Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Anahí

Os dias passavam rápido, era sempre assim quando se estava feliz. Dulce já estava morando comigo e suas coisas chegaram hoje. E se pensa que é pouca coisa, como duas malas ou três, claro que não, se não ela não seria Dulce Maria Savinon, ex editora da revista Styles Magazine de Berlim. Eu perdi a conta das contas e das malas. Foram dois caminhões de mudanças e nem imagino quanto ela pagou para tudo aquilo chegar aqui. Dulce tinha muita roupa, muita mesmo e talvez o dobro de sapatos.

- Candy você sabe que não tem onde usar tudo isso. – E nem tinhamos onde guardar.

- Eu amo meus sapatos e minhas roupas. – Dulce encarou o closet, provavelmente pensando como colocar tudo ali dentro. – Você poderia ter construído um closet maior. Se eu colocar as roupas, os sapatos não cabem. – revirei os olhos e coloquei a caixa que estava carregando no chão.

- Eu ia saber que você tem 200 pares de sapatos e roupas para você usar nessa vida e na outra?

- Que exagero. Posso pegar um pouquinho da sua parte.

- Eu sabia que você iria pedir isso.

- Isso se chama casamento. – Dulce sorriu e me deu um beijo na bochecha. – Porque não pendura os chapéus?

- Como?

- Colocamos grampos na porta do closet e colocar seus chapéus ali.

- Isso vai liberar duas prateleiras.

- Tem chance de aumentarmos o closet?

- Posso conversar com o empreiteiro, talvez a gente perca espaço ou no banheiro ou do outro quarto. – Fiquei encarando o local.

- Otimo, solucionamos o problema das roupas e dos sapatos.

- E as caixas?

- Essa aqui é sua. – Dulce pegou uma caixa que estava escrita "Desgraçada".

- Ah essa caixa. – A peguei e tinha roupas minhas ali. – Minhas blusas... Olha... meu chapéu. – Coloquei o chapéu na cabeça.

- Se lembra da regra.

- Sem chapéu em casa. – Eu retirei.

- Eu não me lembro dessa caixa. – Dulce retirou uma caixa vermelha de dentro de uma das caixas. – Será que Maitê colocou errado? – Ela caminhou até a cama e se sentou. Fui até ela e me sentei ao seu lado. Quando Dulce abriu a caixa, seu queixo caiu.

- Pu/ta merda! – A caixa estava cheia de brinquedos sexuais. Tinha plug anal, bolinhas tailandesas, mordaça, chicote, venda e muitas coisas.

- Maitê. – Dulce murmurou. – Olha o que ela escreveu. 'Usem TUDO. Anahí tem cara de safada e tenho certeza que vai gostar.'

Primeiro a surra abençoada e agora esses brinquedos. Obrigada Maitê!

- Eu não acredito nela. – Dulce falou um tanto indignada. Eu nem perdi tempo em dar a volta e sentar atrás dela, dando beijinhos me seu pescoço. – Nem tenta.

- Podemos usar alguns brinquedinhos, tipo agora...

- Anahí, não! – Ela levantou e pegou a caixa. – Eu vou jogar isso fora.

- NÃO! – Eu parei na frente dela. – Vamos guardar. A gente nunca sabe.

- Você é uma tarada...

- Eu faço qualquer coisa. – Ela arqueou a sobrancelha.

- Qualquer coisa?

- Sim.

- Vou guardar isso como um coringa. – Dulce piscou e colocou a caixa no alto do closet, bem no fundo.

- Quando vamos poder usar? – A abracei por trás.

- Se aquieta, temos muitas caixas para guardar. – A soltei um pouco decepcionada. – Quem sabe mais tarde.

- Isso! – Comemorei. – Quer mais uma prateleira do meu lado?

- Claro amor. – Ela sorriu.

Ficamos arrumando tudo até a noite, mas ainda faltavam algumas caixas. Dulce decidiu que deveríamos deixar para lá. Estavamos tão cansadas que dormimos. Quando acordei Dulce já não estava mais na cama e as caixas também não estavam mais no quarto. O cheiro de comida estava no ar e eu sabia que ela estava preparando o café da manhã. Fiz minha higiene matinal e desci. Ouvi risadas, Dulce estava com mais alguém.

- Bom dia! – Passei pela porta da cozinha.

- Finalmente. – Vero falou.

- Quer que eu quebre sua outra perna?

- Bom dia Anie! – Lucy falou animada.

- Lu, que saudades. – Fui até ela e a abracei. – Chegou quando?

- Ontem a noite, mas sua mãe não me deixou sair.

- Mamãe as vezes é bem persuasiva. – Vero falou sorrindo.

- Bom dia, meu amor. – Deu um rápido selinho em Dulce que preparava algo. – Que cheiro bom.

