Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Dulce

Eu estava terminando de arrumar as coisas na mala. Não levaria tudo, apenas o essencial, até porque ainda teria que encontrar um local com Anahí. Eu não venderia a casa, a deixaria para Maitê, que disse que pagaria um aluguel mensal, com que dinheiro, eu não sei, porque Maitê não tem emprego. Na verdade era sempre um mistério como ela sempre tinha dinheiro para sair e fazer as coisas.

- Eu terminei minhas malas. – Falei.

- Tem certeza que guardou tudo Dul? – Emma falou preocupada.

- Sim.

- Dul... Você tem certeza que quer ir para Miami? – Emma falou preocupada.

- Eu estou receosa. – Falei sincera.

- Você sabe que seus pais vão querer que vocês fiquem na casa deles.

- Eu sei Emma, mas eu irei recusar.

- Mas não vai poder fugir do jantar em família. Eles gostam da Anahí e do fato de vocês estarem juntas. – Emma estava certa e eu havia repassado centenas de vezes sobre tudo aquilo na minha cabeça.

- O pior é que ela e minha irmã, eu odeio essa situação. – Falei preocupada.

- Você sabe que as três terão que conversar.

- Eu sei Emma. – Comecei a andar pelo quarto. – E sabe o pior? Eu tenho medo da Anahí perceber que era com Claudia que ela gostaria de ficar.

- Você não confia nela?

- É claro que confio, mas sou humana e tenho medo de tudo acontecer novamente. – Desabafei.

- Eu também teria se estivesse no seu lugar.

- Eu sou completamente vulnerável a ela. Nunca pensei que alguém teria tanto poder assim sobre mim. – Abaixei a cabeça.

- O amor nos torna forte, mas também muito frágil, porque ficamos expostas.

- Emma, o que faria no meu lugar?

- Eu provavelmente tentaria apaziguar as coisas, tentaria achar uma forma de todos ficarem bem.

- Eu também quero, mas as coisas não parecem tão simples assim e sem contar que meus pais estão alheios a toda essa situação. - Soltei um longo suspiro.

- Você já conversou com Anahí sobre isso? – Assenti e me sentei na cama.

- Na verdade ela quem iniciou o assunto.

- E o que vocês conversaram?

FLASHBACK ON

- Eu não havia pensado nesse fator. – Falei sincera.

- No inicio também não, mas quando deixei minha euforia e felicidade de lado, pensei de maneira racional e isso veio a minha cabeça. – Anahí falou calma.

- Eu acho que temos que tentar resolver tudo antes do meus pais perceberem a situação.

- Você sugere nós três frente a frente, tendo uma conversa?

- Sim.

- Isso não vai dar certo. – Anahí falou convicta.

- Por quê?

- Vai acontecer o seguinte, vamos ficar frente a frente, cada uma vai colocar sua versão, vamos brigar, você vai ficar chateada e no fim eu vou ser culpada de tudo, não que eu já não seja, mas fazer isso é trazer a tona tudo o que aconteceu na fazenda.

- Então o que você sugere, que a gente ignore isso? – Falei sincera.

- Não, só que... eu não quero conversar com Claudia.

- Você está com medo de algo? – Cruzei os braços.

- É claro que não, só não acho que seja necessário.

- Para mim é necessário, ela é minha irmã.

- Você quer realmente isso?

- Quero!

- Então todo bem, farei por você. Mas espero que não me culpe se ela disser algo que te deixe chateada, porque algo me diz que ela ainda está com o orgulho ferido.

- E não deveria ser eu a estar com o orgulho ferido.

- Logo após você partir... – Anahí desviou o olhar e eu senti medo dela dizer que havia acontecido algo entre ela e Claudia. – Ela veio me procurar, disse que queria ficar comigo e que deveríamos tentar, mas eu disse que você era a única mulher a quem eu amava. Por isso eu acho que a conversa não será das boas.

Fiquei em silencio. Claudia era minha irmã e eu deveria prezar para o bem estar familiar, até porque meus pais não tinham nada a vê com isso. Imagine morar em Miami e acabar tendo que fazer eles escolherem por qual das filhas vai passar os feriados com eles. Eu não queria isso.

- Vamos apenas tentar conversar para mantermos uma convivência educada, pode fazer isso por mim. – Coloquei a mão no seu rosto e Anahí assentiu.

- Tudo por você meu amor. – Aproximei nossos rostos e lhe dei um selinho.

FLASHBACK OFF

- Vendo por este lado, Anahí está certa. – Emma falou.

- Por que tudo tem que ser tão difícil. – Choraminguei e Emma acariciou meus cabelos.

Emma pegou o vôo comigo e com Anahí. Ela não se importou de fazer escala em Miami, para depois seguir para o Texas, ela havia se mudado com Troy para sua nova casa. Maitê ficou em Berlim e tudo indica que ela e Zoe vão começar a morar juntas.

