Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

POV Dulce

“Pronto esse é meu fim, atravessei minha vida inteira no transito perigoso da cidade e agora iria morrer porque meu cavalo se assustou com a música do celular” – pensei com os olhos fechados.

- Dulce — foi como um sonho, uma voz distante conhecida me chamou e eu abri os olhos. Vi uma loura com cabelos esvoaçantes ao meu lado, no seu cavalo preto enorme. – Me dá as rédeas – ela esticou a mão enquanto seu cavalo corria ao lado do meu.

- Eu to com medo – admito sem vergonha. Estava em cima de um cavalo ensandecido, vergonha era a ultima coisa que eu ia sentir nesse momento.

- Dulce tem um precipício mais a frente se você não me der essas rédeas você vai cair – ela continuava com a mão esticada. Eu apenas fechei meus olhos e aceitei meu triste fim. Não conseguia me mexer, como daria as rédeas do cavalo pra ela? – Candy abre os olhos – ela falou de maneira suave, mas ainda no mesmo tom. Abri meus olhos com dificuldade, eles estavam marejados – Me dá as rédeas, por favor Candy, tenta se mexer – ela falou de uma maneira tão fofa. Eu tentei a primeira mas hesitei em soltar, estava com medo de cair. Estiquei mais um pouco a minha mão – DULCE TEM QUE SER AGORA – ela gritou e eu estiquei a mão completamente pra ela pegar e puxar as rédeas com força, o cavalo parou com um pouco de brutalidade e ainda ficou girando batendo os cascos no chão – Ohh calma garota, ta tudo bem – Anahi estava acariciando o pelo dela. – Foi só um pequeno susto, calma – ela foi se acalmando e Anahí veio até mim, eu praticamente me deixei cair nos braços dela e chorei. – Está tudo bem – senti a mão dela no meu bolso e ela pegou meu celular – Calma Candy, está tudo bem, foi só um susto – ela passava as mãos de maneira reconfortante pelas minha costas e eu só sabia chorar na curva do pescoço dela.

- Eu pensei que ia morrer – falei quando finalmente consegui parar de chorar.

- Está tudo bem agora, vamos nos sentar na sombra – eu não soltei do seu corpo. Fomos caminhando assim e ela me colocou sentada, depois voltou e pegou os cavalos e prendeu na árvore. – Bebe um pouco – ela me deu uma garrafa de água. Se sentou do meu lado e me abraçou de novo. Eu não sei quanto tempo ficamos ali, mas sabia que foi bastante tempo. – Está mais calma – apenas assenti – Quando voltarmos vou ter uma conversa com Harry, ele não poderia ter deixado você sair pra cavalgar sozinha, tem muitos lugares perigosos por aqui – Eu ainda estava abraçada com ela – Imagina se eu não tivesse te seguido.

- Não foi culpa dele, eu disse que sabia me virar sozinha.

- Mesmo assim, ele não deveria ter deixado. Quase aconteceu uma desgraça – ela afagou meus cabelos.

- Por que estava me seguindo? – perguntei sorrindo, mas sem deixar ela vê.

- Você tropeça na escada, esbarra nos móveis, praticamente todo dia de manhã você cai dentro do quarto e xinga algum objeto como se fosse culpa dele. Eu realmente não poderia te deixar sozinha – ela sorriu e meu rosto esquentou – E eu disse que ia te ensinar a cavalgar, queria participar disso, mesmo que de longe.

- Você teve sua oportunidade, mas jogou fora. – eu sai do abraço dela.

- Eu precisei ir ao médico, minha mãe me obrigou. No inicio eu pensei que você não iria se importar, talvez pra você fosse só uma aula de montaria idiota, então eu nem me importei de avisar. Mas quando eu vi que tinha ficado realmente chateada por isso eu me senti super mal. – ela tirou o chapéu e jogou os cabelos para o lado de uma forma muito linda. – Ainda teve a discussão com a Belinda por causa da égua e eu não consegui me explicar. – revirei os olhos ao lembrar daquele dia – Ela não montou na sua égua, sei que pra você minha palavra de caipira mal educada não vale muito, mas eu disse a égua é sua, ninguém vai montar.

- Ela não montou? – Anahí negou com a cabeça.

- Eu cumpro com as minhas palavras – ela falou séria – Só cometi um erro.

- Você quer ser minha nova professora de montaria – ela abriu um sorriso enorme.

- Seria um prazer – ela abriu os braços e eu me joguei eles. Ela era tão macia.

- Eu gostei do apelido. – eu falei e ouvi uma breve gargalhada.

- Só eu posso te chamar assim.

- Possessiva. Você precisa de um apelido também – eu fiz uma pose pensativa – Barbie.

- Parece nome de boneca – ela falou rindo.

- É fofinho – eu apenas dei de ombros

- Como eu? – ela arqueou a sobrancelha.

- Não, você é caipira mal educada – ela sorriu e ficamos ali conversando na sobra daquela árvore por um bom tempo. Ela fazia carinho nos meus cabelos e isso era realmente muito bom, eu estava de olhos fechados, mas podia sentir ela me olhando. – Por que está me olhando tanto? – senti minhas bochechas esquentarem.

