Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Anahí

Eu nunca pensei que gostaria de levar uma surra, mas até que aquela estava me caindo bem. Dulce me deu um selinho e ainda me deixou dormir com ela. Eu esperei ela dormir para poder abraçá-la, porque com certeza ela não me deixaria dormir daquela forma. Fazia muito tempo que não me sentia tão bem. Durante a noite eu senti Dulce mais próxima a mim, provavelmente ela estava com frio, então a abracei mais forte. Ao acordar eu percebi que Dulce não estava mais na cama e quando ia me levantar eu senti uma pontada muito forte nas costas, provavelmente pelas pancadas que levei de Maitê. Meu corpo parecia que estava quebrado, nem mexer o braço eu podia, acho que até piscar fazia meu corpo doer. Tomei fôlego umas cinco vezes só para poder me levantar da cama. Com muita dificuldade eu consegui ir quase que me arrastando para o banheiro. Fiz minha higiene matinal e sai do banheiro. Confesso que ao ver sangue na minha urina eu fiquei assustada. Como meu joelho estava doendo muito decidi me sentar na cama novamente antes de ir ao encontro de Dulce, que deveria estar na cozinha.

- Vai logo! – Ouvi a voz de Maitê do lado de fora do quarto e Dulce entrou quase derrubando uma bandeja que tinha nas mãos.

- Eu trouxe o café. – Ela sorriu sem graça e eu me derreti. Dulce era linda a qualquer hora do dia, mas ela era ainda mais linda  sem graça.

- Eu senti sua falta e acordei. – Ela corou um pouco e trouxe a bandeja até a cama.

- Pensei que você estaria sentindo dores ainda, por isso eu trouxe seu café.

- Você já tomou café da manhã? – Com um pouco de dificuldade me ajeitei na cama.

- Eu não estava com fome, tomei apenas uma xícara de café preto.

- Eu também não estou com muita fome, me ajuda a comer tudo isso?

A bandeja estava recheada com bolo, biscoito, waffles, panquecas e ainda tinham frutas, tinham dois copos um de leite e um de suco que aparentava ser de laranja.

- Eu estou sem fome.

- Mas você não comeu a pizza que eu trouxe e só tomou café preto, come alguma coisa, por favor! – Eu insisti e ela revirou os olhos.

- Tudo bem. – Ela começou a cortar as duas panquecas. Pensei que ela iria levar o pedaço a boca, mas ela me surpreendeu levando o garfo até minha boca, eu não hesitei em abrir, depois disso ela cortou outro pedaço e comeu .

- Está deliciosa amor. – Falei de boca cheia.

- Não fala de boca cheia. – Ela me repreendeu, mas também falando de boca cheia. Nós duas rimos. Deus como eu senti saudades disso, eu nem sei como agradecer por me proporcionar ver esse sorriso lindo novamente.

Passamos um tempo comendo e Dulce que não estava com fome, comeu mais da metade da bandeja sozinha. Meu corpo ainda doía, mas eu não iria me mover, porque ela decidiu por livre e espontânea vontade, deitar no meu ombro.

- Ainda não voltamos. – Ela falou alto. Com certeza ela deveria estar pensando sobre isso e decidiu falar. Dulce levantou da cama tão rápido que nem consegui impedir e se trancou no banheiro, nem um minuto depois se passou e ela já saiu de lá espantada. – Você está menstruada?

- O que? Não! – Falei sem entender.

- Então está sangrando? Eu já vi isso, vi isso num filme, a mulher apanhou do marido e sangrou... – Dulce parecia desesperada. – Temos que ir para o hospital.

- Dulce não precisa...

- Nós vamos para o hospital e ponto final! – Ela mandona. Dulce  começou a mexer no closet e puxou uma caixa de lá, que estava escrito "Desgraçada". Algo me dizia que aquela caixa tinha as minhas coisas. Ela pegou uma calça de moletom e um casaco. – Veste.

- Mas Candy...

