Fanfic: Transgression ( Savirroni) mini Web — Finalizada | Tema: Savirroni

Os meses que se seguiram passaram rapidamente. Maitê tentando se conformar com a distância que enfrentaria, e agradecendo ao mesmo tempo por ter essa oportunidade de tentar esquecer as coisas que aconteceram entre ela e a filha. O namoro de Dulce com Anahi apenas engrenou, as duas se gostavam cada vez mais, apesar de Dulce nunca deixar de pensar na sua mãe, nos momentos perfeitos que teve com ela. Maitê por sua vez, aceitou sem contestar mais o namoro da filha. Muitas vezes Anahi dormira na sua casa, assim como Dulce na casa dela. Aos pais de Christopher, Dulce contou que gostava de meninas e que estava namorando uma, a Anahí. A reação deles não fora a melhor, pediram para que ela tivesse certeza do que realmente queria da vida, mas que a amariam de qualquer forma, pois ela era a única neta deles e eles jamais a abandonariam por nada nesse mundo. Dulce ficou com medo que eles passassem a tratar sua namorada mal, mas pelo contrario, assim como Maitê, com o passar do tempo eles perceberam que apesar de ser uma menina, Anahi era muito responsável e gostava mesmo de Demi, a respeitava, e fazia o mesmo com toda família.

Com os pais de Maitê, não foi tão tranquilo. Eles realmente não aceitaram, pediram a Maitê que proibisse a menina de ver a "machorra" da "loira vaga/bunda". Um lado de Maitê desejou muito fazer isso, mas ela sabia que não seria correto, além de ser egoísmo seu. Tentou acalmar seus pais, mas não obteve muito sucesso. Os mesmos passaram a ignorar a neta que sofreu muito com a distância dos avós que tanto amava. Anahí permaneceu ao seu lado e confessou que faria qualquer coisa para vê-la feliz, assim como desistir do seu amor por ela se Dulce desejasse. O que fez Dulce perceber que Anahí era a pessoa perfeita para ela, já que nunca poderia ter a que seu coração mais pedia. Sua namorada era calma, linda, educada, carinhosa, inteligente, tudo que ela podia esperar. Apesar de toda a rejeição dos seus avós era bom tê-la ao seu lado.

Faltavam poucos instantes para a última chamada para o voo a Londres. Dulce e Anahí que viajariam juntas já haviam se despedido de toda a família. Maitê tentava desesperadamente não chorar, mas estava impossível. Ela pediu para ir ao banheiro e saiu, deixando sua família e amigos para trás. Estava chorando e lavava o rosto quando Dulce entrou no banheiro a procurando.

- Não chora... - ela também chorava.

- Sei que é egoísmo, mas não quero que você vá.

Dulce se irritou e bateu com a mão na pia, chegou a machucar-se com a força que fez.

- Então porque não pediu para que eu ficasse? Porque deixou que eu vá? - entrou uma mulher no banheiro na mesma hora, as duas choravam - Droga! 

Maitê pegou a filha pelo braço e ambas entraram em uma cabine, que era bastante estreita fazendo com que as duas ficassem muito próximas.

- O que você queria que eu fizesse? ''Dulce Maria você conseguiu entrar em uma das melhores universidades do mundo mas eu não vou te deixar ir.." - ela foi irônica. Dulce empurrou-a mais contra parede.

- Que fizesse, mas não me deixasse ir! E agora fica chorando...

- Não há mais nada o que fazer.. – Maitê fez menção de sair, mas a filha empurrou-a novamente na parede, e passou a segurá-la com o próprio corpo. Elas estavam próximas, próximas demais. - Teu avião já vai sair... vamos.

Dulce chorava descontrolada, apertou Maitê com o corpo.

- E porque me deixou namorar com ela? Porque não me quis?

- Para Dulce! Para com isso, vamos.. - ela tentava se controlar, mas antes de perceber qualquer movimento, sentiu os lábios de Dulce sobre os seus. E naquele momento o mundo parou, nada mais existia. Há tanto tempo que elas desejavam isso. Suas línguas se procurando com ansiedade, se beijaram com vontade. Elas se abraçaram e se aproximaram mais, se é que era possível. As mãos acariciando o corpo uma da outra, o beijo não cessava se possível ficariam ali pra sempre.

- Maitê? Dulce? - era Alexandra. Elas se separaram rapidamente, os lábios de ambas inchados.

- Aqui! - Dulce quem respondeu, Maitê ia sair mas mais uma vez foi segurada.

- Chamaram teu voo Dul...

- Certo, vai lá, já estamos indo! - e voltou a beijar Maitê, que lutou para resistir mas não conseguiu. Apenas quando uma porta se bateu elas separaram-se.

- Não faz mais isso Dulce María, já te disse.. - mas as lágrimas teimavam em desmenti-la.

- Sei que você quer Mai, sei que me ama tanto quanto eu te amo..

- Não importa o que eu sinto, você tem namorada e ela te ama, esta indo pra outro pais - estava difícil falar, mas ela continuou - e já disse que eu e você nunca ficaremos juntas!

Dessa vez Maitê conseguiu abrir a porta e sair, Alexandra estava ali esperando. Com os olhos inchados Maitê tinha medo de olha-la nos olhos, não tinha ideia de se ela havia escutado ou não. Dulce ainda dentro da cabine, voltou a chamá-la.

- Maitê, não faz isso.. Pede pra eu ficar, fica comigo! – Dulce saiu, e chocou-se ao ver que Alexandra continuava ali, após perder a compostura por um instante puxou a mãe, e colou mais uma vez seu corpo ao dela, as duas faziam carinho uma na outra.

- Vai com Deus minha filha, te cuida, me liga sempre, em breve vou te visitar.. - Maitê falou, sem voz, olhando pra baixo. Dulce sabia que ela queria que ficasse, mas se não pedisse, ela não ficaria. Passou sua mãozinha pelo rosto macio de Maitê, e beijou seus lábios mais uma vez, pela última vez suas línguas se encontraram, seus lábios se tocaram e ambas repetiram que se amavam.

- Vai, vai.. - Maitê falou, e Dulce saiu na frente, deixando Maitê e Alexandra no banheiro. O rosto de Alexandra era de pura surpresa, expressão de susto mesmo! Maitê olhou-a sem saber o que fazer ou dizer e saiu do banheiro. Se dirigindo novamente ao embarque, e vendo por fim sua menina ir embora. Despediu-se de seus sogros, ligeiramente da Alexandra e do Vitor, dos pais de Anahí, e dos outros que estavam no aeroporto pelas meninas. Não pegou seu carro, sabia que estava descontrolada demais para conseguir dirigir e foi embora de taxi. Sua vida estava completamente vazia agora, não via um presente e muito menos um futuro. Agora sim, viveria de passado.