- Você é muito bonita – eu abri os olhos e nossos olhares se cruzaram – Se eu estiver te deixando sem graça eu paro – meu coração errou a batida quando ela sorriu franzindo o nariz.

- Pode continuar se quiser – eu falei meio sem graça. Voltei a fechar meus olhos e aproveitar dos carinhos que ela fazia. Depois de um bom tempo senti meu estomago reclamar. – Anie...

- Hum?

- Eu estou com fome – ela soltou uma risada nasal.

- Desculpa, isso é culpa minha, eu devia ter perguntado antes. Vamos voltar – eu levantei minha cabeça do colo dela, ela se levantou batendo a calça para tirar a sujeira e esticou a mão para me ajudar a levantar. Fomos andando até o cavalo, até que percebi que teria que montar pra voltar e meu corpo ficou tenso.

- Ei fica calma, ela não fez por mal, ela só se assustou – Anahí pegou minha mão e passou na Manchada

- Anahí eu to com medo, não sei se vou conseguir montar de novo.

- Quer ir comigo no Trovão então? – ela perguntou de forma doce, mas eu estava com muito medo – Candy eu vou estar com você, vai ficar tudo bem – ela falou me passando confiança, assenti meio insegura ainda. Ela foi preparar as coisas, prendeu a rédea da Manchada nas do Trovão e subiu. Me deu o braço e me puxou pra cima, sentei atrás dela. Nossa Anahí era mais forte do que aparentava. Quando o cavalo começou a andar eu sela estava machucando, ela ficava metade da minha bu/nda.

- Anahí? – falei me remexendo para tentar achar uma posição melhor

- O que houve? – senti minhas pernas escorregarem para o lado.

- ANAHÍ – eu estava quase caindo do cavalo, senti os braços da Anahí me segurar

- Meu Deus dulce. Por que você precisava ficar se mexendo tanto? – ela desceu do cavalo e me ajudou a descer.

- A sela estava machucando minha bun/da – ela sorriu

- Também né – ela olhou pra minha bun/da e riu, depois ficou analisando a sela.

- Também o que? – falei me virando pra ela.

- Vamos dizer que você tem um traseiro bem avantajado.

- Cala a boca – dei um tapa no braço dela enquanto ria.

- Senta na frente pra vê se melhora – ela montou no cavalo e ela se ajeitou chegando pra trás.

- Esse era o seu plano desde o começo, pode admitir? – falei pegando o braço dela pra subir e montar. Nossos corpos ficaram bem colados, eu sentia completamente os contornos de Anahí atrás de mim e quando os braços dela  prendera minha cintura meu corpo tremeu um pouco, espero que ela não tenha percebido isso.

- Ainda bem que eu não sou homem, se não seria muito complicado – ela falou colocando o cavalo pra andar. Ficamos em silencio ouvindo apenas o barulho do casco dos cavalos batendo na terra. O corpo se movia com o meu e aquilo era torturante, que idéia foi essa que ela teve? Me mexi um pouco, estava me sentindo desconfortável, mas não de uma maneira ruim, o corpo dela roçando no meu, as mãos levemente tocando minha barriga – Está te machucando? – ela falou no meu ouvido. Pu/ta que pariu ela queria me enlouquecer – Se quiser eu posso ir pra Manchada.

- NÃO! – saiu de maneira desesperada, pelo menos ela não perceberia que não era porque eu queria continuar daquela forma com ela – Não precisa – dei um sorriso sem graça, senti meu rosto esquentar e abaixei a cabeça. Anahí me fazia sentir como uma adolescente, nunca que isso aconteceria antes, não que eu fosse a pessoa mais sem vergonha do mundo, mas geralmente eu tinha total controle sobre minhas emoções.

- Se estiver desconfortável me avisa – ela ajeitou o corpo atrás de mim e eu resolvi relaxar, encostei a cabeça no ombro dela e permaneci ali, foram uns quinze minutos até chegar no casarão, ela nos levou direto para o estábulo, como Harry estava no milharal. Ela parou o Trovão e ficamos ali parada, fiquei esperando ela descer e nada.

- Você não vai descer? – perguntei e ela riu.

- Eu estou aproveitando um pouco mais – ela apertou minha cintura e eu arfei baixinho.

- Para de ser abusada. – falei dando um tapa na coxa dela. Ela desceu do cavalo gargalhando. A ajudei a ajeitar as coisas ali e fomos pra casa.

- Candy ... – ela me abraçou por trás e falou no meu ouvido, continuamos seguindo daquele jeito.

- O que? – saiu como um sussurro.

- Sua bun/da é muito macia – ela me apertou mais forte.

- Anahí! – dei um tapa no braço dela que ficou rindo. – Para de ser abusada, ta achando que eu sou o que?

- Minha priminha – ela falou no meu ouvido. Não agüentei e gargalhei.

- Tira seu cavalinho da chuva que não sou essas caipiras que caem de amores por você – sai do abraço dela e ela riu alto.

– E eu sei que você gosta – ela deu um beijo no meu pescoço.

- Está se achando demais Portilla – falei revirando os olhos – Eu não me apaixono por ninguém, são as pessoas que se apaixonam por mim, então cuidado querida – dei uma piscadinha pra ela e entramos em casa. O assunto morreu porque ela correu para abraçar Marta. Ela estava muito enganada se achava que eu ia cair no joguinho dela.