Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Anahí

Depois de um longo mês sem falar com Dulce, eu finalmente estava em direção a Nova Iorque. Nesse ultimo mês meu pai começou a se sentir mal e eu precisei tomar a frente da fazenda, sem contar sobre meus cavalos, o que me deixou completamente sem tempo, me fazendo quebrar a promessa que fiz no dia em que Dulce partiu.

FLASHBACK ON

O dia em que ela iria partir havia chegado. Depois que ela disse que não ficaria eu acabei aceitando e decidi não insistir, até porque seria injusto Dulce desistir de anos da vida dela por causa de um mês. Eu e Harry a levamos até o aeroporto mais próximo que ficava a três horas da fazenda. O caminho inteiro ela foi em silencio e eu apenas respeitei isso. Quando chegamos ela se agarrou ao meu corpo e ficou abraçada, foi só então que ela começou a chorar.

- Candy a gente ainda vai se vê — falei acariciando suas costas.

- Eu vou ficar com saudade — ela falou com a voz embargada.

- Eu sei amor, eu também vou — dei um beijo na sua testa. Estava me segurando para não chorar também. — Nós vamos nos falar por telefone todos os dias e assim que eu tiver oportunidade eu vou te visitar.

- Você promete?

- Prometo — ela levantou o rosto e eu dei um selinho.

O vôo de Dulce foi anunciado e ela se agarrou mais forte a mim. Eu realmente não queria soltá-la, mas eu não podia fazer isso. Ele foi anunciado pela segunda vez e ela precisava ir. Ela abraçou o Harry e se despediu dele. Fomos andando de mãos dadas até o portão de embarque. Nos beijamos calmamente. Quando ela se afastou de mim, eu quase pedi pra ela ficar, mas eu sabia que não podia fazer isso com ela.

- Toma — tirei meu chapéu. Era um dos meus chapéus preferidos, o preto. — Sei que você odeia o chapéu, mas é pra você lembrar de mim. — ela pegou o chapéu e sorriu. O colocou na cabeça e eu segurei seu rosto novamente e selei nossos lábios uma ultima vez.

- Até mais — Dulce se afastou de mim e entregou a passagem para o homem.

- Candy... — ela virou por ultimo. E aquela vontade de pedir pra ela ficar falou tão alto, mas eu não falei nada — Boa viagem — falei e ela deu um meio sorriso e entrou no portão de embarque. Que logo fechou.

Harry passou o braço por cima do meu ombro e eu apoiei minha cabeça no seu ombro. Quando chegamos no carro, as lagrimas que eu segurei no aeroporto começaram a cair. Em pouco tempo Dulce conseguiu com que eu sentisse algo realmente forte por ela. Eu não queria rotular, não ainda, mas eu sabia que era algo tão forte, quanto o que eu senti por Taylor.

FLASHBACK OFF

Assim que pisei em Nova Iorque, as lembranças me acertaram como uma flecha. Duas meninas, do interior, de dezoito anos querendo conhecer o mundo e aproveitar a vida. Taylor e eu chegamos em Nova Iorque para estudar, mas no fim cada uma seguiu seu caminho. Claro que pra mim foi muito difícil, mas eu tive uma peça importante que me ajudou.

- Sapatão rei — aquela voz já conhecida me fez virar e lá estava ela, Veronica Iglesias. Ela correu e praticamente pulou no meu colo.

- Veio me buscar com seu caminhão? — falei rindo e ela gargalhou.

- Pensei que ia trazer o seu da fazenda. — Ela desceu do meu colo e ficou me encarando. Nesses ultimo ano que não a vi, ela estava diferente. Seu cabelo estava maior e seus dentes mais brancos. Sua bun/da também estava maior e sua cintura estava marcando mais, devia estar malhando. — Para de me secar sua safada — Vero me deu um tapa no braço.

- Agora você malha? — fiz ela da uma voltinha.

