Fanfic: Destiny - Portinon | Tema: AyD

Pensamentos negativos começaram a transborda em cada espaço na mente de Dulce tornando a sensação de nervosismo inexplicável, não via impossibilidades de sua pele transpirar sangue ao invés de suor, de tanto que a velocidade das palpitadas em seu coração eram aumentadas.

Pablo saiu de seu acento e foi caminhando tendo como suporte sua bengala, nesse momento o idoso se via diante de sua neta nada calma, o que aos olhos de qualquer pessoa poderia ser perceptível enquanto estivesse por perto, pois o corpo da menina não ajudava em seu disfarce.

       -Seja bem vinda a familia Savinon.

E assim Dulce soltou o ar preenchido em seu peito, significando um imenso alivio. Mantinha os braços envoltos no corpo de seu avô, que pareceu adora-lá, pois supostamente demorou um minuto para que o homem se desfizesse do abraço, e isso só ocorreu devido a sua avó também ter se aproximado para também envolve-lá em um abraço.

Fernando encontrava-se feliz ao assistir a cena, pois a sua intuição de que Dulce seria facilmente aceita pelo seus pais estava correta. Anahi encontrava com sua expressão neutra, porém no fundo também sentia-se feliz pela ruiva. Isabella nunca perdia tempo em demostrar aquele seu jeito de criança alegre quando um evento bom acontecia, já Mari, mantinha-se de braços cruzados, sentada a mesa olhando para os lados, pois o momento não satisfazia em hipótese alguma.

        -Você é uma moça bonita. — Comentou Dona Grace transmitindo toda sua pura sinceridade através do brilho de seus olhos.

Dulce não fez nada além do que agreceder aquela senhora, do qual teve a impressão de ser bondosa logo a primeira vista. Obviamente Anahi e Isabella não foram deixadas de lado, ambos os idosos caminharam até as outras duas netas e as trataram com o mesmo carisma que atribuíram a Dulce.

Após todos os cumprimentos serem efetuados, todos se reuniram a mesa, permitindo serem servidos pelos empregados da casa, o banquete da noite era chilli con carne, toda família Savinon adorava, e nunca faltava quando os Fernando com sua família estavam presentes. Era primeira vez de Dulce em provar o prato, e com gosto o saboreou, e comentou o quanto estava bom.

        -Fico contente que tenha gostado, é nosso prato predileto. — Disse Pablo.

       -Qual a sua idade, Dulce? — Senhora Grace perguntou.

       -Completei 18 esse ano. — A ruiva respondeu.

       -Tão jovem e bonita. — O elogio da gentil senhora abriu o sorriso da garota. -Você teve uma vida feliz? — Não escondeu a curiosidade sobre a neta.

        -Não, pelo que eu soube, a mãe dela é uma alcoólatra e usuária de drogas, hoje em dia se encontra em uma clinica. — Marichelo introduziu-se na conversa, Fernando a repreendeu com olhar.

Dulce encontrava-se em um estado bastante desconfortável, não era de seu agrado que alguém toca-se no assunto sobre sua historia e de Blanca. Não passando despercebido o desconforto da neta, Pablo decidiciu mudar o rumo da conversa:

       -Concordo, por acaso você namora? Aposto que tem vários meninos desejando você.

Dulce sorriu ao achar engraçado a afirmação do avô.

        -Ela é sapatão. — Anahi falou apresentando uma expressão de ânsia. Dulce reagiu revirando seus olhos.

        -E qual é o problema? As meninas devem ficar loucas por ela, não é Anahi? — O homem olhava diretamente para sua outra neta, aparentando saber algo. A menina deu de ombro ignorando a insinuação do avô e voltou a atenção para seu prato.

       -Eu tenho uma namorada, estamos desentendidas no momento, mqa ela me faz muito bem, ela é bastante especial para mim.

      -Fico feliz em saber disso, se lhe faz bem, sabia que tem meu total apoio nisso.

      -O meu também. — Senhora Grace concordou.

      -Como vai o seu namoro com o menino Alfonso, Anahi? — Pablo perguntou.

      -Não há mais namoro entre eu e ele. — A latina respondeu atraindo os olhares dos presentes, principalmente de sua mãe um pouco indignada por não está sabendo sobre. -Poncho é um completo viado. — Largou o talher no prato, e abandonou a cadeira aonde sentava.

O real motivo de sua chateação foram as declarações de Dulce feitas sobre Demi, essas afetaram imensamente seu humor.

