Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Dulce

Ficamos nos encarando por um longo tempo. Nenhuma de nós dizia nada. Anahí estava mais pálida que o normal e eu não deveria estar atrás. Qualquer mulher, mesmo por fora aparentando estar super segura, estaria com insegura e com medo dessa situação. Cláudia era jovem, tinha um belo corpo e era o tipo de mulher que não se importaria em casar e passar a vida atrás de um fogão cozinhando para sua mulher e seus filhos, era o tipo de mulher que Anahi queria... ou aparentava querer. O silencio já estava incomodo, então decidi tomar a frente da situação.

- Acho que nós três precisamos conversar e essa conversa não precisa acontecer na casa dos nossos pais. – Eu falei firme, por mais insegura que eu estivesse não demonstraria para ela, seria como entregar Anahi de bandeja, dessa vez as coisas seriam diferente.

- Está sugerindo uma lavação de roupas? – Claudia arqueou a sobrancelha.

- Estou sugerindo uma conversa franca entre nós três, mas se não tem maturidade para isso, eu entendo. – Claudia era minha irmã, mas ela não deixava de ser uma concorrente. Anahí foi a mais errada dessa história toda, ela deu abertura para Cláudia estar naquela posição de 'pilar da destruição', mas Claudia deveria ter se colocado em meu lugar por um segundo e medir as conseqüências de seus atos. Eu sou sua irmã e Anahí era minha noiva.

- Onde você sugere? – Cláudia cruzou os braços.

- No restaurante que sempre íamos com nossos pais, lá tem mesas afastadas.

- Certo! – Ela deu de ombros.

- Acha mesmo uma boa idéia? – Anahí falou preocupada. – Eu não quero que fique magoada novamente por conta do meu erro. – Eu podia ver de longe a preocupação em seus olhos.

- Está tudo bem Ani. – Deu um rápido selinho em seus lábios e a ajudei a colocar as malas no porta malas do carro.

Eu decidi ir na frente com Claudia e Anahí foi no banco de trás, eu percebia ela se contorcendo lá trás. Eu estava nervosa por dentro, mas tentava ao maximo não transparecer isso. Levamos quarenta minutos para chegarmos ao restaurante. Como era dia de semana não estava cheio. Logo conseguimos uma mesa um pouco isolada das outras, pedi apenas um copo de suco, Anahí pediu água e Claudia não quis beber nada. Novamente o silencio se instalou no local.

- Claudia eu queria ter essa conversa para que a situação não ficasse estranha quando estivermos com nossos pais. – Falei sincera.

- Você não quer que a situação fique estranha? Você decidiu sair da Alemanha e vir morar em Miami para esfregar na minha cara que vai se casar com a Anahí.

- Claro que não Claudia. Anahí e eu decidimos morar aqui por conta da distancia entre a sua fazenda e Miami. – Tentei mediar a situação.

- Ah sim, a bondosa Dulce María Savinon, sempre pensando em todos. Você é uma falsa Dulce, está fazendo isso para esfregar na minha cara que ganhou.

- Isso nunca foi uma competição e se fosse você perdeu, aceite. – Eu estava começando a perder a paciência.

- Isso mostre para a sua noivinha, que te idolatra, quem você é. Você foi embora e nem se importou com a gente, só queria saber do seu trabalho, não dou um ano de casadas para vocês. – Ela sorriu com escárnio.

- Estamos a três anos juntas. – Anahí segurou minha mão.

- E foi por isso que ficava falando coisas no meu ouvido e dizendo como gostava de passar tempo comigo? – Ela encarou Anahí com ar de deboche. Aquilo realmente me tocou de uma maneira ruim, eu queria sair correndo de lá, eu realmente não estava preparada para ouvir certas coisas.

- Talvez eu tenho feito certas coisas das quais eu me arrependa hoje, mas eu amo a Dulce, sua irmã e dizer essas coisas não vai mudar isso.

- Você não parecia amá-la o suficiente quando ficou olhando para o meu jeans apertado. – Eu sei que ela estava falando aquilo para me provocar, mas foi impossível não soltar a mão de Anahí depois de ouvir aquilo.

