Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

   POV DULCE

  Graças a Deus volto a trabalhar hoje, não aguentava mais ficar sem fazer nada. E com Anahi me mimando assim, eu ficaria muito mal acostumada. Mas a verdade era que eu estava adorando isso. É tudo muito novo pra mim. Ser cuidada, ser amada, amar de volta... Amar? Estou amando Anahi? Eu nem sabia como era isso, eu não sabia reconhecer o sentimento. A questão é que... Eu não quero mais nada no mundo a não ser ficar com ela.

  O dia no departamento foi tranquilo. O desenrolar do caso McBaine ia bem, já que prendemos seu irmão e comparsa naquela ação que me rendeu um tiro no ombro. Através dele, chegaríamos a Brian. Eu mal posso esperar por isso, mas cada coisa no seu tempo.

  Já passavam de 17:30 quando consegui sair do departamento. Poncho tinha cuidado de tudo pra mim, mas haviam certos documentos que só eu poderia assinar e aquilo me atrasou. Fiquei de passar na casa de Anahi, mas não sem antes ir na minha casa tomar um banho.

  Estacionei meu carro em frente à casa aconchegante e desci. Toquei a campaínha uma vez só e a porta foi prontamente aberta.

   - Nossa, demorou! Eu já estava ficando preocupada. - Ela disse me olhando com cara de interrogação.

   - Desculpa, bebê. Eu tive que assinar uma pilha de processos de investigações... Você sabe. - Ela acentiu com a cabeça e relaxou. - Não vai me convidar pra entrar?

   - Ah! Claro. Mas não sem fazer isso antes. - Ela disse já segurando meu rosto entre as mãos e me puxando para um beijo. Não pensei duas vezes e a abracei pela cintura me entregando às sensações. - Agora sim. Entre.

  Anahí me deixou esperando na sala e subiu pra tomar banho e se arrumar. Combinamos que íamos sair pra jantar e depois dar uma volta. Não posso negar que senti uma vontade quase incontrolável de ir lá em cima e ver Anahí tomando banho. Devia ser uma visão do paraíso.  Senti o calor se instalar no meu corpo e procurei me controlar. Mais ou menos meia hora depois ela desceu as escadas de volta pra sala. Virei a cabeça a tempo de ver a coisa mais linda do mundo vindo em minha direção. Ela vestia um vestidinho preto soltinho e sandalias gladiadora. Só percebi que eu prendia a respiração quando ela se aproximou de mim. Uma série de idéias maliciosas vinham à minha mente e não consegui me refrear.

   - Sua mãe já voltou de viagem? - Perguntei com os olhos vidrados na boca carnuda dela que brilhava por causa do gloss.

   - Não... Por que? - Ela me olhou um pouco confusa.

  Não me segurei por mais tempo. Andei na direção dela e a puxei com força pela cintura até colar nossos corpos. Aproximei meus lábios dos dela e mordi com força o seu inferior.

   - Por que você me deixa louca. - Sussurei com a testa colada na dela.

  Não precisei falar mais nada. Ela envolveu seus braços ao redor do meu pescoço e me me beijou. Uma de minhas mãos que estavam em sua cintura subiu até a nuca de Anahí e  embrenhei meus dedos em seu cabelo aprofundando o beijo. Ela suspirou e me puxou mais pra ela.  O beijo estava ficando muito intenso e minhas mãos já passeavam por toda a barriga de Anahí. Ela levantou a perna e a prendeu ao redor da minha cintura. Apertei com vontade a coxa descoberta e ouvi um gemido baixo escapando da boca dela entre o beijo. Aquilo só me excitou ainda mais. Peguei a perna que ainda estava apoiada no chão e a ergui em meu colo deitando-a no sofá por baixo de mim. Ela prendeu meu quadril com as pernas me colando a ela e inclinava o seu próprio contra o meu enquanto eu distribuía beijos pelo seu pescoço e ombro. Senti minhas costas serem arranhadas por cima da camiseta fina que eu usava e suspirei.

   - Dul... - A voz dela saía mais como um gemido.

   - Sim....? - Respondi lambendo seu lóbulo.

   - Me-melhor irmos devagar... 

   - Tem certeza? - Sussurrei beijando o trapézio dela.

   - Sim e... ahn.... sim, eu tenho. - Ela gemeu quando pressionei meu quadril contra o seu.

   - Então por que suas pernas ainda estão presas à minha cintura? - Me afastei para poder olhá-la. Eu sabia que ela queria mais, mas obviamente ela estava certa por querer ir com calma.

  Ao dizer isso, ela relaxou as pernas que estavam ao redor da minha cintura e eu dei um selinho demorado nela antes de me sentar no sofá.

   - Desculpe por isso. - Eu sorria maliciosa.

   - Você me seduziu, Dulce - Ela apontou o dedo indicador pra mim, já se sentando também.

   - Eu nada, você que não colabora sendo tão linda e gost... - Percebi o que eu ia dizer e parei no meio da palavra.

   - Tão linda e o que? - Ela me olhou profundamente, com aquelas pérolas azuladas. Eu sabia que ela havia escutado, só queria que eu repetisse.

   - Gostosa. - Sussurei olhando pra boca que estava inchada de tanto que nos beijamos.

