Fanfics Brasil - Ao resgate! Nightmare.

Fanfic: Nightmare. | Tema: Terror, Horror, Monstro, Violência, Saga


Capítulo: Ao resgate!

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Os passos da criatura continuavam a fazer o piso de madeira do corredor ranger. Ficavam mais altos conforme se aproximavam do quarto em que os três estavam escondidos. Até que os passos pararam. E em baixo da porta estava sua sombra imóvel, como se observasse algo. Anthony e Joseph trocavam olhares, mas não diziam uma palavra. Estavam tão quietos que sua respiração ficou tão baixa a ponto de se perguntarem se estavam mesmo respirando. Lauren continuava desacordada e deitada em cima da cama. A luz da Lua entrava pela janela e fazia seu rosto pálido brilhar. Anthony olhou pra ela e seus olhos encheram de lágrimas. Estava receoso, estava com medo de que a criatura entrasse ali. Se entrasse, seria o fim de todos. 


E então os passos voltaram e com eles o piso rangia. A sombra voltou a se movimentar e sumiu debaixo da porta. Com o tempo os passos começaram a ficar mais baixos e finalmente sumir por completamente. "Deve ter ido embora", Joseph pensou. Mesmo assim não movia um músculo e não dizia uma palavra. Anthony não se atrevia também, estava ali paralisado, com medo, mas aliviado. Por um momento, ambos se esqueceram de Karen. Mas os dois já sabiam o que provavelmente tinha acontecido com ela. Portanto, preferiram ficar ali mesmo e não se arriscar.


E ali ficaram por alguns longos minutos. Anthony pegou o celular e olhou as horas. Eram pouco mais das nove horas da noite. Não tinham sinal de seus amigos, já estava pensando no pior. E então passos voltaram. No susto, Anthony apagou o celular para evitar qualquer atenção que sua luz pudesse chamar. Os dois voltaram a prestar atenção nos passos. Notaram que não era só uma pessoa andando e,logo depois, notaram que conversavam também. Conseguiram notar que subiam as escadas e vinham para o corredor. Os passos pararam na frente da porta e várias silhuetas entravam no quarto debaixo dela. Em seguida, bateram três vezes na porta. "Joseph? Anthony? Somos nós, abram", era Jessica. Batia na porta com certa pressa.


Joseph se levantou num piscar de olhos e correu até a porta. Destrancou as travas, girou a chave, a maçaneta e abriu a porta. E ali estavam os quatro, iluminando a cara de Joseph com uma lanterna. Estavam sujos, com roupas rasgadas e exaustos. Sua respiração era ofegante.  Joseph puxou-os para dentro e, quando ia fechar a porta, notou outra luz atravessando pelo corredor. Pôs a cabeça pra fora do quarto com cautelosidade e olhou para o final do corredor. Viu a fonte da luz jogada na frente da porta do sótão. Era a lanterna de Karen, jogada ao lado de seu corpo. 


Ainda estava lá sentada com as costas apoiadas na porta. Seus olhos sem vida pareciam encarar Joseph e, lá no fundo, se sentiu culpado, mesmo sabendo que não tinha culpa de nada. "Tentei avisá-la", ele repetia mentalmente tentando conformar-se. Então, depois de um longo inspiro, fechou a porta lentamente e voltou a trancá-la. Quando voltou a olhar para o quarto, viu seus amigos jogados no chão. Respiravam ofegantemente como se o ar lhes escapassem.


 


E então? - Perguntou Joseph coçando a cabeça aflito - Por que demoraram tanto?


 


É uma puta de uma longa história, Joseph. - Respondeu Nicolas tirando seu casaco - E creio que ninguém aqui esteja com saco pra contar. - Ele olhou para os outros e eles nem pareciam ter prestado atenção na pergunta de Joseph -


 


A Karen...


 


É, nós vimos lá no corredor. - Nicolas interrompeu Anthony -


 


E quanto a Lauren? - Samantha perguntou. Levantou-se e andou até a cama em que Lauren estava deitada. Tirou seu cabelo da testa e percebeu como estava pálida. - Como ela está?


