Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

Oi, princesas... Vcs devem estar estranhando a calmaria né? Mas aguardem porque já estou escrevendo os capítulos tensos. Quero que fiquem bons o bastante e além do mais, nosso casal sedução merece uma folguinha, mas tudo tem um motivo. Quero amadurecer bem a relação delas, deixar bem claro todos os sentimentos e td que envolve a relação das duas pra que mais na frente a intensidade dos acontecimentos seja em dobro. Quero que vocês tenham a exata noção de tudo. Então é isso, boa leitura ;)

   POV ANAHÍ

  Hoje era o dia em que eu e Dulce viajaríamos pro Texas. Como era sexta-feira, eu ainda tinha aula e Dulce tinha trabalho, mas sairia mais cedo. Fiquei de passar no departamento do Batalhão depois que saísse da faculdade.

   - Aê Anie, vai conhecer o clã Savinon. - Maite falou tentando me pôr medo.

   - Você tem mesmo que me deixar mais nervosa do que eu já estou? - Empurrei ela sem usar força.

   - Relaxa, Anie. Eles vão gostar de você. Afinal, ao que parece, você domou a Savinon mais difícil, então... - Emma chegou do meu outro lado. 

  A conversa se estendeu até o refeitório onde almoçamos juntas. Eu havia feito uma lista de coisas que deveria levar, mediante protestos de Maitê. Ela disse que eu era uma fresca, já que ia passar só o fim de semana. Eu também queria levar algum tipo de presente pra mãe de Dulce, mas Emma me convenceu a não levar. Segundo ela, poderia parecer puxação de saco. Mas que droga, o que eu ia fazer, então?

   - Oi, meninas. - Levantei a cabeça a tempo de ver a dupla dinâmica chegando na mesa em que estávamos.

   - O que vocês querem. - Maite endureceu a voz de repente.

   - Queremos acabar com esse clima estranho que ficou desde aquele dia no churrasco. - Daniela falou olhando pra Maitê.

   - É, Anahí. Foi um erro e admito que me aproveitei um pouco da sua namorada, mas estou arrependida e por isso peço desculpas. - Alyson complementou. Senti meus músculos tensionarem ao ouvir a confirmação de que ela estava mesmo se aproveitando de Dulce naquele dia.

   - Você vem dizer na minha cara que se aproveitou da Dulce e quer que eu te desculpe por isso? - Falei ameaçando levantar da cadeira, mas fui impedida por Emma.

   - Estou pedindo desculpas sinceramente. Eu estava bêbada e não sei o que me deu, mas ela não demonstrou interesse nenhum em mim.

   - Ok. - Fiz sinal para Emma indicando que estava tudo bem e ela me soltou. Levantei da cadeira de modo a ficar frente a frente com Alyson e Daniela. - Desculpo você, mas é bom que fique avisada: Se tocar na minha namorada outra vez, eu quebro a sua cara. Ouviu bem?

   - Pode deixar. - Alyson pareceu intimidada, mas Daniela não. Eu sabia que de alguma forma aquilo tudo era uma grande encenação. Elas estavam aprontando alguma.

   - Vamos embora daqui, Anie - Emma levantou-se da cadeira seguida por Maitê e juntas nos dirigimos até a saída.

  Saí pisando duro pelos corredores. Minha raiva era imensa e a vontade que eu tinha era de ir lá socar aquela vaca até que jorrasse sangue.

   - Anie deixa isso pra lá. Você vai passar um fim de semana perfeito com Dulce no Texas e é isso que importa. - Emma tentou me tranquilizar.

   - Ela tem razão, gata. Vai lá encontrar sua mulher e deixa essas vadias. - Maitê completou.

   - Certo, vocês tem razão. - Eu já havia chegado até o estacionamento. - Então é isso. Nos vemos na segunda?

   - Com certeza. Se cuida lá, vaca. - Maitê veio até mim me abraçando forte. Emma fez o mesmo.

  Me despedi das minhas amigas e tomei o caminho do departamento. Pessoalmente eu nunca havia ido lá, Dulce sempre dizia que não era lugar pra mim, mas hoje combinamos que eu iria buscá-la, já que seu carro estava em revisão pra viagem.
  Estacionei em frente ao prédio moderno e me dirigi até a entrada. Haviam pessoas bem vestidas por todos os lados. Os outros eram policiais e vestiam aquele uniforme preto que Dulce usava em missões. Fui até a recepção geral do prédio que se localizava logo no térreo.

   - Com licença. - Chamei a atenção da moça séria que estava sentada atrás do enorme balcão. - Por favor, onde fica a sala da capitã Savinon?

   - Fica no quinto andar. Você pega o elevador à sua direita e lá vai encontrar a sala da capitã. Solicite sua entrada pra secretária dela.

   - Ok, obrigada. - Agradeci à moça e fui pelo caminho indicado por ela.

  O elevador parou no quinto andar e depois de caminhar alguns passos cheguei até um vão amplo onde haviam poltronas de couro preto e uma mesa ocupada por uma bela moça. 

