Fanfic: Domando o coração (ayd adaptada) finalizada | Tema: Portinon

Pov Dulce

Voltamos para casa porque Anahí precisou resolver uns problemas na fazenda e disse que voltaria a noite para irmos naquele rodeio. Eu passei o tempo todo pensando nisso, ela poderia se machucar feio levando um tombo daquele cavalo, mas Anahí era teimosa. Eu tentei convencer ela a não montar, mas ela parecia determinada a isso.

- Você pensa demais – Harry falou sentando ao meu lado.

- E isso é por... – Ele sorriu e negou com a cabeça.

- Anahí é minha irmã de criação e ela também é péssima em disfarçar o que sente, principalmente ciúmes – Harry colocou a perna no meu colo e eu dei um tapa, fazendo ele rir e retirar a perna de cima de mim – O que eu quero dizer é que, você pensa demais, sempre pensando no trabalho, no que tem que fazer, no que deixou de fazer. Se permita – ele deu uma piscadinha.

- Quanto lhe devo pelo conselho? – perguntei divertida.

- Foi de graça, afinal você domou o mais brabo dos animais dessa fazendo – ele levantou rindo e minha tia entrou na sala.

- Querida você vai hoje com Anahí e Harry? – Assenti sorrindo – Tente colocar um pouco de juízo na cabeça dessa menina. Já não sei mais o que fazer.

- Eu vou tentar falar com ela tia, mas Anahí é cabeça dura.

- Mas você me amolece – ela pulou no sofá deitando a cabeça na minha perna – Mama para de colocar a Candy contra mim – Anahi fez um biquinho tão fofo.

- Eu só quero que ela coloque juízo na sua cabeça, onde já se viu uma mulher formada com prestigio ficar indo pra esses lugares de adolescente toda semana, você precisa encontrar alguém e pensar em formar uma família. Você precisa esquecer a Tay...

- Ah! – Anahí se levantou interrompendo a mãe – Isso não tem nada a vê com ela. Eu gosto de montar e de me sentir livre, se quiser que eu vá embora então fale, que eu pego minhas coisas e vou pra fazenda da vovó .– Anahí parecia irritada.

- Calma Anie – peguei o braço dela – Sua mãe não quis dizer isso – Ela fechou os olhos e colocou a mão na cabeça – Senta aqui – ela sentou novamente no sofá.

- Eu não quero falar sobre isso novamente, okay? – ela falou rude.

- Não ache que eu sou esses peões que você fala dessa forma e vai sentir medo de você – Tia Mari levantou e deu um tapa na cabeça dela – Seu pai pediu para avisar que tem um comprador interessado no potro árabe que vai nascer.

- Ai! – Anahí pegou o chapéu que caiu no chão – Espero que esse comprador não venha chorar miséria. – Ela deitou novamente no meu colo e colocou o chapéu no rosto.

- Você tem mais cavalos?

- Sim – ela tirou o chapéu do rosto – O outro estábulo fica atrás da fazenda. Esse da frente ficam os nossos cavalos.

- Você tem muitos cavalos? – Ela colocou o chapéu na barriga, mas continuava de olhos fechados.

- Alguns, pra mim é mais um hobbie que trabalho. Quando eu ganhei o Trovão comecei a me interessar por cavalos. Como desde nova trabalhava na fazenda meu pai comprou pra mim uma égua pra mim. Também era um pura sangue inglês. Imagine como seriam os potros do cruzamento entre eles – ela sorriu como se tivesse imaginando.

- E o que houve com ela? – O sorriso dela foi morrendo aos poucos.

- Eu a dei, como uma forma de tentar provar meu amor. Pessoas normais compram anéis e eu... bom eu dei uma égua a ela. Quando ela chegasse a idade certa, iríamos colocar ela pra cruzar com Trovão, mas infelizmente não aconteceu. – Anahi parecia um pouco chateada.

- E a Manchada? – tentei mudar de assunto

- Sua égua não tem raça, na verdade ela é mestiça de um frísio com um marchador – ela sorriu.

- Pensei que só comprasse cavalos de raças.

- A história da compra dessa égua vai além disso. Quando fui a cidade um homem estava com ela. Algo deve ter acontecido porque ele estava vendendo praticamente tudo o que tinha. Ele então só tinha a égua, disse que se não conseguisse vendê-la ele teria que sacrificá-la porque se soltasse ela, provavelmente ela morreria. O homem realmente parecia desesperado para vendê-la, deveria ter um carinho muito especial por ela.

- Então porque sacrificá-la? – perguntei um pouco triste.