 


Desacordada desde aquela hora. - Anthony respondeu receoso e com os olhos cheios de lágrimas. - 


 


Ela vai ficar bem. - Disse Samantha colocando a mão no obro de Anthony - Eu sei que vai. - Ela sorriu e Anthony sorriu também. -


 


E quanto o resgate? - Perguntou Joffrey - 


 


Não temos notícias desde que nos separamos. - Respondeu Joseph cruzando os braços e bufando - Acho que só nos...


 


Escuta! - Jessica o interrompeu. Colocou o dedo indicador na frente da boca e pediu por silêncio. - Estão escutando isso? - Vinha do corredor. Era uma voz eletrônica, estava abafada e baixa, mas não tinham dúvidas de que vinha do rádio de Karen.


 


Vem lá de fora. - Disse Nicolas se levantando, andando até a porta e a abrindo. Quando abriu a porta o som ficou um pouco mais alto. - Talvez seja o rádio dela. - Ele disse em pé no corredor, encarando o corpo de Karen. Não demorou muito para que os outros se juntassem ali também, inclusive Anthony, que não queria sair do lado da irmã. 


 


Então... vamos lá pegar? - Perguntou Joffrey receoso, estava com medo da resposta, muito embora já sabia qual seria. -


 


Deve ser o resgate. - Respondeu Samantha - Temos que pegar.


 


A arma também. - Disse Anthony. Todos olharam para ele, estranharam-no, afinal, ele não sabia usar uma. - O que foi? Mais vale uma pássaro na mão do que dois voando, né?


 


Vamos todos juntos? - Peguntou Jospeh - 


 


Melhor não. - Respondeu Jessica - Melhor ir só alguns os outros dão "cobertura". - Ela fez o sinal de aspas com as mãos -


 


Que se dane. - Disse Joffrey tomando a frente de todos e andando pelo corredor em direção ao corpo de Karen. Estava em frente ao corpo. Encarava seus olhos sem vida sem emoção alguma. Talvez se isso estivesse acontecendo á dias atrás, ele demonstraria alguma reação, mas já estava estranhamente acostumado com aquilo. E no fundo sabia que isso não era tão bom assim. Abaixou-se e pegou a lanterna. A desligou e logo depois pegou a escopeta e o rádio. Se levantou com calma e girou o rádio em sua mão. Sem que pudesse perceber, seus amigos já estavam ali, ao seu lado. A voz que saía do rádio continuava a tentar se comunicar, mas não conseguiam entender absolutamente nada. Uma interferência a cortava constantemente. Apertou um de seus botões e tentou se comunicar com quem estava falando, mas não obteve respostas, pelo menos não respostas que conseguisse entender. 


 


Se formos lá pra fora poderemos entender melhor. - Sugeriu Joseph. Todos os encararam devido sua ideia um tanto quanto suicida. - Sabe, por conta do sinal e tal. - Ele alternava olhares entre todos esperando que alguém concordasse com ele. - Olha, eu sei que aquela coisa pode estar lá fora, mas qual escolha temos? - Ele insistiu num levantar de ombros. -


 


Ele tem razão. - Jessica limpou o suor de sua testa aflita. - Temos que arriscar, mas não podemos sair de qualquer jeito lá fora.


 


Desculpa, mas vou deixar essa com vocês. - Anthony começou a andar pelo corredor em direção ao quarto em que estavam. - Talvez possam usar a sacada, o sinal deve pegar de lá. - Ele sugeriu enquanto entrava no quarto. - Vou ficar com a Lauren.


 


É uma boa ideia. - Disse Samantha. - Tecnicamente nem sairíamos de casa. 


 


O que estamos esperando então? - Perguntou Nicolas. Todos os cinco desceram mais um andar. Estavam em frente á porta de vidro que dava para a sacada. Decidiram que quem iria até a sacada tentar falar com o resgate seriam Nicolas e Joseph.


