Fanfic: Transgression ( Savirroni) mini Web — Finalizada | Tema: Savirroni

Maitê saiu apressada do quarto, as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Deixara para trás qualquer possibilidade de estar com Dulce. Sabia que isso era errado e não permitiria que isso acontecesse, nunca. Não importava o quanto sofresse por isso. Sabia bem que o que Dulce sentia, era apenas coisa da sua cabeça, pois tinha apenas 16 anos e descobrira a pouco que seu espírito era o mesmo de seu pai, como lhe dissera o velho sábio do centro espírita. E fora certamente isso que a confundira e a fizera pensar aquilo. Não existia sentimento, apenas ilusão. Maitê entrou no seu quarto batendo a porta, e chorou como há muito tempo não fazia. Soluçou, pediu perdão para o nada, e parou de chorar apenas quando a dor na cabeça a cegou, e ela acabou dormindo.

Após sua mãe sair do quarto, a única coisa que Dulce conseguiu fazer foi passar a mão pelo rosto, onde recentemente sua mãe havia batido. Olhou o rosto no espelho, com os olhos já embaçados pelas lagrimas, os dedos de Maitê estavam marcados ali, dado a força com que a mãe havia batido nela. Dulce chorou tanto quanto pode, chorou até não restar mais lágrimas.. Sua mãe nunca havia batido nela, nunca. Apesar do alivio por ter se livrado de tamanho peso, que era aquele sentimento nunca antes revelado, Dilce não esperavam aquela reação da sua mãe, foi um choque e uma decepção. Sem chão, sem saber com quem falar, a primeira pessoa que veio na cabeça de Dulce fora Anahi. Pegou o celular e ligou para ela ainda chorando, Hilary ficou apavorada ao ouvi-la desesperada como estava.

- Calma Dul, o que aconteceu?

- Eu briguei com a minha mãe - ela mal conseguia falar - vem me buscar?

- Claro, mas fica calma, eu já estou indo..

- Ta, to te esperando.. - Ela desligou o telefone, e começou a arrumar uma mochila com algumas roupas básicas. Por sorte a escola já acabara, e não precisava se preocupar com isso. Pegou seu celular e o carregador, olhou para o mural na sua parede e sentiu raiva, mas pegou a foto de Maitê mais nova ao lado de seu pai e colocou na mochila junto as suas coisas. Ouviu uma buzina, sabia que era Hilary, desceu as escadas correndo.

- Onde você vai menina? Ainda com mochila..

- Vou passar alguns dias fora Mona, preciso de um tempo.. - Dulce foi e abraçou sua avó do coração. Mona vendo que sua netinha estivera chorando a pouco, sentiu o coração apertar.

- Sua mãe sabe?

- Sabe sim - Dulce nunca mentiu, mas sabia que era necessário ou Mona não a deixaria ir. - Qualquer coisa estou com meu celular.

- Dulce Maria - mas Dulce virou e foi se dirigindo a porta. Mariana percebeu que Maitê não fazia ideia. A buzina na rua voltara a tocar. - Você tem dinheiro?

- Sim, to indo.. - Mas Mariana pegou em cima de mesa trezentos reais, que estavam separados para o jardineiro já que o mesmo havia pedido uma parte do seu salário adiantado, e colocou na mochila de Dulce.

- Se for necessário.. Cuide-se minha menina.

Dulce deu um beijo nela e foi correndo até o carro, entrou e as duas saíram rapidamente do pátio.

- Sua mãe não sabe né? - perguntou Anahi preocupada com Dulce.

- Não. Obrigado.

- Não agradeça Dulce, fico muito feliz que tenha ligado para mim, e não tenha saído por ai, fazendo alguma loucura, sei lá. - Anahi estava concentrada no transito.

Nenhuma palavra a mais foi dita até elas entrarem no apartamento onde Anahi morava.

- Será que seus pais não vão se importar? - perguntou inocentemente.

- Meu amor, meus pais nesse momento estão em alguma praia do Brasil.

- Você está sozinha?

- Eu moro sozinha - Anahi sorriu e puxou Dulce para um abraço, depositou um selinho em seu lábio, e olhou-a acariciando seu rosto. - você esta melhor?

- Graças a você – Dulce sorriu.

- Quer conversar sobre o que aconteceu?

- Não.

Anahí entendeu perfeitamente, e mudou de assunto tão rapidamente quanto poderia. Mostrou todo seu apartamento para Dulce, elas moravam no mesmo bairro. E seu apartamento era luxuoso e grande para apenas uma pessoa. Anahí preparou macarrão com molho branco para ambas comerem, elas passaram a tarde inteira conversando e rindo. Anahí conseguira realmente distrair Dulce  e fazê-la esquecer do que havia acontecido mais cedo com sua mãe. Já se passavam das 8 horas da noite quando seu celular tocou.

- Onde você esta? - Maitê estava chorando, Dulce percebeu e seu coração doeu.