- Só na cama. — rimos e fomos saindo do aeroporto. O carro esportivo dela estava estacionado em frente ao aeroporto.

- Você pode estacionar aqui?

- Não — ela riu de canto e pulou a porta — Mas o segurança ficou mais interessado na minha bun/da do que na minha permissão pra estacionar aqui.

- Uhhh — coloquei minha mala no banco de trás.

- Essa mulher te deu uma chave de perna boa ein — ela colocou o óculos de sol e eu coloquei o meu e ajeitei meu chapéu — Porque eu realmente não esperava te vê de volta a essa cidade.

- É, eu já estava caidinha por ela antes mesmo dela me dá uma chave perna — Vero gargalhou e arrancou com o carro.

- Vai ficar comigo? — eu assenti. Ela ligou o radio e Cowboy do Kid Rock começou a tocar e ela gargalhou mais ainda — Isso nunca perde a graça — revirei os olhos e ela cantarolava a música.

- E ai Vero ta namorando? — ela virou pra mim e riu alto. — Trabalhando?

- Se gastar a herança do meu pai for trabalho, pode considerar que estou trabalhando. Mas pra falar que não estou fazendo nada, eu sou uma web celebridade.

- Famosa na internet? — Ela assentiu — E o que você faz?

- Na verdade não faço nada. Só posto fotos e gravo alguns vídeos. Mostro as festas que eu vou e outras coisas.

- I'm so fancy — cantarolei e ela riu.

- Quero você num dos meus vídeos — ela piscou pra mim.

- Não estou preparada para esse tipo exposição — ela deu de ombros.

- Quer ir pra minha casa direto ou quer passar em algum lugar antes? — olhei a hora.

- Pode me levar ao prédio da Style Magazine? — ela franziu o cenho — Dulce trabalha lá.

- Foi pra essa revista que eu fiz entrevista — Vero virou bruscamente e vários carros que vinham atrás começaram a buzinar. Ela apenas deu o dedo do meio para eles. Paramos na frente do prédio.

- Será que ela vai ficar chateada porque eu vim visitar ela na hora do trabalho?

- Só se você não levar flores — Vero falou rindo. Comecei a procurar ao redor uma floricultura. — Tem uma na outra rua, vamos lá — ela fechou o carro e eu peguei minha mala, que na verdade era uma mochila. Eu não estava planejando passar muito tempo na cidade, não ainda, eu vim com um objetivo de pedir Dulce em namoro e teria que fazer isso em no máximo duas semanas, antes de ter que voltar pra fazenda, resolver as coisas, pra poder decidir com Dulce se ela realmente queria continuar morando em Nova Iorque, porque assim eu iria convidá-la para morar comigo.

Chegamos na floricultura. Fui direto para as rosas, mas achei muito clichê. Fiquei olhando ao redor e então eu vi um lírio.

- Vou levar um buquê de lírios — a moça da loja saiu para preparar o buquê.

- A lésbica das flores — Vero parou do meu lado — Porque não rosas?

- Clichê demais — respondi como se fosse obvia.

- Lirios também são clichê

- Ah fica quieta, o que você sabe sobre dar flores, nunca namorou.

- Eu já dei flores pra uma garota. — Vero revirou os olhos.

- Ah Vero, você tem que dá uma flor porque quer deixá-la feliz e não porque quer comer ela.

- Acredite ou não, eu não queria apenas comer ela.

- A Lucy é hetero — falei pela milésima vez. Na época da escola Veronica se interessou por uma colega nossa da faculdade, mas o fato era que a menina era hetero e Vero fez de tudo para ficar com ela. — Tem falado com ela?

- Não. Ela me excluiu e bloqueou de todas as redes sociais e deve ter trocado de número.

- O que você fez?

- Eu tentei beijar ela uma festa que a encontrei a um tempo — Vero falou rápido e saiu de perto de mim.