- Eu prometo que assim que resolvermos as coisas vamos te visitar no Texas. – Abracei a Emma.

- Já estou morrendo de saudades. – Emma era sempre muito carinhosa e eu também sentia sua falta. – Anahí, tome conta da Dul, se deixar ela não se alimenta direito e você também, obedeça a Dul, porque você só quer comer besteira.

- Pode deixar, eu vou cuidar dela. – Anahí abraçou a Emma. – E sobre obedecer a ela eu... Ai! – Dei um beliscão na sua cintura. – Você acha que assim eu vou te obedecer?

- Acho que vou começar a seguir o conselho da sua mãe. – Falei divertida.

- Tudo bem, vou obedecer. – Anahí levantou as mãos em rendição. Emma riu de nós duas.

-Fiquem bem meninas, eu vou sentir falta de vocês. – Ela nos deu um ultimo abraço.

- Se cuida Emma, vou sentir sua falta. – Eu estava sentindo meus olhos ficarem úmidos e provavelmente iria começar a chorar, assim como Emma.

- Agora vão, se não vai ser uma choradeira só. – Emma falou.

Depois de nos despedirmos a ultima vez, fomos em direção a saída do estacionamento. Como estava próximo ao natal, o aeroporto estava muito movimentado. Anahí empurrava nosso carrinho de bagagem e teríamos que pegar um taxi e seguiríamos para algum hotel, eu não queria ir para a casa dos meus pais, mesmo tendo avisado a eles que estava vindo para Miami e a hora do vôo, foi apenas por precaução. Eu já havia informado que iria para um hotel, inventei uma desculpa esfarrapada sobre Anahí não se sentir muito confortável em abusar deles.

- Harry acabou de me enviar mensagem. Acabamos de vender um cavalo árabe. – Anahí falou animada.

- Isso é bom, não é? – Eu entendia pouco de cavalos, mas a palavra venda era boa, porque venda significava dinheiro e Anahí criava cavalos para ter dinheiro. Eu acho né.

-Ele foi vendido para um Magnata que vai começar a investir em corridas de cavalo. Disse que se tudo der certo ele vai comprar um cavalo inglês.

- Igual ao trovão?

- Sim, é a fêmea que não da cria. – Anahí fez uma breve careta. – Eles iam sacrificar por causa disso.

- É por isso que eu te amo. – Dei um beijo na sua bochecha e ela sorriu. – Pretende comprar outra fêmea.

- Na verdade eu... eu... eu queria cruzar o trovão com a égua que dei para Taylor, eles iriam nascer manchados e seriam lindos.

- E para isso você teria que falar com ela. – A encarei de maneira séria.

- Aquela foto nossa que vazou, de um almoço era para tratar sobre isso, mas rolou essa confusão toda e eu acabei deixando o assunto esfriar. Queria um potro dos dois, até porque eu sei que a branquinha é bem cuidada na fazenda da mãe da Taylor. – Soltei um suspiro.

- Tudo bem amor. – Anahí sorriu. – Mas eu vou nessa reunião com vocês.

- Você tem que começar a ficar por dentro dos negócios, aposto que você acha que criar cavalos é bom apenas porque eu vendo eles por uma fortuna.

- E não é isso? – Falei divertida.

- Você acha que eu faço eles cruzarem, espero eles crescer e os vendo?

- Não?

- Claro que não, preciso vacinar, adestrar, comprar rações que os fortaleçam e aplicar anabolizantes.

- Para que eles precisam disso?

- Para ficar mais forte, resistente e alguns ficam mais rápidos, mas eu só aplico se o veterinário receitar.

- Então não são todos? – perguntei surpresa.

- Alguns já nascem com ótimos genes, seria o caso do trovão e da branquinha, eles são pura raça, não teve desvio de linhagem. Outros mesmo sendo pura raça, não nascem assim, então damos uma pequena ajuda, mas para competições é proibido aplicar substancias em cavalos, então esperamos no mínimo seis meses para anunciar a venda, porque a droga já esta saindo da corrente sanguínea.

- Mas o cavalo não vai precisar de mais?

- Não, porque ele recebe a droga enquanto está fazendo exercícios, se manter os exercícios e ele ainda for jovem, ele continua forte.

- Ahh agora entendi, mas e se... – Vi Anahí parar abruptamente e seu rosto ficar mais pálido que o normal. Segui meu olhar para onde ela estava olhando e senti minha boca secar, quando vi Claudia encostada no carro do meu pai.

- Mamãe e papai insistiram muito... – Ela enfatizou a palavra 'muito' – Para eu vir buscar vocês.

Eu não queria que acontecesse daquela forma, mas parece que o destino decidiu nos colocar frente a frente antes do esperado e eu não sabia o quanto me sentia intimidada por Claudia até vê-la na frente.