- Anahí eu não quero nem saber, apenas se veste. – Dulce começou a tirar a roupa e eu parei para apreciar a vista, e que vista. – ANAHÍ GIOVANNA PUENTE PORTILLA, eu não estou brincando é melhor você vestir essa roupa ou vou mandar Maitê te acertar novamente para te levar para o hospital desacordada. – Dulce tinha um misto de irritação com preocupação, que me deu uma espécie de medo. Então com dificuldade eu vesti as roupas que ela me deu.

Quando chegamos no hospital, não foi tão ruim, ela ficou comigo o tempo inteiro, fazia carinho nos meus cabelos e ficava perguntando se eu estava bem quase o tempo inteiro. Eu a amava muito, muito mesmo. Eu errei demais e me amaldiçoava por isso, mas a amava e nada no mundo faria meu amor por ela diminuir.

- Eu te amo! – Saiu sem querer. Ela ficou me olhando surpresa, com certeza ela não esperava por aquilo.

- Anahí Portilla. – Uma voz feminina me chamou.

Dulce cuidou de tudo, afinal ela sabia falar alemão perfeitamente. Eu apenas me contentei em ficar deitada na maca. O medico me examinou, não demorou muito e o vi escrevendo na receita. Ele ia dando as instruções para Dulce e ela ia assentindo a cada cinco segundos, no fim ele entregou a receita para ela.

- Eu deveria ter te trazido ontem. – Ela resmungou.

- Eu já tomei tombos piores e você sabe. – Desci da maca com um pouco de dificuldade e Dulce me ajudou.

- Isso não melhora muito sua situação. – Dulce soltou um suspiro. – Onde você está ficando?

- Num lugar ai, perto do centro. – Sorri sem graça. O apartamento que aluguei não tinha nada. Literalmente nada, apenas minhas roupas e eu dormia no chão.

- Onde Anahí?

- Eu... eu posso ir sozinha.

- O médico disse que você precisa ficar em observação. – Dulce cruzou os braços.

- Isso é coisa do povo da cidade, povo da roça não tem isso não.

- Não me obrigue a te surrar como moça da cidade. – Ela me olhou super séria. – Você não tem nada em casa, não é?

- Está tão na cara assim?

- Está. – Dulce revirou os olhos. – Vamos pegar suas coisas e você vai ficar comigo.

- Vamos dormir na mesma cama? – Era ousadia perguntar, mas não custava nada.

- Não... talvez... – Dulce saiu caminhando na frente para chamar um taxi. Que surra abençoada.

Nem demorou para pegarmos minhas coisas e voltarmos para a sua casa. Dulce me fez ficar deitada no quarto enquanto ela ia preparar o almoço e esperava os remédios. Admito que me senti mal por ela estar fazendo tudo sozinha, mas realmente meu corpo estava doendo muito. Meu celular começou a tocar e eu identifiquei ser Doutora Zoe.

- Alô.

- Olá Anahí, estou ligando para saber se virar hoje na sessão. – Eu quase dei um tapa na cabeça. Eu havia esquecido disso.

- Aconteceu um problema ontem, eu cai da escada... – Claro que eu não diria a verdade para ela. - ...e me machuquei. – O pior era que hoje seria uma sessão importante, iríamos começar a trabalhar sobre as emoções que eu tentava não sentir ou fingir que não sentia.

- Eu entendo, é que hoje eu havia preparado tudo para nossa sessão. Você não está evitando isso ou está Anahí? – Tinha um tom divertido em sua voz, mas sei que no fundo ela falava sério.

- Não, que isso Doutora, eu realmente quero tentar melhorar.

- Já conversamos sobre isso, a melhora só ocorre com esforço e trabalho constante, seu transtorno não é algo que se cura, mas algo que se pode controlar.

- Eu sei, mas é que hoje eu realmente estou dolorida e ... estou com a Dulce. – Sussurrei a ultima parte.

- Então ela cedeu aos seus encantos?

- Na verdade não, ela ficou com pena da surra que eu levei. – Soltei uma risada nasal. – Tom da escada... tombo da escada. – Tentei me consertar, quando percebi o que tinha dito. Ouvi a risada do outro lado da linha.

