Fanfic: Destiny - Portinon | Tema: AyD

A viajem de Anahí sobre seus sonhos foram interrompidas no exato momento em que o seu iPhone alarmava com a música "Lego House — Ed Sheeran". A latina bufou ao perceber que não poderia voltar mais ao seu sono, pois a escola era importante, por mais que não quisesse aparecer hoje. Portanto, a menina pôs os pés para fora da cama, abandonou seus lençóis e direcionou-se até ao banheiro aonde realizara sua higiene matinal. Após vestir-se, não vizualisou as mensagens em seu telefone como era de seu costume, pois a exaustão a consumia, devido ao dia anterior. Qualquer resíduo de lembrança referente ao mesmo ela tentava afastar para não ter que enfrentar suas dificuldades.

Ao abrir a porta, deu um pulo para trás e espontaneamente soltou um grito, devido Fernando e Isa estarem em frente. A pequena ria um pouco da cena de susto da sua irmã mais velha.

          -Quem bom que está acordada, já iria te chamar. — Disse Fernando fazendo a filha ergue o semblante.

         -Aconteceu alguma coisa? O senhor não é de me chamar.

        -Sim, arrume suas malas.

        -Para aonde vamos? — Anahí demostrou mais duvidas.

        -Va-vamos, pa-para o Mé-México. — Isabella respondeu no lugar do pai empolgada, um pouco saltitante e batendo as palmas. -Vi-visitar o vo-vovô e a vo-vovó.

       -Como? — A latina reagiu boquiaberta e seu pai assentiu. -Em cima da hora? O senhor sempre foi de avisar semanas antes.

       -E eu iria avisar semanas antes. — O homem afirmou. -Lembra do jantar que eu disse que tinha dois comunicados? Então, no segundo você decidiu abandonar a mesa com a sua mãe... Bom, você tem meia hora para organizar seus perteces.

O homem retirou-se e Isa ainda encontrava-se diante da irmã.

        -Na-Nani, você qu-quer a-ajuda? — A pequena perguntou.

        -Não precisa, meu anjo, obrigada por se oferece. — Demostrou um sorriso sem dente.

A menina deu de ombros e decidiu sair e ir até o quarto de Dulce.

Assim que fechou a porta, Anahí bufou e bateu seu pé com sentimento de irritação. Não que ir para o México fosse algo ruim, pois era seu país de origem, e a última vez que o visitou foi há dois anos. O que a latina realmente detestava era que avisassem algo em cima da hora, porque caso contrario ela adorava se organizar, comprar novas roupas e etc... Mas agora estava sendo obrigada a arrumar tudo as pressas.

(...)

O avião permaneceu cerca de uma hora sobrevoando no ar, Isabella demostrava sua ansiedade a Dulce, por meio de uma conversa aonde abordava o quanto México era legal e tinha recordações de como a cidade era bonita das vezes que o visitou. Anahi sentava ao lado de ambas as garotas, porém não se introduziu na conversa. Optou por vigiar o céu, as nuvens e as paisagens lá fora através da janela.

O silêncio que se fez presente em seguida chamou a atenção da latina que não hesitou em virar o corpo para o lado e observar com curiosidade as duas meninas, essas que já haviam caído em um sono profundo. O rosto de Dulce estava de frente para Anahi, os cílios longos cobrindo os olhos castanhos que a latina secretamente adorava, a boca carnuda se encontrava entreaberta e a respiração calma da ruiva a fazia parecer um anjo dormindo. A latina não conseguiu mais resistir e se aproximou com o intuito de tocar a face da menina, mas essa imediatamente abriu olhos quando Anahi fez um leve carinho em sua bochecha.

        -O que... O que você está fazendo?

A latina rapidamente puxou a mão para trás e adotou a postura de superioridade e indiferença que tinha para com Dulce.

       -Eu estava tentando te acordar. Mas você parece aqueles ursos que hibernam no inverno. — Bufou, procurando uma desculpa para justificar a primeira. -Isa está toda torta aí do seu lado e vai acordar reclamando de dor no pescoço como sempre faz. Arrume ela, por favor.

A ruiva assentiu dando um leve sorriso para a latina, que suspirou com aquilo. Odiava as malditas borboletas em seu estômago e o suar de suas mãos quando estava perto de Dulce, odiava acima de tudo, pensar na possibilidade de ter sentimentos por uma garota.

E assim o restante das horas de vôo até o México transcorreram.

(...)

      -Já chegamos, pessoal. — Fernando falou animado, abrindo a porta do táxi que os levou até a fazenda de seus pais. -Anahi e Dulce, me ajudem com as malas, meninas.

A ruiva correu para o porta-malas e pegou as suas coisas e de Isa enquanto escutava a latina bufando ao seu lado, olhando para as próprias malas desanimadamente.

        -Se quiser levar as de Isa que são mais leves, eu pego as suas. — Disse para ela na intenção de ajudar.

      -Tudo bem, obrigada. — Anahi retirou a bolsa de Isa das mãos da ruiva e a mesma pegou o restante das malas. Observou Dulce e percebeu que ela estava nervosa. -Você está bem?

      -Não, eu... Droga, e se os pais do Nando me detestarem? — Mordeu os lábios encarando Anahi, que notou que os olhos verdes brilhavam de apreensão.

"É impossível alguém te detestar, Dulce".

Foi o que a latina imediatamente pensou, mas não poderia entregar o que de fato pensava e sentia por ela. Com uma raiva súbita por não poder gritar aos quatro ventos o que realmente queria, não viu outra saída a não ser covarde mais uma vez e magoar alguém que nunca tinha lhe feito nada.

         -Provavelmente não irão gostar de você. Os Savinon são extremamente ricos e sempre foram pessoas de classe, coisa que você não tem. — Colocou uma expressão de pesar no rosto para parecer mais sincera. -Sinto muito.

O visível desapontamento de Dulce com o comentário quase fez Anahi desfazer o que dissera. Mas a latina decidiu que não poderia voltar atrás.

    -Anahi, vamos entrar. — Mari apareceu ao lado da filha com uma enorme carranca e encarou Dulce com desdenho. -Não sei onde o Fernando estava com a cabeça de trazer você para conhecer os pais dele.

Depois de destilar o seu veneno, a mulher virou as costas em direção a uma pequena estrada que os levava até a casa. A latina seguiu a mãe e foi seguida por Dulce. Fernando estava um pouco a frente, com Sofi no colo.

(...)

       -Vocês foram bem de viagem, filho? — Pablo Savinon, o patriarca da família, perguntou. Todos estavam reunidos na grande e bela sala de jantar enquanto eram servidos por duas empregadas. Viu Fernando assentir sorridente. -Que bom. E então... Essa é a Dulce? A sua filha com Blanca?