 


Nicolas e Joseph trocaram olhares por alguns segundos e, em seguida, encararam a floresta através do vidro da porta de correr. A voz no rádio mal fazia pausas de segundos e já voltava a tentar se comunicar novamente. Depois de um longo inspiro, Nicolas arrastou a porta para o lado e começou a andar até a beira da sacada. Segurava o rádio com sua mão direita com força. Joseph andava ao seu lado com receio do que poderia acontecer. Samantha, Jessica e Joffrey os observavam do outro lado da porta. Depois de chegar na beira da sacada a voz ficou mais clara. Era a voz de uma mulher, era calma e quase sem emoção. Provavelmente eram consequências de tentativas de contato sem sucesso. 


 


Alô? - Disse Nicolas apertando um dos botões do rádio - 


 


Ah, finalmente. - A voz respondeu aliviada. - Estamos tentando contato a um bom tempo, o que aconteceu? Onde está Karen? - Nicolas permaneceu em silêncio - Entendi. - A voz respondeu. - Enfim, temos problemas. A chuva de ontem acabou causando a queda de uma árvore na estrada.


 


E? - Perguntou Nicolas -


 


E não poderemos passar com viaturas ou ambulâncias. - A voz respondeu - 


 


Não pode mandar pessoas a pé? 


 


Já mandei. Mas vão demorar para chegar aí. Enfim, conseguem ver as luzes de nossas viaturas na floresta? - Nicolas e Joseph começaram a andar na sacada olhando dentre as árvores. Até que Jospeh achou tal luzes piscando e alternando entre vermelho, azul e branco e as apontou para Nicolas. -


 


Sim, tô vendo. - Respondeu Nicolas -


 


Acham que conseguem vir para cá? - A voz sugeriu - Estamos perto de uma ponte, é feita de concreto e atravessa um enorme penhasco.


 


Não acha que um pouco perigoso? - Nicolas perguntou -


 


Sei que é. - A voz respondeu. - Mas como estamos sem visão aérea, não sabemos onde estão, não sabemos onde fica sua casa. Os caminhos são muitos, ou seja, se virem pra cá vão adiantar muito as coisas.  - Nicolas pensava antes de responder. Estava com o rádio em frente a boca e seu dedo em cima do botão, tinha tudo para respondê-la, mas não conseguia decidir aquilo. -


 


Nós vamos. - Disse Joseph colocando a mão em seu ombro. Nicolas respirou fundo, acenou com a cabeça e apertou o botão logo após. -


 


Estamos indo. - Ele respondeu. -


 


Entendido. - A voz disse. - Esperaremos vocês aqui.


 


Depois de trocarem olhares os dois começaram a andar de volta para dentro da casa. Nicolas andava a pouco á frente de Joseph. Se sentia mais leve por não ter que decidir aquilo sozinho. Os outros três sorriam para eles do outro lado da porta e, os mesmos, retribuíram o sorriso. Depois de tanto sangue e sufoco, sangue e problemas, estavam finalmente mais próximos do resgate, estavam mais próximos de acordar daquele pesadelo. Aquela caminhada pela sacada estava sendo a melhor desde que as férias começaram. Mas não durou muito.


Num piscar de olhos, a criatura saltou do telhado da casa até Joseph. A noite era tão escura que nem a notaram ali. Ao verem aquilo, o sorriso de Joffrey, Samantha e Jessica desapareceram rapidamente de seus rostos. Nicolas virou-se e viu a criatura de costas pra ele, em cima de Joseph. Sua mão tamparam seus olhos, tirando qualquer chance de Joseph a olhar. Joseph gritava e se esforçava para tirar a mão da criatura de cima de seu rosto, mas era em vão. O outro braço da criatura se posicionava atrás de suas costas. Suas garras estavam apontadas ao pescoço de Joseph. Quando o cotovelo da criatura passou de suas costas, o braço avançou com ferocidade. Os gritos de Joseph pararam imediatamente e, suas mãos, cujo tentavam tirar a mão da criatura de seu rosto, amoleceram e foram jogadas ao chão. Após mover um pouco as garras de um lado para o outro, a cabeça de Joseph não estava mais no próprio corpo. 


