Fanfic: Luz, Câmera, Ação! - Vondy | Tema: Vondy

Se tinha uma coisa que Dulce mais amava, era dirigir na tranquilidade que estava dirigindo nesse momento,sete horas da manhã em um domingo, as ruas estavam desertas,os semáforos a maioria verdes e mesmo sendo praticamente o único carro na rua,ela fazia questão de obedecer a sinalização,uma mulher correta.

Uma de suas mãos soltaram o volante para aumentar o volume do rádio,amava essa música e essa banda,seu corpo balançava de um lado para o outro seguindo o ritmo,mas seus olhos continuavam atentos,apesar da música continuar tocando assim que virou uma das diversas esquinas seu corpo ficou tenso,suas mãos começaram a suar,finalmente o dia tão esperado chegou. Lá estava o caminhão de mudança bem em frente ao prédio com uma fachada até comum,mas por dentro era maravilhoso - pelo menos para Dulce - .

Após ter estacionado em sua nova garagem,Dulce foi até os homens altos e fortes os ajudando a tirar e a levar as caixas para seu novo apartamento cujo piso da sala era de pura madeira clara acompanhado por paredes de tons pastéis deixando o ambiente mais iluminado com a luz do sol. Não era um apartamento chique como o seu ultimo mas pelo menos era seu do seu próprio bolso sem depender de ninguém.

Havia apenas dois quartos,um de casal e outro de solteiro. No de casal não tinha suite com uma banheira de hidromasagem e nem um closset enorme,havia apenas um guarda-roupas,o seu guarda-roupas,o guarda-roupas que ela mesma havia pago.

Após o caminhão ser completamente esvaziado ele partiu deixando Dulce perdida entre tantas caixas,ela própria não fazia ideia que havia tanta coisa.

Quando o sol se pôs,Dulce ainda estava ajeitando seu apartamento do seu jeito,os pratos de porcelana que havia ganho de sua mãe como presente de casamento não estavam com nenhuma rachadura,por um lado isso era bom pois eles eram belíssimos,por outro significava que seu passado ainda estava preso e que ela era uma covarde por não joga-los fora ou dar para alguém.

Enquanto olhava o conjunto de porcelana riu sozinha ao se lembrar de Maite,sua amiga desde a infância,uma mulher fenomenal mas muito,muito,muito mística e supersticiosa ao extremo. Para vocês terem uma pequena noção,Maite nunca pisou em uma rachadura pois tinha medo da coluna da sua mãe ser prejudicada. Agora isso não lhe preocupa mais,já que sua mãe veio a falecer,uma grande perca tanto para Maite quando para Dulce que também a considerava uma mãe. Maite havia dito que os pratos só podiam ser quebrados ou desfeitos quando Dulce tivesse encontrado seu verdadeiro amor e por alguma razão o universo,as estrelas e os planetas iriam saber pois os pratos se quebrariam ou rachariam sozinhos!Uma bobagem pensou Dulce.

Ela estava tão concentrada colocando os pratos na cristaleira que deu um pulo ao ouvir batidas na porta,seu susto foi tão grande que tudo ficou em câmera lenta e assim ela pode ver um dos seus pratos de porcelana indo ao chão e se quebrando sendo divididos em pequenos cacos.

— Merda! — esbravejou Dulce quando tudo voltou a se mover em velocidade normal

— Está tudo por aí? — uma voz rouca atravessou pela porta e invadiu os ouvidos de Dulce mandando uma corrente até seu cérebro fazendo seu corpo se arrepiar

— Só um segundo! — respondeu ela andando com cuidado para não se ferir e quando finalmente abriu a porta seu corpo ficou paralisado,sua boca foi a única que pode se mexer — Merda…

Por toda sua vida tanto profissional quanto pessoal, Dulce sempre foi a menor entre as diversas pessoas, mas isso nunca a fez se sentir inferior, pelo contrário, com seus 1,56 de altura Dulce mostrava que tamanho realmente não era documento, pois toda tarefa que era passada sempre foi feita com muita destreza e precisão.

Mas ao abrir a porta pela primeira vez em sua vida ela sentiu um certo incomodo por ser pequena e não ser capaz de olhar uma pessoa nos olhos, afinal o homem que estava em sua frente era enorme, tanto em tamanho quanto em largura, academia devia ser sua segunda casa ou até mesmo a primeiro. Sua camisa implorava para ser atirada, especialmente nas partes dos braços tão largos e musculosos...finalmente Dulce conseguiu mexer seu corpo dando um passo pequeno para trás onde foi capaz de ver o rosto do individuo afinal. O rosto era uma mistura, os olhos e o cabelo eram de um tom castanho claro, suas pupilas tinham um ar de inocência como de um bebe que não vê maldade em nada...mas sua boca era uma tentação, os lábios muito bem desenhados com uma perfeição sem igual, seus dentes eram muito bem aliados e brancos não é possível que alguém tenha dentes tão lindos assim...sua barba mal feita era um charme a mais revelando uma masculinidade que Dulce gostaria de conhecer nesse exato momento.

— Olá... — Dulce por pouco não desabou,a voz rouca invadiu seus ouvidos e causou um transtorno em vários partes do seu corpo principalmente nas mais íntimas. — Meu nome é Christopher, Christopher Uckermann e vi que acabou de se mudar, gostaria de alguma ajuda?

“Bagunce minha cama comigo junto” pensou Dulce.

— Eu sou Dulce, Dulce Maria — finalmente ela conseguiu responder e tudo indica que sua voz saiu normal — Na verdade eu já estou quase terminando

— Entendo,bom...qualquer coisa é só me chamar,moro bem em frente — ele sorriu...novamente ele sorriu…mas não se mexeu, apenas olhou para cima como se estivesse pensando em algo.

“Que seja algo bem malicioso e que não envolva nenhuma roupa” outro pensamento de Dulce.

— Sabe...é uma pena, porque eu acabei de receber uma pizza deliciosa, mas eu estou de dieta então não posso comer muito...seria muito desperdício jogá-la fora...a não ser que alguém a divida comigo.

Silêncio total até que o estômago da mulher resolveu entrar na conversa fazendo um barulho estrondoso.

— Acho que isso é um sim — ele riu e andou até a porta da frente e a abriu esperando para que Dulce passasse, um cavalheiro? Mais um ponto para Christopher!

— Ok…

“Espero que tenha uma bela sobremesa senhor Uckermann.”