   - Com licença, a capitã Savinon está? - Tentei parecer o mais formal possível.

   - A quem devo anunciar? - A moça perguntou.

   - Anahí. - Falei olhando diretamente pra ela que pareceu entender quem eu era.

   - Ah, Anahí. Me desculpe, eu não sabia que se tratava de você. Um segundo. - Ela disse levando a mão até o telefone e balbuciando algumas palavras bem baixinho. - A Sta. pode entrar.

  Agradeci com um aceno de cabeça e entrei pela grande porta à direita da mesa da secretária. Bati três vezes com os nós dos dedos e entrei.  A sala era ampla com paredes de cor cinza bem claro e um carpete preto. Haviam armários encostados nas paredes. Na outra extremidade, atrás da grande mesa e da cadeira confortável, uma enorme janela dava uma claridade agradável ao local. Dulce estava escorada na lateral da mesa analisando uma pasta e não notou minha presença até que eu pigarreei chamando sua atenção pra mim. Ao me ver, ela deu aquele sorriso de fazer qualquer um cair aos seus pés.

   - Oi, minha princesa. - Ela disse vindo até mim e me abraçando brevemente pela cintura antes de depositar um selinho longo em meus lábios.

   - Oi, vida. E aí, vamos? - Falei pegando uma mecha rosa de seus cabelos e enrolando em meus dedos.

   - Vamos sim, só um minuto. - Ela deu a volta na mesa e alcançou o telefone apertando um único botão antes de falar. - Chame o Sargento Alfonso aqui, por favor?

  Não demorou muito até ouvirmos batidas na porta e Poncho colocar meio corpo pra dentro.

   - Mandou me chamar? - Ele perguntou incerto antes de receber um aceno de Dulce e entrar na sala fechando a porta atrás de si. Só então percebeu que eu estava lá também. - Oi, Anie!

   - E aí, sargento. - Ele sorriu com minha formalidade e me envolveu brevemente pelos ombros.

   - Poncho, já estou de saída. Só vou aparecer aqui na segunda-feira e não quero ser incomodada com futilidades. Você é meu homem de confiança e está no comando. Contudo, meu celular estará ligado somente pra casos extremamente importantes, se é que você me entende. - Dulce falava olhando diretamente nos olhos de Alfonso, que parecia entender plenamente tudo que ela dizia. Era como se eles estivessem falando em códigos.

   - Pode deixar, capitã. Se eu tiver novidades sobre o caso número 1, aviso-lhe imediatamente. - Ele retribuiu o olhar penetrante pra ela que acentiu prontamente.

   - Do que vocês estão falando? - Eu perguntei incapaz de conter minha curiosidade.

   - Nada importante, amor. Então é isso, vamos nessa. - Dulce foi até sua mesa pegando sua bolsa e voltando até mim pegando-me pela mão. 

  A viagem até o Texas foi tranquila, apesar de eu ter repreendido Dulce em alguns momentos por achar que ela dirigia rápido demais. Ela se limitava a rir e diminuía rapidamente.

   - Dul, e se eles não gostarem de mim? - perguntei apreensiva quando entramos nos limites da cidade do Texas.

   - Eles vão gostar de você, eu garanto. - Ela sorriu de lado ainda com os olhos na pista.

   - Eu não trouxe nada pra sua mãe...

   - Anahi, deixa de bobagem. Vai por mim, apenas seja você mesma e não vai ter quem não te ame.

  Sorri com as palavras dela e acariciei brevemente sua coxa descoberta pelo short jeans rasgado. 

   - Olha só, chegamos. - Dulce disse enquanto dobrávamos numa rua onde predominavam as casas grandes com enormes jardins. Olhei embasbacada pra beleza do local e me peguei imaginando como seria criar meus filhos num lugar assim.

  Dulce diminuiu a velocidade e parou em frente a uma das grandes casas que haviam alí. Vi seu sorriso aumentar quando ela buzinou duas longas vezes e saiu do carro fazendo sinal pra que eu saísse também. Logo vi a porta da casa abrir-se e de lá saiu uma mulher linda e parecida com Dulce. Ela veio correndo ao nosso encontro se jogando no pescoço da minha namorada. Dulce gargalhou alto e ergueu mulher, que tinha sua mesma estatura, em seu colo beijando-lhe os cabelos.

   - Que saudade, maninha... Você está muito linda! - Ela afastou brevemente o rosto pra olhar melhor a irmã.

   - Eu senti tanta saudade de você, Dul... - A mulher que deduzi ser Cláudia abraçou Dulce com força e fechou os olhinhos.

  Nesse momento vi mais três pessoas saírem de dentro da casa. Uma que pelas feições concluí ser a mãe de Dulce, uma moça muito bonita e um homem alto. Todos foram ao encontro de Dulce e a envolveram num grande abraço em conjunto. Não pude deixar de sorrir com a cena. A família Savinon estava completa novamente.