- É o nosso almoço.

- Eu acordei tão tarde assim?

- Você parecia bem cansada amor. – Dulce me deu um selinho rápido.

- Vou trocar de roupa e já desço para te ajudar.

- Estamos ajudando. – Vero levantou a mão. – Olha, eu cortei o tomate.

- Parabéns, merece um biscoitinho. – Falei debochada.

- Não fala assim amor. – Dulce me repreendeu.

- Para a Vero isso é um grande passo. – Lucy sorriu.

- Ela está tentando Lucy, da um desconto. – Dulce a defendeu de novo.

- Desde quando viraram melhores amigas?

- Ciumes sapatão rei? – Vero riu da minha cara.

- Só quero entender as coisas.

- Bom dia, sapas! – Ouvi a voz de Ucher.

- Ih o Viado Alfa chegou. – Vero gritou.

- Lucy... minha estilista preferida. – Ele correu e a abraçou.

- Cris, que saudades.

- Bom dia família. – Harry passou pela porta da cozinha com Ellie no colo.

- Meu amorzinho. – A peguei. – Titia estava com saudades de você. Quer um biscoito.

- Nada de biscoitos. – Ucher apontou para mim. – Já basta a sua mãe dando biscoitos, sorvetes e tudo que essa criança pede.

- Avós fazem isso. – Harry falou sorrindo.

- Eu sei... eu amo a Marichelo e agradeço por ela todos os dias, mas Ellie está mimada e Dulce e Anahí não ajudam quando vão buscar ela lá em casa para passear na cidade e ela volta rodeada de brinquedos.

- Alguém está de TPM hoje. – Vero murmurou. – Eu quero pegar minha pequena. – Entreguei Ellie para ela.

- Hey, quer ir comer pizza hoje comigo e a titia Lucy?

- Sim! – Ellie bateu palmas.

- Vocês estão estragando minha filha.

- Nossa filha. – Harry já estava sentado lendo o jornal e nós rimos.

- Podem esperar, quando vocês tiverem filhos, nós seremos os tios gays mais legais do mundo.

- Eu quero ter um bebê. – Vero choramingou.

- Sério? – Lucy perguntou. Todos ficamos encarando Veronica.

- Claro. Eu quero muito um bebê. – Ficamos esperando a resposta de Lucy, mas ela parecia estática.

- Eu aceito. – Lucy falou.

- O que? – Vero falou distraída brincando com Ellie em seu colo.

- Eu aceito me casar com você.

Levou um tempo até Veronica perceber o que estava acontecendo. Então um simples almoço de reencontro, virou um almoço de noivado, com direito a discursos e muitas risadas.

- Eu pensei que ela fosse demorar para me responder. – Vero falou animada.

- As melhores coisas acontecem quando a gente menos espera. – Sorri.

- Acha que eu deveria dizer a ela que estou planejando viver a cinco minutos da sua casa e rodeada de cavalos, bois, porcos e coisas do tipo?

- Vocês precisam conversar o mais rápido possível. Ela é uma estilista famosa, está no auge.

- Eu não tenho problema nenhum em morar na cidade, mas é que... – Vero deu uma pausa. – Eu quero ficar perto da família.

- Eu te entendo. – Toquei seu ombro. – Conversa com ela. Fala sobre seu trabalho e como você tem ajudado a comunidade. Fala como você é querida por todos aqui e que você ajudou a reerguer a cidade depois da tempestade.

- Eu tenho medo de ser egoísta por pedir isso a ela. Eu a amo Anahí, não me importo em abrir mão das coisas por ela, mas aqui eu me encontrei de verdade. Eu não sou a Veronica que sai quatro dias por semana, que bebe até desmaiar e que todo mundo acha que é uma va/dia. Aqui eu sou a Vero, advogada que ajuda as pessoas e gosta disso. Eu nunca achei que fosse ser chamada de Doutora Iglesias, até porque eu achava isso chato, mas agora... – Ela sorriu. – Eu gosto disso.

- Se você pretende morar aqui, eu espero que nossa casa seja tão legal quanto a da Dulce e a da Anahí. – Lucy apareceu.

- Sério? – Vero perguntou animada.

- Sim. – Lucy se aproximou dela e lhe deu um rápido beijo.

No fim da tarde estava com Dulce no sofá, assistindo TV. Eu adorava ficar daquela forma com ela.

- A casa está tão silenciosa. – Dulce falou.

- Experimente viver aqui sozinha.

- Está muito vazia, silenciosa.

- Está sentindo falta da sua casa em Berlim?

- Não Anahí. – Ela se sentou direito e segurou meu rosto entre as mãos. – Estou dizendo que quero ter um bebê com você... agora... mesmo se não estivermos casadas.