Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Dulce

Demorou muito até chegar sexta e olha que só faltavam dois dias. Eu contei a Maitê sobre ter encontrado Anahi e ela ter praticamente me forçado a ir jantar com ela. Maitê não tomava partido, ela não dizia para eu me jogar nos braços de Anahí, mas também não dizia para eu apenas mandá-la embora. Eu omiti a parte do encontro porque eu não queria me sentir pressionada, mais do que já estava. A campainha tocou e eu fui até a porta. Assim que abri havia lá um envelope com um lírio. No dia anterior também fizeram a mesma, só que a flor era uma camélia rosa. Cheirei o lírio e abri o cartão. Tudo bem que não precisava ler ali na rua, mas eu sabia que ela estava por ali.

"Seu sorriso não é o sol, mas ele ilumina meu dia e aquece meu coração" – sempre sua Anahí Portilla.

Eu entrei e foi só lá dentro que eu comecei a rir e cheirar diversas vezes a flor. Maitê saiu da cozinha e sorriu ao meu ver.

- E o Domador de corações ataca novamente. – Eu apenas dei lingua para ela e coloquei a flor em cima dentro do vaso onde a outra já estava. – Parece que ela está fazendo tudo certo. Está te dando flores, fazendo piadas idiotas, como ainda não abriu as pernas para ela?

- Só porque ela me deu flores não significa que eu vá abrir minhas pernas para ela. – Revirei os olhos.

- Dul é melhor dá logo do que ficar dando uma de Dj pensando nela. – Maitê fez o movimento de DJ. – O seu repertorio inteiro foi "Ohh Anahi... isso Anahi... assim Anie...

- Cala a boca Maitê. – Joguei almofada nela. – Você deveria parar de ficar andando de madrugada pela casa.

- Você deveria gemer mais baixo quando pensa na Domadora de corações. Dulce... – Maitê suavizou o tom. – Por que não da logo essa chance para ela?

- Maitê, o que você faria no meu lugar? Eu to com medo, eu sinceramente estou com medo. Você acha que eu não quero pular nos braços dela e beijá-la? Você acha que é fácil pra mim vê-la e não abraçá-la? Eu a amo, eu a amo muito. Compartilhamos três anos da nossas vidas, mesmo distantes éramos mais próximas que muitos casais que você vê por ai. Anahí sabia de tudo da minha vida. – Eu nem percebi que já estava chorando ao lembrar.

- Hey calma. – Maitê me abraçou. – Dul eu não falei por mal, só disse porque quero te vê feliz e você parece querer lutar tanto contra a aproximação dela que isso está te machucando também.

Ficamos ali abraçadas por um longo tempo. Eu o tempo todo olhava para o relógio e quando ele marcou 19:45 pm, eu fui para o meu quarto e me tranquei lá. Fiquei olhando pela janela. Quando o relógio marcou 20:22 pm, eu quase sai correndo para aquele parque, mas eu me segurei. Não, eu não iria. Fiquei andando pela sala de um lado para o outro. 21:30 pm. Foi quando desisti e sai correndo de casa. Só tive tempo de pegar meu casaco. Quando cheguei lá o local estava vazio.

Quando domingo chegou, eu não conseguia parar de me culpar por não ter ido. Maitê disse para eu ligar, mas eu não podia, iria sair do roteiro do nosso 'recomeço'. No sábado não tinha nenhuma flor na porta, mesmo eu abrindo sempre para ver. Eu fiquei o domingo inteiro deitada no sofá, pensando em milhões de coisas, mas todas elas referente a Anahi.

- Eu vou sair. – Maitê apareceu vestindo um vestido preto maravilhoso.

- Se depilou? – Falei divertida.

- Cala a boca, a gente só vai sair, decidimos ir devagar.

- Mentira? Você aceitou continuar saindo com ela sem sexo?

- Eu já disse que ela é diferente.

- Agora eu tenho 100% de certeza que sim. Volta hoje?

- Sim, mas não devo chegar tarde, amanhã ela trabalha cedo. – Maitê colocou o casaco, lançou um beijo no ar e saiu.

Pelo menos alguém naquela casa estava curtindo um romance legal e isso me deixava feliz. Como vi que meus pais estavam online no skype, decidi fazer uma ligação. Eles perderam a chamada, mas logo retornaram.

- Filha que saudade. – Meu pai falou.

- Oi papa. – Acenei sorrindo

- Quem é? – Minha mãe apareceu.

- Dul.

- Dulce meu amor, que saudade. - Minha mãe falou.

- Também to com saudade mãe, mas eu tenho uma boa noticia, eu provavelmente vou me mudar para Miami.

- Mas... – Meu pai olhou para minha mãe. – E a Anahi?

- Vocês ainda não se acertaram filha? – Minha mãe falou. Eu não havia contado para eles tudo o que aconteceu. Só disse que nos desentendemos.

- É complicado mãe. – Soltei um suspiro. Ouvi um barulho na casa dos meus pais e Claudia surgiu no vídeo. Ela era minha irmã, mas a situação entre nós duas não era nada boa.

- Clau vem da um oi para sua irmã. – Minha mãe que estava alheia a nossa situação chamou minha irmã.

- Oi Dul – Ela falou.

- Oi Clau – Falei.

- Desculpa não falar muito com você, eu vou tomar um banho e descansar, acabei de chegar da rua, tchau. – Ela deu a primeira desculpa que podia e saiu quase que correndo.

- Aconteceu alguma coisa? – Minha mãe perguntou.

- Não. Pai, como anda a vovó? – Tentei desviar o assunto.

Depois de ficar conversando por um tempo com meus pais, até que decidi ir dormir. Já que eram onze da noite e Maitê já tinha chegado também. Eu desliguei todas as luzes da casa e fui dormir. Admito que levei mais tempo do que queria para dormir, afinal fiquei rolando na cama pensando naquele encontro que eu não fui. Num determinado momento da noite eu acordei, estava sentindo que algo estava acontecendo. Me levantei preocupada e meio alarmada, assim que sai dei de cara com Maitê com um bastão de beisebol e antes que pudesse gritar ela colocou a mão na minha boca e fez gesto para eu ficar quieta.

- Tem gente na casa. – Ela sussurrou.

- Vamos ligar para a policia.

- Eu sou Perroni, nenhum bandido invade minha casa sem antes levar uma surra. – Ela falou. Maitê segurou firme o bastão e deu passadas rápidas em direção a silhueta que estava na sala. Maitê desceu o bastão com tudo, eu pude até ouvir o impacto dele no corpo do ladrão. – NUNCA.MAIS.INVADA.A.CASA.DE.NINGUÉM. – Maitê repetia. Corri até o interruptor e acendi a luz. Foi então que eu vi Anahi no chão tentando se defender, enquanto Maitê acertava o bastão nela.