A moça voltou com o buquê, paguei e saímos de lá. Fomos conversando um pouco durante o caminho. Quando cheguei a recepção eles não queriam me deixar subir. Então Vero precisou intervir.

- Eu sou Veronica Iglesias, eu vim aqui para fazer outra entrevista — ela falou tranqüila e o homem digitou no computador.

- Não tem nada aqui. Sinto muito.

- Você acha que eu tenho cara de idiota, perco meu tempo pra vir aqui e não posso subir — Veronica deu uma piscada disfarçada para mim. - Ligue para Dulce Savinon, ela é colunista, diga que Anahí está aqui

- Veronica, é uma surpresa — Falei como se fosse obvio.

- Hey — um homem com corpo atlético e alto de cabelo cacheados. — Você veio vê a Dulce? — o homem tocou levemente meu braço e eu me virei. O queixo dele caiu quando me viu.  — Wow — ele falou sorrindo. Me olhava da cabeça aos pés como se estivesse avaliando. Olhei para Veronica e ela deu de ombros. — Desculpe a má educação, eu sou Cristopher Uckermann — ele estendeu a mão e eu peguei. — Sou amigo de Dulce, trabalhamos juntos desde que éramos estagiários. Pode liberar o crachá pras duas — ele falou com o segurança. — Veronica — ele deu dois beijinhos nela — Vocês são amigas?

- Sim, desde a faculdade — respondi pegando meu crachá. Vero fez o mesmo.

- Foram quatro anos e mais dois de estagio juntas. — Vero fez uma careta.

- Até parece que não gostou — rimos e entramos no elevador.

- As flores são lindas, Dulce vai adorar — ele riu. Me encarou — Você sempre sua chapéu.

- Qual o problema de vocês com o chapéu? — Perguntei frustrada. Ele levantou as mãos em rendição.

- Nada, só é... — a voz dele morreu quando o elevador abriu. Uma mulher mais velha, não chegava nem aos trinta e cinco na minha opinião, entrou no elevador. Me olhou de cima a baixo e fez o mesmo com Veronica. Vero apenas riu negando com a cabeça - ...peculiar vê alguém usando chapéu de cowboy em Nova Iorque — ele pigarreou porque a voz dele falhou antes de terminar a frase.

- Dentre todas elas, nenhuma delas ficaria tão bonita de chapéu de cowboy quanto você — a mulher exalava superioridade, ate na forma de virar — Nenhum dos dois vão me apresentar a amiga de vocês — ela falou e Cristopher encarou Veronica e ela apenas sorriu.

- Não achei necessário Angelina, mas já que insiste. Essa é Anahí Portilla. — a mulher sorriu de maneira sensual, meu olhar foi atraído para seus lábios, mas eu desviei o olhar.

- É um prazer — dei um sorriso.

- Já pensou em ser modelo? — ela ainda segurava minha mão.

- Hammm — fiquei sem resposta por um bom tempo — Na verdade não.

- Se estiver interessada no assunto, pode me procurar, deixarei seu nome liberado na recepção para subir quando quiser. Veio visitar algum conhecido — ela soltou minha mão olhando para o buquê.

- Sim. Uma conhecida minha — a mulher olhou para o Cristopher que estava pálido.

- Savinon? — ela falou e o elevador parou.

- Sim, Dulce Savinon.

- É aqui que descemos — Cristopher falou. — Angelina — ele cumprimentou saindo.

- Ate Angelina — Veronica passou.

- Foi um prazer, até outro dia qualquer — falei caminhando para a saída, mas a mulher segurou meu braço.

- Antes de ir gostaria de lhe fazer um convite, mais tarde vai haver uma recepção da revista, está convidada para ir, seu nome estará na lista de convidados. — Olhei para Veronica — Veronica também foi convidada, ela sempre é convidada.

- Irei pensar sobre o assunto. — ela soltou meu braço e eu sai do elevador

- Sua amiga Dulce também vai comparecer — o elevador fechou e ouvi Cristopher soltar um longo suspiro.