Nicolas estava com as pontas dos dedos prestes a encostar nas costas negras da criatura. Tentou ajudar, mas tudo aconteceu tão rápido que foi incapaz de fazer qualquer coisa. E então, seus dedos voltaram a se afastar. Joffrey o puxou pelo braço até chegar dentro de casa. Tropeçaram nos trilhos da porta e caíram no chão. Jessica arrastou a porta e a fechou. Segundos depois, Anthony descia as escadas e, junto de seus amigos, observou a criatura levar o corpo e a cabeça de Joseph sacada abaixo. Tudo que restou foi uma poça de sangue no chão.


Subiram novamente para o quarto depois que tudo aquilo acabou. Tinham acabado de ver seu melhor amigo ser decapitado em sua frente, seus psicológicos estavam abalados, mas não tanto. Pois de alguma forma, esperavam que aquilo fosse acontecer mais cedo ou mais tarde. Não só com Joseph, mas com qualquer um deles. Nicolas olhava a floresta pela janela e não parava de se queixar. "Não pude fazer nada", ele repetia em voz baixa. Samantha estava ao seu lado, tentando acalmá-lo. Em algum momento, Joffrey pediu para que Nicolas os explicasse o que haviam falado pelo rádio, e Nicolas o fez.


 


Eu não vou. - Disse Anthony repentinamente. -


 


O quê? - Perguntou Jessica. - 


 


Não vou com vocês. - Ele respondeu olhando para sua irmã deitada na cama. - 


 


Tá ficando maluco, Anthony? - Perguntou Joffrey sentando ao seu lado. -


 


Vamos ser realistas... - Ele bufou. - Ainda não tô recuperado da caminhada que fiz carregando a Lauren. Quanto tempo vou conseguir caminhar com vocês?


 


A gente para e descansa com você, não tem problema. - Disse Samantha -


 


Qual é, Sam. - Ele riu ironicamente. - Aquela coisa obviamente irá vir atrás de nós. Vão mesmo me esperar? - Todos caíram num silêncio, por mais que o que Anthony estava dizendo fosse duro e frio, era verdade. - Além disso tem a Lauren. Carregá-la só os atrasaria. A melhor aposta é vocês chegarem até o resgate e os trazerem aqui. 


 


Não vamos deixar você...


 


Ele tá certo. - Disse Nicolas interrompendo Samantha. Andou até a escopeta e as lanternas que estavam do lado da porta, abaixou-se e as pegou. Em seguida, lançou uma lanterna para Joffrey. - É duro, eu sei, mas é verdade. - Ele andou até Samantha e a estendeu a escopeta. A mesma o olhou e depois olhou para a escopeta. Estendeu as mãos em duvida e a segurou com medo de que qualquer coisa a fizesse disparar. -


 


Nicolas se está agindo assim por causa...


 


Ele morreu, Jessica. - Ele a interrompeu. - Estava lá fora pra saber onde o resgate estava, mas acabou morrendo. E aqui estamos nós, parados, deixando sua morte ser em vão. - Ele andou até a porta e a abriu. Olhou para Anthony e acenou com a cabeça. - Boa sorte, vamos voltar por vocês, prometo. - Anthony o encarou e soltou um leve sorriso. Em seguida, Nicolas olhou para os outros e alternou olhares entre eles. Por mais que estivesse sendo insensível, era necessário. Anthony estava certo, aquela era a melhor aposta de todos. - E vocês? Vem ou não? - Eles se despediram de Anthony e saíram do quarto. - 


 


Boa sorte, gente. Aguentem firme, pois eu vou. - Sussurrou Anthony olhando o rosto de Lauren. - . Não vou deixar essa coisa entrar aqui, irmã. - Ele se levantou, trancou a porta e colocou uma cadeira travando sua maçaneta. -



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Autor(a): kaysouza

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