- Eu estou bem Maitê.

- Onde? - Maitê tentava controlar a voz, não queria chorar, falava tão baixo quanto podia, sua voz mal saía.

- Na casa de uma amiga.

- Jéssica? Jennifer? Fernanda? Rafaella? De quem? Me fala que vou te buscar.

- Não mãe. Nenhuma delas, estou com uma amiga que você não conhece. Não quero te ver, respeita isso.

- Você é menor de idade, e enquanto for assim eu mando em você. Me diz agora onde esta que eu vou te buscar.

- Eu nunca te desobedeci mãe, mas o que você fez hoje, não sei se conseguirei te perdoar um dia - ambas ficaram quietas, Maitê queria pedir desculpas, mas é como se algo a impedisse - Estou com a Hilary, aquela menina que me levou em casa ontem. Eu estou bem, mas vou passar uns dias aqui. Tchau.

Ela desligou, mas Maitê não ligou novamente como ela pensou que faria.

- Ta tudo bem? - mas Dulce nem respondeu, estava claro que nada estava bem. Anahí a puxou e a beijou docemente, com carinho. Puxou Dulce pro sofá sem parar de beijá-la e ali ficaram um bom tempo se beijando e trocando carinhos.

- Viu, você sempre consegue me distrair. – Dulce falou.

- Hum.. acho que isso é bom né? - ela sorria.

- Acho que sim, estou gostando muito de passar esse tempo com você Anahí... obrigado mais uma vez.

- Não tem porque agradecer.. - Anahi ficou séria olhando pro nada.

- O que foi?

- Nada.. é só que, estava pensando só.. que ruim ter conhecido você só agora..

- Antes tarde que nunca.. – Dulce brincou, Anahí sorriu.

- Sim, o problema é que.. em agosto vou para Inglaterra.

'

- Vai passear?

- Morar.

- Que? Não pode.. Logo agora?! - Dulce abraçou-a enquanto Anahi continuava a falar.

- Eu recebi uma bolsa em uma faculdade ótima, para completar meu curso. Recebi a resposta faz uma semana, já estou arrumando tudo para ir..

- Poxa, mal te ganhei e já te perdi - elas sorriram tristes.

- Invés de chorar, vamos curtir o tempo que temos juntas, né?

- Claro amor! Sabe que mandei uma carta para Princeton e para Oxford na Inglaterra, mas não recebi resposta. Acho que meu currículo escolar não era tão bom. - ela riu de si mesma.

- Oxford? Foi onde eu consegui a bolsa. Nada a ver Dulce, é muita gente tentando entrar lá, é uma ótima faculdade, não é fácil.

- Eu sei Anie, estava zoando.

Elas ficaram mais um bom tempo conversando sobre faculdades e cursos, até que a fome foi mais forte e ambas decidiram ir comer fora. Já passava da meia noite quando elas voltavam, as duas um tanto tontas ja que haviam bebido. A mais nova chegou tirando a roupa e atirou-se na cama de Anahí, rindo a toa. Anahí sempre mais comportada tirou a roupa lentamente, rindo de Dulce e apenas quando estava de calcinha e sutiã que se deitou ao lado dela;

- Vai dormir comigo mesmo?

- Porque não? - Dulce sorria provocante - não posso?

- Claro que sim. - Anahi sentou sobre ela, e beijou-a. - Mas pode ter um preço.

- Estou louca para pagar. - e ambas voltaram a se beijar.

Em seguida tudo aconteceu naturalmente, Dulce contou que nunca havia feito nada, e Anahí acalmou-a dizendo que tudo simplesmente ia acontecer. Tirou seu sutiã e fez o mesmo com Dulce. Tocou-a com carinho, e beijou cada pedacinho do corpo dela. Deu a ela tanto prazer quanto poderia, Dulce se deleitou com as caricias de Anahi. Após mais um momento de prazer intenso ambas foram ao ápice do prazer juntas. Anie deitou-se ao lado de Dulce e abraçou-a, ambas um tanto suadas do amor que a pouco compartilharam.

- Nunca pensei que fosse ser tão perfeito.

- É bom ouvir isso de você - ela sorriu - e é sempre melhor quando acontece com alguém que a gente gosta Dulce. Amor é sempre melhor que sexo.

Por um momento Dulce lembrou-se da mãe, e o quanto queria que tivesse sido com ela. Mas achou egoísmo da sua parte já que Anahí havia sido tão perfeita e cuidadosa com ela, logo tratou de esquecer de tal pensamento.

- Fico feliz que minha primeira vez tenha sido com você, e desse jeito.

- Que bom linda - ela falou com sinceridade olhando nos olhos de Dulce e acariciando seu rosto - quer tomar banho comigo? To suada... - riu.

 

- Sim, sim! - Dulce falou como um bebê, e ambas foram para o chuveiro onde fizeram amor mais uma vez naquela noite.