- Imagine quantos dias ela vagaria até encontrar água potável? Sem contar que quando um animal é “domesticado” – ela fez aspas com os dedos – Ele sofre sérios problemas para se adaptar a vida “selvagem” – ela fez aspas com os dedos novamente – Por isso ele acaba morrendo. Continuando, o homem disse que nunca montou nela, ela sempre foi livre, as vezes ajudava a arar a terra e coisas assim, mas nunca carregou ninguém, por ser geniosa. – Anahí  sorriu

- E você nem gosta de um desafio – falei divertida.

- Eu então a comprei, paguei mais do que realmente valia e a trouxe pra casa. Passei dias decidindo se deveria ou não montar nela, ela não gostava que ninguém tocasse nela, era bem difícil. Mas no fim ela cedeu.

- Você decidiu me dá a égua só para me provocar?

- Também, mas depois que eu vi ela deixar você fazer carinho nela, percebi que foi uma boa decisão.

- Eu gosto dela – fiz carinho nos cabelos de Anahí – Obrigada. Acho que terei um motivo para voltar.

- Fico feliz em saber que você voltará apenas pela égua – Anahi falou emburrada.

- Anie  você é tão ciumenta – eu a abracei.

- Sou mesmo – Anahí me puxou para sentar no colo dela.

- Anahí sua mãe – tentei sair, mas ela me segurou firme.

- Ela não liga, na verdade ela até gosta – Anie me deu um beijo no pescoço que fez meus pelos se arrepiarem. Ela então parou e me encarou – Candy me dá um bei...

- E ai casal, vamos hoje ou vão ficar de namorico? – Harry a interrompeu entrando na sala – Sai do colo dela um pouco sem graça.

- Ah vá – Anahí levantou – Vamos, eu mandei o cavalo pra lá de manhã, mas preciso verificar se ele ta bem – Anahí foi até o espelho e começou a se ajeitar

- Hoje eu vou ficar por perto Dul, não vou deixar o Chadwick chegar perto de você, vou te defender – Harry falou ficando ao meu lado.

- E quem vai te defender? – Anahí falou rindo e me abraçou por trás.

- Você mulher macho – Anahí empurrou ele pelo ombro que gargalhou alto – Sabe que ele vai tentar te provocar hoje a todo o custo, ainda mais depois de semana passada.

- Essa noite to me sentindo mais sortuda que o normal – Ela beijou minha bochecha e eu senti meu rosto esquentar.

- Oh que lindo agora você tem uma a Dultrevo pra te  dar sorte. – ele falou rindo.

- Essa foi horrível – Anahí revirou os olhos, mas riu depois – Vamos? – assenti e fomos em direção a saída do casa. Mas Anahí me puxou para o celeiro

- Mas a picape...

- Uma princesa precisa andar de carruagem – Anahí falou divertada.

- Então ela nunca vai entrar nessa lata velha – Harry abriu a porta do celeiro com a ajuda de Anahí.

- Cala a boca, respeito o meu bebê. – Quando aporta se abriu por completo pude vê um Mustang 1968, de cor preta, com listras vermelhas. O pára-choque da frente era modificado um pouco mais baixo. – Candy esse é meu bebê.

- Ou lata velha – Harry falou rindo.

- Até seu carro tem a vê com cavalos, porque eu ainda me surpreendo? – falei rindo.

- Esse carro era do meu pai, nós reformamos juntos, já que Chris achava brega demais e preferia esses carros novos – Anahí fez careta. – Quanta história esse carro tem.

- Eu nem sentaria no banco de trás desse carro se fosse você.

- Cala a boca – Anahí deu um tapa na cabeça dele – E é você quem vai no banco de trás.

- Ué por quê? Sua namorada tem que ir com você na frente? – ele zombou da Anahí.

- Amor quer ir no banco da frente comigo? – Quando Anahí  me chamou de amor minhas pernas até tremeram, mas não foram pior que meu coração que bateu disparado dentro do peito.

- Anahí não brinca assim, ela ficou até pálida – Harry falou sério.

- Candy é brincadeira – Anahi se aproximou de mim.

- E-eu sei – merda, agora dei para gaguejar. Soltei um pigarro para me recompor – Eu sabia que era brincadeira. E sim quero ir no banco da frente – ri de maneira debochada para o Harry.

- Ah qual é. Anahí você trans...

- Harry! – Anahi falou rude e ele encolheu os ombros e ficou quieto.

- Eu posso ir no banco de trás eu tava brincando. – falei tentando amenizar o clima.

- Eu vou Dul, deixa pra lá. Desculpa Anahi – ele entrou no carro.

- Você ta muito estressada hoje Anie, o que houve?

- As pessoas resolveram ficar lembrando do passado ao invés de deixar onde ele tem que ficar. – ela falou de maneira grosseira. Nem falei mais nada e apenas entrei no carro, não queria mais ouvir grosserias da Anahí, sem nem ao menos ser culpada por isso.