Anthony voltou a pegar sua irmã no colo e começaram a subir as escadas. Pisavam com tanta cautelosidade nos degraus que a madeira não fazia nenhum som. Estavam no corredor dos quartos e, em seu final, estava a porta para o sótão. Abriram o primeiro dos quartos e entraram nele. A cama tinha lençóis e travesseiros desarrumados, seu tecido fazia pequenas ondas. Algumas roupas femininas estavam jogadas pelo chão também. Definitivamente era o quarto de Samantha. - Fiquem aqui, eu vou lá ver o que é. - Disse Karen fechando a porta do quarto -
Não é uma boa ideia. - Disse Joseph -
Eu sei que não. - Ela respondeu - Mas essa coisa sabe que estamos aqui, e se não fizermos algo ela vai nos achar. Não se preocupe, não vou economizar munição quando a encontrar. - Ela puxou a trava de segurança da sua escopeta -
Uma dica. - Disse Joseph - Se a ver, olhe nos olhos dela. Não me pergunte o porque, mas ela vai parar de se mover se fizer isso.
Joseph fechou a porta e Karen começou a andar pelo corredor. Respirava lentamente. Ao chegar no final do corredor, colocou a mão na maçaneta da porta e a girou. Havia uma pequena escada com três degraus a sua frente. Mal conseguia segurar sua arma e lanterna ao mesmo tempo. Mesmo assim, não hesitava em avançar. Subiu os degraus e viu diversas caixas de papelão, algumas grandes e outras nem tanto. No final do sótão havia uma cama com lençol cinza e travesseiros pretos. Logo acima dela estava uma janela triangular aberta, a parede em que estava, se inclinava em direção a Karen, formando um teto triangular. O vento que passava pela janela movia os lençóis suavemente e lentamente. A luz da Lua também passava pela janela e iluminava todo o sótão. O lençol cinza brilhava suavemente refletindo tal luz.
Karen desligou sua lanterna. Não tinha necessidade de usá-la com a Lua iluminando o sótão. E sem precisar segurá-la, miraria melhor. Ela começou a andar pelo quarto apontando sua espingarda para todos os cantos possíveis. Quando chegou perto da cama, se abaixou e olhou embaixo dela. Não tinha nada além de poeira e teias de aranha. Se levantou e olhou atrás de todas as caixas de papelão. Não havia nada também. Suspirou aliviada, abaixou a arma e andou até a porta do corredor. Não andava mais cautelosa, não ligava para o barulho estava fazendo. Enquanto descia os três breve degraus, deu um ligeiro sorriso. Quando saiu do quarto, ligou a luz da lanterna, virou-se de costas para o corredor e fechou a porta.
Quando virou novamente para o corredor, a luz de sua lanterna iluminou a verdadeira escuridão. Era um torso magro, suas costelas estavam marcadas abaixo de sua pele escura. Ouviu também uma respiração pesada junto de um bafo quente. Antes que pudesse levantar sua arma para atirar ou olhar nos olhos da criatura como Joseph disse, sentiu algo perfurar sua barriga. Abaixou a cabeça e viu as garras escuras da criatura encravadas na sua barriga, na altura do umbigo. Lentamente, as garras ainda encravadas em sua barriga começaram a subir, rasgando tudo que restou de sua barriga. Até que então, parou na antes de chegar nos seios.
O sangue escorria pelas suas pernas e coloria o piso de madeira em vermelho. Sua boca encheu de sangue e, em seguida, o cuspiu involuntariamente. Karen segurou no pulso da criatura e, com as últimas, forças que tinha levantou sua cabeça. Lágrimas começaram a sair de seus olhos e escorrer por sua bochechas. O sangue que saia de sua boca manchou seu queixo de vermelho. Karen encarava a criatura, via seus olhos vermelhos com medo e indignação, sabia que morreria ali, mas não conseguia aceitar isso. A criatura paralisou, mas não havia nada que Karen podia fazer. Sem perceber, já tinha soltado sua escopeta e sua lanterna. Não demorou muito para que sua visão começasse a escurecer e suas pernas tremerem, estava perdendo suas forças.
Soltou o pulso da criatura lentamente. Seu corpo balançava perdendo o equilíbrio. Seus olhos perdia a vida. Estava caindo pra frente, o torso da criatura era a única coisa que a mantinha de pé. Sentiu as garras da criatura sair de sua barriga. A criatura a empurrou, fazendo Karen cair no chão. Acabou ficando sentada, com as costas apoiadas na porta do quarto de Nicolas. A criatura andava pelo corredor, sumia na escuridão. O olhar de Karen era fixo em apenas um local. Não demorou muito para que acabasse morrendo.
Autor(a): kaysouza
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Os passos da criatura continuavam a fazer o piso de madeira do corredor ranger. Ficavam mais altos conforme se aproximavam do quarto em que os três estavam escondidos. Até que os passos pararam. E em baixo da porta estava sua sombra imóvel, como se observasse algo. Anthony e Joseph trocavam olhares, mas não diziam uma palavra. Estavam tão qu ...
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