- Anahí vamos cancelar nossa consulta de hoje, mas te deixaria um pequeno trabalho de casa. Está mais que na hora de Dulce saber sobre seu transtorno, afinal ambas estão voltando se envolver novamente e isso é algo muito importante.

- Eu sei, eu quero que ela saiba, mas não quero que ela pense que estou tentando justificar meus atos por conta da doença.

- Anahí não pense dessa maneira, você precisa ser sincera com ela, contar tudo. Dulce não é uma adolescente e pelo que me contou dela, ela me parece uma pessoa bem madura e compreensiva. – Zoe  tinha um dom de me passar tranqüilidade. – Na nossa próxima consulta eu quero que você a traga aqui, mas só faça isso se você contar sobre seu transtorno e sobre o tempo que passou na reabilitação. – Soltei um suspiro.

- Tudo bem, eu farei isso. – Ouvi passos no corredor. – Preciso desligar ela chegou. – Dulce entrou exatamente na hora que eu falei aquilo.

- Se quiser privacidade eu posso sair. – Ela falou sarcástica e ia saindo do quarto.

- Não Candy! – Mesmo com dor levantei correndo da cama para poder impedi-la. – A gente precisa conversar.

- Você não queria privacidade com sua amiguinha do celular. – Senti saudades da Dulce ciumenta. Foi impossível não rir, mesmo sabendo que a fúria dela cairia sobre mim. – Ah e você acha graça.

- Candy não é isso...

- Não é o que Anahí? Você não estava conversando com nenhuma das suas amiguinhas para desligar correndo quando eu cheguei? Você acha que eu sou o que! Trouxa? – Ela soltou um longo suspiro. – Quer saber, me desculpa, isso não é da minha conta, você não me deve nada.

Qualquer coisa que eu dissesse ela usaria contra mim, então uma coisa que aprendi é, se não tem o que falar beija. E foi exatamente isso que eu fiz, eu a beijei. Segurei firme sua cintura para que ela não fugisse, no inicio ela me deu alguns socos no ombro, mas eu me agüentei, quinze segundos depois, ela cedeu e retribuiu o beijo. O tão esperado beijo. Era quase como se fosse o nosso primeiro beijo. Eu adentrei minha língua na sua boca, nos primeiros cinco segundos ela retribuiu bem, mas ela me empurrou.

- Não Anahí! – Ela falou ofegante. – Não é assim que as coisas vão se resolver.

- Eu sei Candy, mas eu precisava disso.

- Você não pode sair fazendo o que bem entende.

- Candy eu não agüento mais isso, eu quero ficar com você.

- E o que me garante que daqui a alguns meses você não arrume outra pra fazer tudo isso que você faz pra mim? – Foi duro ouvir aquilo, mas não tiraria a razão dela. – O que me garante que você não vai se confundir de novo quando vir minha irmã?

- Eu já disse que minha confusão não foi pela sua irmã. Eu sei que não tenho credito para pedir isso, mas confia em mim.

- Eu confio Anahí, mas isso não me impede de sentir medo.

- Eu juro que não vou fazer de novo. – Eu estava quase suplicando.

- Você ainda não entende. Não são flores, não são encontros e muito menos coisas fofinhas que vão me fazer voltar para você. Eu conheço seu lado bom e o lado ruim Anahí, foram três anos de namoro, sabemos tudo uma da vida da outra.

- Existe uma coisa que você ainda não sabe sobre mim. – Soltei um longo suspiro.

- O que? – Ela cruzou os braços.

