Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV autora

Depois da morte de seu pai Anahi se isolou completamente até o dia do enterro. Tia Mari e eu cuidamos dos preparos do enterro, Vero e Harry ajudaram. Eu tentava conversar com Anahi, mas ela se isolou completamente e só me responde de maneira monossilábica. Meus pais e minha irmã vieram de Miami para o enterro que aconteceria hoje. Marichelo a irmã mais nova de Anahi também havia chegado. Vero conseguiu falar com Chris, mas ele ainda não havia chegado. Provavelmente perderia o enterro do pai.

- Depois teremos uma breve recepção aqui. – Tia Mari falou para Dulce.

- Eu já conversei com Marie, ela preparou alguns aperitivos.

- Obrigada querida, eu nem sei o que faria sem você. – Tia Mari me abraçou.

- Não precisa me agradecer. – Retribui o abraço.

Após arrumar tudo Vero decidiu ir se vestir. Anahí estava na casa das duas trancada em um dos quartos e mal saia. Só comia se ela levasse e mesmo assim ficava com a porta fechada. Dulce tomou banho e vestiu um vestido preto, não era um vestido para velório, por isso combinou com uma meia calça e um sobretudo preto. Foi ate o quarto onde Anahi estava trancada, deu duas batidas.

- Anahi? – Dulce chamou. – Amor, você está pronta? – Ela esperou um tempo para Anahi responder, mas nada. – Amor? – Dulce decidiu entrar no quarto porque ficou preocupada. Anahí estava sentada de costas para porta, olhando por uma janela grande. – Anahi?

- Eu quero ficar sozinha. – Anahi falou.

- Amor, precisamos ir para o ente...

- Eu já disse que quero ficar sozinha! – Anahi esbravejou.

POV Dulce

- Amor... – Me aproximei de Anahí e antes que pudesse tocar seu ombro Anahí se afastou.

- Me deixa Dulce, que merda! – Levantou da cadeira.

- Tudo bem. – Falei cabisbaixa. – O horário do enterro é as onze. – Sai da sala a deixando.

Decidi ir no carro com Harry, Ucher e Ellie. Meus pais e minha irmã foram com tia Mari. Meu tio era um homem querido, muita gente estava lá. Inclusive Drew Chadwick. Praticamente a cidade inteira estava ali. Ele seria enterrado no cemitério da família Portilla, que havia em suas terras. O padre chegou e eu olhei para o relógio, onze e quinze. A cada minuto que passava eu olhava para o relógio. A cerimônia foi passando, até que chegou ao final. Todos iriam restar sua ultima homenagem ao tio Enrique. Olhei para trás na esperança de que Anahí pudesse ter ido, mas nada dela.

Tia Mari  foi a primeira a jogar a flor, que foi uma rosa vermelha. Foi possível ver ela sussurrar um "Eu te amo" e saiu. Depois disso foram Marichelo e Chris, que chegou atrasado, mas conseguiu participar da cerimônia, Harry e eu. Joguei duas rosas brancas, uma por mim e outra por Anahí. Depois disso todos foram indo.

Apenas o pessoal da famila e a amigos próximos foram para a recepção. Eu ajudei tia Mari a fugir um pouco, afinal todos queriam conversar com ela e ficavam perguntando se ela estava bem ou que tudo iria melhorar. Algumas pessoas me perguntaram por Anahí, eu apenas inventei que ela estava indisposta. Marie me contou que ela estava em casa, mas que ela subiu e se trancou em seu quarto. Separei alguns aperitivos para ela e um copo de suco e decidi levar para ela. Bati na porta do quarto e nada dela responder. Abri a porta de leve e coloquei a cabeça dentro do quarto. Ele estava bem bagunçado.

- Anie eu trouxe algo pra você co...

- POR/RA EU JÁ FALEI QUE EU QUERO FICAR SOZINHA! – Ela gritou. – Me deixa em paz Dulce, eu não agüento você atrás de mim o tempo todo, porque não volta logo para Berlim. – Ouvir aquilo foi difícil, mas ela estava passando por um momento difícil então eu decidi relevar.

- Eu trouxe pra você. – Coloquei em cima da sua escrivaninha e apenas sai.

Quando desci sabia que todo mundo havia escuto os gritos de Anahí, porque eles me olhavam com pena e um tanto assustados. Apenas decidi da uma volta, não iria agüentar ficar ali. Andei uns dez minutos e cheguei até onde havia dois banquinhos de madeira embaixo de uma árvore. Me sentei e me encostei na árvore. Olhei para o céu. A vida passa tão rápido. Tio Enrique sempre foi um homem cheio de vida e saúde. Vivia sorrindo e brincando, até que sofreu um AVC e tudo acabou. Foi tão rápido e inesperado. Peguei meu celular e decidi ligar para Selena, eu amava o que fazia, mas amava ainda mais Anahí e não estava mais disposta a deixá-la aqui sozinha.

- Dulce, ainda bem que ligou. – Selena parecia nervosa. – Estamos com um problema, a Vogue está com a mesma matéria principal que nós. – Dulce podia ouvir os claps do salto de Selena.

- Adianta a matéria da próxima edição e coloca a Rebeca para correr atrás de uma nova matéria principal.

- Certo. Eu não queria ligar por conta da situação do seu sogro, meus pêsames.

- Obrigada! — Dulce falou verdadeira. – Selena você vai ser promovida.

- O que? – Ela falou surpresa.

- Você vai virar colunista e ajudar na montagem da revista.

- Eu... nossa... nem sei o que dizer... Obrigada! Dulce, muito obrigada. – Dulce se via em Selena, ainda mais no inicio vivia para o trabalho, chegava cedo e não importava a hora que Angelina ligasse, eu atendia. Quando ela viajava eu fazia plantão ao lado do celular. Corri Nova York inteira, fiz praticamente coisas impossíveis, porque eu queria ser uma editora bem sucedida. No fim eu consegui ser a colunista e a editora mais nova, da Magazine Styles, com chances de conseguir ter minha própria revista, mas agora eu trocaria tudo por uma vida pacata, cercada de filhos em uma fazenda, porque foi isso que a vida reservou pra mim.

- Eu estou me demitindo Selena. – A ligação ficou muda. – Eu acabei de fazer minha escolha. Eu decidi ficar com a Anahí. Ter filhos, viver uma vida simples, mas cheia de amor. Eu vou abrir do meu sonho pra viver com o amor da minha vida.

- Você tem certeza disso? – Naquele momento ela deixou de ser minha assistente e virou a Selena, minha amiga.

- Tenho. – Respondi sem pensar.

- Deve levar uns quinze dias para sua saída oficial.

- Eu sei, você pode agilizar tudo isso pra mim, como um ultimo favor?

- Claro Dul. – Ela falou.

- Eu vou enviar uma carta para o Simon pedindo sua promoção, deve acontecer no próximo mês.

- Eu não me importaria em ser sua assistente por alguns anos. – Selena falou divertida.

- Agora eu vou ser uma dona de casa e mãe de família. Boa sorte Selena, eu tenho certeza que você vai ser muito mais sucedida que eu. Agora eu preciso desligar.

- Tchau Dul, beijos.

- Beijos. – Desliguei a ligação e fiquei olhando para o celular. Aquela etapa maluca de correr atrás de matéria, escrever, corrigir, ir a encontros com artistas, conhecer seus trabalhos, havia acabado pra mim. Agora uma nova etapa se iniciava e ela seria trocar fraudas e cozinhar praticamente o dia inteiro.