Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

  3 semanas depois...

   POV DULCE

  Minha relação com Anahi melhorava a cada dia. Faziam 3 semanas que estávamos ''juntas''. Não necessariamente namorando, é verdade.     Era tudo muito novo pra mim e eu queria ir com calma, além de não passar pela minha cabeça a idéia de magoá-la.  Mas era fato que eu estava experimentando um sentimento novo, algo que eu não conseguia controlar e muito menos distinguir. Aquilo me deixava confusa, as vezes. Como uma garota aparentemente tão inofensiva conseguia despertar tantos sentimentos e sensações em mim?  Fui desperta pelo bip do meu celular indicando que tinha chegado uma mensagem de texto.

  '' Oi, espero que esteja tudo bem no trabalho. Acabei de sair da faculdade e estou indo pra casa. Te vejo mais tarde? ''

   Sorri ao ler a sms da minha garota. Espera... minha garota? Gostei disso. Vou tentar me acostumar. Digitei rapidamente uma resposta.

'' Claro que sim. Saio às 17:00, por aí. Passo em casa rapidinho e vou aí. Beijo. ''

   Eu ainda tinha um sorriso bobo no rosto quando ouvi batidas na porta.

   - Entre.

   - Capitã... - Poncho entrou na minha sala seguido de Cristian. Pela cara deles, a notícia era daquelas.

   - Fale, Herrera.

   - Confirmamos nossas suspeitas. McBaine mantém parte de seus negócios em Long Beach. O tenente Chaves passou esses ultimos dias de prontidão na área com uma pequena equipe como lhe foi solicitado. 

   - O que vocês encontraram? - Me endireitei na cadeira concentrando minha atenção neles.

   - Eu vi nada mais nada menos que Matt McBaine entrando na boate por volta das 2 da manhã de ontem. Dessa forma confirmamos suas suspeitas de que os irmãos ainda mantém contato. - Cristian me relatou.

   - O filho da pu/ta foi avisar Brian que estávamos investigando. Claro, era um risco que corríamos.

   - Isso. E tem mais. Brian realmente estava escondido no local, mas agora depois de avisado deve se deslocar.

   - Droga! - Dei um murro na mesa com a raiva que senti.

   - Capitã, ainda temos uma chance. - Poncho se interpôs.

   - Diga.

   - Brian saiu do esconderijo, mas Matt não. Com certeza Brian não confiou a transferência dos negócios a um de seus capangas. 

   - Pegando matt, temos um trunfo na mão pra chegar até Brian.  - Completei mais pra mim mesma do que pra eles.

   - Exatamente. - Poncho concluiu meu pensamento.

   - O que estamos esperando, então? Se preparem. Vamos acabar com essa palhaçada ainda hoje.

   - Sim, capitã. - Herrera e Chaves disseram em uníssono.

     - Reúnam a equipe. quero todos na sala de reunião em 15 minutos e resolverei quantos vão e montaremos uma estratégia. Agora vão, estamos perdendo tempo.

  Eles não esperaram que eu dissesse uma segunda vez. Fizeram um sinal de respeito que toda hierarquia policial exige e saíram.  Rastreei no computador a área de Long Beach e fiz um mapa detalhado da área a ser cercada. O espaço que cercava o perímetro da boate não era muito extenso, haviam ruas paralelas pelas quais poderíamos cruzar. Estudei rapidamente uma posição e calculei que precisaria de cerca de 15 ou 16 policiais. Talvez mais afinal, não sabíamos o que poderíamos encontrar. Eu estava no comando da operação, então bipei Poncho​ pelo pager solicitando que ele viesse mais rapidamente. Não demorou nada e já ouvi batidas na porta da minha sala novamente.

   - Entre.

   - Capitã, tudo pronto. A equipe está reunida e pronta pra missão. Ao seu comando.

   - Vamos nessa. - Prendi o coldre com minha pistola na cintura e passei por Poncho me encaminhando pra porta. Ele veio atrás de mim.

    Desci até a sala de reuniões onde meus oficiais esperavam pelas minhas coordenadas. Passei-lhes todas as instruções necessárias. Por fim, nos equipamos, solicitamos as viaturas e partimos.

************

   - Tenente Herrera , está na escuta? - Minha voz saiu quase como um sussurro.

   - Na escuta, capitã. - ele respondeu do outro lado da linha.

   - Avançar na área B. Com cautela. Veja se é seguro.

   - Entendido. - Ele desativou o rádio. 

    Estávamos entocados montando um cerco ao redor do perímetro da boate. Eu estava muito concentrada, nada poderia sair errado. Poncho estava como sempre ao meu lado direito. Nós dávamos cobertura um pro outro. Usávamos um beco parcialmente escuro como uma espécie de camuflagem. Os uniformes pretos ajudavam pra que não fôssemos vistos. Minha equipe cercava o local desde o ponto em que eu me encontrava, que era o mais próximo da entrada dos fundos da boate até a entrada principal, passando pelo estacionamento e ruas paralelas.

   - Capitã. - A voz de Cristian me chamou no rádio.

   - Savinon na escuta. Pode falar, tenente.

   - A boate está em funcionamento. Cabo Smith e cabo Jordan estão a postos já no terraço do estabelecimento. Há poucos clientes e o alvo já pode ser visto. Solicitando permissão pra prosseguir.

   - Permissão concedida, tenente. Vou avançar. Espere até que eu chegue aí.

   - Entendido. - Ele desligou. 

     Olhei rapidamente para o Poncho ao meu lado e ele me deu um aceno positivo. Aquilo queria dizer que ele me daria cobertura. Avancei cautelosamente pelo beco até chegar na entrada lateral da boate onde não haviam seguranças como nas duas entradas principais. 

    Cheguei ao terraço e encontrei os cabos Smith e Jordan que rapidamente me indicaram o local onde se encontrava o alvo. A janela de vidro facilitava a visão do lado de dentro. e ele realmente estava lá.         Matt McBaine se encontrava sentado em um sofá mais próximo à entrada dos fundos da boate. Com ele estavam duas garotas que deduzi serem prostitutas. Haviam homens armados nos quatro cantos do local, fora os seguranças da entrada. Era arriscado, mas poderíamos não ter outra chance.

  Desci novamente e me posicionei na entrada lateral seguida do cabo Smith e do cabo Jordan, um de cada lado. Contactei Poncho pelo rádio, sussurrando.

   - Sargento Herrera. - Chamei.

   - Pode falar capitã.

   - Se posicionem. Vamos invadir.

   - Entendido. Quais as coordenadas, capitã?

   - Tenente Chaves? - Chamei por Cristian na conferência. O rádio podia ser ouvido por cada um dos meus oficiais.

   - Na escuta, capitã. - Ele respondeu.

   - Quero que se posicione na entrada Leste. Pra facilitar a locomoção, vocês que estão mais próximos da entrada Leste, se posicionem junto com o tenente Chaves. - Ordenei aos meus homens pelo rádio.

   - Entendido, capitã. Esperando o seu comando.

   - Herrera... Você vem comigo, Smith, Jordan, Mitchel, Sanchez e Scoot. - Recebi um aceno positivo de Poncho que já se posicionava ao meu lado e logo foi seguido pelos outros.

   - O restante se divide entre ala Norte e ala Sul. Ao meu comando... - Ergui o fuzil estudando a munição e me concentrei. 

   - Quando quiser, capitã. - Sussurrou Poncho.

   - AGORA! - E chutei a porta lateral da boate.