Anahi abria a porta e adentrava o quarto, no qual sempre dormia quando visitava a fazenda. Porém dessa vez não o habitava sozinha, estava sendo obrigada a dividi-lo com Dulce. A menina já com seus olhos inundados, jogou seu corpo sobre a cama, não conseguia conter as lágrimas devido a imensa dor em seu peito. Nunca imaginou sofrer por alguém nessa intensidade, nem quando foi obrigada a se afastar de sua última paixão alguns anos antes no colegial.

        -Ai Dulce... porque eu fui me apaixonar por você? Porque? — Desabafou alto para sí mesmo com a imagem da dona dos olhos de mel em sua mente.

        -Anahi? — A menina assustou-se e de repente ficou com corpo paralisado ao deparar-se com a pessoa que lhe chamou.

       -Dulce? — Levantou-se. -Já está ai a muito tempo?

       -Não, acabei de entrar. — Afirmou. -Vejo que você não está bem.

       -Você ouviu o que eu disse? — Engoliu a seco.

       -Ouvi. — Anahi não conseguiu evitar em arregalar seus olhos. -Você se perguntava "Porque eu fui me apaixonar por você?" — A latina soltou o ar aliviada ao ver que não precisaria dar explicações, e a ruiva arregalou seu semblante confusa.

       -Me-me referia ao Poncho. — Mentiu.

       -Ai, Anahi. — Dulce modeu seu lábio Inferior e aproximou-se mais da menina  -Eu entendo, nem é todas as pessoas que amamos que podemos ter ao nosso lado para sempre.

A latina abriu e fechou a boca, porém nenhuma palavra se desprendia de sua garanta. A atitude de Anahi surpreendeu Dulce, nunca imaginaria que a mesma encontraria consolo em seus braços. A ruiva não fez outra coisa além de seder. Anahi sentia-se a vontade naquele abraço, e sua coragem em apertar o corpo de Dulce entre o abraço comprovava ainda mais o fato.

Podia atuar-se bem com o papel desentendida na historia, até porque disso Dulce não tinha nada. Pressentia haver algo a mais nesse meio, e não se prestaria na tentiva de saber, pois imaginava que Anahi jamais contaria algo.

Flashback on

O bate-papo entre Dulce e Isa foi bastante duradouro, algum tempo depois a pequena veio a bocejar, indicando que já chegara ao seu estado de cansaço.

      -Pequena, acho melhor você dormir, eu te chamarei quando pousarmos. — Disse a ruiva.

       -OK. — A menina concordou e começou a repousar seus olhinhos, não demorou muito cair no mundo dos sonhos.

Ao perceber que a pequena já havia dormido, Dulce optou por fazer o mesmo, antes de aconchegar-se na poutrona, olhou para o lado e avistou Anahi com os seus castanhos centrados na paisagem a fora do avião, a mesma não fez questão de se opor na conversar, e isso não era novidade. Mas a ruiva imaginava a possibilidade da latina não se fechar diante de sí, e um dia chegar a interagir indicando que entre elas não havia mais guerra, porém, Dulce não depositava fé nessa possibilidade, só chegou mesmo a pensar. Para ela a chances disso acontecer era 1%.

A menina parou de trabalhar em seu pensamentos, e repousou as pálpebras na tentiva de cochilar. Passou alguns minutos, e nada de atingir esse estado.

Mesmo com os olhos fechados, a intuição de Dulce permanecia forte o suficiente para perceber quando algo ou alguém se aproximava, e sentiu cinco dedos tocando-lhe a face chegando a fazer pequenas cócegas. Imediatamente abriu os olhos e deu de cara com Anahi.

        - O que... O que você está fazendo? — Perguntou assustada.

Perecebeu a latina rapidamente puxou a mão para trás e para seu disfarce adotou a postura de superioridade e indiferença que tinha para com ela.

     -Eu estava tentando te acordar. Mas você parece aqueles ursos que hibernam no inverno. — Bufou. Dulce estava ciente de que era mentira e não houve tentativas da latina em acorda-la, pois nem pegara no sono. -Isa está toda torta aí do seu lado e vai acordar reclamando de dor no pescoço como sempre faz. Arrume ela, por favor.

A ruiva assentiu dando um leve sorriso e aceitando a historia mal contada da menina. Por mais que quisesse, não era hora perfeita para questionamentos e explicações. Era um assunto estranho a se pensar.

Flashback off

A dona dos olhos de mel retirou-se de seus devaneios no exato momento que Anahí desfez o abraço super apertado. Era incrível o como a latina sentiu-se a vontade. A menina passou a mão em seu rosto ainda molhado.

         -Obrigada, Dulce. — Agradeceu. -Vou tomar um banho e me arrumar para dormi, estou cansada.

       -Pode ir. — Sorriu. -Espero que fique bem.