Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Dulce

Eram dez da noite e eu ainda estava trabalhando. Precisava terminar de montar a revista para mandar para os diagramadores e depois para impressão. Claro que eu tinha funcionários para isso, mas não era a mesma coisa. Sempre que deixava nas mãos deles algo saia errado, resumindo, não saia do meu jeito. Decidi jogar um pouco de Candy Crush, já estava na fase 95 quando bateram na porta.

- Com licença – Selena entrou. Minimizei rapidamente o jogo e dei de cara com uma noticia que não me agradou em nada.

Taylor Swift sai para almoçar com Anahí Portilla.

Esse era o titulo da noticia e quando cliquei no link, várias fotos das duas. Aquilo não me alegrou em nada.

- Eu vou matar a Anahí! – esbravejei. Percebi Selena ficar calada. – Você já tinha visto isso?

- É que eu achei melhor não te contar, você já estava um pouco estressada por causa da revista.

- Eu vou matar aquela caipira cafajeste! – Peguei o celular e disquei o número de Anahí. Chamou várias vezes e nada. – Aquela desgraçada me paga. – Massageei minhas têmporas e me sentei na cadeira novamente. – Cadê a revista? – Selena colocou sobre a mesa. Eu só folheava não conseguia nem prestar atenção – Quer saber libera todo mundo. Vou levar isso pra casa, preciso tomar um banho relaxante pra poder olhar isso com calma.

- Sim senhora! – Selena saiu.

Eu comecei a recolher minhas coisas e peguei o esboço da revista. No caminho tentei ligar pra Anahí umas duas vezes, mas nada dela atender.

"Preciso falar com você me liga" – enviei uma mensagem de texto para Anahí.

Quando cheguei em casa, ela ainda não tinha dado sinal de vida. Aquilo estava me deixando seriamente irritada. Decidi ir tomar banho para tentar relaxar um pouco. Joguei sais na banheiro, coloquei uma música calma e peguei uma taça de vinho. Os primeiros cinco minutos foram bem relaxantes, mas depois eu só conseguia olhar o celular esperando uma mensagem de Anahí ou a ligação dela. Eu tinha até pego o notebook e deixando o skype logado, caso ela me ligasse por lá. Eu estava ficando seriamente irritada.

"Ela deve estar com a Taylor. Aquela desgraçada... Eu vou acabar com a raça daquela caipira." – peguei o celular novamente e tentei ligar, mas dessa vez deu caixa de mensagem.

"Por que seu celular está desligado? Está fazendo alguma coisa que não deve?" – Não resisti e enviei.

Comecei a sacudir freneticamente minha perna e podia ouvir minhas respiração pesada. Mil cenas passavam pela minha abeca, todas elas incluíam Anahí e Taylor nuas e aquilo estava me deixando mais irritada.

- Quer saber – levantei da banheira – Essa caipira ta pensando que é quem? – peguei minha toalha – Se ela quer ficar com ela que fique. – Me enrolei e sai do banheiro – Espero que as duas sejam muito infelizes, aquela caipira traidora e cafajeste. Ela que nem ouse a pisar em Berlim porque eu vou acabar com... – Meu telefone começou a tocar e eu corri para o banheiro. – Anahí? – Eu sai atendendo e nem olhei o identificador de chamadas.

- Nem se ela quisesse seria tão gostosa quanto eu.

- AH Maitê é você – falei desanimada.

- Também senti sua falta, querida amiga. – Ela falou ironicamente.

- Me desculpa Tita, é que eu pensei que fosse a Anahí – soltei um suspiro.

- Hummm... estava esperando ela ligar para fazer sexyphone né safada – Maitê soltou uma gargalhada.

- Quem me dera. – voltei para o quarto e me joguei na cama.

- Me conta como vocês conseguem manter esse relacionamento a distancia. Pra mim é algo tão anormal, ficar sem sexo – Revirei os olhos. Pergunta típica da Maitê.

- A questão não é só o sexo. Até porque da pra aliviar com Skype e celular, mas é difícil porque as vezes eu só quero chegar em casa e ficar abraçadinha com ela e eu não posso.

- Mas você consegue suprir suas necessidades sexuais pelo skype? – Ela parecia realmente surpresa.

- A gente se vira como pode e depois da nossa terceira vez assim, foi ficando mais fácil e mais prazeroso. – Falei como se fosse normal.

- Acho que vou tentar isso um dia. – Maitê falou pensativa.

Foi muito bom Maitê ter ligado porque eu acabei me distraindo e falando com ela por duas horas. Quando ela desligou aquela ansiedade para falar com Anahí voltou e eu voltei a enviar diversas mensagens para ela, mas nenhuma delas era respondida. No inicio eu estava irritada, mas depois eu comecei a ficar preocupada. Anahí nunca ficava tanto tempo sem responder uma mensagem ou uma ligação e um frio na espinha começou a me fazer temer o pior. Algo aconteceu com Anahí. Tentei ligar para o Harry e Ucher, mas nada. Estava dando fora de área também e aquilo estava me preocupando mais ainda. E foi assim que passei minha noite, completamente em claro tentando contato de todas as formas com Anahí, até pra casa dos meus tios eu liguei e nada.