   - Não fala assim que eu... - Ela fechava os olhos e inalava o ar com força como que reprimindo algo.

   - Você...? - Cheguei mais perto dela e coloquei a mão na sua perna. - Fala, amor... Você o que?

   - Eu perco a noção do juízo e fico com vontade de... - Ela falou ainda com os olhos fechados. Mas não durou mais do que alguns segundos e ela despertou do transe levantando do sofá. - Deixa pra lá. E agora vamos porque senão fica tarde.

   - Vamos sim. - Falei sorrindo pra ela e me levantando também. - Você escolhe o restaurante, hoje.

**********

 Anahí quis comer besteira, hoje. Fomos ao McDonalds mais próximo. Chegando lá pedimos o que queríamos e nos sentamos numa das mesas do lado de fora. A noite estava linda e eu não conseguia parar de olhar pra ela. Aquela garota decididamente tinha meu coração.

  Conversamos animadamente sobre um monte de coisas. Anahí quis saber como se usava uma pistola daquelas que sempre carrego comigo, mas que guardo na bolsa pra não assustar as pessoas. Mina namorada não era muito fã de armas e quando eu perguntei se ela queria ver a pistola que estava na minha bolsa, ela recusou prontamente. Eu ri da cara de assustada que ela fez.

  Nossos pedidos chegaram e revezávamos entre conversar e comer. Anahí olhou por sobre meu ombro e acenou pra alguém. Nem precisei me virar e a pessoa já estava se pondo ao lado da mesa. 

   - Anahí! Como vai? - A garota de cabelos escuros e ondulados cumprimeitou minha namorada a puxando pra um abraço apertado.

   - E aí, Daniela! Nossa, qual o seu problema? Faltou as aulas por mais de uma semana... - Anahi retribuiu o abraço e as duas começaram a conversar de pé ao lado da mesa onde estávamos.

   - Ah, tive uns assuntos de família pra resolver. Viajei com minha mãe e acabei por perder esses dias todos, mas amanhã como sem falta eu vou. Apropósito, vou precisar da sua ajuda pra estudar, devo ter perdido muita coisa. - A tal de Daniela passava a mão pelo braço de Anahí. Não gostei nada daquilo. Senti uma pontada na boca do estômago e minha vontade era de arrancar o braço daquela garota fora. Me limitei a tomar meu refrigerante em silêncio.

   - Claro! Sem problemas, podemos organizar alguns horários pra estudar. Ah, Dani... Essa é Dulce Savinon.  - Ela me indicou e olhei pra garota morena com um sorriso de canto. - Dulce essa é minha amiga de faculdade, Daniela Luján.

   - Olá, Dulce. Muito prazer. - A garota sorriu.

   - Oi, sou Dulce. Namorada da Anahí. E o prazer é meu. - Sorri de volta ao dar ênfase à palavra namorada.

   - Wow, parabéns pro casal. Você não disse que estava namorando, Anahi. - Daniela se dirigiu à minha namorada.

   - Err... Eu devo ter esquecido, além do mais quase não te vi esses dias. - Anahi se justificou.  

   - Bom, então vou nessa. Nos vemos no campus? - Daniela perguntou.

   - Claro que sim. Até mais, Dani. - Anahi abraçou a garota brevemente e Daniela foi embora.

   - Que cara é essa? - Anahí perguntou já se sentando novamente olhando pra mim.

   - Nada. - Respondi secamente.

   - Como nada? Você ficou estranha desde que Daniela apareceu... Dul, o que houve?

   - Só não fui com a cara dela.

   - Espera aí... Está com ciumes? - Dessa vez Anahi sorriu.

   - Claro que não, que idéia. - Desviei meu olhar do dela.

   - Dul, olha pra mim. - Não tive alternativa senão olhar. - Está com ciumes sim.

   - Tá bom, estou mesmo. Ela ficou passando a mão em você e depois você esquecendo de dizer que estávamos juntas. Quê que é, estamos namorando escondido que nem adolescentes ou algo assim?

   - Dá pra parar de ser boba? Ela é só uma colega de curso e não estava passando a mão em mim. E outra, não contei que estamos namorando porque não sou próxima dela a ponto de falar minhas coisas assim. Mas Maitê e Emma sabem de tudo.

   - É, você já me falou delas.

   - Então, viu só? - Anahí riu baixo.

   - Do que está rindo? 

   - Você fica muito fofa com ciumes.

   - Você não diria isso se de repente a sua amiguinha Daniela fosse encontrada com a boca cheia de formiga num terreno baldio por aí... - Olhei presunçosa pra ela que fingiu indignação.

   - Dulce María! Nem brinque com isso, sua idiota. - Ela me deu um tapa no braço já começando a rir alto.

   - Só não quero que ninguém te tire de mim, princesa. - Segurei a mão dela que estava em cima da mesa ao meu alcance. - Eu estou gostando de verdade de você, Anahi. Isso não é um joguinho pra mim.

   - E você acha que eu não estou levando a sério? Eu sou sua, garota. Entenda isso. - Ela apertou minha mão.

    - Tá bom, desculpa.

   - Você não vai largar a pobre da Dani num terreno baldio não, né? - Ela me olhou apertando os olhinhos e segurando o riso. Não aguentei e comecei a rir também.