- Eu não te procurei antes porque eu tive que ir me tratar. – Dulce franziu o cenho. – Quando era nova, não lembro direito a idade nem muita coisa daquele dia eu fui passar o dia com minha avó Grace. – Desviei o olhar do dela. – Tivemos um dia divertido, lembro de ter comido cookies com pasta de amendoim e de irmos nos deitar. Então eu não sei, estava com sede e me levantei. Chamei minha avó algumas vezes, mas ela não acordava... – Comecei a sentir minha respiração pesar. - ... E ela estava gelada e... – Comecei a passar a mão nervosamente pela nuca. – Ela havia morrido... minha avó havia morrido dormindo ao meu lado. – Comecei a andar pelo quarto, a dor não me incomodava mais. – Depois disso tudo foi se acumulando, a escola, o fato de ser gay, o bullying, quando me agrediram no estacionamento da escola... tudo, eu não tinha uma válvula de escape, apenas guardava para mim. Quando meu pai morreu tudo veio a tona, eu não conseguia controlar, estava confusa, muitos sentimentos de uma vez, dor, saudade, tristeza, lembranças, tudo... então eu simplesmente decidi anula-los eles, mas você... você me conhece bem e sabia que eu tava mal, por isso eu precisava te afastar...eu fui uma idiota... eu te magoei...eu te feri... feri sua confiança... – Coloquei as mãos na cabeça. – Eu sei, mas eu não me via fazendo isso, tudo que eu via eram pedidos para você se afastar. Cristopher precisou jogar a verdade na minha cara para poder cair na real e ver como eu fui injusta e cruel com você... eu sinto muito Candy... eu sinto muito mesmo... – Ela segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.

- Calma, respira. – Eu fiz o que ela pediu e comecei a me acalmar. – Termina.

- Eu precisei me cuidar...Fiquei um tempo na reabilitação, eu... eu não quero que encare isso como uma desculpa para os meus atos, longe disso, eu sou responsável por isso.

- Me conte. – Ela me levou até a cama.

- Eu tenho um transtorno... – Dulce se espantou. – Transtorno de personalidade, foi causado por conta de um estresse pós-traumatico. Você sabe como é o povo da roça, acaba negligenciando coisas desse tipo por achar que é bobagem, que é uma fase.

- Eu sei. – Ela fez carinho na minha mão com o polegar.

- Eu... eu precisava me....

- Shii... eu já entendi. – Candy me abraçou apertado.

Ficamos um bom tempo abraçadas, eu acabei chorando tudo o que eu não tinha chorando, e olha que eu já chorei muito. Finalmente eu me sentia aliviada. Por tudo. Eu estava com a cabeça em seu colo e ela fazia carinhos no meu cabelo.

- Anie por que não me contou isso antes?

- Eu não queria que você achasse que estava usando a doença para tentar justificar tudo e te der de volta sem assumir meus erros.

- Eu te amo Anahí. – Meu coração disparou. – Mas sinceramente as coisas não vão voltar a ser como antes e você sabe. – Me sentei e a encarei. – Não dá para fingir que nada disso aconteceu, que não temos essa distancia enorme entre nós, que tudo vai ser perfeito, porque não vai ser. Quando você me tiver de volta você vai voltar para sua fazenda e ainda vai querer que eu largue tudo aqui para voltar com você.

- Não Candy. – No fundo era verdade.

- Nenhuma de nós está disposta a abrir mão do que tem e do que gosta. Você ama sua fazenda, seus cavalos, seus rodeios e eu amo a cidade, ir em eventos de moda e visitar lugares históricos.

- Podemos dar um jeito.

- Eu não quero assim Anahí.

- Você quer que eu me mude pra cá? É isso?

- Não, eu não quero.

- O que você quer então?

- Eu quero que você pense bem, pense no nosso relacionamento antes disso tudo e pense onde erramos. – Dulce levantou do sofá. – Porque eu demorei, mas eu percebi exatamente onde erramos.

- E onde foi? – Foi uma pergunta idiota, mas eu precisava fazer.

- Só pensa Anahí, pensa bem e se você descobrir, nós voltamos. – Ela levantou da cama e saiu do quarto, me deixando lá com meus pensamentos e com uma grande duvida, onde erramos?

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Oi, minhas estrelas do meu céu colorido.

Bem eu estou aqui pra divulgar uma história incrível, que uma amiga está postando e creio que muitas de vcs conhecem as histórias dela, então deem uma passadinha por lá, quem está postando e a Duda Oliver.

Então meus amores é boa. ahahaha.

o link pra vcs acompanhar está aí : https://fanfics.com.br/dividida-adaptada-portinon-gp