Eu só lembrei da revista as três manhã, mas o bom é que deu tempo de corrigir e revisar algumas coisas para entregar para o pessoal da diagramação e depois enviar para impressão. Eu tentei esconder minhas olheiras da melhor forma possível pela manhã. Coloquei um óculos escuro, mesmo o tempo estando completamente nublado, e fui trabalhar. Selena já havia chegado e não podia negar que ela era uma das assistentes mais eficientes que já conheci.

- Eu disse que poderia chegar um pouco mais tarde hoje. – Fomos subindo as escadas para entrar no prédio da revista.

- Eu sei, mas hoje vamos fechar a revista e fica tudo uma loucura, então preferi chegar mais cedo. – Ela pegou o celular – Simon chegou, ele virá almoçar com você. Marquei naquele seu restaurante preferido, reserva pras duas. Donatella ligou e disse que não poderá comprar a entrevista porque precisa passar alguns dias sob cuidados médicos.

- Alguém precisa dizer a ela que muito botox no rosto faz mal. – Falei ao entrar no elevador.

- Lucia Vives ligou, ela deixou recado avisando que ficará por dois dias em Berlim e que gostaria de almoçar ou jantar com você.

- Claro, marca um jantar para hoje a noite. Se ela não puder, marca um almoço para amanhã – Selena ia digitando rapidamente no celular. – Anahí ligou ou qualquer pessoa da fazenda?

- Não. Quer que eu tente contato com ela?

- Faz isso pra mim, mas só tenta no maximo duas vezes. – Ela assentiu e eu entrei na minha sala. Soltei um suspiro pesado e sentei na minha mesa.

"Onde você está Anahí?" – Pensei ao ver nossa foto no plano de fundo do meu celular.

O almoço com Simon foi bem rápido. Ele queria saber como estava a revista e tudo mais, mas tudo superficialmente. Dava para perceber que ele estava distraído, como se estivesse preocupado com alguma coisa, mas resolvi não perguntar, ele sempre foi um homem muito discreto. Ele fez algumas observações e pediu para colocar algumas modelos na revista, provavelmente ele estava querendo lançá-las no mundo da moda e eu faria isso, apenas se elas fossem realmente boas. A tarde foi tranqüila e como eu já havia corrigido o manuscrito a revista foi enviada para impressão. No dia seguinte precisaria reunir a equipe de redatores novamente para discutir sobre o que escrever e as vezes me batia uma saudade de ficar que nem louca correndo atrás de matéria. Marquei com Lucy um almoço no dia seguinte e naquela noite, novamente, eu não falei com Anahí, não por falta de tentativa minha. Eu estava ficando cada vez mais preocupada, mas não tinha como entrar em contato com eles. Tentei ligar até para Veronica, coisa que não fazia a anos, mas nada também.

No dia seguinte como sempre Selena estava a me espera na porta do prédio. Me informou de todos os compromissos do dia e me trouxe todas as revistas sobre modas que foram para as bancas hoje, inclusive a nossa. Avaliei duas, porque quando o relógio marcou dez horas eu já estava pegando minhas coisas e partindo para a sala de reuniões. Me sentei na mesa e podia ver todos me encarando. Eu ri internamente, porque já estive no lugar deles e era exatamente assim que ficava. Por mais que soubesse que era boa no que fazia, a insegurança era grande.

- Quem vai começar? – Com aquela frase vi todos se remexerem em suas cadeiras de maneira desconfortável.

A reunião estava sendo longa. Selena anotava tudo e algumas vezes comentava algo no meu ouvido como "Fulana já fez isso a oito meses...".

- Muito bem, não temos nenhuma solução aqui. Temos quinze dias e já temos as três principais matérias, mas precisamos de mais coisas. Gostei da idéia do sapato, mas tem que modificar, já fizeram isso a oito meses atrás, pode ficar repetitivo. – falei e todos ficaram quietos anotando. – Eu estava pensando e a revista precisa se renovar, as idéias são sempre as mesmas. Moda é mais do que isso, mas que sapatos e bolsas super caras. Moda é arte, vida e uma forma de se diferenciar dos demais. Você vê centenas de homens andando de terno na rua, mas de longe você consegue identificar qual terno é Victor Hugo. Se os sapatos são feitos de couro de pele de cobra ou uma imitação chinesa de couro.

- Então está sugerindo que a gente escreva moda masculina. – Um dos homens falou.

- Não damos muito espaço a moda masculina e os homens também se preocupam com a aparência e com a roupa que usam. Vamos fazer um pequeno teste. Duas paginas e meia sobre moda masculina.