- Claudia, eu não quero brigar. – Amenizei o tom, os ânimos estavam aflorados e eu estava certamente sendo atingida pelas palavras de minha irmã. – Só quero saber se podemos ficar no mesmo ambiente sem brigar ou ter provocações.

- Acha que mamãe e papai não notaram? Eles me perguntaram o que havia acontecido quando voltei da fazenda e quando você ligou, eu não tive escolha a não ser contar. - Vi Anahí tomar uma coloração vermelha.

- Você contou sua versão da história? – Anahí estava ficando nervosa.

- Contei a verdade. Você queria alguém para acabar com sua carência, mas na hora H desistiu porque Dulce viu e decidiu ir embora.

- Quando você ficou assim? – Perguntei olhando para aquela pessoa que estava na minha frente. Ela se parecia com minha irmã, mas não era ela. – Quando virou essa pessoa sem caráter e manipuladora.

- Sua noiva dá em cima de mim e eu sou a va/dia da história? – Ela falou ofendida.

- Claudia eu nunca te coloquei como a va/dia da história. Você está se tornando ela agora, tentando me atingir e tentando fazer Anahí parecer um homem de meia idade que queria se divertir com você.

- Você ficou do lado dela.

- Não! Eu não escolhi o lado de ninguém. Eu poderia muito bem ter voltado a casa da tia Mari e ter dado na sua cara, porque você merecia também, mas eu não fiz, eu apenas fui embora. Claudia você é minha irmã, você simplesmente poderia ter se afastado de Anahí.

- Ela me seduziu. – Claudia tentou argumentar.

- Você já tem dezoito anos, não é mais uma garotinha inocente. O que houve com você em?

- Por que ela escolheu a você e não a mim?! – Ela falou mais alto e com lagrimas nos olhos. – Você nem quer viver na fazenda, porque não podia ter deixado Anahí para mim eu a faria feliz. Eu iria cozinhar, lavar, passar, ter dúzias de filhos que você nunca quis ter... eu faria isso Dul, mas por que ela não me ama? Por que eles sempre me deixam por outras?

- Oh Meu Deus! – O problema não era com Anahí e eu havia demorado a perceber, Claudia deve ter passado por diversas desilusões amorosas e Anahí era reflexo de mais uma delas.

- Ele nunca a deixou, ele mentiu para mim... e quando nos reencontramos ele disse que a amava e não iria se separar. – E a verdade foi revelada. Claudia havia se relacionado com um homem comprometido e no fim ele só se divertiu com ela. Me levantei e me sentei ao seu lado. Peguei o copo de água de Anahí, ela nem havia tocado nele e lhe entreguei.

- Você é nova Claudia, vai encontrar um homem que te ama de verdade.

- Eu o amo Dul, eu o amo demais. – Ela chorava de soluçar.

- Eu não consigo nem imaginar a dor que esteja sentindo, mas Clau, ele não era o homem certo para você. – A abracei.

- Eu vou pedir a conta. – Anahi se levantou.

- Não! Espera. – Claudia disse chorando. – Eu tenho que pedir desculpa a vocês duas, principalmente a você Dul. Eu me senti tão envergonhada depois de tudo, por isso nem conseguia falar com você e quando te vi com Anahi... eu ... eu lembrei do Marcus e.... surtei... queria te ferir... me perdoa de verdade. – Ela estava abraçada a mim enquanto chorava.

- É claro que te perdôo. – Dei um beijo entre seus cabelos.

- Claudia me desculpe também, eu fui uma idiota com você. – Anahi soltou um suspiro. – Eu não queria que chegássemos a esse ponto.

Ficamos todas caladas, só ouvíamos os soluços de Claudia que chorava em meus braços. Minha pequena estava muito magoada e só então pude perceber. Percebi também o quanto estava ausente, nem se quer conhecia minha irmã direito, não sabia de sua vida ou quem eram suas melhores amigas. Eu estive muito tempo afastada, pensando apenas em mim.

"É isso que eu faço, penso apenas em mim." – Pensei.

- Anahí! – A chamei. Ela parecia pensativa e distante. – Eu quero morar na casa que você construiu para nós.

- Isso significa que...? – Ela falou surpresa. Assim como Claudia que me olhava surpresa.

- Vamos nos mudar definitivamente para a fazenda.