- Ela realmente é a malévola. — ele passou a mão pelos cabelos — Dulce vai pirar quando souber que a malévola ta de olho em você.

- Mas uma coisa ela está certa — Vero falou

- O que? — perguntei confusa.

- Você pode ser modelo Anie, você sempre foi muito bonita.

- Esse povo do interior é tudo bonito. Me dá o mapa que eu vou pra lar arrumar um peão gostoso — Cristopher abanou e foi só então que percebi que ele era gay, não sei porque, mas Harry veio a minha cabeça imediatamente.

- Cristopher se um dia quiser ir passar um tempo lá na fazenda pra relaxar, só me ligar e avisar, será um prazer te receber. — Falei sincera e ele sorriu.

Fomos entrando por uma porta de vidro e ele estava bem alegre.

- Dulcinha — Dulce se virou, porque estava conversando de costas com alguém. — Você tem visita. — sai de trás do Cristopher, mas escondendo o buquê nas minhas costas. Ela se virou rápido e falou algo e veio andando na minha direção, o local estava lotado, mas eu só conseguia ver Dulce andando na minha direção. Sabia que ela estava chateada por ter ficado um bom tempo sem entrar em contato com ela, mas eu tive meus motivos. Quando ela parou na minha frente retirei o buquê que estava escondido nas minhas costas e trouxe a frente do meu rosto.

- Surpresa — falei e vi um pequeno sorriso brotar em seus lábios — Sei que você deve estar chateada por eu ter sumido por um mês, mas eu prometo que vou te explicar. — ela suspirou — São pra você — estendi o buquê e ela pegou. — Você gostou?

- Faltou o chocolate — dei um tapa na testa.

- Eu vou lá comprar e já volto — ia sair, mas ela segurou meu braço.

- É brincadeira, eu amei — ela deu um beijo na minha bochecha.

- Victoria ta subindo — uma mulher entrou praticamente correndo.

- Preciso ir, você pode me esperar aqui ou na minha sala. — Ela falou sorrindo.

- Eu te espero aqui, vou sentar ali naquele sofazinho, a quero te apresentar uma amiga — me virei e Vero não estava mais ali. Comecei a olhar ao redor e vi ela com Lucy — Que mundo pequeno — murmurei. Dulce virou a cabeça para vê pra onde eu estava olhando.

- Você conhece a Lucy? — ela perguntou. — Espera aquela é a Veronica Iglesias, aquela webcelebridade?

- Sim, nos conhecemos na faculdade e sim. Já que você a conhece, não preciso apresentar.

- Nossa que mundo pequeno, há dois meses eu fiz uma entrevista com ela pra revista.

- Ela falou que fez entrevista pra sua revista, mas não sabia que havia sido com você .

Um segundo depois o barulho de barras de ferro caindo no chão, chamou nossas atenção, olhamos para o lugar ao mesmo tempo. Vero estava caída em cima de Lucy, que estava caída em cima de um monte de roupa.

- Olha o que você fez — Lucy empurrou  Vero para sair de cima dela. Sabia que Vero perto de Lucy não seria boa coisa. — Esse é meu novo trabalho. Eu já disse que nem em um milhão de anos eu vou sair com você, supera. — Veronica levantou do chão.

- Uau — Dulce falou — Eu preciso ir resolver isso. Cuida pra sua amiga não derrubar mais nada. — Dulce falou séria e saiu. Andei até Vero, ela parecia muito chateada. Ela apenas fez um gesto com a mão e saiu. O clima ficou esquisito, mas logo foi normalizando.

Resolvi me sentar em um dos sofazinhos que tinha ali e tirar um cochilo, já que não dormi quase nada no avião. Coloquei o chapéu no rosto para impedir que a luz entrasse e fechei os olhos esperando que aquilo terminasse. Não fui atrás de Veronica porque sabia que ela queria ficar sozinha.