- Homens não compram revista de moda. – Donna, uma das colunistas falou.

- Mas a mulher dele compra, no inicio chegaremos até ele através dela. – Todos anotaram rapidamente. – E quero que tragam grandes personalidades da moda Alemã e façam uma pequena coluna com elas.

- Tipo uma biografia?

- Exato, mas não pra mostrar apenas o lado glamoroso e cheio de mulheres bonitas e famosos. Quero que mostrem a realidade. Comecem com Lagerfeld. – Fechei meu caderno de anotações.

- Mas é quase impossível entrar em contato com ele – Donna falou novamente.

- Você trabalha numa revista de modas e não conseguem entrevistar um estilista? Querida se não consegue fazer seu trabalho peça demissão. Quero essa entrevista do Lagerfeld até semana que vem, Donna – Enfatizei seu nome e me levantei da cadeira.

- Pensem em boas matérias, se precisarem de mim marquem hora com a Selena. – Selena abriu a porta de vidro e saímos.

- Seu almoço com a Vives é e meia hora, eu mandei mensagem para o motorista e ele já está lhe esperando.

- Não volto hoje. Você pode ir pra casa mais cedo também. – Entrei no elevador e ela fez um breve aceno com a cabeça de que havia entendido.

O caminho para o restaurante demorou quase meia hora por conta do transito. Quando cheguei lá, Lucy já estava sentada olhando o menu. Nem passei na recepção, apenas segui para a minha mesa. Quando a loira me viu, ela abriu um sorriso e me cumprimentou com dois beijinhos no rosto. Ela estava maravilhosa. Seus cabelos estavam maiores, ela se vestia de maneira mais alternativa, mas ao mesmo tempo elegante. Ela estava bastante mudada.

- Quanto tempo Dul. Como andam as coisas por aqui? – Ela perguntou animada.

- Vão bem, mas tem dias que são bem estressantes. – Ela sorriu e concordou. – E como está a carreira?

- Melhor impossível. – Ela sorriu. – E você e Anahí? Fiquei sabendo que noivaram.

- Sim. Noivamos. – Mostrei o anel. – Estamos mantendo um relacionamento a distancia.

- Deve ser bem difícil.

- É mesmo. – Soltei um suspiro. – Mas Anahí tem sido paciente e um amor. Ela com certeza é o elo mais forte desse relacionamento, porque eu to sempre chorando durante as ligações.

- Deve ser realmente doloroso, eu nem consigo me imaginar.

- E Veronica? Como estão?

- Haam... – ela deu um sorriso sem graça – Na verdade nós não estamos juntas.

- Ah! – fiquei completamente sem graça. – Sinto muito. Vocês faziam um casal bonito o que aconteceu?

- A gente tinha perspectivas diferentes. Eu tinha acabado de sair de um longo relacionamento e ela queria mergulhar de cabeça em um relacionamento, eu não estava preparada para isso. – Ela começou a mexer nervosamente na taça cheia de água.

- Eu fiquei sabendo que ela vendeu a fazenda do pai dela. – Lucy me olhou incrédula. – E que estava exercendo a profissão em que se formou. – Percebi que ela estava curiosa para perguntar. – Eu não sei se ela está namorando, até porque achava que vocês estavam namorando. – Ela sorriu sem graça.

- Ela se mudou de Nova York. – franzi o cenho – Eu precisava entregar o moletom que ela esqueceu comigo... a três – ela sussurrou a ultima parte.

Ficamos conversando por um longo tempo até que meu celular começou a tocar, eu iria ignorar, mas quando vi o nome no identificador de chamadas meu coração pulou. Fazia anos que Veronica não me ligava e se ela estava ligando era porque algo tinha acontecido ou simplesmente ela estava retornando a ligação que fiz. Que esteja retornando a ligação, por favor! Pedi internamente ao desbloquear a tela. Lucy me olhava com curiosidade, provavelmente pela minha cara de pânico.

- Alô! – falei insegura.

- Dulce sou eu Veronica.

- Eu sei Vero – Lucy arregalou os olhos quando eu falei aquilo.

- Eu vi que me ligou mais cedo... – soltei um suspiro aliviado – Mas eu realmente também queria te ligar, ontem aconteceu uma coisa. – senti meus olhos queimarem, meu coração batia acelerado. – Uma tempestade atingiu Greenville e a Anahí... – a ligação começou a chiar. – Estabulo...Harry...correram...grave...hospital – a ligação estava picotando e eu não conseguia entender nada, até que enfim a ligação caiu, junto com minhas lagrimas.

- Dulce o que houve? – Lucy perguntou nervosa, mas eu não conseguia falar. Eu estava com medo de que algo tivesse acontecido com Anahí e o pior, eu nem estava lá pra cuidar da minha caipira.

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